Elessar Hyarmen
Senhor de Bri

Habemus Papam é produção franco-italiana. E essa parceria está presente já no nome do diretor, que também atua no filme, o italiano Nanni Moretti, seguindo para o protagonista Michel Piccoli (o papa), ator francês. Dois homens de coragem, pois o filme é ousado, provocador e certamente sofrerá ataques. Especialmente dos católicos mais fervorosos.
A grande sacada de Moretti, que também roteirizou e produziu o longa, foi elaborar trama que beira o absurdo, mas é, ao mesmo tempo, completamente verossímil. Habemus Papam mostra a eleição para o novo papa, depois da morte do antecessor. Uma das primeiras cenas, das mais engraçadas, tem a câmera focalizando os possíveis candidatos, que participarão do conclave. E lê o pensamento de cada um deles, praticamente o mesmo: “Eu lhe rogo, Senhor, que não seja eu” – rezam.
Jogadas políticas à parte e escolha oficial de um não favorito dão embalo ao início do filme, que traz cenas impressionantes da Praça São Pedro, em Roma, com a multidão esperando a fumaça branca aparecer, anunciando que há novo papa. São belas imagens feitas em estúdio e mescladas a cenas reais, gravadas durante o enterro de João Paulo II e a outras da real Praça São Pedro.
Quando o público acha que o filme já será bom o suficiente por mostrar a visão do diretor sobre o que seria a área interna do Vaticano e como se dariam as reuniões do conclave, vem a melhor surpresa. O cardeal eleito sumo-pontífice decide não subir à famosa varanda para dar a bênção aos católicos que o aguardam.
Entram em cena um psicanalista ateu, um segurança se fazendo passar pelo papa, a multidão e a imprensa, todos ansiosos por um nome. Tudo para ilustrar o que ocorreria caso um cardeal eleito papa desistisse da ideia em cima da hora.
É cômico. Enquanto o novo papa pede um tempo para pensar, várias situações se desenrolam. No Vaticano, cardeais querem passear em museus, mas não podem sair de lá até o nome ser divulgado. Jogos e competições distraem os religiosos. Do lado de fora, o novo papa anda entre anônimos como se fosse uma pessoa qualquer. E, de fato, ainda o é.
No meio disso tudo, o porta-voz do Vaticano, interpretado pelo polonês Jerzy Stuhr, tenta controlar a crise causada pela situação, tanto interna quanto externa. Habemus Papam é uma deliciosa comédia, que gera até certa angústia enquanto não se resolve o impasse gerado pelo novo papa. Acima de tudo um filme muito feliz nas (boas) provocações políticas, religiosas e freudianas.
Saiba mais
RITUAL SECULAR
A primeira vez que a palavra conclave foi usada faz nada menos que oito séculos. Foi quando o papa Gregório X instituiu a base dos conclaves atuais, o que se deveu à demorada sucessão do papa Clemente IV – mais de um ano e meio. Para evitar que a demora fosse uma constante, criou-se a reunião conclusiva. O conclave deve começar de 15 a 20 dias depois da morte do papa (o tempo tinha como base a demora dos cardeais de se deslocarem até Roma na época).
Durante o ritual, eles se reúnem, discutem e fazem suas escolhas. As votações são na Capela Sistina. Quando o nome é definido, a capela exibe a famosa fumaça branca.
Fonte: http://www.divirta-se.uai.com.br/ht..._sessao=8&id_noticia=51559/ficha_cinema.shtml
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O filme parece muito divertido. Depois vou querer assistir.
OBS: o link do filme está indisponivel. Quem quiser assitir terá que entrar no link da fonte.