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Graduação à Distância

Pescaldo

Penso, logo hesito.
Gatos, vocês sabem que faço o tipo quietão e não costumo postar muito (até porque acredito que, se não tem nada pra ser dito, que não diga), contudo eu abro esse tópico (se for repetido, perdoem-me) por acreditar que temos alguns formados, universitários e envolvidos nesse meio acadêmico.

Sem entrar nas minhas necessidades, eu gostaria de saber a opinião de vocês sobre cursos à distância. Extensão, graduação, pós-graduação e afins. Enfim, tudo. Vocês acham válido? Têm preconceito? Acham uma balela? É excelente? É uma faca de dois legumes, quatro carnes e oito queijos?

A minha opinião é desformada sobre o assunto.
 
estou no final da minha 2a pós à distância e digo q a qualidade do ensino basicamente reflete a da própria instituição física. eqto na 1ª (damásio/gama filho) foi tudo empurrado com a barriga na 2ª (ufmg) o negóço pegou fogo, com prazos e trabalhos e provas + apertados q as da minha própria graduação.
 
Acho que na graduação à distância perde-se o principal, que é o debate em sala de aula. Tenho comigo que são nessas conversas que o conteúdo, compreendido, passa a ser interpretado.
 
Eu, que passei sete anos a fio em aulas de Letras e agora vou encarar um curso de Direito por mais cinco anos, eu posso dizer com segurança:
se tivesse Direito à distância gratuito (ou mesmo se fosse pago, mas baratinho) eu faria sem pestanejar! Até trocaria a UFRGS (onde já passei) por um curso desses, se fosse relativamente barato. Porque time is money, como já dizia Benjamin Franklin; e o que se perde com deslocamento, chamada, professores morosos e perguntas idiotas dos colegas mais lesados -- esse tempo eu poderia dedicar ao estudo de verdade.
Em cursos de humanidades, acredito que quem faz a faculdade é o aluno.
Se eu pudesse, iria só às provas. (Mesmo porque, com o inverno de Poa, acordar às 06:00 é dose, hein!)

É claro que isso eu penso porque já estou chegando aos trinta e quero praticidade antes de tudo.
Para o primeiríssimo curso, quando se é jovem, acho que o contato com os colegas e aquele clima universitário todo são duas coisas boas que se devem aproveitar.

:D
 
estou no final da minha 2a pós à distância e digo q a qualidade do ensino basicamente reflete a da própria instituição física. eqto na 1ª (damásio/gama filho) foi tudo empurrado com a barriga na 2ª (ufmg) o negóço pegou fogo, com prazos e trabalhos e provas + apertados q as da minha própria graduação.

Faço um curso de Direito Civil à distância da Ajuris (associação dos juízes do RS) e posso concordar com o JLM: o EAD reflete o físico. As aulas são bem puxadas, com prazos, atividades, etc: obrigam vc a estudar. Quer dizer, obrigam aqueles que estão ali para estudar porque quem não quiser não estuda, do mesmo jeito que nos cursos físicos.

Na verdade acho que a vontade do aluno é que fica mais evidente em um curso à distância: muito do resultado depende exclusivamente de você, de se programar, de não abrir o facebook junto com a aula, de buscar sanar suas dúvidas com os tutores online...

Se você quer mesmo estudar, eu recomendo. Vale a pena. Só aconselho a fazer uma pesquisa sobre a instituição antes para saber se os cursos EAD são efetivamente sérios. ;)
 
E, mais importante, se são reconhecidos pelo MEC. :sim:
 
mas e os debates nos chats? p mim funcionam igual.

É que minha experiência sempre foi em sala de aula, o que acaba influenciando nas opiniões que largo.

Certamente pra mim não funcionaria. Não só o chat, como a própria aula. Como disseram, vai muito do aluno e eu me conheço o suficiente pra saber que, com distração ao alcance, não caminho.
 
20% do meu curso de Pedagogia pode ser feito à distância e a minha experiência no Meia Palavra ajudou nessa hora. Ler rápido, escrever e debater em tempo real é mais prático pra mim do que estar em sala de aula nesse inverno do cão. Quando terminar a faculdade, certamente irei de especialização à distância porque time is money. Se você for um bom aluno, cumprir prazos e se dedicar, acredito que dê para aprender de forma satisfatória. Quantas vezes nos cursos presenciais estamos apenas com o corpo presente na sala? Isso de "presencial aprende mais" acho balela ><
 
O melhor que tirei da faculdade se deve exclusivamente ao contato direto com outras pessoas.
Em termos de grade programática, fiz quase um telecurso: mesmo que estivesse presente à classe, era uma presença só de corpo, porque atenção, não prestei muita. Lia pela internet os resumos que outros alunos faziam, ia no dia da prova, tiau e benção.
Mas, no pátio, no Porão ou em outras conversas "extra-curriculares", aprendi de verdade. E não estou falando do aprendizado "de vida", como se costuma por, embora este também. Aprendi Direito, mesmo, teoria e prática, que me ajudaram na OAB, no trabalho etc e tal.

Enfim, sou a favor desse intercâmbio, que vai muito além das "discussões do que foi dado em aula": é a troca de ideias entre amigos, mesmo.
 
Troca esta que pode ser feita em qualquer lugar independente do ambiente da universidade, não?
 
Evidentemente, mas você vai trocar ideias com quem, se não tem contato pessoal com as pessoas que estudam o mesmo assunto?

O que eu quero dizer é: acredito que um círculo de amizades consistindo em pessoas da sua área acadêmica é uma maneira eficiente de ampliar seus conhecimentos. Claro que se pode discutir quaisquer temas pela internet, mas convivendo com pessoas da área esses temas passam a fazer parte da sua conversa cotidiana, da sua vivência.
 
o que desanima hoje não são os cursos a distância ou presencial, mas sim duas coisas:

a) As faculdades criam cursos visando o maior lucro possível, pois são empresas privadas.
b) Os alunos fazem cursos por fazer, não querendo aprender mas apenas colocar no currículo.

Somando-se a + b (faculdades ruins e alunos horríveis) formando profissionais medíocres.
 
A gente tem que ter uma opinião, né verdade? O que não se pode é querer torná-la absoluta, ignorando os demais pontos de vista. É com essa pequena introdução, que se justifica e se desculpa, que peço licença para discordar.

Ainda que exista dedicação, que se cumpra os prazos e os compromissos - tanto acadêmicos como individuais, que tempo seja dinheiro, que a tecnologia traga chats online e tudo mais; ainda assim, na minha opinião, um curso à distância não ganha em méritos de um curso presencial. O encontro é fundamental para aprendizagem. Pode-se compreender, sim, da mesma forma, via online ou banco de faculdade, mas em interpretação - que tenho como objetivo maior na aprendizagem - a sala de aula real é superior a virtual.

o que desanima hoje não são os cursos a distância ou presencial, mas sim duas coisas:

a) As faculdades criam cursos visando o maior lucro possível, pois são empresas privadas.
b) Os alunos fazem cursos por fazer, não querendo aprender mas apenas colocar no currículo.

Somando-se a + b (faculdades ruins e alunos horríveis) formando profissionais medíocres.

Interessante suas considerações. Fazem o debate expandir.

Seria o objetivo da educação formar apenas mão de obra? Do jeito que caminha, atrelada ao capital, parece que sim...
E o aluno horrível, torna-se horrível na faculdade, ou o curso superior só evidencia uma deficiência de formação que vem desde o fundamental?
 
Cantona,

Desde que mudei para São Paulo para trabalhar e ganhar a vida eu vejo que a faculdade é apenas um caminho para formação de mão de obra e o aprendizado é ignorado.
Fiz faculdade federal, aprendi bastante coisa mas arrependo pois o meu objetivo e de 90% dos colegas era passar e não aprender.
Amigos que faziam faculdades particulares estudavam bem MENOS, aprendiam MENOS ainda e passavam MAIS facilmente e com notas MAIORES.
Nessas escolas, o MENOS vira MAIS.

Após trabalhar em uma faculdade particular realmente desisti da maioria das pessoas, pois essas queriam o título e não o conhecimento.
O desinteresse era total a não ser na hora de tirar o 6.0 e ficar livre da matéria...
 
Cantona,

Desde que mudei para São Paulo para trabalhar e ganhar a vida eu vejo que a faculdade é apenas um caminho para formação de mão de obra e o aprendizado é ignorado.
Fiz faculdade federal, aprendi bastante coisa mas arrependo pois o meu objetivo e de 90% dos colegas era passar e não aprender.
Amigos que faziam faculdades particulares estudavam bem MENOS, aprendiam MENOS ainda e passavam MAIS facilmente e com notas MAIORES.
Nessas escolas, o MENOS vira MAIS.

Após trabalhar em uma faculdade particular realmente desisti da maioria das pessoas, pois essas queriam o título e não o conhecimento.
O desinteresse era total a não ser na hora de tirar o 6.0 e ficar livre da matéria...

Exatamente isso. A educação vinculada ao capital, e a formação pública - fundamental e média -, sendo deficiente, geram e perpetuam essa mentalidade, onde o menos é mais.

Vá lá, agora é o idealismo falando: essa forma de educar não é natural. Foi construída pelas relações de poder que tudo constroem e tudo vendem como antigo e imutável. O ato de educar ultrapassa o de simplesmente se fazer mão de obra; ele humaniza e lega a capacidade de se produzir novos conhecimentos, não apenas reproduzir os antigos. A emancipação, individual e coletiva (influência do Policarpo Quaresma, lá do Clube de Leitura) passa por isso.

Mesmo a realidade sendo contrária, esse norte não podemos abandonar.

Desviamos um pouco o assunto do tópico, mas discutir educação, num país como o nosso, abre diversas possibilidades.
 
Eu fiz cursos técnicos antes de terminar o 2º grau - o SENAC dava cursos profissionalizantes de Contabilidade - quando cheguei a Faculdade fiquei imensamente decepcionada. Pensei que chegava ali, pagando caro, e aprenderia.

Descobri que ali queriam me ensinar a pensar, a aprender a buscar conhecimento, a me responsabilizar por minhas dificuldades e meu aprendizado. Lembro de pensar: se eu vou ter que me virar, porque pago a eles?

Resultou: entendi que me ensinaram a ter seriedade e compromisso com minha caminhada, que o dinheiro não garante a qualidade do orientador, precisaria discernimento para eu saber se aquele era um bom orientador para mim.

Resultou que eu uma pessoa apaixonada por ciências exatas, me tornasse louquinha por humanas.

Comunicação é importante. Conviver é importante. Agora, quantos de nós que já passamos por essa experiência, teve a sorte de encontrar colegas que renderam boas relações? (eu tive essa sorte)

Meus filhos SOFRERAM o 2º grau (escola boa e paga), resultou em alguns amigos verdadeiros, mas ficaram resistentes para enfrentar uma sala de aula novamente. Eu permiti que fizessem formação a distância e não me arrependo, porque estudam o que querem e sabem "correr atrás" e reconhecer a qualidade do conhecimento.l

Agradeço imensamente o esforço de um professor de Sociologia em me mostrar que aqueles que colocam o conhecimento em pacotes lindos e quantificam a decoreba, são professores bons, mas existe mais e eu deveria correr atrás.

Estar mergulhada em um local com outras pessoas, com foco em um mesmo interesse, é D+. Mas, nem sempre dá. Então precisamos socializar em outro meio e tentar debater, nos fazer entender, ouvir e tentar entender o que o outro tem para mostrar. O que vejo de bom nos meios a distância é que as dúvidas terão resposta, em sala de aula alguns recebem atenção direta, pois há o fator tempo.
 
O universo do ensino superior da pública não é muito diferente do universo da particular. Tanto em conteúdo quanto em mentalidade dos alunos. Tive a oportunidade de ter experiência de um ano no IBILCE (em Letras também) e vi que não é nem um pouco diferente (em diversos termos) do que eu tinha na UNIFEV. Fiquei bastante decepcionado, até porque eu sempre criei aquela aura de superioridade no ensino superior público.

Além disso, já fui em alguns congressos e outros eventos (alguns internacionais) em que a mentalidade da maioria (e eram eventos em que a maioria eram de universidades públicas) era a de apenas pegar o comprovante que estiveram lá e só.

Abri o tópico justamente porque eu gostaria de saber se existe o preconceito em relação ao Ensino Superior à Distância assim como existe o preconceito dos estudantes (e professores) da Universidade Pública em relação à Universidade Particular. Minha situação atual é de buscar a minha segunda Licenciatura (em Pedagogia, História ou Filosofia, ainda não me decidi, depende de vários outros fatores) e eu não tenho como largar as minhas aulas e fazer uma nova graduação da forma que fiz a primeira (gostaria muito).

Gostei das opiniões de vocês quanto a tudo isso e me ajudaram a tomar uma decisão quanto ao que fazer. Discordo um bocado do Cantona quando ele fala que a experiência física é importante por conta do debate em sala de aula. Raramente vi debates em sala de aula, a maioria não gosta de falar (aliás, nem em congresso existem esses debates em grande parte) e, quem fala, acaba sendo o mala da turma. Assim como discordei do que o gmourao disse: a conversa pode acontecer em vários lugares (esse fórum é um exemplo disso).

Faço esse post pra liberar vocês de qualquer obrigação de continuar a discutir apenas a Educação à Distância e a ampliarem o debate como preferirem. Coloco como sanadas as minhas dúvidas quanto a isso.

Obrigado.
 
O universo do ensino superior da pública não é muito diferente do universo da particular. Tanto em conteúdo quanto em mentalidade dos alunos. Tive a oportunidade de ter experiência de um ano no IBILCE (em Letras também) e vi que não é nem um pouco diferente (em diversos termos) do que eu tinha na UNIFEV. Fiquei bastante decepcionado, até porque eu sempre criei aquela aura de superioridade no ensino superior público.

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Abri o tópico justamente porque eu gostaria de saber se existe o preconceito em relação ao Ensino Superior à Distância assim como existe o preconceito dos estudantes (e professores) da Universidade Pública em relação à Universidade Particular.

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Gostei das opiniões de vocês quanto a tudo isso e me ajudaram a tomar uma decisão quanto ao que fazer. Discordo um bocado do Cantona quando ele fala que a experiência física é importante por conta do debate em sala de aula. Raramente vi debates em sala de aula, a maioria não gosta de falar (aliás, nem em congresso existem esses debates em grande parte) e, quem fala, acaba sendo o mala da turma. Assim como discordei do que o gmourao disse: a conversa pode acontecer em vários lugares (esse fórum é um exemplo disso).

Faço esse post pra liberar vocês de qualquer obrigação de continuar a discutir apenas a Educação à Distância e a ampliarem o debate como preferirem. Coloco como sanadas as minhas dúvidas quanto a isso.

Obrigado.


O que aprendi -> é preciso frequentar uma universidade pública para perceber como é uma profunda sensação de decepção. Isso não é só eu, é uma quantidade imensa de pessoas que não falam publicamente para não desmerecer sua formação.
Por isso quando eles demonstram preconceito, conseguem de mim, UM LARGO SORRISO.
 
kuinzytao, aqui em São Paulo existem universidades privadas que deveriam sofrer preconceito, não de alguém de pública, mas dos próprios vestibulandos.
Nestas universidades o vestibular é fácil pois normalmente sobram vagas. Vejo algumas famílias sofrendo para pagar a mensalidade em troca de nada.

No mais concordo com você, para mim o mais importante de uma universidade é nos ensinar a aprender.
O que eu mais aprendi na faculdade foi o saber aprender tendo que ir atrás, pois a matéria é cuspida em sala de aula e depois cobrada.
 

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