ExtraTerrestre
Usuário
Apesar de ser ateu, concordo com o Siker. É impossível de provar a existência, mas também é impossível provar a inexistência (minha opinião, é claro).
Não posso falar dos outros, mas os vídeos no youtube do Olavo acho péssimos.
Que isso cara? Olavo ruim?
É, ele é escroto, mas é bem engraçado, e aliás menos tosco que muita gente da direita que não dá a cara tapa por causa de algum consenso. E nessa específica ninguém vai achar ruim dele bater no Macedo.
Edit:
Olha, eu vejo como absurda esta acepção de que a internet ou qualquer tecnologia de informação, ou ainda a informação passiva, unidirecional, a la TV e rádio, sejam as maiores responsáveis pelo isolamento humano. Sua utilização massiva são, no pior caso, consequência de outros fatos e, quando no melhor dos mundos, um estímulo para a interligação humana.
É uma linha de raciocínio que eu ainda tenho que desenvolver, mas vão lá minhas ideias razoavelmente obscuras e dispersas, pouco conectadas, por agora, por agora.
É verdade que o convívio social, ou o novo convívio social presencial, caiu nos últimos anos. É verdade que crianças e adolescentes passam mais tempo em casa. E é verdade que, por isso, eles vêem TV, jogam videogame, acessam a internet e, quem sabe, n'ora de ócio, se cadastram numa tal de Valinor para trocar ideia online com uma galerinha de interesse afim.
Mas é uma grande inversão, no quadro sociológico geral, acreditar que a simples invasão da tecnologia da informação está empobrecendo socialmente as pessoas por substituição simples, voraz e competitiva. Ora, se as pessoas não têm mais oportunidade para conviverem e se conhecerem, esperava-se que elas fizessem o que com o tempo livre? Fossem dormir?
O instinto social humano não diminuiu. Eu acredito (parcialmente, não para tudo) e tomo muita base no discurso científico, dentro do qual recorro sim ao evolucionismo como explicação para a vida. Usando deste pilar vocês acham mesmo que a simples vinda duma telinha com uns botões vai aplacar a vontade humana de se ver, de saber que o contato é real, de falar, de ouvir, de sentir o outro nas expressões faciais, no tom de voz, da empatia, de se colocar no lugar do outro? Isso para não falar, é claro, da necessidade sexual. Não conheço ninguém que se satisfaça plenamente se masturbando, sequer indo na zona. Para este tipo de conquista é necessário estar na arena social direta, a partir de algum ponto.
O que ocorre é uma cultura de medo, de estratificação dos espaços, de valorização da individualidade, instalada perniciosamente por um capitalismo, um mercantilismo que valoriza, por motivos óbvios de se fazer valer, o consumo individual ao invés das trocas.
Espaço público? Todos eles são jogados, quando possível, no lixo pelo rolo compressor do mercado, para que se criem novas oportunidades de investimento, novas particularizações classistas. Compartilhar algum bem, quer seja na família, quer seja com amigos, com a comunidade, com quem for? Lucra-se mais vendendo um pra cada um. E nem mesmo as igrejas, particularmente a católica, da tradição antiga, escapam de estarem na rota deste trator. Melhor vender a fé para cada um.
Pensam mesmo que a internet vai conseguir poder, aniquilar algo na nossa programação, construido durante milhares de anos pela Natureza ou por qualquer força que lhe assemelhe? A humanidade encontra-se é angustiada pela sua própria privatização. A rede inclusive catalisa de dezenas de formas diferentes essa vontade de se reunir, mesmo que com desconhecidos, das mais diversas formas, tornando-se meio para a subversão do sistema usando o próprio. Os resultados gerados passam por flash mobs, festas organizadas em espaço público (há um marketing remanescente do classismo, uma seleção cuidadosa da zona, mas enfim, é eco da mesma coisa), o Occupy, a Primavera Árabe. Pô, se esse individualismo todo e a falta de convivência fossem tolerados ou até endossados pelos seres humanos, não teriam combinado protesto para derrubar ditador ou protesto para protestar. As ditaduras, aliás, não censurariam a internet. Se o anseio popular fosse ficar em casa e evitar o corpo-a-corpo, o mundo "real", estes regimes fomentariam o maior leque possível de opções na Web, pois o povo quietinho nas residências não derrubariam os tiranossauros que o governam. Mas não, a sociedade está aí, seus membros querendo se encontrar e alterar o mundo mais do que nunca.
A humanidade está acordando para isso. Países mais ricos, cujos governos têm mais poder para a transformação consentida do modelo socioeconômico, têm se preocupado em garantir que nas mesmas praças encontrem-se pessoas diferentes, seja de classe econômica, etnia, estilo de vida, ideologia, retirando a pessoa da margem de conforto macabra que é conviver com quem, a princípio, comporta-se de maneira muito parecida, falta de contraste a qual nos leva a não fazermos o raio x de nós mesmos.
O Brasil, com sua cultura segregacionista, violenta e vaidosa, vai passar por dificuldades específicas neste processo.
Última edição por um moderador: