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Herman Melville (1819-1891)

Lucas_Deschain

Biblionauta
Herman Melville (1819-1891)


Herman Melville (1819-1891) nasceu e morreu em Nova York. Os relatos das suas experiências como tripulante pelos mares do Sul, em títulos como Taipi, Omoo e White-Jacket, sobre o convívio com nativos das Ilhas Marquesas, renderam-lhe popularidade no início de carreira. Em 1851, publicou Moby Dick, seu sexto livro em apenas cinco anos. A partir daí, ainda que tenha escrito outros títulos, poesias, e novelas curtas, viveu anos de obscuridade, chegando a trabalhar como inspetor de alfândega, de 1866 a 1885.

Sua última novela, Billy Budd (coleção Prosa do Mundo, Cosac Naify, 2003), só foi publicada postumamente. Já a história de Bartleby, o escrivão (Coleção Particular, Cosac Naify, 2005), publicada anonimamente em 1853, e como parte do volume Os Contos da Piazza, em 1856, não foi bem recebida pela crítica, ficando sem reedição até os anos 1920, quando os livros de Melville começaram a ser estudados, seus textos incluídos nas antologias escolares, e sua obra revisitada. É de 1921 a primeira monografia americana sobre sua obra: H. Melville, marinheiro e místico, de Raymond Weaver.

Melville sofria em pensar como seria lembrado na posteridade. Em carta ao amigo e escritor Nathaniel Hawthorne, em 1851, confessa temer ser apenas lembrado como o homem que viveu entre os canibais - referindo-se às suas aventura nas Ilhas Marquesas. Num prólogo à tradução de Bartleby, o escrivão, Jorge Luis Borges lembra que nos vinte anos da morte de Melville, a Enciclopédia Britânica o considerava apenas um simples cronista da vida marítima.

Fonte: Site da Cosac Naify

* * *​

Sou fã confesso do Melville, principalmente por conta de Moby Dick, um dos melhores livros que já tive a oportunidade de ler. É de fato um dos gigantes da literatura norte-americana. Alguém mais já se aventurou por algum livro dele ou mesmo algum conto ou historieta? Certamente há muito o que falar sobre Melville, desde seu retrato sobre a vida marítima até suas idéias acerca da moralidade humana, tema ao qual se volta de forma recorrente, sob várias vestes e abrordagens.

Li em uma porção de lugares que o conto Benitto Cereno é uma de suas obras-primas pouco conhecidas, e estou a fim de lê-lo, alguém mais se habilita a me acompanhar e podermos então discutir?
 
Só conheço "Bartleby, o Escriturário", que me impressionou bastante.

"Moby Dick" eu vi o filme de 1956 (com o Gregory Peck como capitão Ahab) e sempre desanimei quando olhava o tamanho do livro. =/

Até agora.

Recentemente li um livro de textos do Albert Camus sobre autores e suas obras, "A Inteligência e o Cadafalso" e um desses ensaios é sobre o Melville.
Camus escreve sobre o autor e principalmente sobre Moby Dick com tanta admiração e respeito (chamando-o de "Homero do Pacífico") que até quem não conhecia, ou nunca cogitou ler Melville vai querer ler algo dele e se apaixonar como Camus:

É quase tão difícil falar em poucas páginas de uma obra que tem a dimensão tumultuosa dos oceanos em que nasceu quanto resumir a Bíblia ou condensar Shakespeare. (...) Seus admiráveis livros, que não podemos ler de modo diverso, são dessas obras excepcionais, ao mesmo tempo evidente e misteriosas, obscuras como a plenitude do sol e, entretanto, límpidas como as águas profundas. A criança e o sábio encontram igualmente nelas seu alimento.

Depois dessa, já estou cogitando, em breve, finalmente criar coragem e enfrentar "Moby Dick". :gira:
 
Só conheço "Bartleby, o Escriturário", que me impressionou bastante.

Ah sim, o engimático Bartleby e sua obstinada decisão de não fazer nada. Pois é, acho o Bartleby ainda mais significativo quando posto diante dos outros livros do Melville, seja o catatau Moby Dick, cheio de aventuras e com um clima sombrio magnífico, seja com os relatos simpáticos e curiosos sobre os canibais, como em Mares do Sul (aqui também traduzido como Taipi, pela L&PM).

Tenho para mim, e o Carpeaux está aí que não me deixa mentir, que a reação do Melville é contra aquele mundo totalmente racionalizado que o Weber descreve em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, uma vez que a porção ocidental dos Estados Unidos, onde fica a ilha de Nantucket (esse paraíso de baleeiros e Ahabs em potencial) é intensamente calvinista e, em espectro mais amplo, puritano (tem aquele sermão do padre antes da viagem em busca da baleia branca que é uma das coisas mais sensacionais que já li, dá para escrever uma monografia só em cima daquilo lá). Não que haja uma correspondência exata, direta ou mecânica entre as duas coisas, mas a visão de mundo que o calvinismo promulga se alinha em diversos aspectos com aquilo que o Weber chama de 'espírito' do capitalismo: ou seja, uma mentalidade e um ethos voltados à diligência, a vida regrada e frugal, dedicada ao trabalho e à acumulação, coisas que o Ismael de Moby Dick, no início do romance, caracteriza como spleen (em português esplim), direta ou indiretamente.

Só uma abordagem à qual procuro me fiar ao analisar a obra de Melville, e que gostaria de discutir com vocês, caso se dignem.

Depois dessa, já estou cogitando, em breve, finalmente criar coragem e enfrentar "Moby Dick". :gira:

Vai com tudo que estarei aqui para acompanhá-la nas loucuras obsessivas de Ahab. Não irá se arrepender. :)

Clara, tem uma edição que saiu pelo saudoso Círculo do Livro (que, aliás, faz parte de uma coleção de seleção de contos de vários autores) juntando o que eles chamam de Os Melhores Contos de Herman Melville. Tenho essa edição (eu adoro as edições do Círculo do Livro) e tem os contos: Bartleby, O Homem do Pára-raios, O Terraço e o famoso Benito Cereno. Estou para lê-lo, tenho certeza que daria uma boa conversa.
 
Lucas, sabe dizer se o Taipi é bom?

Calib, li ele no ano passado e achei bem interessante. Não porque seja uma obra daquelas mega-emblemáticas sobre a natureza humana e sobre as peculiaridades de nossa existência e suas contradições, mas sim porque nos ajuda a compreender, entre outras coisas, o caminho que trilhou Melville (prática, aliás, que aprecio profundamente). Conhcemos as referências de Melville e construções de pontos de vista que nos ajudam a compreender outras de suas obras e a abordagem temática de cada uma delas, isso tudo embalado por uma narração descrita exótica sobre o modo de vida dos nativos e o clima meio "aventuresco" que embala toda a obra.

Fiz uma resenha do livro. Embora o título da edição que li seja Mares do Sul, se trata do mesmo livro, Taipi, lançado pela L&PM.
 
Ok. Li a resenha e me convenci.

É que vi esse Taipi num sebo por R$ 5,00, uma edição bem antiga mas com uma encadernação nova.
Vou comprar para curtir um pouco de literatura de aventura. :D
 
Tenho Moby Dick em uma edição da Martin Claret,comprei antes de saber que ela "roubava" traduções e outras maracutaias e nunca li. Essa semana fui comprar um livro para minha namorada e para ganhar frete gratis, acabei comprando "Billy Budd marinheiro" do Melville , será o primeiro livro que lerei do dele, deve estar chegando já. Sobre Moby Dick, to pensando se compro outra versão ou leio essa mesma que tenho. Foda é que peguei preconceito. E o duro é que as capas da Martin Claret são tão lindas!
 
Eu tenho o romance Moby Dick da minha antiga coleção Imortais da Literatura Universal (Abril Cultural), que é com tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. Estou pretendendo relê-lo, pois eu li há muito tempo atrás.
 
"Chamai-me Ismael." Eu tinha essa mesma versão, Spartaco. E sempre me pareceu boa. Li até metade e larguei. Eu era mais jovem e tal... No futuro darei outra chance.
 
Eu tenho o romance Moby Dick da minha antiga coleção Imortais da Literatura Universal (Abril Cultural), que é com tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos. Estou pretendendo relê-lo, pois eu li há muito tempo atrás.

Também tenho essa edição, Spartaco. A hora que tu quiser relê-lo estamos aí para discutir. Tenho certeza que tem muita coisa ainda a ser dita. Tem um patcha tópico aqui no Meia sobre o livro com belíssimas discussões.

Essa semana fui comprar um livro para minha namorada e para ganhar frete gratis, acabei comprando "Billy Budd marinheiro" do Melville , será o primeiro livro que lerei do dele, deve estar chegando já.

Maneiro Lavoura! Conforme for lendo vamos trocando algumas idéias no tópico do livro. Acho muito bom, um dos melhores exemplos de literatura curta que conheço.

Sobre Moby Dick, to pensando se compro outra versão ou leio essa mesma que tenho. Foda é que peguei preconceito. E o duro é que as capas da Martin Claret são tão lindas!

Tu gosta mesmo ou está brincando?
 
Eu até acho algumas - peraí, eu disse algumas(don't freak out :p) - das capas deles bem bonitas, como as dos livros de Julio Verne... tbm gosto da capa de O mágico de Oz(:dente:) tem tbm essas capas de estilo novo deles que são bem bacanas :sim:!
 
Li apenas MOBY DICK. Acho que foi o primeiro livro que comprei na vida, quando eu estava na sexta série (logicamente o dinheiro era do meu pai...=P)
 
ehehuaeh
EU acho as capas muito feias. Sei lá quem foi o artista que fez. Mas ele tinha o dom de pegar um rosto aleatório, misturar um fundo com cores que não combinam e a cor do título com uma cor que combina menos ainda com o fundo.
Tipo utilizar Roxo, verde e amarelo.


Ah, li Billy budd marinheiro, muito boa a leitura mesmo! Procurarei outras obras do Herman para ler. Além de Moby Dick, que ainda não li.
 

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