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"Hamlet" (Shakespeare)

Pandatur

Usuário
Estou abrindo este tópico para que aqueles que como eu leram Hamlet, possamos discutir um pouco sobre este clássico shakespeariano.
 
Foi mal chefinha... é que deu preguiça, sabe? :oops: Pode deixar, o Panda vai fazer direitinho agora. Bem, vamos lá:

Hamlet é uma história contada por Shakespeare, sobre um príncipe da Dinamarca que é incubido pelo espírito do pai a vingar-lhe a morte, pois este fora assassinado pelo irmão (tio de Hamlet) e que agora ostenta a coroa do país, e se casou com a Rainha.

É mais ou menos isso...

Pra quem não sabe, é dessa peça que vêm frases clássicas como : "Há algo de podre no reino da Dinamarca" e "Ser ou não ser, eis a questão."

Tá bom assim, Tia Joy? :grinlove:
 
Bom, uma vez eu representei o proprio principe na escola, eu dizia assim:
"to be or not to be, that's the question. Is it better to live or die??but what happens after we die?nobody knows."
hehehe, tirei 10! :o?:

é uma obra que tem paralelos com o mundo de hoje: Poder, corrupção, assassinatos, tretas do governo...é atemporal como a maioria das obras de Shakespeare...
 
Bem, analisando um pouquinho mais profundamente(ai, desculpem, mas eu não consigo resistir... :mrgreen: ), vocês já perceberam como Shakespeare trata as mulheres nessa peça? Totalmente submissas, sem voz ativa pra nada...tanto a rainha quanto a Ofélia...
Mas uma das coisas que mais chamaram minha atenção foi a maneira como o teatro é exposto dentro da própria peça...metalinguagem fantástica!!...Ele usa o teatro para revelar a crueldade e a tirania do tio...fica testando as reações do cara...até que ele não aguenta e explode...e até a guerra do final(onde, pra variar, morre todo mundo), parece meio encenada...sei lá...pelo menos eu acabei encarando dessa forma...mas talvez precise ler de novo pra estudar melhor o caso...
Desculpem mais uma vez, se fiquei muito presa a análises literárias da peça...acho que é o habito... :wink:
 
Quanto à questão das peças, realmente o lance do teatro para revelar a vilania do Rei foi uma ótima jogada.
Uma coisa que achei interessante, é que quando Rozencratz e Guildenster estão falando para hamlet da chegada dos atores, e que eles estão perdendo espaço para crianças, Shakespeare se refere à Companhia dos Meninos de São Paulo, que enfrentou a Companhia de Shakespeare na Guerra dos teatros em 1600 e 1601.
 
ja acretitei q essa era a mehor peça dele... no entanto depois de a ler pela quinta vez nao pude deixar de ver alguns pontos q nao gosto... hoje em dia prefiro muito mais macbeth e rei lear..... alem do fato de eu ter apresentado esa peça a uma ex namorada minha e ela ter conseguido a destruir assim como o diogo vilela interpretando um hamilet homosexual coisa q nao faz sentido algum...... uma pena....


abraços Dwarf

mas eh uma boa peça.... gostaria de a ver encenada algum dia.... num palco britanico de preferencia....
 
Somos dois, Logan... o que eu daria para morar em Londes ou New York apenas para poder assistir as peças britanicas, nova iorquinas! :osigh:

Acho que me ligo mais na parte em que o principe tem de se decidir, entre encarar ou ignorar. Se ele encara o problema, com certeza será infeliz e terá a tragédia na sua vida. Se ele resolve ignorar e fingir que nada acontecera, então ele será um covarde - não para os outros, mas para si mesmo.

E a loucura que ele encena é para mim uma forma de fuga. De ser e ao mesmo tempo não ser. Mas por isso também, ele acaba caminhando para a tragédia. Antes tivesse encarado de frente sem o subterfúgio. Ou seria a loucura um estratagema? Bem, esse segredo ele levou com ele (ou Shakespeare levou com ele...)
 
A parte que eu mais gosto do livro é como Hamlet idealiza o seu pai como sendo um héroi, mas no proprio livro quando espirito do seu pai aparece ele mesmo confessa que estava pagando pelos seus pecados na terra e pede para Hamlet vinga-lo, pelo jeito o pai dele não se arrependeu do que vez .... :mrgreen:
 
Hamlet ter que vingar o pai para que este possa ter o descanso eterno nos lembra muito algo presente na cultura nórdica (que a Dinamarca inclusive fazia parte) não cristianisada, onde matar o assassino de alguém querido era comum para que a alma do morto pudesse seguir para o Valhalla. Será que Shakespeare sabia disso (o que eu acho provável) ou em outras culturas isso também acontecia?

Outra coisa: em que época se passaria Hamlet? Se levarmos em conta a afirmação de Guildestern (ou Rozencratz, não lembro) sobre os meninos artistas (referente à Companhia dos Meninos de São Paulo), a peça se passa na época de 1600, 1601. No filme dirigido/produzido/estrelado por Kenneth Branagah, vemos algo mais luxuoso, sei lá, parecendo em uma época mais à frente, por volta do fim do século XVII início do XVIII (tem até arma de fogo no filme). Mas na minha mente eu prefiro visualizar a estória em época mais passada, mais medieval...
 
Pra mim Hamlet se passa numa epoca atemporal logo no começo do livro a nevoa, o clima sombrio faz o leitor posicionar o tempo da narrativa em algo mais surrealista.
 
Jô disse:
Bem, analisando um pouquinho mais profundamente(ai, desculpem, mas eu não consigo resistir... :mrgreen: ), vocês já perceberam como Shakespeare trata as mulheres nessa peça? Totalmente submissas, sem voz ativa pra nada...tanto a rainha quanto a Ofélia...

Isso é fato. Considerando principalmente Gertrudes e Ofélia, as mulheres em Hamlet são essencialmente fracas. Diferente de outras personagens femininas de Shakespeare, como Lady Macbeth ( :grinlove: ) ou Julieta, que eram voluntariosas e fortes, as mulheres da peça parecem esmagadas sob os egos masculinos.

Tanto Gertrudes quanto Ofélia são submissas: a primeira a Hamlet e Cláudio, a segunda a Polônio e Laertes. Gertrudes aparenta tanta fraqueza que até mesmo o fantasma do Rei pede ao filho que concentre sua vingança em Cláudio, provavelmente livrando a Rainha da culpa e ao mesmo tempo a subestimando, como se ela não fosse capaz de articular um plano de assassinato.

Ambas as personagens demonstram sofrimento por causa da loucura de Hamlet, o que significa também que estavam mais propensas a demonstrarem seus sentimentos do que os homens. Note que, quando Hamlet expõe seus sentimentos, ele faz para ilustrar sua loucura fingida, de onde é possível concluir que essa facilidade de expor os sentimentos demonstrada por Ofélia e Gertrudes não era exatamente elogiosa.

Outro ponto a ser destacado era a falta de confiança que Hamlet mostra por Ofélia, já que não divide com ela o segredo de sua loucura. Desse modo, podemos concluir que fragilidade, submissão e os excessos eram características marcantes nas mulheres de Hamlet :wink:

Pandawan disse:
Hamlet ter que vingar o pai para que este possa ter o descanso eterno nos lembra muito algo presente na cultura nórdica (que a Dinamarca inclusive fazia parte) não cristianisada, onde matar o assassino de alguém querido era comum para que a alma do morto pudesse seguir para o Valhalla. Será que Shakespeare sabia disso (o que eu acho provável) ou em outras culturas isso também acontecia?

Tem as Fúrias gregas também. Aliás, acho que Hamlet acaba se aproximando *muito* da Oréstia. É só comparar:

Agamêmnon -> Rei Hamlet
Clitemnestra -> Gertrudes
Orestes -> Hamlet
Egisto -> Cláudio

No caso da Oréstia, Orestes jura a Apolo que vingará seu pai, Agamêmnon, que foi assassinado pela esposa e amante (Clitemnestra/Egisto). A diferença é que as mesmas Fúrias que o puniriam se ele não cumprisse o juramento a Apolo, também o puniriam pelo crime de sangue (o assassinato da própria mãe).

Acredito que Shakespeare tenha bebido de várias fontes para criar seus personagens, mas o teatro clássico é o principal. Tanto que nos seus primeiros trabalhos, ele fazia adaptações de peças de autores gregos e latinos.
 
Eis que o tópico renasse. Olha só o que eu encontrei por aí:

Uma rara edição de 1611 da tragédia Hamlet, de Shakespeare, ficou sem comprador num leilão realizado anteontem. O livro pertence ao espólio da Viscondessa Eccles e deveria ter sido vendido por valores entre 1,5 e 2 milhões de dólares, conforme estimativas da casa de leilões Christie´s. O lance mais alto, no entanto, foi de 1,2 milhões.

Lady Eccles era uma conhecida colecionadora de livros e realizou doações de diversos volumes à Universidade de Harvard e à Biblioteca Britânica. A edição de Hamlet, a única ainda em mãos de particulares, era um dos dez itens de Shakespeare incluídos no leilão, que acumulou mais 1,8 milhão de dólares em vendas de livros e manuscritos que pertenciam à Viscondessa.

Fonte: Omelete
 
Bem o que posso dizer, esse foi o segundo livro de Shakespeare que eu li (o primeiro foi Rei Lear). Eu achei demais uma obra-prima, falando nisso, alguns de vocês já viu a adaptação para o cinema com Mel Gibson como Hamlet?? Ficou realmente excelente.
 
Michael Hasfel disse:
Bem o que posso dizer, esse foi o segundo livro de Shakespeare que eu li (o primeiro foi Rei Lear). Eu achei demais uma obra-prima, falando nisso, alguns de vocês já viu a adaptação para o cinema com Mel Gibson como Hamlet?? Ficou realmente excelente.
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Eu ví sim!!! Ainda não ví um melhor! E eh bem medieval (como alguém aqui, que não recordo quem, gostaría que fosse). :cerva:
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Mulheres submissas... essa parte me fez lembrar uma outra peça de Shakespeare chamada "Muito Barulho por Nada"(1598/1599), que vocês já devem ter lido ou visto em algum lugar... nela se encontra os dois: a mulher submissa (prima de Beatriz) e aquela que tem voz e é audaciosa (Beatriz). :mrgreen:
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Mas voltando ao assunto de Hamlet, existe frase mais famosa que "ser ou não ser, eis a questão"? :ahn?:
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Famosa porém o contexto normalmente é distorcido por aqueles que a citam sem sequer ter lido/assistido a peça. E das versões para cinema, a do Kenneth Branagh chuta bundas, é simplesmente perfeita.
 
Ana Lovejoy disse:
Famosa porém o contexto normalmente é distorcido por aqueles que a citam sem sequer ter lido/assistido a peça. E das versões para cinema, a do Kenneth Branagh chuta bundas, é simplesmente perfeita.
Pois é, todo mundo usa essa frase naquele contexto em que ele está com o crânio do Yoric na mão. :tsc:
E a versão do Kenneth é legalzona mesmo. Vi pouco depois de ler a peça, e é simplesmente idêntica. O único porém, na minha opinião, foi o fato de ela não ser tãaaao medieval, tendo um caráter mais de sec. XVII pra frente, eu diria. Não que isso seja uma falha, mas se fosse algo numa ambientação mais "Idade Média" eu gostaria mais. :mrgreen:
 
Ainda não cheguei a ver do Kenneth Branagh como Hamlet, mas eu adorei a versão do Mel Gibson porque eu adoro ele (como ator) e também por ser bem medieval sem falar que o elenco é ótimo e a cena final com Laertes ficou empolgante.
 
Michael Hasfel disse:
Ainda não cheguei a ver do Kenneth Branagh como Hamlet, mas eu adorei a versão do Mel Gibson porque eu adoro ele (como ator) e também por ser bem medieval sem falar que o elenco é ótimo e a cena final com Laertes ficou empolgante.

Muito interessante mesmo! Eu adorei....principalmente as cenas em que a Ofélia está morta. :lol:
Tem algumas fotos do filme aqui... :grinlove:
 

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