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Notícias Há 55 anos, Castilho amputava parte do dedo para voltar logo ao gol do Flu

Há 55 anos, Castilho amputava parte do dedo para voltar logo ao gol do Flu
qua, 13/06/12
por bernardo.pombo |categoria Curiosidades

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Essa é mais uma daquelas belíssimas histórias do futebol. Castilho, há 55 anos, convencia médicos a amputarem parte do seu dedo mínimo da mão esquerda para voltar logo a jogar, para voltar logo ao gol tricolor. O livro Castilho Eternizado, de Antônio Carlos Teixeira Rocha, conta a história em detalhes:

Após constatar que havia uma destruição óssea de duas partes do dedo, Castilho procurou o médico do clube, Dr, Newton Paes Barreto, para uma conversa sobre o tratamento mais adequado para aquela situação que tanto o afligia. As formas de tratamento demandavam muito tempo. Depois de ouvir as opções, o goleiro tomou uma decisão surpreendente e radical. Decidiu que a parte de seu dedo afetada deveria ser amputada como solução final.

Houve um protesto geral desde a esposa, Vilma, até os dirigentes do Fluminense. Mas Castilho foi irredutível. Os médicos do clube, no entanto, exigiram um termo de responsabilidade assinado pelo goleiro para que se resguardassem de qualquer responsabilidade civil. Assim, em junho de 1957, submeteu-se à cirurgia que iria mutilá-lo para o resto de sua vida. Já em casa, em período de recuperação, Castilho recebeu a reportagem da revista Manchete Esportiva (nº 82, de 15/06/1957) e deu algumas explicações:

“Quando fui convocado para as eliminatórias, batia bola com o Pepe e senti uma dor profunda. Daí pra frente senti que era impossível adiar a cirurgia. Expressei meu drama aos dirigentes do Fluminense. O clube promoveu uma junta de cinco médicos. Estudaram o caso e resolveram que enxerto ou correção do eixo seriam medidas aconselháveis. Mas, o fato concreto é que, no meu entendimento, meu dedo continuaria imóvel e isso roubaria minha confiança. Foi quando pensei na amputação parcial. Só com ela eu me sentiria novamente confiante. Dr. Paes foi contrário. Relutei. Marcaram a operação e novamente Dr. Paes era contra. Foi tudo suspenso. Voltei a carga. Ficou então determinado que, para que houvesse a operação, eu teria que assinar um termo de responsabilidade. Vivi um drama durante 48 horas. De um lado a minha convicção de que só a amputação resolveria o meu problema. O dedo mínimo não tem a menor interferência na segurança de qualquer goleiro, tanto assim que pretendo ser candidato a uma vaga para a Copa de 1958. Do outro lado, a minha senhora e os médicos não concordavam. Telefonei para o Dr. Paes Barreto e fui franco – se não houver operação, não poderei mais continuar jogando, assim não confio mais em mim. No dia seguinte dei entrada na Casa de Saúde. Eram oito horas. Paes Barreto já me esperava. Antes da anestesia, ainda ouvi a última frase. “Castilho, você é louco”.

Quem não gostou do procedimento do médico do Fluminense foi o Dr. Manoel Cláudio da Mota Maia, na época professor catedrático de Técnica Cirúrgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

“Condeno por todos os modos a atitude do colega Paes Barreto. Castilho é um leigo em medicina. Sua palavra não pode determinar uma amputação. Deveria ser tentada a correção do eixo, como aliás propôs o próprio médico. ‘Ortopedia’ quer dizer conservação. A mutilação só deve ser procedida quando o membro ou o órgão não pode ser conservado sem o prejuízo à saúde. Repito: um termo de responsabilidade assinado por um leigo não tem o mínimo valor, ainda mais quando sabemos que a ‘correção do eixo’ saria a Castilho a possibilidade de voltar a exercer sua função. Apenas demoraria um pouco mais”.

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Duas semanas depois, Castilho voltaria ao gol tricolor. O tal tratamento, que não aconteceu, levaria mais de dois meses.

Trinta anos se passaram e Castilho voltou a ser notícia por outra decisão extremamente radical. Em 1987, o então ex-goleiro cometeu suicídio. Castilho se jogou do sétimo andar do apartamento da ex-mulher, Vilma, em Bonsucesso. Até hoje, a morte é cercada de muito mistério já que ninguém sabe ao certo o motivo que levou Castilho a tomar tal atitude.

Na época, Castilho era técnico da seleção da Arábia Saudita e, em janeiro, sentiu fortes dores de cabeça, sendo submetido a alguns exames que nunca tiveram o resultado publicamente revelado. Para algumas pessoas próximas, Castilho teria na época o que hoje é chamado de transtorno bipolar.

“O laudo (médico) poderia ter acusado alguma enfermidade grave, um tumor irremovível ou mesmo o desenvolvimento de um aneurisma pronto a explodir”, diz um trecho do livro Castilho Eternizado, de Antônio Carlos Teixeira Rocha, que aborda outra possibilidade.

“Outra hipótese seria o rompimento inesperado do relacionamento do casal (ele vivia com a segunda mulher, Evelyna, que se recusou dias antes a ir com Castilho para Riad, na Arábia Saudita). A separação brusca poderia ser a causa do transtorno mental, levando o goleiro a distúrbios emocionais”.

Uma parte triste da vida do goleiro, que tem no currículo nada menos do que quatro Copas do Mundo (1950, 1954, 1958, 1962), sendo uma – 1954 – como titular. Pela seleção ganhou ainda a Taça Oswaldo Cruz (1950, 1962), o Pan-Americano (1952) e a Taça Bernardo O’Higgins (1955). Pelo Fluminense, foi tricampeão carioca, bicampeão do Torneio Rio-São Paulo e vencedor da Copa Rio. É o atleta com mais jogos pelo clube: 699.

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