Fúria da cidade
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- Pênalti marcado é um "quase gol", mas nem sempre é assim, há toda uma arte atrás dele. Aqueles que ignoram as regras básicas estão fadados ao fracasso. Veja o nosso guia para entender os mistérios, os mitos e as lendas que envolvem a penalidade.
ILUSTRAÇÕES DE MARTIN LAKSMAN | ANIMAÇÕES DE RICH HINCHCLIFF
TEXTO DE JAMES TYLER | TRADUÇÃO DE RICARDO ZANEI
Não pense muito
Jogadores que deixam a sua mente longe das distrações e não pensam demais onde a bola vai costumam ser os mais bem sucedidos. É a regra Thomas Muller: despreocupado, aparentemente feliz, ele é implacável nas cobranças. Puro instinto.
Busque os cantos
As piores cobranças são fracas, à meia-altura, perto do meio do gol, dando mais chance ao goleiro para defender (afinal, pode bater na sua mão, perna, corpo e pé). A descrição do "bateu mal, hein" é clássica e óbvia, mas é sempre bom recordar. Nesse momento, encarne Cristiano Ronaldo: o truque é buscar os cantos. Quanto mais o goleiro tiver que se deslocar para achar a bola, maior é a sua chance de marcar. Mas acerte o gol!
Se você não tem a técnica, enfie o pé
Há algo a ser dito sobre as cobranças poderosas e agressivas, como as de Wayne Rooney. Se você não é capaz de usar a técnica - e não se culpe por isso, é normal -, acredite loucamente na força. Chute o mais forte possível. Mesmo que o goleiro encoste a luva na bola, é bem provável que ele não será capaz de fazer a defesa.
Ignore o goleiro
Não se engane: goleiros têm uma série de artimanhas para acabar com a sua concentração. Uma delas é a arte da dança. Vários goleiros usam movimentos malucos para distrair os cobradores, como as "pernas insanas" que Jerzy Dudek usou para ajudar o Liverpool a conquistar o impossível título na final da Champions League-2005, ou ainda os braços esticados para "diminuir o tamanho do gol", ou simplesmente se pendurando no travessão para mostrar o quão grande você é. É simples, seja confiante, como Paul Pogba, e ignore absolutamente todos os truques!
Plante o seu pé
De novo, é óbvio: tenha certeza que o seu pé de apoio esteja firme no chão e o outro pé atingirá a bola em cheio. Básico, não? Nem tanto... Lembre-se sempre da animação do capitão John Terry no momento de bater o pênalti que daria o título da Champions League-2008 ao Chelsea contra o United. Ele escorregou no grama úmida de Moscou, e a bola passou longe, muito longe do gols. Suas lágrimas são usadas como meses até hoje. Gareth Bale é o exemplo: seja nas faltas ou no pênaltis, o movimento é sempre o mesmo. É tão óbvio que vale a pena sempre lembrar!
A cavadinha é um privilégio
Todos sabemos o quão icônica é a cavadinha no meio do gol. Criada por Antonin Panenka - e conhecida na Europa pelo sobrenome do tcheco -, ganhou versões modernas e não menos históricas com Totti, Zidane, Pirlo e Ibrahimovic. É uma arma audaciosa no arsenal dos cobradores, mas, como todas as armas, deve ser usada com o máximo cuidado. Tente a cavadinha quando você se vê no controle emocional, psicológico e físico do momento. Quando saber qual é esse momento? Ah, você saberá. Ou não, se apostar na cavadinha... e errar.
Não seja inglês
É isso.