Para Bonis, o buraco seria “resultado de piping”. Todo o solo da região seria composto a uma profundidade de centenas de metros por nada menos que uma espécie de pedra-pome compactada, rocha vulcânica de densidade muito baixa, frágil e que se desfaz facilmente com água. Enquanto a erosão kárstica comum que forma dolinas ocorre com águas de chuva naturais dissolvendo rocha calcária, o que ocorre na Guatemala é algo análogo mas diferente: água de tubulações artificiais, esgotos, erodindo um solo que não é calcário. “Parece-se com uma dolina sim”, Bonis nota, mas não existe um termo geológico preciso para o mecanismo que formou o buraco. Ele sugere então que é “resultado de piping”.
Há pouco, duas novas informações dão maior apoio aos comentários de Bonis. Além de dar as dimensões corretas à cratera – 20 metros de diâmetro por 30 metros de profundidade – pesquisadores da Defesa Civil descobriram uma “zona fraturada” próxima à parede da cratera, uma fenda. (...)
A imagem acima é a mais relevante: note como ao fundo da cratera parece haver uma galeria para onde a água é direcionada. Mais do que isso, note no canto superior esquerdo como filetes de esgoto caindo por canos quebrados já erodiram bastante as paredes do buraco. Indicam, como Bonis havia notado, que não é rocha calcária e sim um solo muito macio e que poderia ter sido erodido fácil e rapidamente pelo rompimento de tubulações.