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"Grande Sertão: Veredas" (Guimarães Rosa)

"Grande Sertão: Veredas" (Guimarães Rosa)

"Viver... o senhor já sabe: viver é etcétera"

Dentre tantos etcéteras e grandes conclusões (ou meias) que rodam o mundo que é o Sertão, andamos em círculos, atravessamos rios e nos encontramos nas palavras. Porque: "O Sertão tá em todo lugar". E como não haveria de ser também está aqui, mas cuidado: "Viver é muito perigoso". E se o silêncio permanecer, é porque tem a gente demais mesmo.

A narração de Riobaldo sobre sua vida, aventura e fim é base para um dos (senão o) maiores livros da literatura brasileira. Uma narrativa de linguagem, porque como muitos dizem o Sertão de Rosa está na linguagem. A força da palavra e as filosofias de vida carregadas por Riobaldo. Entre amores e lutas, vemos um homem como todos nós, um narrador de sua vida, de suas lições.

E a cada leitura aprendemos que o Sertão não é um lugar, é a gente mesmo, se voltando para o mundo, desconfiando e lutando. Descobrindo amores, de ouro ou prata, fazendo acordos ou pactos, verdade mesmo é quando as palavras de Riobaldo seguem seu rumo e nós acompanhamos, talvez a vida pareça mais leve pelas suas palavras que chegam tão certas. A saudade que nos rodeia. E o livro nos deixa tristes, felizes e acima de tudo com saudade, só não sabemos se dele ou do ser que cresceu dentro de nós. O Sertão é do tamanho do mundo.

:cerva:
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Eu preciso reler Grande Sertão. lembro que a primeira vez que li foi com estranheza e que novidade toda era aquela de criar palavras novas. Fiquei embasbacado. Foi meu livro preferido por muito tempo.
Um ótimo livro com personagens bem construídos, não tem como não se envolver nas histórias de Riobaldo, nem ficar indiferente ao 'jagunço' Diadorim e dos demais personagens. Vou ver se consigo ler novamente em breve!
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Ótimo tópico :grinlove:

Sobre Grande Sertão, eu reli há pouco tempo - o engraçado é que parecia um livro completamente diferente, não pelo enredo em si (ok, isso não tem muito como mudar), mas de trechos da fala do Riobaldo que passaram a chamar minha atenção nesta segunda leitura. Qualquer livro que tenha essa capacidade de se atualizar junto com o leitor merece um destaque (tanto que hoje em dia eu não tenho muitos pudores e digo logo que é o meu favorito).
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Opá..tá ai...já sei o que vou comprar hoje. Eu sou muito ruim em literatura brasileira, mais por preconceito do que outra coisa.
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Aproveita e compra aquela edição nova tchananam que vem com um livro especial só sobre a exposição que teve sobre Grande Sertão tempos atrás. É bem jóia mesmo (e parece que a edição que não é limitada até está em conta).
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Marco disse:
Eu preciso reler Grande Sertão. lembro que a primeira vez que li foi com estranheza e que novidade toda era aquela de criar palavras novas. Fiquei embasbacado. Foi meu livro preferido por muito tempo.
Um ótimo livro com personagens bem construídos, não tem como não se envolver nas histórias de Riobaldo, nem ficar indiferente ao 'jagunço' Diadorim e dos demais personagens. Vou ver se consigo ler novamente em breve!

Uma das coisas que acho mais impressionante no caso Diadorim é o amor que Riobaldo mostra por ela. Mesmo quando ainda dizia como se fosse seu amigo, têm uma relação de amizade bem forte. Acho que nesse ponto, o Rosa conseguiu uma coisa (na época) bem representativa.

Anica disse:
Ótimo tópico :grinlove:

Sobre Grande Sertão, eu reli há pouco tempo - o engraçado é que parecia um livro completamente diferente, não pelo enredo em si (ok, isso não tem muito como mudar), mas de trechos da fala do Riobaldo que passaram a chamar minha atenção nesta segunda leitura. Qualquer livro que tenha essa capacidade de se atualizar junto com o leitor merece um destaque (tanto que hoje em dia eu não tenho muitos pudores e digo logo que é o meu favorito).

Eu tenho essa impressão toda vez que leio o livro. É um livro que podemos crescer juntos, quanto mais abrimos nossas diretrizes mais conseguimos aprofundar nossos conhecimentos sobre ele.

Às vezes eu acho que o Guimarães anotava todas as frases boas que vinham na cabeça antes dele dormir, e aí resolveu colocá-las todos em um livro só.
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Anica disse:
Aproveita e compra aquela edição nova tchananam que vem com um livro especial só sobre a exposição que teve sobre Grande Sertão tempos atrás. É bem jóia mesmo (e parece que a edição que não é limitada até está em conta).

Tenho vergonah de dizer isso mas ainda não li Grande Sertão: Veredas, só alguns fragmentos, e alguns comentários sobre este ótimo livro.

Mas eu citei pra falar sobre essa exposição, se for a que eu estou pensando eu fui, no Museu da Língua Portuguesa, muito interessante, tinha um andar somente para essa obra, com várias coisas, mapas, trilhas, fotos, e algumas páginas com a letra do Guimarães Rosa, bom demais!
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Rogério disse:
Tenho vergonah de dizer isso mas ainda não li Grande Sertão: Veredas, só alguns fragmentos, e alguns comentários sobre este ótimo livro.

Não tem que se envergonhar de nada Rogério, é impossível ler todos os clássicos, mesmo se dedicasse toda vida a isso.
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Ronzi disse:
Não tem que se envergonhar de nada Rogério, é impossível ler todos os clássicos, mesmo se dedicasse toda vida a isso.

Pensando assim...

Mas o Grande Sertão é um livro que eu sempre quis ler, talvez por ser brasileiro (e bem mineiro também), desse ano não passa :)

Valeu pela idéia Ronzi
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Rogério disse:
Mas eu citei pra falar sobre essa exposição, se for a que eu estou pensando eu fui, no Museu da Língua Portuguesa, muito interessante, tinha um andar somente para essa obra, com várias coisas, mapas, trilhas, fotos, e algumas páginas com a letra do Guimarães Rosa, bom demais!

Essa exposição foi maravilhosa! Os espelhos na água, as laudas do Guimarães penduradas e na ponta da corda saquinhos com areia do sertão, os caminhos no chão indicando os caminhos que levavam ao diabo, a diadorim e a morte. Foi uma exposição formidável!

Perdi a da Clarice, fazer o que?

E Rogério, quanto a deixar de ler grandes clássicos é normal. Como a Anica citou em outro tópico, é preciso estar no momento certo para ler um livro. Apenas isso.
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Ah... O Grande Sertão! Minha mais nova grande paixão ^^
Creio que o li cedo, aos 14 anos, mas assim é melhor, já que imagino ter(e esse "ter" é mais um "compromisso" comigo mesma do que uma questão...uhn...acadêmica) que relê-lo muitas vezes mais.

Li lá pelo último bimestre do ano passado, fascinada pelo tanto que falavam do livro. E não é que, para minha decepção, a coisa toda é um rebuscado com um narrador-personagem que simplesmente não decide se vai ou não vai contar a história! Tive ganas de dar um pontapé no livro de tão chata que a coisa estava. Mas persisti. Que bom!

Mesmo com a revelação sobre Diadorim que a professora de história me fez, mesmo com a dificuldade com o vacabulário (que eu não sabia se a palavra existia realmente ou se neologismo do Rosa) chegou em um ponto, e eu não sei bem qual, em que vi-me simplesmente presa com a travessia de Riobaldo, seus amores e frustações, e, claro, seu pacto com o diabo.

Ai! E ainda tem gente que acha que Guimarães Rosa cai no vestibular porque é complicado. Qual nada! As grandes questão da humanidade, sem contar o ar (ao menos que eu senti) de "romance capa e espada", tudo no nosso grande sertão, que é do tamanho do mundo.

Lembro-me do poema do Drummond, "João era fábula/ Fabulista/ Fabuloso?"
Acho que os três :)
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Cleo disse:
Lembro-me do poema do Drummond, "João era fábula/ Fabulista/ Fabuloso?"
Acho que os três :)

Hum, achei coincidência ver isso por aqui.
Lá pelas bandas do Orkut, precisamente na comunidade do Guimarães, está rolando uma discussão acerca desse número (e suas variantes).

"Neste aspecto, podemos ressaltar a importância do número três para Guimarães Rosa: ele é signo indicativo do movimento (miticamente representado pelo RIO), ou seja: entre dois pólos se instala a energia em circulação, tal como a energia elétrica (necessitando dos pólos positivo e negativo), na qual se constrói o fluir da linguagem, da imaginação, da memória, da narrativa, das personagens, enfim, de todos os elementos que estejam em jogo. Não tão gratuitamente a narrativa se desenvolve em torno de três irmãs - Brejeirinha, Pele e Ciganinha - e Zito, que "era de fora". Mas um outro triângulo se apresenta, como que subliminarmente: Mamãe, Maria Eva e Nurka - e o pai ausente. Ainda assim, podemos construir um terceiro triângulo de "ausências presentes": Zito, o pai e o narrador - e o "audaz navegante" (este, de "fora", porque imaginário).

Sabemos ser o "três" um símbolo da perfeição, trabalhado pelas religiões. Aqui cabe salientar nossa percepção de que Guimarães Rosa introduz uma sutil inversão, no tocante às questões religiosas. Primeiramente o símbolo da perfeição se instalou em torno do masculino, que é o Bem (ou a Verdade), como a Santíssima Trindade, composta pelo Pai, Filho e Espírito Santo. Não há a presença do mal, nem do feminino. No conto em questão, são três figuras femininas, representando o mundo infantil, além de "Mamãe", "Maria Eva" e "Nurka", a cadela negra (o triângulo secundário), representando o mundo adulto. Prevalece, pois, o elemento feminino, a dominar a narrativa."

Gilda Korff Dieguez -Doutora em Ciência da Literatura pela UFRJ

Esse texto não fala de Grande Sertão, mas na narrativa de Riobaldo o três aparece diversas vezes!
Mais coisas para estudar! :lendo:
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Fiquem espertos que está saindo um monte de publicação sobre os 100 anos de Guimarães Rosa - cheguei a ver até uma "Discutindo Literatura" nas bancas só sobre ele. E olha, na Gazeta hoje saiu uma reportagem bem interessante -> http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=795515&tit=Mundo-sertao
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Amanhã é dia 22 de Novembro. Data para voltar ao Sertão, como todo ano.
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Tenho até vergonha de falar isso, mas nunca tive vontade de ler Grande Sertão Veredas!! Me envolvi muito com Literatura Inglesa e me esqueço que a nossa é recheada de coisas boas!! :timido:
Bem, vou tomar vergonha e vou ler !! Me deu uma vontade de ler agora!!
:lendo:
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Literatura Brasileira realmente é algo que eu preciso (re)descobrir. Em relação aos de Literatura Estrangeira, li muito pouco e, de certa forma, isso me insatisfaz, principalmente em relação aos clássicos.
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Anica disse:
Fiquem espertos que está saindo um monte de publicação sobre os 100 anos de Guimarães Rosa - cheguei a ver até uma "Discutindo Literatura" nas bancas só sobre ele. E olha, na Gazeta hoje saiu uma reportagem bem interessante -> http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=795515&tit=Mundo-sertao

Aliás, eu procurei as novas edições e nada foi lançado até agora. Prometeram Obras Completas. Fiquei com a ediçãoda caixa vermelha (menor que a edição de 50 anos e sem o DVD especial, mas de resto tem tudo igual).
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Também fiquei com essa edição da caixa vermelha... XD e como aquele catálogo me dá uma dor no coração por não ter ido naquela exposição...:timido:
 
RE: Grande Sertão: Veredas

Tivornas disse:
Também fiquei com essa edição da caixa vermelha... XD e como aquele catálogo me dá uma dor no coração por não ter ido naquela exposição...:timido:


Eu acho, veja bem o acho, que eles vão voltar com a exposição ano que vem. Pelo que eu ouvi falar. Foi uma das épocas mais movimentadas do Museu. Acho que só perdeu para a Clarice, que é toda pop.:rofl:
 

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