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Homunculus, de Hideo Yamamoto

Zzeugma

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Segue resenha por Eduardo Nasi do Universo HQ para a "Homunculus nº01" (Já está na 12)

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Título: HOMUNCULUS # 1 (Panini Comics) - Revista bimestral

Autor: Hideo Yamamoto (texto e arte).

Preço: R$ 9,90

Número de páginas: 256

Data de lançamento: Abril de 2008

Sinopse: Nakoshi é um jovem misterioso que vive nas ruas. Sem dinheiro, mas sempre trajando um terno, dorme em um carro compacto, longe dos demais sem-teto.

Um dia, recebe uma proposta de Manabu Ito, um estudante de medicina filhinho de papai: ser cobaia de uma experiência que envolve uma trepanação para investigar se, de fato, um buraco no crânio pode gerar o sexto sentido em um ser humano.

Positivo/Negativo: Homunculus é um dos mangás que compõem a nova leva de títulos orientais da Panini. Junto com Seton, integra o grupo destinado a leitores mais adultos.

De certa forma, a série não tem nada de mais. O desenho, por exemplo, não é brilhante. Tem bons momentos, como a caracterização do rosto esquisito de Manabu Ito, com olhos pequenos e afastados, nariz achatado e lábios grossos. Noutros, peca pelo excesso, como se vê na página 94. Mas, na média, o traço de Yamamoto é apenas correto.

A técnica narrativa do mangaká também não surpreende. É competente, bem cuidada, mas sem grandes arroubos.

O ponto forte de Homunculus é justamente a história. É ela que faz o mangá merecer a atenção do leitor, e que deixa o título como um dos lançamentos mais interessantes do ano até aqui.

Yamamoto acerta em cheio ao escolher como tema central a trepanação, uma cirurgia antiqüíssima, conhecida por várias culturas, envolta em enigmas, mas que a medicina tradicional garante que não causa nenhum resultado prático. O autor usa um elemento da vida real, tão palpável quanto os crânios trepanados expostos em museus, para criar uma trama de mistério fascinante, na qual se pode duvidar de tudo.

O estudante Manabu Ito, que promove a experiência, nem sequer acredita que a cirurgia pode liberar o sexto sentido de um ser humano. Ele apenas quer ter uma prova cabal da inutilidade de se perfurar um pedaço do crânio.

Quando Nakoshi começa a experimentar sensações estranhas, não fica claro o que está acontecendo: é imaginação, conseqüências neurológicas da cirurgia ou, de fato, o sem-teto ganhou acesso a um mundo espiritual?

O primeiro volume, porém, não dá nenhuma resposta. Pelo contrário: deixa ainda mais questões em aberto, em especial no que diz respeito aos dois protagonistas. Quem é Nakoshi e por que ele mora na rua? Por que Ito está tão interessado na trepanação?

A julgar pelo desfecho deste capítulo, ainda vai demorar para o leitor trombar com alguma resposta. Mas a jornada vai ser tão tensa quanto fantástica


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Comentário MEU:

Uma das melhores histórias que ando lendo é o mangá "Homunculus" que anda saindo pela Panini. (Outra HQ que estou gostando, mas por motivos bem diferentes, é o DeusExMachina)


Eu... confesso que não sou fã de mangá. Eu nunca parei para pensar exatamente no porque. Talvez alguns personagens sejam "esquemáticos" demais... caricatos. Ou os longos arcos e séries cuja publicação nem sempre era continuada. Talvez seja algum "trauma" com relação a primeira publicação do Akira (interrompida inesperadamente e que só foi encerrada graças a um fã que exigiu na Justiça que a editora Globo concluísse tudo). Mas sempre acompanhei meio de longe e vez ou outra arriscava alguma coisa.

Bom, na época que saiu Homunculus 1, a Conrad publicou o "Delivery Corpse Service", um mangá "divertido", com personagens "esquemáticos"... Mas com tramas realmente inesperadas e criativas. Saíram só quatro números, mas percebi que uma qualidade que vejo em muitas histórias japonesas é a de não conseguir "antever" o que vai acontecer.

Homunculus já está no 12... E sempre me surpreende. O que esta história é? Uma história de terror? Sobrenatural? Paranormal? Um drama psicológico?

A trama continua "tensa" (e isto sem haver - !!! - uma ameaça real, evidente).

O Eduardo Nasi do Universo HQ sugere que deve haver uma resposta para estes vários mistérios.

Bem, provavelmente muitos leitores continuam na história, impelidos pela busca de um motivo para o qual o protagonista largou sua vida profissional e se tornou um sem-teto.

Eu - honestamente - não acho que vai haver uma resposta à altura. Mas não é aquela coisa de "Lost" ou "Arquivo X", mistérios sobre mistérios, apenas para prender o espectador. Não é isto. A história direciona-se para (algum) desfecho.

Mas não consigo imaginar uma resposta que "preencha" o abismo sugerido na história. A história deve ficar melhor assim: deve provocar continuamente. Inquietante como um poço do qual não se vê o fundo.

(A série está chegando ao FIM. Parece que, ao estilo de Oldboy, vão fazer um filme baseado em Homunculus. Vi AQUI. Será que os críticos de cinema vão se lembrar que a origem da história era uma HQ qdo comentarem o filme?)
 

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