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Autor da Semana H. P. Lovecraft

De certa forma, se levarmos em conta a opinião dele quanto ao tema, muitas pessoas (afrodescendentes ou não) podem se sentir ofendidas ao ler tais passagens.

Isso é racista?

Para a época de Lovecraft, esse "diabolic" aí é bem pesado - para muitos ainda hoje é (vide a ofensa implícita emprestada do candomblé no uso do termo "exu demônio", que para eles não faz o menor sentido). Bom, hoje em dia a gente permite que certas m***** sejam feitas em cima das religiões africanas, como A Chave Mestra. :P É aquela coisa do antagonismo do cristianismo bonzinho, visão majoritária no Ocidente para a época de Lovecraft - embora eu entenda mais que Lovecraft era um cientificista-ocidentalizante-às-beiras-do-darwinismo-social -, com a mística africana, como naquele filme sobre vodu do Wes Craven que se passa no Haiti.
 
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como naquele filme sobre vodu do Wes Craven que se passa no Haiti.

Que filme é esse?

E @Eruannon Alcarin , essa é uma discussão que dá muito pano pra manga, vide o caso do Monteiro Lobato aqui no Brasil, cogitou-se até proibir as obras dele nas escolas ou reescrevê-las retirando as partes consideradas “ofensivas”.

Acho que aí vai muito da opinião pessoal do leitor.
Se não te agrada, não leia, pra que ficar lendo uma coisa que te ofende?
Pessoalmente acho que essas coisas não fazem muito sentido, tipo ficar “ódeus, esse cara é muito machista/racista/qualquercoisaista, vou parar de ler”.
Se conheço um pouco da vida e da época do autor e o contexto em que o livro foi escrito (como no caso do Lovecraft e do Monteiro Lobato) e se a história é bacana e o autor escreve bem, leio sem problemas.
Os “ismos” eu deixo de lado.

Como faço, por exemplo, com relação a esse seu avatar irritante, @Eruannon Alcarin , leio seus posts mas evito olhar pra o avatar, pra não correr o risco de ter um ataque epilético. :hahanao:
 
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Se a postura for reiterada em vários contos, até vai.
Se eu a vejo num único exemplo, pra mim é só a opinião do narrador. Por mais ofensiva que possa ser (e eu nem vou entrar nesse mérito).
 
Se a postura for reiterada em vários contos, até vai.
Se eu a vejo num único exemplo, pra mim é só a opinião do narrador. Por mais ofensiva que possa ser (e eu nem vou entrar nesse mérito).

Pode ser assim, também. :think:

O que só não acho certo é ser proibida de ler algo porque alguém considera "ofensiva" ou, pior ainda, alterar a obra de alguma forma, cortando partes ou modificando o texto.

E não acho que exista uma apologia ao racismo ou ao preconceito de qualquer tipo, não no caso de Lovecraft pelo menos.
Existem sim, frases e ideias de cunho preconceituoso nos textos dele, também o vejo como o @Bruce Torres, um tipo "um cientificista-ocidentalizante-às-beiras-do-darwinismo-social" :lol: mas não como um autor que faz apologia ao racismo ou incentiva a violência.
 
Enfim, mesmo depois de ler o tal artigo, nada mudou na minha opinião sobre a obra do Lovecraft.
 
como li alguns dias no facebug, nessa sociedade politicamente correta tá foda, não podemos nem chamar nosso amigo negro de tizil, buiú, negão e etc. Na minha infância não era assim, tinha o negão que chamávamos de Somália e não era bullying (nem existia o termo).
Atualmente querem arrumar preconceito em obras de escritor, vide Monteiro Lobato e Lovecraft.
 
Já havia lido antes sobre essa questão do Lovecraft e o racismo, também fui pego um pouco de surpresa, até hoje só li uma coletânea de contos e a cor que caiu do espaço e em nenhum deles eu consegui perceber esse posicionamento do autor.

Um texto do Braulio Tavares sobre o assunto que vale a leitura:
O World Fantasy Award, um dos principais prêmios da literatura fantástica, já foi recebido por muita gente importante. Na categoria de “Lifetime Achievement” (conjunto da obra), já foi para Ray Bradbury, Jorge Luís Borges, Italo Calvino, Harlan Ellison. Consiste num pequeno busto que reproduz H. P. Lovecraft. Em 2011, foi premiada ("Melhor Romance") a autora nigeriana-americana Nnedi Okorafor, que depois manifestou seu constrangimento ao ler um poema racista de Lovecraft. E agora há um movimento para mudar o prêmio, para não constranger pessoas que se julguem (possíveis) alvos de racismo.

Há indivíduos que são racistas e fazem disso o carro-chefe de sua vida, como os membros de Ku-Klux-Klan ou as autoridades da África do Sul na época do apartheid, etc. Vivem em função disso; é a principal bandeira ideológica de tudo que fazem. Esses, para quem não é racista, devem ser combatidos com a mesma firmeza com que perseguem suas vítimas.

E há pessoas que são racistas por mera osmose, porque foram criadas num ambiente onde isso era ponto pacífico, era um saber herdado e compartilhado sem jamais ser discutido. Por isso é importante discutir publicamente o racismo, talvez não para mudar a opinião da categoria anterior – esses são o “núcleo duro” do racismo, não podem ser convencidos, podem apenas ser neutralizados. Mas a discussão é para esses indivíduos que desprezam pretos ou judeus porque – como parece ser o caso de Lovecraft – cresceram num ambiente onde “gente de respeito não se mistura com gente inferior”, etc.

Dá-se algo parecido com as religiões. Muita gente cresce num ambiente vagamente religioso e adota a religião dos pais sem lhe dar muita atenção; torna-se geralmente aquele tipo “crente, mas não praticante”, e muitas vezes, se apertado, se colocado no canto da parede, o sujeito percebe que nem crente ele é pra valer. Aceitou sem muito interesse, mas não crê naquilo de verdade.

E Lovecraft? Parece que ele era um meio-caminho entre essas duas posições. Era um sujeito com traumas profundos, enorme senso de inadequação, inaptidão sexual, fantasias de nobreza e aristocracia, impulsos racistas que eram uma fantasia a mais. Mas nada disso estava sendo celebrado quando foi dada sua imagem ao prêmio. A celebração era do seu talento como escritor e sua influência no gênero fantasia/horror. Todo escritor tem defeitos como pessoa, tem falhas de caráter, tem ações ou omissões politicamente condenáveis, já se envolveu com atividades capazes de desagradar A ou B. Vai ser difícil (se resolverem trocar mesmo a estátua) achar um escritor sem defeitos, pra botar no lugar dele.
 
como li alguns dias no facebug, nessa sociedade politicamente correta tá foda, não podemos nem chamar nosso amigo negro de tizil, buiú, negão e etc. Na minha infância não era assim, tinha o negão que chamávamos de Somália e não era bullying (nem existia o termo).
Atualmente querem arrumar preconceito em obras de escritor, vide Monteiro Lobato e Lovecraft.

Esse argumento, agora chamado de "argumento Didi Mocó", é uma besteira sem tamanho. Imagino que depois do fim da escravidão, nenhum negro reclamava de ser mal tratado também.
 
como li alguns dias no facebug, nessa sociedade politicamente correta tá foda, não podemos nem chamar nosso amigo negro de tizil, buiú, negão e etc. Na minha infância não era assim, tinha o negão que chamávamos de Somália e não era bullying (nem existia o termo).
Atualmente querem arrumar preconceito em obras de escritor, vide Monteiro Lobato e Lovecraft.

Ofensivo sempre foi né, fcm? o_O
Ainda bem que as pessoas hoje em dia podem demonstrar que se ofenderam e que existem leis que as apoiam e defendem.
Essa é uma das (poucas) razões porque gosto de viver neste século. =/

E sim, o Lovecraft era racista e xenófobo.
Isso é perfeitamente visto em suas cartas e nas biografias que foram escritas.
Mas isso não tira a qualidade de sua obra.
Pelo menos não pra mim.
 
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Ofensivo sempre foi né, fcm? o_O
nah. Era na amizade mesmo, intimidade. Qual turma não tem o negão, o xuxa, o magrelo, o nerd e por aí vai? Isso era amizade, aquela boa e velha amizade cada vez mais rara, pelo menos pra mim. :(
 
Monteiro Lobato era racista
Charlie Chaplin era pedófilo
Abraham Lincoln era senhor de escravos
Xuxa dos Baixinhos era piada na minha época ("qual a diferença entre xuxa e xuxu?")
Orson Scott Card é homófobo
Charles Dickens batia na mulher


... e assim vai.


(a parte da Xuxa é só pra contar a piada)
 

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