Jaqueira Dawson disse:
Onde há a sugestão de que os Balrogs eram mais ou menos poderosos em textos de épocas distintas?
Onde é dito que o número deles diminuiu?
O que eu queria é que vocês me explicassem de onde tiraram que o poder dos Balrogs aumentou dos contos antigos pros novos... Só porque na narrativa do Silmarrilion não se fala que 5 tombaram e no Contos Inacabados diz que tombaram? Porque desconsiderar o texto mais antigo?
E antes que alguém desconfie da minha proteção ao feito do Tuor eu digo que votei no Hurin...
JD (...decried...)
Vamos lá Jaqueira, de uma olhada nesse texto:
Os Origens dos Balrogs
Tolkien usou a palavra "Balrog" para descrever um terrível tipo de guerreiro que ele inventou para o THE BOOK OF LOST TALES, a primeira história que ele inventou, em 1916/1917. Esta era a "The Fall of Gondolin". Ali existem centanas ou mesmo milahres deles. Em algumas descrições de batalhas Tolkien descreve cerca de 1.000 balrogs cavalgando através do campo [eles eram uma força de cavalaria].
THE BOOK OF LOST TALES foi uma tentativa de Tolkien de criar uma mitologia para a Inglaterra, e ele abandonou o projeto em 1925, que foi aproximadamente a data em que ele decidiu criar uma mitologia completamente nova que reusava temas e muitos personagens de THE BOOK OF LOST TALES. Então esta mitologia, que ele chamou de "Silmarillion", era uma versão bastante primitiva da coleção de textos que Christopher publicou como O SILMARILLION em 1977, mas não era diretamente relacionada.
A nova mitologia "Silmarillion" manteve os Balrogs, e nos anos de 1930 Tolkien a reescreveu, produzindo a única versão completa do "Quenta Silmarillion" que ele escreveu. Christopher realmente utilizou algumas porções deste texto para o livro, e isto, desafortunadamente, contribuiu para a confusão que muitos sentem sobre os Balrogs.
Um Novo Balrog Surge
Quando Tolkien começou a trabalhar em O SENHOR DOS ANÉIS, ele realmente desejava seu "Silmarillion" publicado [agora concebido como O SILMARILLION, mas permanece conceitualmente muito pouco com o livro final]. Ele não possuía uma inclinação real para escrever nenhum outro livro sobre hobbits, mas como ele estava trabalhando em uma nova história de hobbits a idéia de casar o mundo dos hobbits com o mundo do "Silmarillion" o atraiu, ele acreditava que isso eventualmente o ajudaria a publicar O SILMARILLION.
Então Tolkien começou a criar o que nós hoje conhecemos como Terra-média [que não existia antes disso, e Tolkien apenas raramente usara o nome "Terra-média" nos anos de 1930, e ele não aparece em nenhum texto publicado de antes de 1930]. Como parte daquele mundo ele precisava de uma série de pergidos que Frodo e seus companheiros poderiam encontrar, e um desses foi colocado nas antigas minas de Moria, que O HOBBIT estabeleceu como abandonada e em posse dos Orcs.
O perigo em Moria começou como alguma outra coisa e não um Balrog [Tolkien a principio não estava certo do que o perigo seria], e quando ele decidiu que DEVERIA ser um Balrog ele tornou-se insatisfeito com a forma que ele retartou Balrogs no passado. Tolkien já avia começado o processo de transformar os balrogs em Maiar corrompidos mas esta decisão não foi posta em forma escrita até 1948. Apesar de tudo, ele mudou a descrição física do Balrog de Moria e alterou suas habilidades substancialmente daquelas determinadas para os Balrogs nas histórias antigas [e abandonadas].
Este Balrog tinha asas, e era capaz de exercer grande poder, e era quase invencível. O Balrog detectou a magia de Gandalf quando ele tentou bloquear a saída da Câmara de Mazarbul, e o próprio Balrog começou um contra-feitiço, de acordo com Gandalf. Então o mago usou uma Palavra de Comando para quebrar o teto, e o resultado foi um desmoronamento parcial que soterrou a Câmara de Mazarbul e aparentemenre o Balrog nela.
O Balrog sobreviveu ao soterramento e reuniu seu exército, que encontrou a Sociedade do Anel no Segundo Salão de Khazad-dum por uma rota alternativa. Ali o Balrog se revelou completamente, e a escuridão com que disfarçava a si mesmo se expandiu. As asas eram ou protegidas pela escuridão ou formadas pelo Balrog imediatamente ou também a escuridão [ou parte da escuridão] era transformada pelo Balrog para tomar a forma de asas.
(...)
Estes Balrogs não eram os Balrogs flamejantes, envoltos em sombra, alados e voadores dos anos de 1940 e 1950. No mesmo texto, quando Tolkien descreveu a luta entre Morgoth e Ungoliant, tudo que ele escreveu foi "tão grande Ungoliante tornara-se que ela capturou Morgoth em suas teias sufocantes, e seu terrível grito escoou através do mundo que estremeceu. Em sua ajuda vieram os Balrogs que viviam nos mais profundos lugares de sua antiga fortaleza, Utumno no Norte. Com seus chicotes de fogo os Balrogs golperaram as teias separadamente..."
Nenhuma menção de passagem sobre Hithlum, levantar-se rapidamente, ou chegando como uma tempestade de fogo. Estes não eram Balrogs de fogo e voadores. Eles continuavam sendo os Balrogs montados de algum tempo atrás. No mesmo texto do "Quenta Silmarillion", ao descrever a Nirnaeth, Tolkien escreveu "mas enquanto a vanguarda de Maedhros vinha sobre os Orcs, Morgoth soltou suas últimas forças, e o inferno foi esvaziado. Vieram lobos e serpentes, e vieram mil Balrogs, e veio Glomund o Pai dos Dragões." O Número de 1000 Balrogs sobreviveu até os anos de 1950, mas Tolkien sem demora fez um nota para si mesmo nos "Annals of Aman" qie não deveriam existir mais de 7 ao todo.
Ao descrever os resultados da Guerra da Ira neste "Quenta Silmarillion", Tolkien escreveu "os Balrogs foram destruídos, exceto alguns poucos que fugiram e se esconderam em cavernas inacessíveis nas raízes da terra." Esta foi a linguagem que Chistopher incorporou no SILMARILLION publicado, porque seu pai nunca terminou de reescrever o "Quenta Silmarillion". Chistopher adotou tanto material quando pode do "Annals of Aman" e "Grey Annals", mas o material mais tardio cobrindo a história dos Eldar na Terra-média após o retornos dos Noldor e este era inadequado para uso nos textos publicados.
A Palavra Final Sobre Balrogs
Tolkien nunca escreveu uma história sobre Balrogs novamente. O que nós encontramos em O SILMARILLION, então, é virtualmente informação inútil, amalgamadas de fontes antigas, pré-Senhor dos Anéis [e portanto incompatíveis]. E os fãs de Tolkien frequentemente esquecem a admoestação de Chistopher no prefácio de O SILMARILLION: "Uma consistência completa [seja dentro do compasso do próprio O SILMARILLION ou entre O SILMARILLION e outros escritos publicados de meu pai] não deve ser procurada, e poderia ser apenas obetida, se puder, a um alto e inútil custo.
Portanto, para aprender sobre a natureza e habilidades de Balrog de Moria deve-se dissecar os vários textos dos THE HISTORY OF MIDDLE-EARTH, e as histórias de THE BOOK OF LOST TALES e outros materiais pré-Senhor dos Anéis não podem ser utilizados para o Balrogs de Moria. Muitas pessoas tentanram fazê-lo, mas devido a Tolkien ter substancialmente mudado os Balrogs enquanto escrevia o "Ainulindale" e O SENHOR DOS ANÉIS, os Balrogs do THE BOOK OF LOST TALES e o "Quenta Silmarillion" inicial são criaturas completamente diferentes.
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Bom, eu achei o texto bastante esclarecedor, não?
Mas é apenas uma parte dele, se você quiser ver a versão completa:
http://www.valinor.com.br/artigos/artigo.asp?id=60&Pag=1
Have fun my friend!