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O vídeo não fortalece o Bolsonaro.
A imagem dele junto aos apoiadores fanáticos permanece a mesma. É o que se espera de fanáticos. O que está ali é exatamente o personagem em quem eles votaram.

Por outro lado, o vídeo não angaria novos apoiadores. Houve aí uma parcela ainda imprecisa que debandou do apoio ao presidente nos últimos tempos, e esses quase certamente não voltarão a apoiá-lo em função do vídeo. Então creio que a coisa permance no mínimo a mesma em termos de apoio popular, mas talvez com viés de queda.

Apoio popular à parte, o vídeo fornece material para os processos contra o presidente. Se será material que terá relevância posterior, o tempo dirá, mas não é algo que possa ser deprezado a priori. E é por isso que o Bolsonaro não queria que liberassem a íntegra do mesmo.

Esse negócio de Bolsominions bradando que o vídeo irá reelegê-lo soa mais a desespero por ver o mito acuado.
 
Analisar a audiência do vídeo apenas a partir de dois tipos de perfis, os ditos "minions", "fanáticos" e a oposição... creio que é excessivamente simplificador e cai em maniqueísmo. Grande parte das pessoas, mesmo entre as que votaram em Bolsonaro, não caem nem no perfil de "apoiadores" e nem de "oposição"... Essas categorias descrevem de pessoas acostumadas a pensar política em um ritmo rotineiro, e que além disso estariam prontas para votar se a eleição fosse repentinamente agora.

Mas a maioria das pessoas não procedem dessa forma: se hoje estão descontes com o Bolsonaro, porque têm em mente uma série de notícias ruins, amanhã podem estar menos descontentes ou até contentes. E até fatores irracionais entram em conta: se o sujeito tem um conhecido que enche o saco chamando-o de fascínora, isso, quer queiramos ou não, também fará com que o sujeito seja mais favorável ao Bolsonaro. Quer dizer, a maioria das pessoas não estão em um estado puro de "apoiador" ou "oposição", mas num estado psicológico complexo, que pode tender para um lado ou para o outro dependendo de uma variedade de fatores internos e externos, racionais e irracionais, e que só assumirá uma forma cristalizada nas eleições. Ora, acho difícil sustentar que o vídeo não seja um estímulo que torne, na média, essa configuração psicológica complexa mais favorável ao bolsonarismo. Embora, é claro, se essa configuração se cristalizará no voto em Bolsonaro, dependerá do efeito líquido de muitos outros estímulos.

E não só os apoiadores enxergam o efeito do vídeo de forma positiva:

Janaína Pascal, que foi uma dos primeiros defensores do impeachment de Bolsonaro no espectro da direita: "A fita que eu estou vendo reelege o Presidente....".

Paulo Ganime, líder da bancada do NOVO na Câmara: "A polêmica (...) nem foi tão polêmica. Onde se esperava uma bomba viu-se Bolsonaro sendo Bolsonaro nos seus melhores dias. (...) se essa era a única prova de interferência indevida na PF, não há prova alguma".

Felipe Neto: "Espero q o vídeo seja suficiente para derrubar o Bolsonaro no criminal. Infelizmente, na análise da comunicação, ele mais uma vez acertou em suas falas para sua base alucinada. Para a ótica popular, o vídeo fortaleceu esse fascínora. Acho q veremos isso nas próximas pesquisas". Mais tarde: "Eu sinto muito q te desagrade minha análise de q o vídeo fortalece a imagem de Bolsonaro. É necessário compreender a distância entre percepção popular das massas e entendimento acadêmico e técnico."

Leandro Demori da Intercept, claramente de viés de esquerda: "Moro fez parte enquanto lhe convinha, lembre-se. Mas o jogo de ontem foi 7×1 pro Jair. As imagens agora espalhadas pelo zap são gasolina para o bolsonarismo. Nem quando poderia ajudar o lavajatismo prestou pra alguma coisa.".

Reportagem da Folha: Mercado reage positivamente ao vídeo de reunião ministerial.

(preguiça de colocar as fontes, mas não é nada que uma googleada não resolva)

Mesmo se, aliás, os perfis psicológicos fossem bem descritos apenas em termos de "apoiadores" e "oposição", também há a possibilidade plausível do vídeo ter atrasado a conversão de apoiadores em oposição.
 
Última edição:
Sobre a fala Guedes que comentaram mais acima, a revista Fórum destacou alguns pontos bem problemáticos que não podem passar batidos (destaco duas partes):
Venda da “porra” do Banco do Brasil
“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: ‘bota o juro baixo’, ele: ‘não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam’ . Aí se falar assim: ‘bota o juro alto’, ele: ‘não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”. Bolsonaro, então decidiu acionar o presidente do banco, Rubem Novaes, mas Guedes logo interrompeu: “Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo”.

Exército bolsonarista com jovens a R$ 200
“Nós sabemos para onde nós vamos voltar já, já, tá certo? E se o mundo for diferente, nós vamos ter capacidade de adaptação. Por exemplo: eu já tenho conversado com o ministro da Defesa, já conversamos algumas vezes. Quantos? Quantos? Duzentos mil, trezentos mil. Quantos jovens aprendizes nós podemos absorver nos quartéis brasileiros? Um milhão? Um milhão a 200 reais, que é o Bolsa Família, 300, para o cara. […] Faz ginástica, canta o hino, bate continência. De tarde, aprende, aprende a ser um cidadão, pô! Aprende a ser um cidadão. Disciplina, usar o … usar o tempo construtivamente, pô! […] É voluntário para fazer estrada, para fazer isso, fazer aquilo. Sabe quanto custa isso? É 200 reais por mês, 1 milhão de cá, 200 milhões, pô! Joga dez meses aí, 2 bi. Isso é nada!”.

(É a mortadela bolsonarista e a doutrinação disfarçada de "ensino de cidadania"...)

Sobre o impacto da divulgação do vídeo, sou de ipiniao igual ao Fëanor. O núcleo duro da base bolsolavista não só achou normal como regozijou com o vídeo, mas para esta gente nada a fará mudar de ideia jamais. É por isso mesmo que são fanáticos, assim como os petistas que morrerão convictos de que Lula é a alma mais honesta do país. Há uma outra parcela de bolsonaristas não tão convictos que brada por aí "Bolsonaro reeleito, obrigado Moro" mas me parece mais desespero também, e tentativa de capitalizar em cima de uma bomba ou só desconversar na falta de argumentos.

Mas convenhamos quanto a isto: o vídeo é incapaz de trazer mais votos ao Bolsonaro. E de bolsonarista arrependido eu sei de uns quantos por aí; mas de quem o tenha começado a apoiar recentemente eu nunca ouvi falar... E lembrando que ele venceu no segundo turno com as calças na mão e a esperança de reeleição estava atrelada a apresentar resultados concretos na economia, que para seu azar não serão possíveis com a crise histórica que se aproxima.
 
Também não acho que o vídeo virá a favorecer Bolsonaro de forma vultosa. O que aconteceu foi simplesmente a divulgação não vir acompanhada de um abalo político grande, se consideramos seu potencial.

Claro, isso se deve ao vídeo já ter sido depurado pelos jornais, antes mesmo da sua divulgação no site do STF: as falas de Weintraub e, se não me engano, até a da Damares, já haviam sido antecipadas. Até da parte do Bolsonaro, as falas que mais se relacionam com Moro e PF já tinham sido transcritas e a crítica dele ao Doria e a Witzel já estavam mais que escancaradas. Tanto que as mídias estavam dando mais destaque à quantidade de palavrões (mesmo isso, já antecipado pelo próprio Bolsonaro) do que ao conteúdo em si.

De fato, a única parte "inédita" da dita reunião que ganhou destaque foi a fala do Salles. Se o Celso de Mello não tivesse segurado o vídeo por tanto tempo como fez, as falas tornariam-se um pouco mais "bombásticas" e o abalo político da divulgação seria um tanto mais considerável. Mas o ministro, ao que tudo indica, teve muita cautela para divulgá-lo :g:
 
Também não acho que o vídeo virá a favorecer Bolsonaro de forma vultosa.
Forma vultosa eu também não, até porque dificilmente um vídeo o faria. Mas acho difícil sustentar a estrita neutralidade ou mesmo negatividade do vídeo para a reputação de Bolsonaro. Foi um efeito, a meu ver, positivo, o tamanho é outra história.
 
Ameaça golpista de Heleno ao STF tenta tirar foco do vídeo


Também acho que é firula de general estúpido.
Acredito mais no Steven Levitsky e vendo como o imbecil da faixa tá seguindo direitinho o roteiro.



Acho que isso aqui é muito grave, tanto mais porque, no fim de semana, dezenas de generais da reserva soltaram uma nota tosca em apoio a esse patife.
Fica claro que, após duas décadas de ditadura militar, nós falhamos em conseguir formar um senso republicano e legalista no seio das Forças Armadas.

Quando é que se viu isso? O chefe do GSI ameaçar o Supremo Tribunal Federal? Já imaginou se isso tivesse se dado num governo do PT?
Sinceramente, os outros Poderes precisam dar uma resposta a isso. No mínimo, a Câmara dos Deputados deveria convocar o General Heleno a prestar esclarecimentos.

Temos um governo extremamente militarizado - mais militarizado até que os governos da ditadura militar, que não tinham tantos generais em cargos de primeiro e segundo escalão. E temos investigações correndo contra o presidente da República e sua família. E aí? Vão parar os atos da investigação à base de canhão? Diga-se, tampouco foi Celso de Mello que pediu a apreensão do celular do presidente da República - conforme ventilado pelas redes bolsonaristas. O pedido partiu de parlamentares e o ministro tão somente o remeteu para análise do PGR. Ademais, até a última vez que verifiquei, são 36 pedidos de impeachment na mesa do Presidente da Câmara dos Deputados. Na eventualidade de a Câmara vir a autorizar a abertura de processo de impeachment, vão parar o processo à base de canhão? Que sejam esses golpistas chamados às falas!

Esse é o patamar de esgarçamento institucional em que nos encontramos. O presidente da República participa de ato, diante do quartel-general do Exército, em que se pede o fechamento do Congresso Nacional e do STF. Seus ministros defendem, durante reunião de governo, a prisão de governadores, prefeitos e ministros do STF. O Chefe do GSI ameaça o STF e o país. O presidente da República declara abertamente que pretende desrespeitar eventuais decisões do STF. O Ministério da Defesa se vê na contingência de soltar notas e mais notas "tranquilizadoras", para garantir o compromisso das FA's com a Constituição - e a própria necessidade de se editar tantas notas com esse teor já deveria acender o sinal de alerta. O presidente da República organiza reuniões com empresários, articulando a desestabilização do governo do estado de São Paulo. O presidente da República defende milicianizar a população para que esta reaja contra prefeitos que adotem medidas de enrijecimento do isolamento social.


Pra quem acha que não há nada de mais no vídeo que veio a público, compartilho aqui o vídeo que foi feito por um jornalista de quem eu, particularmente, não vou com as fuças, mas que, diga-se, fez um bom trabalho de sistematização aqui:

 
Haran, eu nem sei se seu post foi direcionado ao que escrevi, mas vou responder anyway.

Analisar a audiência do vídeo apenas a partir de dois tipos de perfis, os ditos "minions", "fanáticos" vs. a oposição, creio que é excessivamente simplificador e cai em maniqueísmo. Grande parte das pessoas, mesmo entre os que votaram em Bolsonaro, não caem no perfil de "apoiadores" e nem de "oposição"... Isso são categorias de quem está acostumado a pensar política em um ritmo rotineiro, e que além disso estaria pronto para votar se a eleição fosse repentinamente agora. Mas a maioria das pessoas não procedem dessa forma: se hoje estão descontes com o Bolsonaro, porque têm em mente uma série de notícias ruins, amanhã podem estar menos descontentes ou até contentes. E até fatores irracionais entram em conta: se o sujeito tem um conhecido que enche o saco chamando-o de fascínora, isso, quer queiramos ou não, também fará com que o sujeito seja mais favorável ao Bolsonaro. Quer dizer, a maioria das pessoas não estão em um estado puro de "apoiador" ou "oposição", mas num estado psicológico complexo, que pode tender para um lado ou para o outro dependendo de uma variedade de fatores internos e externos, racionais e irracionais, e que só assumirá uma forma cristalizada nas eleições. Ora, acho difícil sustentar que o vídeo não tenha tornado, na média, essa configuração psicológica complexa mais favorável ao bolsonarismo.

Não nego que há todo um espectro de posicionamentos ao longo do eixo relacionado ao Bolsonaro. O que eu falei foi sobre os fanáticos e o restante, não negando a heterogeneidade desse "restante". Tanto é que na sequência já adicionei uma nuance: aqueles que apoiavam o presidente mas debandaram recentemente. E fiz isso justamente porque meu foco foi em uma "análise de fricção" sobre os elementos marginais desses grupos, que é o que interessa de fato ao pensarmos em flutuações do apoio político, já que quanto mais próximo dos extremos (ou, de outra forma, do núcleo duro dos grupos mais opostos) mais a probabilidade de mudar de opinião tende a zero.

Então meus pontos no que tange ao apoio popular, de maneira mais clara, seriam:
  • O vídeo não muda nada substantivamente para apoiadores fanáticos. Só reforça a crença deles, como qualquer peido que o presidente solte.
  • O vídeo não muda nada para opositores ferrenhos. Só reforça os argumentos deles para se posicionarem contra o bolsonarismo.
  • O vídeo dificilmente muda algo para os recém saídos do barco bolsonarista (que seria o grupo mais suscetível de ser atraído para esse polo), pois não traz realmente nenhum elemento muito novo que possa virar o tabuleiro para esse pessoal. A maioria dentro desse grupo possivelmente abandonou o apoio por fatores como a denúnica do Moro, as várias suspeitas levantadas em torno da família presidencial, as ações em torno do Coronavírus, a economia que continua fraca (e agora naturalmente pior). O vídeo não traz nenhuma reviravolta para esses temas.

E reforçando: o potencial do vídeo está muito mais em fornecer possíveis provas/evidências que, aos poucos e somadas com outras, podem minar a posição do presidente.
 
As hemorróidas estão em chamas hoje em Brasília! :rofl:

PF faz 29 buscas no inquérito das fake news e mira ‘gabinete do ódio’; operação pega Jefferson, Hang e oito deputados
Ministro do Supremo expediu ordens que estão sendo cumpridas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina; Alexandre de Moraes também determinou que a corporação ouça seis deputados federais e dois estaduais
A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta, 27, ordens judiciais expedidas pelo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news, mirando nomes ligados ao ‘gabinete do ódio’ e aliados do presidente Jair Bolsonaro. Alexandre determinou a oitiva de oito deputados, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos supostos financiadores do esquema de disseminação de ‘notícias falsas’ e ainda o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Entre os alvos de buscas estão:

  • Roberto Jefferson Monteiro Francisco – ex-deputado e presidente do PTB; preso no mensalão e hoje aliado do presidente
  • Luciano Hang – empresário bolsonarista dono das lojas Havan
  • Allan dos Santos – sócio do site conservador Terça Livre; um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo;
  • Sara Winter – ativista bolsonarista, alvo de ação civil pública por ‘milícia armada’ acampada em Brasília, conhecida como ‘300 do Brasil’;
  • Winston Rodrigues Lima – capitão da reserva da Marinha e youtuber do Canal ‘100% Bolsonaro’ Cafezinho com Pimenta;
  • Reynaldo Bianchi Junior – youtuber e humorista
  • Bernardo Pires Kuster – youtuber apoiador do governo Bosonaro, já citado por Olavo de Carvalho
  • Marcelo Stachin – ativista bolsonarista em Mato Grosso
  • Edgard Gomes Corona – dono da rede de academia Bio Ritmo e Smartfit
  • Edson Pires Salomão – assessor do deputado estadual Douglas Garcia (PSL)
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro – auxiliar parlamentar do deputado estadual Douglas Garcia (PSL)
  • Enzo Leonardo Suzi Momenti – youtuber apoiador de Bolsonaro
  • Eduardo Fabres Portella
  • Paulo Gonçalves Bezerra
  • Marcos Dominguez Bellizia
  • Otavio Oscar Fakhoury
  • Rafael Moreno
Garcia disse à reportagem que os agentes da PF estiveram em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo e apreenderam computadores. O deputado diz que as buscas são ‘lamentáveis’ e alega imunidade parlamentar. A ativista Sara Winter confirmou ser alvo da operação por meio do Twitter e disse que seu celular e seu computador foram apreendidos. Na publicação, compartilhou mandado de busca com a indicação de que ela deverá ser ouvida em até 10 dias pela PF e chamou Alexandre de Moraes de ‘covarde’.

Alexandre ainda determinou que seis deputados federais e dois estaduais sejam ouvidos em até dez dias no âmbito da investigação. Além disso, o ministro ordenou a preservação do conteúdo de todas postagens feitas pelos parlamentares. São alvos de tais medidas:

  • Beatriz Kicis (PSL- DF)
  • Carla Zambelli (PSL-SP)
  • Daniel Lúcio da Silveira (PSL-RJ)
  • Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro (PSL-PR)
  • Geraldo Junio do Amaral (PSL-MG)
  • Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PSL-SP)
  • Douglas Garcia Bispo dos Santos (deputado estadual em São Paulo – PSL)
  • Gil Diniz (deputado estadual em São Paulo – PSL)
Muito ativo nas redes sociais, o grupo de bolsonaristas que entrou na mira do inquérito das fake news reagiu à ofensiva da Polícia Federal alegando suposta politização da Corte. Parte das publicações chegou a questionar a legalidade da investigação, mas a mesma teve o aval da Advocacia-Geral da União (AGU), órgão do governo que atua na Corte.

O inquérito 4.781 foi aberto no dia 14 de março de 2019, por portaria assinada pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e trata de ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As apurações já atingiram ao menos 12 pessoas, entre deputados federais, estaduais e empresários bolsonaristas.

Como os repórteres Rafael Moraes Moura e Felipe Frazão mostraram, doze perfis com prática sistemática de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais já foram mapeados pelo inquérito. O Estado também revelou que o inquérito do Supremo já identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando um “bombardeio” virtual contra ministros do tribunal. A investigação corre sob sigilo e deve ser concluída ainda neste semestre, quando seguirá para o Ministério Público.

No âmbito de tal inquérito, Alexandre cobrou nesta terça, 27, explicações do ministro da Educação, Abraham Weintraub sobre a declaração feita na reunião de 22 de abril, quando Weintraub afirmou que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia”, “começando no STF”. O titular do Ministério da Educação terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal.

Antes, a decisão mais recente do ministro no âmbito da investigação foi no sentido de blindar os delegados do inquérito das fake news, impedindo que eles sejam trocados em meio à mudança de comando da Polícia Federal. Os mesmos delegados estão conduzindo as investigações dos atos antidemocráticos que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do próprio STF. O presidente Jair Bolsonaro participou da manifestação em Brasília, quando atacou a “velha política” e avisou que não quer “negociar nada”.

O inquérito
Desde quando foi aberto, o inquérito das fake news sofreu forte oposição do Ministério Público Federal. A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se posicionou pelo arquivamento do caso de imediato. Senadores reclamaram e puseram essa investigação na lista de justificativas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga, que ainda não saiu do papel.

Foram protocolados pedidos no Supremo para que a legalidade do inquérito seja discutida em julgamento do plenário. Os autores foram o partido Rede Sustentabilidade e a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Com a mudança do titular da Procuradoria-Geral da República (PGR), em setembro, foi alterada também a postura da instituição em relação ao inquérito. O procurador-geral Augusto Aras disse que Toffoli, ao determinar a abertura da apuração, “exerceu regularmente as atribuições que lhe foram concedidas” pelo Regimento Interno do Supremo. Aras defendeu, no entanto, a participação do MPF em todas as fases da investigação, o que vem sendo negado pelo relator.

Foi no âmbito desse inquérito que o ministro Alexandre de Moraes censurou reportagens publicadas na revista digital Crusoé e no site O Antagonista. Moraes, no entanto, acabou derrubando a própria decisão ao receber informações de que as reportagens eram fundamentadas em um documento que “realmente existe”.

E a sara winter, com a tranquilidade de quem está acostumada a sair impune de qualquer coisa, ofende e faz ameaças explícitas a um ministro do STF e até aos empregados dele.
Esse povo perdeu completamente a racionalidade, se é que algum dia teve uma.

 
Que dia glorioso! Espero que essa turminha aí — B. Küster, Allan dos Santos, Sara Winter — tome uma dura pra aprender a diferença entre opinião e crime. Esse vídeo mesmo da Sara é crime de ameaça contra o ministro. O que ela esperava conseguir com isso? Umas curtidas fáceis entre o seu público e...?
 
Acho difícil avaliar se essas ações demonstram autonomia da PF, investigando tanto aliados quanto desafetos do Bolsonaro, ou se demonstram a existência de alas Bolsonaristas e anti-Bolsonaristas sendo usadas como braço policial pelo governo e pelo STF. Como esse país não nos permite otimismo, imagino que a segunda hipótese seja a mais provável.
 
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Que dia glorioso! Espero que essa turminha aí — B. Küster, Allan dos Santos, Sara Winter — tome uma dura pra aprender a diferença entre opinião e crime. Esse vídeo mesmo da Sara é crime de ameaça contra o ministro. O que ela esperava conseguir com isso? Umas curtidas fáceis entre o seu público e...?

Reagindo com o fígado, eu também fico bastante feliz em ver essa gente tomar um susto.

O problema maior é que isso se dá no âmbito de um inquérito um tanto quanto controverso, do ponto de vista de sua constitucionalidade.
 
Parece que a PGR já mandou interromper.
Houve mais uma vez um certo exagero do nosso STF.
 
Parece que a PGR já mandou interromper.
Houve mais uma vez um certo exagero do nosso STF.
A PGR não mandou interromper por qualquer ilegalidade, mas porque acerta em cheio os patrocinadores da desinformação promovida pelo Bolsonaro. A PGR é braço jurídico do lodaçal bolsonarista, e tem demonstrado que não reage à legalidade ou à ilegalidade, mas aos efeitos no governo.

Chalámov já nos mostrou de que formas a promoção de incompetentes a cargos acima de suas capacidades gera lealdade. O Aras não furou a fila de graça.
 
Pois então. De acordo com essa mesma matéria que a Clara postou, o Aras havia se manifestado a favor da abertura do inquérito apesar de ter querido acesso a todas as etapas dele pela PGR, que teria sido negado por Moraes. Faz mais de ano que abriram o inquérito e já não lembro das queixas de sua constitucionalidade: no que consistem mesmo? E em caso de suspeita disso, num inquérito aberto pelo próprio guardião da Constituição, que é o STF, cabe a quem decidir se é mesmo inconstitucional ou tomar qualquer outra providência?
 
Chalámov já nos mostrou de que formas a promoção de incompetentes a cargos acima de suas capacidades gera lealdade.
Pois é.
Mas o problema na política brasileira é que os competentes preferem deixar os incompetentes tomarem conta. Pessoas boas em sua grande maioria fogem de cargos politicos. Não há remédio que cure.
O que me preocupa não é o grito dos maus... diria "alguém" por aí.
 
Pois então. De acordo com essa mesma matéria que a Clara postou, o Aras havia se manifestado a favor da abertura do inquérito apesar de ter querido acesso a todas as etapas dele pela PGR, que teria sido negado por Moraes. Faz mais de ano que abriram o inquérito e já não lembro das queixas de sua constitucionalidade: no que consistem mesmo? E em caso de suspeita disso, num inquérito aberto pelo próprio guardião da Constituição, que é o STF, cabe a quem decidir se é mesmo inconstitucional ou tomar qualquer outra providência?

Sobre a sua última pergunta, Béla, esse é parte do problema. O STF atua inconstitucionalmente. Você vai recorrer ao próprio STF na condição de guardião da Constituição?

O inquérito criminal foi deflagrado de ofício pelo Tóffoli - o que per si já é uma exorbitância das competências do STF nesse caso. Além disso, houve uma sucessão de atropelos quanto aos ritos formais. O Alexandre de Moraes foi diretamente designado pelo Toffoli; a Raquel Dodge se manifestou pelo arquivamento, o Alexandre de Moraes deu de ombros e seguiu com a investigação, à revelia da PGR, criando-se uma situação em que o juiz que investiga é ele próprio vítima [das fake news], etc. Nisso, há violação ao sistema acusatório - separação entre acusador e julgador. Além disso, o objeto do inquérito era bastante genérico.
 
Bem, já soube agora que tramita uma tal de ADPF 572-DF. Inclusive é a ela que o Aras se remete quando pede a suspensão do inquérito: até que seja julgado o mérito dessa ADPF aí. :think:
 
Pois é.
Mas o problema na política brasileira é que os competentes preferem deixar os incompetentes tomarem conta. Pessoas boas em sua grande maioria fogem de cargos politicos. Não há remédio que cure.
O que me preocupa não é o grito dos maus... diria "alguém" por aí.
Não necessariamente. Tem gente competente que entra na política, mas a política brasileira é fundada em um sistema bastante incestuoso de troca de favores (também entre políticos, mas principalmente entre políticos e seus financiadores), e boa parte das negociações ficam na fronteira entre o imoral e o criminoso. Mas o que destoa e assusta é a incompetência ostensiva do primeiro escalão do governo atual.

No caso específico, o STF se apossou de um inquérito porque o objeto da investigação era a própria base do governo e aquele que deveria se responsabilizar pelo inquérito é um indicado do governo, elevado a um posto a que sequer concorria, em um acordo que tem ares de pacto fáustico.

Isso é parte do dilema que pergunta até onde se pode descer para combater um governo opressivo e extremista. A cada golpe e contragolpe, a gente se afasta mais da Democracia. Essa situação não começa a melhorar enquanto esse governo não cair, e mesmo aí o caminho vai ser longo.
 
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Sobre a sua última pergunta, Béla, esse é parte do problema. O STF atua inconstitucionalmente. Você vai recorrer ao próprio STF na condição de guardião da constituição?
Não me parece inconstitucional. Eles têm essa ação prevista no artigo 5o (do código penal), certo? Pq vc enxerga como inconstitucional?
 
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