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Homem que vingou morte do filho após 13 anos vai a júri no interior de SP

Kyra

I am Jack's smirking revenge.
Em 23 de dezembro do ano passado, Agnaldo de Souza Lima, 62, foi preso acusado de matar a tiros o presidiário Milton Batista do Nascimento, no Cidade Aracy, periferia de São Carlos. Nascimento foi condenado por matar o filho de Lima 13 anos antes, em uma briga de bar, com a ajuda de um colega. Hoje, no Fórum da cidade, Lima vai a júri popular pela morte do assassino do filho.

Até dezembro do ano passado, Nascimento ainda cumpria pena por causa do assassinato do filho de Lima, José Roberto, em agosto de 1996. No final do ano, ele deixou provisoriamente a prisão para passar as festas com a família --quando foi morto a tiros por Lima.

Será a segunda vez que o réu vai a júri popular acusado de matar um dos assassinos do filho. No mesmo dia em que José Roberto morreu, Lima matou um dos autores do crime, Rodrigo de Paula, 18, com três tiros. Nascimento também foi atingido, mas escapou e foi preso.

Já Lima respondeu em liberdade pelo assassinato, alegou legítima defesa e forte estado emocional, e acabou absolvido da primeira morte. No júri de hoje, as teses de legítima defesa e violenta emoção voltarão a ser usadas pela defesa.

"Ele [Lima] não matou por vingança, mas porque foi agredido", diz o advogado Ulisses Mendonça Cavalcanti. Já o promotor Marcelo Mizuno, da acusação, afirma que não havia razão para o crime.

Folha Online

Acho que não o culpo.
 
Eu não o culpo pois sei que faria o mesmo.
Mas acho que é certo prende-lo (ou condena-lo de algum jeito), se não não faria sentido as instituições e leis que nos regem.
 
Se (vejam bem, SE) este homem não sofre de transtorno de estresse pós-traumático, fico imaginando no que ele se tornou, alimentando, por 13 anos, esse desejo de vingança. Ou melhor, fico pensando no que ele deixou de alimentar, que poderia ajudá-lo a lidar com a situação.
 
Mas acho que é certo prende-lo (ou condena-lo de algum jeito), se não não faria sentido as instituições e leis que nos regem.

Exato Anwel, as leis devem ser cumpridas, não estamos no século XVIII onde se dizer que matou por vingança ou em defesa da honra é um atenuante, como disse Mahatma Gandhi: "De olho por olho e dente por dente o mundo acabará cego e sem dentes." Embora eu não possa falar muita coisa pois eu nem imagino como deve ser essa sensação, mas o que está sendo julgado é o crime e não o réu.
 
Se (vejam bem, SE) este homem não sofre de transtorno de estresse pós-traumático, fico imaginando no que ele se tornou, alimentando, por 13 anos, esse desejo de vingança. Ou melhor, fico pensando no que ele deixou de alimentar, que poderia ajudá-lo a lidar com a situação.

As vezes não é que ele se tornou uma pessoa sedenta por vingança, mas acho que algo deve ter despertado dentro dele ao ver o assassino de seu filho solto, ainda mais em época de Natal. O assassino lá, feliz com a família, e ele sem o filho. Acho que mesmo que a pessoa tenha superado a perda, o sensação de injustiça é enorme...
 
Realmente ele teve seus motivos sim, mas não acho que temos o direito de tirar a vida de ninguém apenas Deus dá e Deus tira.
 
As vezes não é que ele se tornou uma pessoa sedenta por vingança, mas acho que algo deve ter despertado dentro dele ao ver o assassino de seu filho solto, ainda mais em época de Natal. O assassino lá, feliz com a família, e ele sem o filho. Acho que mesmo que a pessoa tenha superado a perda, o sensação de injustiça é enorme...

A não ser que ele seja uma pessoa que não tenha conhecimento da legislação do país (o que não é algo incomum), ele sabe que este benefício - passar o natal com a família - é concedido. E isso, de modo algum, caracteriza injustiça (do ponto de vista Legal, vale ressaltar, não estou julgando os valores pessoais). Ele estava cumprindo sua pena.

Agora, sim, é claro que o fato de ele cumprir a pena não diminuiria a falta que o pai sentiria do seu filho, mas matar o assassino não é questão de senso se justiça, não. É mais ou menos o 'olho por olho, dente por dente'.

Continuo achando que ele tomou por justiça o que, na verdade, é vingança. E também acho que tem toda uma questão patológica. Se ele tivesse, realmente, superado (não a ausência do filho, mas o incidente da morte), não teria cometido o crime. Mas é claro, estou no âmbito das suposições, mesmo porque não sei das circunstâncias que envolvem o caso, não sei se ele estava alcoolizado, não sei se ele estava, por um acaso, no local em que a vítima estava ,entre outros. Se considerarmos a possibilidade de ele estar, há bastante tempo, esperando só essa oportunidade para executar um crime já planejado? Também tem o fato de ele estar com uma arma. Ele já foi para o bar armado?

Não estou questionando a dor dele, como pai, estou questionando o crime dele, e, para mim, a motivação foi um desejo de vingança muito forte.
 
É aquela história de "a vingança nunca é plena. mata a alma e a envenena" [+ Seu Madruga]

Mas eu teria feito o mesmo.
 
A não ser que ele seja uma pessoa que não tenha conhecimento da legislação do país (o que não é algo incomum)

Difícil alguém conhecer viu... Mas você acha que essa concessão é justa? A cada ano um número maior de detentos não volta pro presídio...
Acho que citamos duas situações diferentes em relação a injustiça, você do ponto de vista legal e eu do ponto de vista emocional.

Se considerarmos a possibilidade de ele estar, há bastante tempo, esperando só essa oportunidade para executar um crime já planejado? Também tem o fato de ele estar com uma arma. Ele já foi para o bar armado?

Não não! hehehe
Quem morreu no bar foi o filho! Mas essa matéria tá bem fraquinha. O advogado de defesa do pai fala que foi legitima defesa, mas não encontrei em outro site a informação de quando e aonde ele matou o assassino do filho... :think:

O filme Código de Conduta (Law Abinding Citizen) retrata bem aonde termina o senso de injustiça e onde começa a vingança.

E apesar de tudo eu ainda não o culpo... :roll:
 
Kyra disse:
Mas você acha que essa concessão é justa? A cada ano um número maior de detentos não volta pro presídio...
Acho, sim. Acho que a concessão, em si, seja justa. O fato de ela não ser, efetivamente, implementada/regularizada, a meu ver, não faz com que ela seja injusta.

Estamos em um impasse, eu continuo achando que foi vingança, e que o fio que separa a noção de senso de justiça da noção de vingança, emocionalmente (não, necessariamente, legalmente) falando, seja muito tênue.

C'est la vie.
 
Última edição por um moderador:
Acho, sim. Acho que a concessão, em si, seja justa. O fato de ela não ser, efetivamente, implementada/regularizada, a meu ver, não faz com que ela seja injusta.

Mas pq você acha ela justa?
Digo isso, sem conhecimento legal, por que acho que se a pessoa cometeu um crime, ela deve pagar por esse crime e não receber regalias.

Estamos em um impasse, eu continuo achando que foi vingança, e que o fio que separa a noção de senso de justiça da noção de vingança, emocionalmente (não, necessariamente, legalmente) falando, seja muito tênue.

C'est la vie.

Impasse não. Também acho que tenha sido vingança, mas acho que do ponto de vista dele não foi. Ele deve enxergar isso como justiça, um alívio.

Digo que não o culpo, mesmo sendo vingança, por que não faço idéia do que faria se fizessem isso com um familiar ou amigo meu. Acho errado e também acho uma atitude bonita dizer que quem só mata e cria é Deus e etc, mas nós nunca conseguimos prever a reação que teremos diante de uma situação assim.
 
Kyra disse:
Mas pq você acha ela justa?
Digo isso, sem conhecimento legal, por que acho que se a pessoa cometeu um crime, ela deve pagar por esse crime e não receber regalias.
Eu acredito em reabilitação, e eu acredito que para que isso aconteça, seja necessário se levar em consideração os direitos humanos. Passar uma data especial com a família não anula o fato de se pagar pelo crime. Ser privado do convívio em sociedade, ser visto como um vírus ambulante, entre outros, são todas consequências de se 'pagar pelo crime', faz parte do processo (catártico, na verdade, à qual a sociedade submete o indivíduo 'transgressor'). Mas eu, definitivamente, estou sem tempo para começar a conversar sobre Direitos Humanos. Essa discussão, embora seja muito interessante e saudável, demanda um tempo que, infelizmente, não tenho.

Kyra disse:
Impasse não. Também acho que tenha sido vingança, mas acho que do ponto de vista dele não foi. Ele deve enxergar isso como justiça, um alívio.

É como eu disse, em um dos posts anteriores:

Continuo achando que ele tomou por justiça o que, na verdade, é vingança.
 
Alguém assistiu "O Segredo dos Seus Olhos"? Apesar de diferenças óbvias, essa relação com vingança e justiça também existe. Eu recomendo.
 
Última edição:
Se eu fosse jurado, daria a absolvição. Matar o assassino do seu filho não faz de você um risco a sociedade. Eu mataria se fosse ele.

Roubando uma frase de Zombieland "Um homem que perde o filho não tem nada a perder" (acho que é isso) :mrgreen:

Mas o que é justiça? É apenas cumprir a Lei?

EEEUU (Igor, Neithan) acho justo matar o assassino de meu filho. Outras pessoas, não acham.
 
Na minha opinião...
- Reabilitação em prisões brasileiras? Sonho! Só com uma mudança drástica no sistema penal. Talvez daqui uns 100 anos.
- Não foi justiça pq ele merecia pagar pelo crime que cometeu. Morreu, acabou. Morrer é fácil.
- "Direitos humanos" é um tópico complicado e digo que não concordo com muitos dos príncipios, portanto nem vou entrar no assunto...
 
Eu não conheço as motivos que levaram os assassinos a matarem o rapaz e por isso não vou emitir minha opinião sobre a VINGANÇA do pai. Mas normalmente nessas situações que envolvem mortes em bares, jogos, casas noturnas, etc é confuso dizer quem tinha a razão. Cabeça cheia de álcool ou alguma outra coisa, uma palavra errada na hora errada e mais o uso de armas acabam fazendo que uma pessoa passe de inocente a assassino num piscar de olhos.
 
Vejam bem...Vejam BEM
FattePortraitAt.jpg
.

Em "Valente" é olho por olho, dente por dente. Infelizmente queremos salvar as pessoas, queremos converter os maus, mas alguns casos não tem salvação, tem gente que é ruim de nascença mesmo e nesse caso merece morrer. Não que seja o caso acima.

Existem os irrecúperáveis e os que se arrependem, o negócio é saber em que circunstâncias os dois mataram o filho do homem e principalmente se o preso realmente se arrependeu do que fez.

Acho que o pai só poderia ter matado o sujeito se o mesmo tivesse deixado claro que não tinha um pingo de remorso.

Afinal todos cometem erros, quem sabe que está errando e insiste não merece consideração.

By Raphael Silvério
Silver Bullet
 
Última edição:
Não sei sobre qual justiça a maioria de vocês fala. Parece-me que anseiam pela implementação de uma nova Lei do Talião, ou de um sistema feudal qualquer.

Apesar de compreender a ação desse pai, não vejo a mesma como justiça. A justiça está atrelada a valores, concepções e instituições de determinada cultura e tempo. O que esse pai fez, apesar de compreensível, é reprímivel e digno de punição aos olhos da justiça de nosso tempo (o que, aliás, já foi feito: http://www.estadao.com.br/noticias/...por-matar-assassino-de-seu-filho,541280,0.htm).

Se ele tivesse sido absolvido teríamos regredido alguns anos de avanço em termos morais.




Mas, sabe, o que penso ao ler esta reportagem não é tanto sobre moral e justiça, mas sobre amor e medo. Quanto esse pai não se negou a sentir a dor da perda, a fragmentação da sua identidade, a sua fragilidade? E, ao invés de tentar perdoar, construir, reconstruir, conhecer, ele se destruiu, destruiu uma família, perdeu uma riquíssima oportunidade de autoconhecimento e perdão. Ele foi tomado pelo medo e pelo narcisismo, ele consumiu a identidade do filho. Afinal, alguém aqui ousaria dizer que ele se vingou por amor?
 
Dou razão ao pai, ele fez o que várias pessoas fariam. E, seriamente, acho que ele não liga de ter que ser preso, porque já perdeu demais.
 

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