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Internet está ‘descristianizando’ o mundo, afirma arcebispo Hummes

Ainda não li todas as postagens, mas qualquer coisa depois volto pra editar.
Por enquanto, só como comentário... há um historiador marxista francês, ligado à Escola dos Annales, chamado Michel Vovelle, que defende a tese (polêmica) de que desde o século XVIII há o delinear de um processo de descristianização do Ocidente, iniciado com a secularização do pensamento político moderno e com a liberalização do Estado. O mundo ocidental começava a vivenciar o "avanço do profano"...
Entre as fontes pesquisadas sobre a qual o historiador se apóia, há (se me lembro bem) uma análise de uma série de registros de batismos e de disposições testamentárias preocupadas com a salvação dos finados, que demonstram sensíveis alterações no comportamento religioso no período analisado...
 
Oras.
Que a igreja passe a fazer missas online.
No estilo The Sims ou World of Warcraft.

Certamente eu voltaria a frequentá-la, pelo menos mais uma vez.
Não se pode comungar online, apenas espiritualmente e a comunhão material e espiritual é imprescindível, MANS é uma forma de se chegar às pessoas.

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Ainda não li todas as postagens, mas qualquer coisa depois volto pra editar.
Por enquanto, só como comentário... há um historiador marxista francês, ligado à Escola dos Annales, chamado Michel Vovelle, que defende a tese (polêmica) de que desde o século XVIII há o delinear de um processo de descristianização do Ocidente, iniciado com a secularização do pensamento político moderno e com a liberalização do Estado. O mundo ocidental começava a vivenciar o "avanço do profano"...
Entre as fontes pesquisadas sobre a qual o historiador se apóia, há (se me lembro bem) uma análise de uma série de registros de batismos e de disposições testamentárias preocupadas com a salvação dos finados, que demonstram sensíveis alterações no comportamento religioso no período analisado...

Mas isso é um fato, pelo menos pra nós, tradicionalistas.

Trago um texto do filósofo russo Aleksandr Dugin que, falando do tradicionalismo de Evola e Guenon, coloca a nossa perspectiva, nós, os tradicionalistas:

Dugin disse:
Palestra ministrada em 8 de setembro de 2012 em Curitiba, por ocasião do IIIº Encontro Nacional Evoliano.

Senhoras e senhores!

Quero agradecer ao grupo de Curitiba que organizou esta conferência tão interessante com palestras tão ricas. Muito obrigado pelo convite de falar aqui sobre a Tradição. Me desculpo por meu português terrível e tão imperfeito.

O Tradicionalismo e a Sociologia – O Moderno e o Eterno

A primeira parte está dedicada ao tradicionalismo e à sociologia, e também à importância de Platão.

O tradicionalismo insiste sobre o dualismo que existe entre dois mundos: o mundo da Tradição e o mundo moderno. Este dualismo corresponde a duas categorias sociológicas: pré-modernidade e modernidade. Este paralelismo entre o tradicionalismo e a sociologia é muito importante e é necessário desenvolver esta afinidade no futuro.

Em Paris, no ano de 2011 eu realizei uma palestra sob o título: “René Guénon como sociólogo”. René Guénon em sua obra “O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos” usava o símbolo tradicional e sagrado do Ovo do Mundo. Na visão de Guénon o mundo pré-moderno corresponde ao Ovo do Mundo aberto por cima e fechado por baixo. Os raios espirituais entram no mundo e assim as coisas cósmicas e materiais recebem as qualidades sagradas.

À sociedade moderna corresponde o Ovo do Mundo fechado por cima e por baixo. É a civilização materialista, ateia, consumista. Isto é, a visão do mundo científica, mecânica e atomista. À sociedade pós-moderna corresponde o Ovo do Mundo aberto por baixo e fechado por cima. É a civilização demoníaca pós-humana e pós-social. A realidade em que vivemos. Mas deixamos agora momentaneamente a pós-modernidade, apesar do grande interesse com o qual poderíamos desenvolver essa correspondência.

A diferença entre o tradicionalismo e a sociologia consiste no fato de que a sociologia parte da modernidade e julga a Tradição do ponto de vista da modernidade. Os tradicionalistas fazem o contrário: eles veem a modernidade do ponto de vista da Tradição. A modernidade põe toda a realidade no tempo, na história. A Tradição considera as coisas na luz da eternidade. Por isso os sociólogos pensam diacronicamente a pré-modernidade como algo passado. Os tradicionalistas consideram a modernidade como um aspecto da eternidade, ou seja, como algo eterno.

Isso, portanto, não é algo tão fácil de compreender. Sendo totalmente efêmera a ilusão, o mundo moderno como o mundo da perversão radical também de uma maneira paradoxal pertence à eternidade.

Os tradicionalistas são vizinhos dos estruturalistas. A Tradição e a modernidade podem ambas ser vistas como estruturas.

Caso importante: o sociólogo Louis Dumont falou sobre dois tipos de sociedade – a sociedade holista e a sociedade individualista. A modernidade é essencialmente individualista. Segundo ele, Marx também era em parte individualista, compartilhando com os liberais o valor do homem individual.

É claro e evidente que a Tradição pode subsistir no mundo moderno – por inércia. Como a modernidade pode existir no mundo tradicional?

Guénon falava sobre Atlântida o continente antigo desaparecido e fazia a alusão de que o mundo moderno, como grande paródia, é a continuação de certa Tradição decadente e pervertida muito antiga. A serpente aparece já no paraíso na primeira era da história da humanidade.

O neoplatônico Proclo em seu comentário ao diálogo “Crítias” de Platão, onde se encontra a questão de Atlântida, descrevia a guerra entre os gregos pré-históricos e o povo de Atlântida como a guerra paradigmática entre duas ordens do ser: um perfeito e o outro degradado.

É muito interessante que Proclo disse que os gregos eram ligados à terra e os atlantes ao mar. Os gregos estavam ao lados de Deuses olímpicos e o povo de Atlântida ao lado de Titãs. A geopolítica marítima dos Titãs contra a geopolítica terrestre dos Deuses.

Proclo é um geopolítico da antiguidade. É importante que ambos mundos – grego e atlante – são pensados por Proclo como algo sincrônico.

A segunda maneira de ver este sincronismo é com duas tradições filosóficas.

A primeira é a filosofia de Platão, o platonismo. O platonismo é uma filosofia essencialmente vertical. O platonismo está construído ao redor do eixo vertical. Por cima estão as Ideias. Por baixo estão as coisas, os fenômenos. O mundo platônico é o mundo hierárquico, verticalmente organizado.

Outra filosofia é o atomismo de Demócrito, Epicuro, Lucrécio. Essa filosofia é democrática, começa por baixo, pelas partículas materiais. É o mundo atomístico. Não conhece as Ideias, as luzes platônicas. Não conhece a hierarquia. Vai contra a verticalidade.

Demócrito era pré-socrático. Pode ser compreendido como representante da contra-iniciação no mundo da Tradição. Demócrito é o representante da modernidade no mundo pré-moderno.

Existe a lenda de que Platão em sua Academia ateava fogo aos escritos de Demócrito. Os platônicos consideravam o atomismo como “o mundo ao contrário”, o mundo impossível, o mundo contrário à ordem natural das coisas.

No Islão o atomismo é a doutrina dos asharitas e do teólogo agressivamente anti-sufi, anti-esotérico Ibn Taymiyyah, pai do wahabismo e do salafismo atuais.

Também: a tradição islâmica é pré-moderna. Uma vez mais: vemos na sociedade tradicional algo “moderno”. Depois de chegar à modernidade o atomismo começou a ser a única ortodoxia científica. A modernidade está construída sobre o atomismo de Demócrito. É o paradigma científico da modernidade. Após Galileu, Newton, Gassendi, o atomismo é o dogma.

A filosofia platônica é depois marginalizada. É muito significativo que Karl Popper criticava agressivamente Platão, chamando o platonismo de “o maior inimigo da sociedade aberta liberal”.

Então nós podemos identificar o tradicionalismo e o platonismo.

A modernidade e a Tradição podem ser compreendidas como dois paradigmas. Os progressistas insistem sobre o fato de que a Tradição pertence ao passado. Compreendidas como paradigmas tudo muda: é possível desde este momento representar a modernidade e a Tradição como a opção de escolher.

Por que isso é tão importante?

A modernidade estruturalmente compreendida não é mais destino, algo objetivo e inevitável, mas a questão de escolher livremente. Assim nós podemos escolher sermos modernos – atomistas, materialistas, liberais democráticos. Mas podemos escolher não sermos modernos. E podemos ser platônicos, e estar ao lado da eternidade. A eternidade platonicamente compreendida não é passado. A eternidade é eterna. E, portanto, ela é presente.

A única coisa que resta é voltar-se para a eternidade. Como nos versos de Arthur Rimbaud:

Elle est retrouvée. Quoi? Eternité.
C’est la mer allée avec le soleil.

Ela é reencontrada. O que? A eternidade.
É o mar indo de encontro ao sol.


A Figura do Sujeito Radical e o Tradicionalista sem Tradição

Existe o conceito de Gottesnacht, “a noite de Deus”. É a Idade de Ferro, o mundo moderno.

A Tradição saiu. A modernidade chegou. O mundo organizado está substituído pelo mundo caótico. O sagrado desapareceu. A iniciação também. O homem está no vazio.

Este é um ponto de partida dos tradicionalistas. Eles negam o mundo moderno. Eles buscam a Tradição. O tradicionalista desperta na noite de Deus (Gottesnacht).

Hölderlin perguntou – “Por que poetas em tempos obscuros?”

É importante este “por que”.

Os platônicos pensavam que nos tempos de ouro nascem as almas de ouro – aristocráticos, daí vem o ideal de kalakogathia. Nos tempos de ferro nascem as almas péssimas, ínfimas, sem valor. Isso é importante: as almas péssimas não percebem que estão na Gottesnacht, na noite de Deus. Para eles a noite não é a noite. Eles não sabem mais o que é a luz.

Os poetas possuem a dor. Os outros não a possuem. Assim, os tradicionalistas, por possuírem a dor, eles negam o mundo moderno.

A questão se apresenta: pra que tradicionalistas nos tempos escuros?

Podemos construir uma hipótese: a alma de ouro nasceu no tempo de ferro. Isso explica a dor, o trágico, o sofrimento. Isso explica por que há dor e sofrimento.

Mas por que ela nasceu? Foi por erro cósmico? Ou outra coisa? E ainda mais importante pra que?

Eu creio que seja outra coisa. Não é um erro. É o destino escatológico, a missão. É importante: o caso puro não é o tradicionalista por inércia, mas o tradicionalista por incapacidade de aceitar o mundo moderno, viver sem Deus, sem sagrado. E essa impossibilidade deve ser sem razão direta ou imanente. Somente neste caso o experimento é puro.

O caso extremo: o tradicionalista sem Tradição. O homem diferenciado. Pra que o homem diferenciado? Aqui entra a figura do Sujeito Radical.

O Sujeito Radical é a alma de ouro na Idade de Ferro. Para a alma de ouro é fácil estar no mundo de ouro. Mas é impossível julgar a priori: o homem é bom porque vive em uma sociedade tradicional ou porque sua alma é de ouro?

É possível dar a resposta somente colocando-se a alma no mundo de ferro.

Sujeito Radical

O Sujeito Radical está na noite de Deus (Gottesnacht) para provar radicalmente a qualidade de sua alma.

É o caso de Julius Evola – acima de tudo nas primeiras e últimas fases.

É tudo? Pode ser. Ser tradicionalista é o fim per se e para se. Mas existe uma coisa muito importante, decisiva mesmo – ele precisa morrer tradicionalista também, não abandonando nem traindo seus ideais.

Ainda assim, para que o tradicionalista nos tempos obscuros: para pôr fim ao mundo moderno.

Este não é o fim último, mas é a consequência lógica. A luta contra a modernidade é ética essencial do Sujeito Radical. Não se pode fazer o contrário. O Sujeito Radical está no centro da noite – entre passado e futuro. Está no presente. Eugene Golovin, o tradicionalista russo, dizia: “lá onde nós estamos, lá está o centro do inferno”.

É necessário compreender a modernidade e a pós-modernidade não dualmente. O Sujeito Radical é advaitista. Ele está no mundo moderno e quer estar aqui, não além desse mundo.

O Sujeito Radical não tem medo da modernidade. O Sujeito Radical é o descente – Untergehende.

A história é decadência, é Untergang, descida.

Há quatro tipo de homens, segundo Martin Heidegger:

1) As pessoas simples e ignorantes, que não podem escolher nada. Mudam com o mundo e com a sociedade.

2) Os conservadores. Eles tem medo da noite de Deus, da decadência. Querem conservar o que existe contra o tempo que devora tudo.

3) Os progressistas. Eles querem ir na direção da degradação mais e mais rapidamente. São os que são responsáveis pela situação atual. Os liberais, o governo mundial, conjuntamente podem ser chamados de “O Anticristo Coletivo”.

4) Há também o quarto tipo: os novos filósofos. Eles descem no centro da noite e não tem medo. É onde o perigo é máximo. Heidegger disse sobre eles: esses filósofos se defrontam com o “duro conhecimento do niilismo”, schwere Wissen des Nihilismus.

O Sujeito Radical vai com o mundo, sem ser desse mundo. É ele próprio a manifestação paradoxal do fim. Eu chamo isso de o “zen eurasista”.

Obrigado!

Creio que isso responde às ideias tipicamente modernas, dessacralizadas, materialistas e antirreligiosas que falam de 'adaptação da Igreja à modernidade corrosiva do sentimento religioso' e 'problema da falta de jovens'.

Sempre insisto. Quem precisa se converter a Cristo somos nós. Não é Cristo que precisa se converter a nós.

Isso é tão óbvio mas ainda assim a modernidade se acha no direito arrogante de impor seus valores fabricados, imorais e irreligiosos sobre os valores tradicionais, transcendentais, milenares.

Que fiquem vazias as Igrejas, até sem sacerdotes, que faltem até bispos! O tradicionalista não cederá um milímetro à modernidade.
 
Última edição:
Esse texto está parcialmente certo, creio eu.

A internet tem ajudado sim nessa "descristianização" (puta palavrinha de corno, hein?), mas é apenas uma ferramenta, onde todos expressam suas opiniões. Meu face está cheio de cristãos postando as maravilhas de seu deus, assim como está cheio de ateu postando as maravilhas da ciência.

Mas esse aumento de pessoas que não possuem religião não está ocorrendo apenas por conta da Internet, isso é muito óbvio. A Internet apenas MOSTRA isso, coisa que outros meios de comunicação nunca mostravam.

Aliás, Religião é tão debatida na Internet, IMO, pelo fato de NUNCA ser discutida em outros meios. Religião é o maior tabu que existe, pelo menos no Brasil. Vemos na TV ou rádio debates sobre tudo, mas raramente algo que cita religião. Ainda ofende muita gente, parece.

Já a Internet é uma terra de ninguém (ou de todos). Eu mesmo tenho meu querido tumblr ateu (fica a dica: http://ateuchato.tumblr.com ). Mas não me considero um ateu chato de verdade, embora tenha sido no meio início de ateísmo. Assim como já fui um cristão chato pra KCT. Odeio neo-ateus, assim como odeio cristão que não conhece o seu cristianismo. E esse é, na minha opinião, a explicação da Queda da Religiosidade. Muita gente que tem abandonado a religião, a abandona até por não a levar realmente a sério. Muita gente tem religião apenas por uma questão cultural. Por vir de uma família Religiosa. Ao ter contato com o "mundo", ter contato com informações novas, novas culturas e opiniões, começa a questionar, e alguns rumam em direção ao agnosticismo ou ateísmo. Ou, em casos como o do Paganus, para outras religiões que nunca tiveram espaço no Brasil, como o Cristianismo Oriental (belo cristianismo, aliás. Muito mais coerente mesmo, embora ainda falho, NA MINHA OPINIÃO).

A Internet é uma fonte inesgotável de questões e informações. Cada indivíduo dentro dela ruma para onde achar mais verídico. E muitos amam expôr essas suas novas ideias na mesma Internet. E isso pode causar esse "crescimento" de ateus. O número de ateus no Brasil é pequeno, 1 ou 2% da população. Mas muitos destes "saíram do armário" na Internet, e agora divulgam suas opiniões para todos, só isso.

Não virei ateu por causa de Internet. Acho que ninguém se converte a uma religião, ou para de acreditar nela por causa da Web. Religião é pessoal demais para isso, buscamos respostas dentro de nós, e podemos utilizar a Internet apenas como ferramenta de busca para essas respostas.

SE o Brasil está realmente se descristianizando, não é culpa da Internet. IMO.
 
O mundo será RE-cristianizado, não pela internet, mas pela busca pela deificação que começa a se operar nos corações daqueles que, anos atrás, não conheciam a Santa Ortodoxia, os Santos Padres e os Concílios Universais e hoje, por conta do compartilhamento de informações que ela traz, todos podem conhecer textos traduzidos, comentados dos grandes escritos teológicos, das vidas dos santos, da história da santa Igreja, vemos um renascimento, inicialmente virtual e posteriormente paroquial, da fé cristã, principalmente no Brasil e Américas!

Se não fosse a internet, como eu conheceria a Luz da Ortodoxia?

Como falaria dela, compartilharia textos, citações, imagens e vídeos das belíssimas Liturgias e cânticos sacros?

Como traria a fé autêntica e milenar ao alcance do povo brasileiro?

Como manteria contatos enriquecedores com as culturas árabes, eslavas e gregas?

Como teria levado amigos a se interessarem por Cristo Sua Igreja?

E isso também ocorre no catolicismo romano. Que pensamento mais triste.
Post hoc ergo propter hoc, pagz.

e...
Ninguém vai pra internet cristão e sai de lá ateu. O contrário provavelmente também é muito verdade.
veja bem. a internet, inquestionavelmente, é um marco na difusão de informações para a humanidade. você está afirmando, basicamente, que difusão de informações não está relacionada ao abandono da religiosidade, certo? eu não vou entrar no mérito disso estar certo ou errado, mas definitivamente vc n pode afirmar que está errado.

As taxas de ateísmo no mundo só aumentam conforme a difusão de informações aumenta. não é possível comprovar a relação entre esses eventos independentes, mas fica aí a sugestão.

Acho que ele tá vendo muita gente virando ateu por causa da modinha ''anti-cristianismo'', aliás, modinha ''anti-religião''. No facebook, o que mais tem é gente querendo pagar de antenado entrando em grupos anti-Deus, anti-Alá, anti-Buda e se convertendo ao Gokuísmo, Pikachuísmo, Pônei Malditoísmo... Pra um religioso, isso assusta. Não quer dizer que essa penca de gente seja REALMENTE anti-alguma coisa, na verdade, menos da metade realmente é.
modinha é um termo bem curioso. ao longo da história da humanidade, sempre ocorreu da "opinião das massas" ser um reflexo das opiniões das vanguardas intelectuais da época imediatamente anterior. não está ocorrendo exatamente o mesmo? quer dizer, boa parte da produção intelectual da nossa época, e também dos séculos anteriores e próximos, é anti-religiosa (nietzsche, marx, etc). a modinha, na verdade, é uma tendência que me faz não aceitar de forma alguma o seguinte:
O mundo será RE-cristianizado
na verdade, me faz pensar o contrário: o cristianismo é uma idéia falida que está desesperadamente tentando sobreviver no nosso tempo, e adaptando tradições/idéias seculares para que elas não criem uma dissonância muito intensa com a própria ciência, que é quem domina hoje. a polêmica das técnicas anti-concepcionais deixa isso muito, mas muito claro. quantos seguidores vcs não perderam por conta disso?

faz mais sentido prosseguirmos com a discussão se for citado algum pensador influente do nosso tempo que, através da filosofia, defenda a religiosidade (especificamente a cristã).

descatequizar
véy, vc me lembrou de alguém.... :rofl:

Oras.
Que a igreja passe a fazer missas online.
No estilo The Sims ou World of Warcraft.

Certamente eu voltaria a frequentá-la, pelo menos mais uma vez.
tá aí um nicho não explorado...quem topa montar uma igreja universal online, com doações via paypal e cultos / exorcismos / etc via skype?

depois leio o restante do tópico...
 
Última edição:
Chato você hein, Amon? :lol:

O Neithan tá coberto de razão. Internet e aumento de informação não te torna mais ateu ou religioso, elas apenas estão ligadas à busca de cada um pela sua própria visão de mundo.

Quando isso existe, pois o mais comum é as pessoas não terem NENHUMA visão sobre o mundo, vivendo uma religiosidade passiva ou um agnosticismo chocho e covarde.
 
Com certeza acho errado afirmar de forma categórica que a Internet está determinando essa "descristianização".

Nunca foi fácil ter acesso a conteúdo do catolicismo como também de todas as mais diversas religiões como agora. Existem várias listas de discussão, fóruns, sites que fazem transmissões de cultos e/ou palestras via web, fora outros que disponibilizam tudo isso em podcast ou via Youtube e equivalentes.

E tudo isso acessível de forma democrática sem nenhuma imposição, ou seja cabe a cada um usando o seu livre-arbítrio escolher o que você deseja seguir ou não, até porque a Internet não impõe nada, a escolha final é e sempre será sua.
 
na verdade, me faz pensar o contrário: o cristianismo é uma idéia falida que está desesperadamente tentando sobreviver no nosso tempo, e adaptando tradições/idéias seculares para que elas não criem uma dissonância muito intensa com a própria ciência, que é quem domina hoje. a polêmica das técnicas anti-concepcionais deixa isso muito, mas muito claro. quantos seguidores vcs não perderam por conta disso?

O cristianismo ocidental, talvez. A fé cristã nada tem de falida. Aliás, esse é o maior erro ao se falar de qualquer religião: vê-la como 'ideia', 'doutrina', sistema racional de ideias. As religiões são sistemas simbólicos de estruturas complexas, são tradições sociais, políticas, espirituais envolvidas em um todo orgânico e compreensível à intuição imediata dos povos que as vivem, são intuições, valorizações subconscientes de uma realidade maior, mais viva e de maior sentido que a realidade mais fraca, menos vital e verdadeira da realidade profana, sem transcendência e valoração religiosa da existência, sem sentido e destino.

Portanto, a forma cristã dessa valorização religiosa não tem como ser 'falida' porque, como toda tradição religiosa, nunca é 'falida' nem nunca será. Sempre responderá, dentro de suas especificidades culturais e morfologia religiosa, a uma busca do homem por um sentido transcendente e a uma intuição de toda a realidade como manifestação de algo maior que si mesmo. Engana-se quem pensa que o homem moderno se livrou, por ateu que seja, dessa forma de se relacionar com o mundo.

Daí que, diferente de uma ideologia qualquer ou de uma filosofia, sistema filosófico puramente racional, o cristianismo não está, de forma alguma 'falido'. Ora, nem o marxismo está falido. Nem outras religiões ainda mais restritivas, como o islamismo. Essas intuições sobre o universo, o homem, Deus estão vivas, MANS o problema de hoje é que sofrem todo tipo de relativização e apequenamento intelectual dos modernos que, vendo-as com olhos materialistas, modernos, racionalistas, não só são incapazes de compreendê-la em seu próprio âmbito, meio, espírito, como tentam submetê-las às suas conceituações, estruturas filosóficas, apreensões cientificistas. Cristianismo e islamismo são 'ideias'. Aí não se entende nada mesmo, aí se vê as transformações e mutações pelas quais as religiões passam e se considera isso como 'falido'.

O problema das tradições religiosas, multiforme, chama-se 'modernidade', ou seja, todo um complexo de valores falsos e fabricados para atender uma miríade de ideologias e apequenamentos do homem, toda uma gama de racionalismos e filosofias profanas, uma série de ateísmos e niilismos. Inicialmente essa 'revolução' tentou derrubar os valores tradicionais através da violência, do fogo, da tortura. Revolução Francesa, bolchevique, comunismo soviético etc. Mas, embora abalando estruturalmente as estruturas religiosas, seu espírito não só sobreviveu como se fortaleceu com as perseguições. O que resta? Conviver com essas tradições, mas nunca deixando de guerrear contra os valores tradicionais, mas fazendo isso através do secularismo que reduz os fenômenos religiosos a uma parte da vida social e lhe negando o papel de chege, líder, fonte e fim de TODA ativida humana. Através do ecumenismo, privando as tradições religiosas de seu óbvio papel de sistema e doutrina com apelo universal à verdade cósmica e metafísica, tolhendo-as com uma submissão forçada a um novo sistema relativista e ditatorial de religião, que absorve as mentalidades e consciências religiosas em um sentimentalismo improdutivo e 'infernal', que fecha as capacidades religiosas de fazerem um verdadeiro e fecundo juízo moral e filosófico. Por fim, o laicismo, que fecha toda a ligação mística, intuitiva, óbvia entre religião e soberania, tornando a primeira mera instância da vida social e o segundo, submisso a essa gama de valores fabricados, antitradicionais que apequenam, desvalorizam e controlam a religião e todo o ser humano, incapacitando-o de conceder algum valor a qualquer sistema que não aquele imposto pelas ideologias materialistas do mundo moderno, que comandam a vida política, principalmente no Ocidente.

Mais: uma religião que dê suporte total à imoralidade e relativismo tipicamente modernos é uma ideia 'vitoriosa'? Que merda é essa? Entra no conflito entre valores tradicionais e modernidade, uma das formas de se controlar a religião é querer que ela se adapte aos valores fabricados pelas ideologias modernas, impedi-la de dizer algo que fuja do discurso moderno.

E o que tem a ciência de 'dissonante' com a fé? O que existe de anti-cristão são interpretações e sistematizações racionais de fenômenos usadas para justificar uma cosmovisão materialista e irreligiosa. Só isso. Existe uma aliança ideológica entre ciência e ateísmo? Não, mas existe entre modernidade e ciência, no sentido de que a primeira se justifica, se 'santifica' nas consciências modernas através da segunda, do uso ideológico da segunda. Assim é que o marxismo se santifica pela sua moderna ciência econômica, o liberalismo pela sua iluminada democracia e liberdade de mercado, o ateísmo pela sua 'infalível' teoria da evolução. Em si os fenômenos nada tem de teístas ou ateístas, mas possuem um inegável apelo à transcendentalidade e uma óbvia instrumentalização ideológica pelos anti-tradicionalistas, pelos modernos.

Sobre a 'fuga' de cristãos das igrejas: esses nunca foram cristãos. Foram abalados pelo racionalismo ocidental ou perderam a conexão religiosa que um dia tiveram por cair nas artimanhas do secularismo, do laicismo etc. São presas da modernidade, vendidos aos valores modernos, fieis do 'politicamente correto', aqueles que submetem tudo, até mesmo seu Deus, aos valores impostos pelo marxismo, pleo capitalismo, pelo niilismo etc.

faz mais sentido prosseguirmos com a discussão se for citado algum pensador influente do nosso tempo que, através da filosofia, defenda a religiosidade (especificamente a cristã).

G. K. Chesterton, Olavo de Carvalho, Aleksandr Dugin, René Guenon, Julius Evola, Mircea Eliade, é só procurar.

Aliás, o que expus acima é basicamente o tradicionalismo de Evola, aliado às análises da decadência espiritual do Ocidente moderno, de Guenon e Dugin.
 
O Neithan tá coberto de razão.

Sempre.

Quando isso existe, pois o mais comum é as pessoas não terem NENHUMA visão sobre o mundo, vivendo uma religiosidade passiva ou um agnosticismo chocho e covarde.

Não diria covarde. Não acho agnósticos covardes. São apenas pessoas que estão POUCO SE FODEND* pra religião. Não afirmam nem que acreditam, nem que não acreditam, simplesmente pelo fato de não darem a MÍNIMA para essas questões.
 
Agnósticos na verdade estão mais próximos dos ateus verdadeiros, aqueles que negam a crença na existência sem acreditar na não-existência, agnósticos simplesmente compreendem o fato que é impossível para nós (hoje) ter alguma prova da existência ou da não-existência, portanto é impossível afirmar que existe ou que não existe.

"s.m. Filosofia. Doutrina que declara o absoluto inacessível ao espírito humano ou que considera vã qualquer metafísica e qualquer ideologia religiosa, uma vez que alguns desses preceitos ou ideologias não podem ser comprovados empiricamente."

Em outras palavras, agnósticos não afirmam nada que esteja fora do seu alcance de conhecimento.
 
Apesar de ser ateu, concordo com o Siker. É impossível de provar a existência, mas também é impossível provar a inexistência (minha opinião, é claro).
G. K. Chesterton, Olavo de Carvalho, Aleksandr Dugin, René Guenon, Julius Evola, Mircea Eliade, é só procurar.

Não posso falar dos outros, mas os vídeos no youtube do Olavo acho péssimos.
 
Última edição:
É impossível provar a inexistência de qualquer coisa que não exista, portanto se algo de fato não existe, é impossível provar, porém se existe, é possível que algum dia seja provada sua existência, logo, a única crença válida, ao meu ver, é na existência, pois é algo que em algum dia poderá ser provado, ou constatado, já acreditar na inexistência é algo sem lógica, enquanto negar alguma crença qualquer é natural e o mais aceitável, na minha opinião.

Agora, com relação ao unicórnio ou até mesmo o Spaghetti Voador, ou qualquer coisa do tipo, eu acredito ser possível pesquisar as origens de certas histórias e descobrir o que é apenas boato e o que pode ser de fato verdadeiro, ou que pelo menos tenha alguma base verídica, e é exatamente nesse ponto que as comparações falaciosas erram, ao supor que algo simplesmente não existe é deixado de lado o porque acreditamos não existir, partindo daí podemos nos informar e ver qual história surgiu em qual época, em qual ocasião, dentre qual povo e qual cultura, etc, etc, etc...
 
Agora, com relação ao unicórnio ou até mesmo o Spaghetti Voador, ou qualquer coisa do tipo, eu acredito ser possível pesquisar as origens de certas histórias e descobrir o que é apenas boato e o que pode ser de fato verdadeiro, ou que pelo menos tenha alguma base verídica, e é exatamente nesse ponto que as comparações falaciosas erram, ao supor que algo simplesmente não existe é deixado de lado o porque acreditamos não existir, partindo daí podemos nos informar e ver qual história surgiu em qual época, em qual ocasião, dentre qual povo e qual cultura, etc, etc, etc...

Quase toda religião que eu me lembre cita a criação da Terra de forma bem diferente do que a ciência nos explica. :think: Isso ajudaria a invalidá-las? Ou são "histórias contadas por parábolas, que não devemos levar ao pé da Letra"?
 
Ué eu ainda tenho minhas dúvidas se religião e ciencias são coisas tão opostas assim. Você poderia pensar que a maioria dos autores em ciências são ateus, mas eu não acredito nisso não.
 
Quase toda religião que eu me lembre cita a criação da Terra de forma bem diferente do que a ciência nos explica. :think: Isso ajudaria a invalidá-las? Ou são "histórias contadas por parábolas, que não devemos levar ao pé da Letra"?

Bom, quando eu li Gênesis eu achei interessante como a ordem da criação de tudo seguiu a ordem do desenvolvimento da Terra, mas ainda não estudei a fundo suas origens, que provavelmente veio dos Sumérios (não sei), só posso afirmar que ser superficial na pesquisa/estudo não ajuda a validar ou invalidar nada.

Se "devemos" ou não levar a história da criação ao pé da letra vai depender unicamente dos estudos que você fizer a esse respeito ou nos estudos em que você quiser acreditar/achar mais confiável, o que não pode é se prender em interpretações achando que elas foram e serão as únicas só por terem sido as primeiras, a própria ciência ensina que as coisas não funcionam assim.
 
Isso sempre dá discussão. Existem sim muitos cientistas cristãos, ou com outras religiões, mas de acordo com o que eu lembro de ter lido a respeito, a maioria é ateu sim.

Mas na boa, isso não quer dizer nada. Também cansei de argumento de neo-ateu exaltando a inteligência de alguns ateus, e dizendo que cristão/religioso é tudo burro. Véi, esse fórum é prova do contrário. Muito religioso MUITO inteligente, e o Morfindel. Fora Tolkien, cristão.

Religião nunca definiu caráter ou inteligência.
 
Gente, quem aqui acha que a internet não é a culpada e sim apenas um dos instrumentos em parte responsáveis pela descristianização, está certo, bem como aqueles que acham que a culpa recai principalmente pela falta de fé de quem se deixa influenciar.

Confesso que não li muito do que foi escrito aqui (vcs escrevem PACAS, meu! XD)
Mas minha opinião é a seguinte:

Sou católica e vou falar como tal.
Se minha igreja está ficando vazia, a culpa é de quem está lá e não reza/ajuda/incentiva/coopera com quem está mais fraco na fé. Ninguém se salva sozinho e é responsabilidade de cada um de nós ajudar aqueles que precisam (se eles quiserem, claro). Outro problema é o clero mais fraco. Falta comprometimento de ambos os lados, mas cada um tem de fazer a sua parte.
Se o padre é devoto, sua paróquia também o é. Se a paróquia é devota, o padre é incentivado e melhora ou se torna mais devoto.

Resumo: não se deve criticar a internet, pois ela não é a principal culpada. Ela ajuda nesse processo, mas que cada um faça sua parte para que mais pessoas participem de sua igreja. XD
 
Não diria covarde. Não acho agnósticos covardes. São apenas pessoas que estão POUCO SE FODEND* pra religião. Não afirmam nem que acreditam, nem que não acreditam, simplesmente pelo fato de não darem a MÍNIMA para essas questões.
Não disse todos os agnósticos, digo esses pilantrinhas aí que se assumem assim por modinha.
Não posso falar dos outros, mas os vídeos no youtube do Olavo acho péssimos.
É um babaca, mas em termos de filósofos cristãos é só o que temos no Brasil.
Mas isso que acho muito zuado. Óbvio que é impossível provar a inexistência de deus. Assim como é impossivel provar a inexistência de um unicórnio.
Comparação queeu acho bem idiota. Você falar de Deus como de um unicórnio só vale se falar de Jeová, Odin, Adônis e todas os deuses ou 'formas religiosas' tem um gama de atributos míticos e filosóficos que outros não tem. Logo, Odin é algo muito mais rico de sentido que um unicórnio.

O abismo se aprofunda mais quando se fala do Deus dos filósofos, Deus como possibilidade metafísica, como Ser. Aí você não pode compará-lo a nenhum deus mitológico, muito menos a um unicórnio.

Essa comparação é só mais uma provocação ateísta repetida ad nauseam, como se Deus fosse algo tão 'patético' assim. Erro duplo: erram na comparação que peca em nível, e erram por serem ignorantes em relação ao valor metafísico da religião.

Nem digo que seja o seu caso, Neithan, mas é assim que nascem essas babaquices de Spaguetti Voador e derivados. É uma provocação e um atestado de ignorância.

Quase toda religião que eu me lembre cita a criação da Terra de forma bem diferente do que a ciência nos explica. :think: Isso ajudaria a invalidá-las? Ou são "histórias contadas por parábolas, que não devemos levar ao pé da Letra"?

Ouça os Padres.
 

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