Não sei sobre qual justiça a maioria de vocês fala. Parece-me que anseiam pela implementação de uma nova Lei do Talião, ou de um sistema feudal qualquer.
Apesar de compreender a ação desse pai, não vejo a mesma como justiça. A justiça está atrelada a valores, concepções e instituições de determinada cultura e tempo. O que esse pai fez, apesar de compreensível, é reprímivel e digno de punição aos olhos da justiça de nosso tempo (o que, aliás, já foi feito:
http://www.estadao.com.br/noticias/...por-matar-assassino-de-seu-filho,541280,0.htm).
Se ele tivesse sido absolvido teríamos regredido alguns anos de avanço em termos morais.
Mas, sabe, o que penso ao ler esta reportagem não é tanto sobre moral e justiça, mas sobre amor e medo. Quanto esse pai não se negou a sentir a dor da perda, a fragmentação da sua identidade, a sua fragilidade? E, ao invés de tentar perdoar, construir, reconstruir, conhecer, ele se destruiu, destruiu uma família, perdeu uma riquíssima oportunidade de autoconhecimento e perdão. Ele foi tomado pelo medo e pelo narcisismo, ele consumiu a identidade do filho. Afinal, alguém aqui ousaria dizer que ele se vingou por amor?