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Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

Feynman

Usuário
Santos Dumont não inventou o avião. A origem da feijoada é europeia. Aleijadinho é um personagem literário. Zumbi tinha escravos. Essas são algumas máximas defendidas pelo jornalista Leandro Narloch em seu livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” (Ed. Leya, 319 páginas).

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Alguém aqui já leu?
Parece-me um livro muito interessante, pois o autor desmistifica certos acontecimentos históricos que com o tempo ganharam um contorno de verdades absolutas. Enfim, só por tentar fugir do mainstream dos livros de história, já me agrada bastante!
 
[align=justify]Não posso dizer nada com respeito a essa obra em especial, visto que não a li ou ao menos tinha conhecimento dela até ler esse post. Porém, como acadêmico de História, posso dizer que muito do que nos chega sobre História do Brasil é historicamente construído, ou seja, mudou ao longo do tempo, foi construído por homens de um contexto específico e através das especificidades desse contexto é que a História é contada.
Isso implica desdobramentos dos mais diversos com relação ao real ou ao que de fato aconteceu. Escrever sobre, historiograficamente ou não, implica irremediavelmente interpretar o fato de acordo com seus referenciais, o que, por sua vez, traduz uma visão ou versão da História, nesse caso historiografia. Junte essa subjetividade ao passar dos anos e de novas interpretações e terás no fim fatos modificados inclusive em seus aspectos principais.[/align]
 
Legaaaal. BTW, meu professor de história sempre disse que Tiradentes era uma farsa..

não me lembro porquê, mas ele sempre disse isso..
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Não posso dizer nada com respeito a essa obra em especial, visto que não a li ou ao menos tinha conhecimento dela até ler esse post. Porém, como acadêmico de História, posso dizer que muito do que nos chega sobre História do Brasil é historicamente construído, ou seja, mudou ao longo do tempo, foi construído por homens de um contexto específico e através das especificidades desse contexto é que a História é contada.
Isso implica desdobramentos dos mais diversos com relação ao real ou ao que de fato aconteceu. Escrever sobre, historiograficamente ou não, implica irremediavelmente interpretar o fato de acordo com seus referenciais, o que, por sua vez, traduz uma visão ou versão da História, nesse caso historiografia. Junte essa subjetividade ao passar dos anos e de novas interpretações e terás no fim fatos modificados inclusive em seus aspectos principais.[/align]

Você é acadêmico de História Lucas? que bacana.

Então, o Brasil sempre foi um país carente de heróis, isso a história e a literatura nos mostra, quem fora um herói brasileiro? Dom Pedro? não, muito menos Tiradentes [Que pode nem ter existido, sido apenas um bode expiatório da burguesia para que as pessoas de baixa renda apoiassem a revolução], o livro parece interessante, pra trazer a elucidação de coisas como "O verde da bandeira NÃO representa as matas".
 
Acho uma boa idéia esse livro, desde que passei a ter senso crítico, fico com pulga atrás da orelha a respeito da história desse país, esta ai um bom livro pra esclarecer certos fatos cabulosos que os livros de história não mostram.
 
A ideia do livro é boa, mas desanimei com ele depois de ver um artigo sobre n'O Livreiro.

Segundo o autor, o jornalista exagerou demais em alguns pontos, deixando a história forçada.

Quem quer ver, o artigo é esse aqui.
 
.Izze. disse:
A ideia do livro é boa, mas desanimei com ele depois de ver um artigo sobre n'O Livreiro.

Segundo o autor, o jornalista exagerou demais em alguns pontos, deixando a história forçada.

Quem quer ver, o artigo é esse aqui.

[align=justify]A crítica historiográfica é, ou ao menos se espera que seja, meticulosa em aprofundar a análise no sentido de construir novas perspectivas e interpretações que, se baseiem em documentos coevos e fontes historiográficas "confiáveis".
Meu primeiro pensamento com relação a esse livro foi justamente o temor do "sensacionalismo" que o autor deve ter usado ao escrevê-lo. Lembrando, não li portanto estou conjeturando, não afirmando. Só lendo para saber do que se trata e, posso afirmar que não tenho nenhuma vontade de lê-lo.[/align]
 
Acho que livros de História ficou para quem é da área escrever. Leandro Narloch é um bom jornalista, mas jornalista. No máximo, ele deve falar de fatos contemporâneos a ele.

Desculpem o rigor. É apenas a minha opinião, mas já vi tanta bizarrice sendo dita e escrita por pessoas de uma área que se metem a falar de outra que não é a sua que, definitivamente, não vejo com bons olhos.
 
Diva disse:
Acho que livros de História ficou para quem é da área escrever. Leandro Narloch é um bom jornalista, mas jornalista. No máximo, ele deve falar de fatos contemporâneos a ele.

Desculpem o rigor. É apenas a minha opinião, mas já vi tanta bizarrice sendo dita e escrita por pessoas de uma área que se metem a falar de outra que não é a sua que, definitivamente, não vejo com bons olhos.

[align=justify]Concordo contigo, basta dar uma olhada pelas prateleiras de História nas livrarias, ou mesmo no Submarino, Cultura ou Saraiva que se percebe como os jornalistas são os autores de vários livros de História. Creio que uma pesquisa histórica requer um rigor metodológico e apuro teórico que muitas vezes não são domínios desses jornalistas. Uma pena, pois muitas pessoas acabam por terem uma impressão errônea sobre muitos eventos históricos.[/align]
 
Lucas_Deschain disse:
Diva disse:
Acho que livros de História ficou para quem é da área escrever. Leandro Narloch é um bom jornalista, mas jornalista. No máximo, ele deve falar de fatos contemporâneos a ele.

Desculpem o rigor. É apenas a minha opinião, mas já vi tanta bizarrice sendo dita e escrita por pessoas de uma área que se metem a falar de outra que não é a sua que, definitivamente, não vejo com bons olhos.

[align=justify]Concordo contigo, basta dar uma olhada pelas prateleiras de História nas livrarias, ou mesmo no Submarino, Cultura ou Saraiva que se percebe como os jornalistas são os autores de vários livros de História. Creio que uma pesquisa histórica requer um rigor metodológico e apuro teórico que muitas vezes não são domínios desses jornalistas. Uma pena, pois muitas pessoas acabam por terem uma impressão errônea sobre muitos eventos históricos.[/align]

Exato. Acontece que muitos jornalistas acham que pesquisa jornalística é igual a pesquisa histórica. Além dos aspectos metodológicos, há outra coisa a que as pessoas não dão a devida importância: o lugar. Um jornalista jamais vai pensar como um historiador. Quem é acadêmico ou formado em História desenvolve um outro olhar sobre os fatos. Não exatamente pro passado, mas daquilo que é inerente mesmo à profissão, o conhecimento que ele adquire, etc.

Infelizmente, isso não acontece apenas no Jornalismo. Pedagogos são mestres em deturpar teorias psicológicas, por exemplo. E só o que existe é gente querendo falar de Arte utilizando categorias filosóficas em nível de senso comum. Numa aula que tive semana passada, ouvi uma definição genial pra Estética: "Estética é o estudo do belo.". Só se for do Belo, aquele cantor.
 
Diva disse:
Acho que livros de História ficou para quem é da área escrever. Leandro Narloch é um bom jornalista, mas jornalista. No máximo, ele deve falar de fatos contemporâneos a ele.

Não sou tão pragmático quanto a isso, desde que se tenha competência não vejo problema algum... hoje em dia há profissionais que atuam em várias áreas e em todas muito bem (isso em qualquer ramo de atuação).

Quanto ao livro, é um guia de curiosidades históricas, não há razão em se cobrar rigor metodológico.
 
Omnius disse:
Diva disse:
Acho que livros de História ficou para quem é da área escrever. Leandro Narloch é um bom jornalista, mas jornalista. No máximo, ele deve falar de fatos contemporâneos a ele.

Não sou tão pragmático quanto a isso, desde que se tenha competência não vejo problema algum... hoje em dia há profissionais que atuam em várias áreas e em todas muito bem (isso em qualquer ramo de atuação).

Quanto ao livro, é um guia de curiosidades históricas, não há razão em se cobrar rigor metodológico.

É por isso que as ciências humanas são tidas como pseudociências. Falta de rigor. E eu discordo de você: não basta apenas competência. Tem coisas que, por mais pesquisadas que sejam, um jornalista não conseguirá dar conta porque ele não conhece fatos e relações que um historiador conhece.

Se o profissional tiver aptidões(=estudado a fundo essas áreas), não vejo problema. Mas nem sempre ele tem.
 
Sem falar que o que um jornalista aprende na faculdade é a interpretar fatos. Tá, o cara foi lá, fez uma pesquisa enorme sobre a História do Brasil, mas o resultado do livro é uma interpretação pessoal do que ele encontrou. Não que na História ninguém interprete nada, até porque são a partir de análises e pesquisas de documentos que se forma os relatos históricos. Mas como disseram, falta ao jornalista certos aspectos que um historiador tem para fazer um relato próximo daquilo que realmente aconteceu.

Ah, mas esse não é o trabalho do jornalista? Olha, um jornalista pode dar múltiplos focos para um fato, e embora prega-se que ele deve ser imparcial, sabemos que ele não é. Porque até afirmações do "outro lado da notícia" ele consegue virar para seu lado, afim de favorecer a ideia que ele quer. Infelizmente é isso o que se vê no jornalismo.
 
sabendo q ele é escritor para a superinteressante e aventuras na história, já dá pra perceber qual é o nível do livro sem lê-lo.

na entrevista q deu para veja ele admitiu q procurou irritar o maior número de pessoas, mostrando a interpretação pessoal do material q pesquisou. e os irritados estão todos comprando o livro pra ler.

parte 1
parte 2
parte 3
 
Última edição por um moderador:
Olha só que coincidência: vamos discutir 1984 no Clube de Leitura, e na história é citado como o governo "escreve" a história baseado no que é conveniente para ele naquele momento. E aqui temos um livro, e principalmente opiniões, que "desconfiam" da história que nos é contada.
 
Diva disse:
É por isso que as ciências humanas são tidas como pseudociências.

Você quem está dizendo!
Se considerarmos o métódo de falseabilidade de Karl popper, grande parte de econômia, psicologia e até história não podem ser definidos como ciência.


Diva disse:
Falta de rigor. E eu discordo de você: não basta apenas competência. Tem coisas que, por mais pesquisadas que sejam, um jornalista não conseguirá dar conta porque ele não conhece fatos e relações que um historiador conhece.
Se o profissional tiver aptidões(=estudado a fundo essas áreas), não vejo problema. Mas nem sempre ele tem.

Foi exatamente o que eu disse no post anterior!
 
Omnius disse:
Diva disse:
É por isso que as ciências humanas são tidas como pseudociências.

Você quem está dizendo!
Se considerarmos o métódo de falseabilidade de Karl popper, grande parte de econômia, psicologia e até história não podem ser definidos como ciência.

É claro que sou eu que estou dizendo isso. Ora. XD
Toda ciência tem suas subjetividades, tem seus picaretas, tem seus exemplares irracionais, incluindo as tidas como "objetivas", as tais das "ciências exatas". O grande impasse que existe hoje pra que as ciências humanas tenham status de ciência diz respeito justamente a natureza metodológica. Eu, e isso opinião, creio que não dá pra aplicar uma metodologia semelhante a de ciências com natureza totalmente distinta.


Foi exatamente o que eu disse no post anterior!

Se é assim, então por que você contestou o que eu disse? É óbvio que quem estuda História como um Boris Fausto ou uma Mary del Priore tem mais aptidão pra falar sobre tal do que Leandro Narloch. E era disso que eu falava desde o início. Não sou contra ninguém atuar em várias áreas. Sou contra se atuar sem se saber ou ter competência para tal.
 
Diva disse:
É claro que sou eu que estou dizendo isso. Ora. XD

Só achei o termo pseudociência (apliacado da forma que foi), inadequado.

Diva disse:
Toda ciência tem suas subjetividades, tem seus picaretas, tem seus exemplares irracionais, incluindo as tidas como "objetivas", as tais das "ciências exatas". O grande impasse que existe hoje pra que as ciências humanas tenham status de ciência diz respeito justamente a natureza metodológica. Eu, e isso opinião, creio que não dá pra aplicar uma metodologia semelhante a de ciências com natureza totalmente distinta.

Não entendi as aspas no ciências exatas! ¬¬
Quanto ao método, Popper o postulou exatamente para sistematizar a forma com que a ciência é tratada. Criar métodos distintos para cada tipo de ciência seria um retrocesso.

Diva disse:
Se é assim, então por que você contestou o que eu disse? É óbvio que quem estuda História como um Boris Fausto ou uma Mary del Priore tem mais aptidão pra falar sobre tal do que Leandro Narloch. E era disso que eu falava desde o início. Não sou contra ninguém atuar em várias áreas. Sou contra se atuar sem se saber ou ter competência para tal.

O que quis dizer desde o início é que o fato de ser jornalista não o descredência a escrever sobre o que quer que seja. Desde que (como você disse) estude e tenha competência para tal.
 
[align=justify]Toda essa questão tem um fundo de discussão que não remete a hoje, mas sim a muitíssimos anos atrás, afinal, o embate para definição correta (se é que existe uma descrição que consiga abarcar todo um campo de conhecimento) para as Ciências Humanas é muito antigo.
O que procuro explicitar é que, embora não tenha lido o livro, vi os vídeos e li o post em que foi escrito que ele procurou irritar o maior número de pessoas, e o que me faz desgostar desse livro logo de cara é a maneira pseudo-historiográfica que ele parece querer passar. Quando o Omnius disse que se tratava de um guia de curiosidades, creio que foi a mais feliz definição que podemos dar a essa obra. O problema está justamente na maneira como os leitores irão se apropriar do que leram, se vão dar conta de conhecer do que se trata e das limitações que um guia de curiosidades apresenta em frente a um trabalho historiográfico que goze de mais sólidos preceitos teórico-metodológicos.
Meus receios se dão em face disso, reconhecer até onde é possível tomar aquela como uma interpretação historiográfica competente.[/align]
 

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