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Jovens autores brasileiros

Sim, a poesia da Angélica é uma das mais maduras no cenário contemporâneo. Achei interessante que no Um útero ela desenvolveu um tipo de humor que, ao contrário do que alguns críticos apontaram como sendo "mais do mesmo" ou "feminismo ralo", mostra um amadurecimento, um certo rancor que se afasta de uma comunicação mais presa à tradição satírica. O Ricardo Domeneck tem um texto interessante onde ele aborda as raízes satíricas da poesia da Angélica no século XIX e na poesia nonsense.

Assim, o Rilke Shake era contrabalanceado de poemas praticamente vazios de sentido (ou de carga semântica pobre) como o "Dentadura perfeita", até poemas realmente bons como o "Sereia a sério". Mas no Um útero a coisa vai ficando mais definida, e o humor dela tende a se tornar um humor mais corrosivo, como se ela brincasse com coisas que no fundo não tem graça nenhuma. De certo modo, esse percurso lembra o Drummond que sai de Alguma poesia para O Brejo das Almas.

P.S.: Algo me diz que a Raquel Cozer tem alguma coisa a nos dizer sobre o Rilke Shake...
 
A Cosac lançou dois livros de poesia recentemente. Um da Alice Sant'anna e outro do Mário Alex Rosa.

O poema da Alice que a Cosac colocou no blog é bem fraquinho... Aqui, na Revista Modo de Usar & Co, dá pra achar outros poemas também. Destaco o que parece dar nome ao livro, que achei bem legal:

um enorme rabo de baleia
cruzaria a sala nesse momento
sem barulho algum o bicho
afundaria nas tábuas corridas
e sumiria sem que percebêssemos
no sofá a falta de assunto
o que eu queria mas não te conto
é abraçar a baleia mergulhar com ela
sinto um tédio pavoroso desses dias
de água parada acumulando mosquito
apesar da agitação dos dias
da exaustão dos dias
o corpo que chega exausto em casa
com a mão esticada em busca
de um copo d’água
a urgência de seguir para uma terça
ou quarta boia e a vontade
é de abraçar um enorme
rabo de baleia seguir com ela

Acho que dá pra dar uma chance pra ela sim. Ela parece ter uma poesia que se pauta muito nas imagens animalescas com fins a criar uma fauna que anule a ausência que o eu lírico sente. Naquele poema da Cosac, ela diz: "perco muito tempo tentando / dar nomes aos bichos / que sobem a cortina do quarto.", o que me lembra daquele conto maravilhoso da Virginia Woolf :grinlove:

Do Mário Alex Rosa a gente encontra mais alguns poemas no site do Antonio Miranda aqui. Ou, aqui e aqui também (sinceramente, acho que esses dois últimos dão uma ideia melhor do poeta). Não consegui formular uma opinião prévia sobre os poemas dele, mas gostei tanto do "Não" que a Cosac colocou quanto do "Outra tarde":

Quando a tarde
dispensa beleza
talvez seja a hora
de se recolher, ou
o intervalo seja a rota
de outras grotas que eram
para se esconder. Talvez
o tênue corte de luz
seja a fresta
de um dia que foi
silêncio.
 
Sobre "jovens autores" alguém aqui já leu/ouviu falar de O Pássaro , da Samanta Holtz? Eu amei aquele livro! É de romance e eu achei maravilhoso. Eu já fui de braços abertos ler por ser nacional e de romance, e não me decepcionei.Ainda não achei um ser que tenha lido o livro ,( se bem que ela é meio desconhecida mesmo) mas teve alguns destaques por ai ... alguém?
 
Lembrei desse tópico: Nerdcast 379 – Literatura Fantástica Brasileira

Fãs de Draccon e Sphor, rejubilem-se!

Tive a coragem de ouvir.

Dos 12 min. (pulei o começo nada a ver) até meia hora é bacana porque o André Vianco tá falando como começou a publicar independentemente lá em 1999 / 2000.

Parei nos 42 min. +/- porque começou a nojeira. Eles deixaram bem claro: se você não gostou de um dos nossos livros e falou isso publicamente na internet nós usaremos nossos contatos para que você nunca seja publicado pelas grandes editoras.
Tudo bem que "há brechas de interpretação" do que eles quiseram dizer exatamente... mas me pareceu que eles estavam SE colocando em um pedestal justamente enquanto tentavam criticar quem faz isso. Não gostei do tom "de ameaça" e da falsa modéstia. Aliás, o que eu odeio mais que tudo, em todo o mundo artístico, é essa maldita feira de vaidades.

Eu certamente estaria ferrada: já desci a lenha diversas vezes no Raphael Dracon e na namorada dele (Carolina Munhóz), já disse que pra mim o livro da Renata Ventura não passa de uma fanfic descarada (tal qual o Lippert) e já disse também que fantasia com anjo e com vampiro nunca me interessou e não é agora que vai me interessar (o que equivale aos trabalhos do Vianco e do Spohr). Dessa turma aí, o único livro que ainda me interessa ler é o Espadachim de Carvão, do Affonso Solano.

Se acham que eu sou recalcada porque acho que a fantasia brasileira ainda precisa evoluir MUITO e porque o meu estilo é outro completamente diferente, dane-se!
 
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