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Irene, a fada

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Cachorro novo
Irene era uma fada da floresta, uma mulher nascida do ventre das árvores e jamais poderia sair do local de onde nasceu. Ela era apaixonada por Matus, um rapaz que não a correspondia, ele não a considerava bonita e se recusava viver fora da cidade.

A fada amava o rapaz de tal maneira que faria te tudo para ficar com ele. Seu amor a levou a procurar pela Feiticeira da Árvore, uma velha que vivia aos pés de uma árvore já há muito tempo morta, ela tinha um corpo tão longo que superava a altura dos maiores dos homens e conseguia se curvar com mais facilidade que o mais vigoroso dos jovens.

- Grande Feiticeira da Árvore, você é a única que pode me ajudar, eu amo perdidamente um homem mas o mesmo me ignora, eu quero tê-lo para mim.
- Posso te ajudar, pequeno broto, mas o que você me daria em troca?
- Não sei o que oferecer. O que você adoraria?
- Seja minha sucessora, seja a nova Feiticeira da Árvore quando minha vida não mais existir. - Disse a velha com sua língua bifurcada fora da boca. - Mas atenção, ser alguém como eu é ter uma vida incerta e solitária, se você aceitar e vier a ser a nova Feiticeira da Árvore os habitantes da floresta não confiarão em você e os homens te temerão.
- Aceito! Eu quero aquele homem para mim e farei de tudo para consegui-lo.

A velha levantou o rosto para o céu e disse algumas palavras em voz alta, depois rastejou e parou atrás da fada.

- Venha, jovem e ingenua fada, vou lhe mostrar o que fazer.

Ao entardecer do outro dia a fada encontrou Matus, que caçava na floresta. A jovem parou diante do rapaz.

- Irene, não quero ferir seu coração, por favor, não insista em tentar conquistar-me.

Os dois não pronunciavam uma palavra, apenas olhavam o olho do outro.

A filha da floresta removeu com um ligeiro e suave movimento suas roupas e levantou os braços.

- Por favor, não faça isso! - O motivo do rapaz resistir uma mulher nua em sua frente tão facilmente é que uma fada tinha algumas diferenças de uma humana, sendo que a principal delas eram os olhos completamente negros e veias marrons expostas por todo o corpo verde-claro.

Matus percebeu que um líquido transparente saia das mãos da fada, ele sabia que aquilo era sangue porque os livros contavam que os demônios da floresta sangravam um sangue incolor.

A mulher abriu a boca mostrando dentes afiados que Matus nunca tinha visto, sussurrou algumas palavras e avançou sobre o rapaz colocando suas mãos embebidas de sangue sobre a boca dele. A força de uma filha da floresta era maior que a de um homem, na verdade Matus lutava contra uma árvore em forma de mulher. Em pouco tempo o rapaz parou de se mover por causa do sangue sem cor. Então a fada beijou seus lábios.

O coração de Matus batia e ele ainda respirava, mas nada dizia e seu olhar era vazio.

- Matus, meu amor, diga algo. - Falou a fada preocupada.
- O que digo, Irene? - Respondeu impassivelmente mantendo o olhar vazio.
- Diga que me ama.
- Eu te amo, Irene.
- Por que está assim tão frio?
- Não sei.
- Fique alegre, você está comigo!

Matus esboçou o mais alegre dos sorrisos, mas ainda assim era um alegre triste.

- Venha comigo!

Os dois foram ao encontro da Feiticeira da Árvore, ao chegarem no local Irene viu nos pés da árvore algo que não tinha reparado antes, as ossadas de um humano.

- Olá, minha filha, satisfeita? - Perguntou a velha com um sorriso no rosto.
- Matus parece estar morto, por quê?
- Esse é um preço a pagar, agora você o tem.

A fada enfureceu e acertou a cabeça da feiticeira com uma pedra.

- Vejo que meus dias de Feiticeira da Árvore chegaram ao fim, agora poderei me juntar ao meu Lórien. - Pouco sangue saia da cabeça da velha, apesar do dano ter sido fatal. Ela rastejou até as ossadas e a abraçou.

Irene ordenou a Matus que removesse os corpos, depois fez o rapaz se sentar aos pés da árvore.

Muito tempo se passou, não se sabe o que aconteceu exatamente com Matus, mas as árvores advertem as fadas para que elas não se aproximem da Feiticeira da Árvore, ela é perigosa.
 

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