A política de Holywood...
Realmente, interessante seria vermos Andy Serkis receber uma estatueta no Oscar 2003, mas isso não dependerá tanto assim de sua atuação ou efeitos visuais. Não sei se é de conhecimento de todos, mas muitos prêmios são muito mais políticos do que justificados por interpretações e bem merecidos. Tomem como exemplo a cerimônia deste ano, "O Senhor dos Anéis" recebera suas estatuetas nos quesitos que, indiscutivelmente, nenhum outro filme poderia ter levado MAS foi apenas isso. Não se fez o devido reconhecimento.
Uma política um pouco criticada, porém coerente - no meu modo de entedimento - é a de que o filme que receber o maior número de estatuetas, conseqüêntemente receberá a de "Melhor Filme". A Academia de Holywwod utiliza-se desta política. A disputa deste ano foi muito acirrada, pois filmes como "Falcão Negro em Perigo", o deslumbrante "Moulin Rouge" e o psicológico "Uma Mente Brilhante" diminuíram a chance de uma possível concentração de prêmios por parte de "OSDA". Claro que, "Uma Mente Brilhante" já estava fadada a receber sua estatueta de "Melhor Filme" pelas características quase psicodramáticas da produção - aprecidadas pelos membros da Academia - e um fato muito relevante - John Nash presente na platéia. Nada mais justo do que uma devida homenagem enquanto vivo, isto proporcionou a sua biografia cinematográfica 4 estatuetas, incluindo "Melhor Filme" - conseqüêntemente limitando a quantidade de prêmios que "OSDA" poderia receber (4). Assim sendo, os outros dois prêmios que, por direito justo pertenciam ao "OSDA" foram sacrificados :
1-"Melhor Ator Coadjuvante" - Sir Ian McKellen liderava com o favoritismo, até ser retirado pelo, embora talentoso, Jim Broadbent. Sejamos francos, Sir Ian representou de forma primorosa. Havia até mesmo uma dúvida sobre qual prêmio ele deveria ser indicado - "principal" ou "codajuvante". Seria mais do que merecido para com ele por sua prévia indicação em "Deuses e Monstros", servindo como um "prêmio de consolação" como é chamado;
2-"Melhor Canção" - "May it Be", da Enya, de longe era a favorita ao Oscar, porém como o limite de 4 prêmios já havia sido decidido pelos membros da academia, a estatueta serviu para saldar uma antiga dívida entre Holywood e o, embora eminente compositor contemporâneo, derrotado Randy Newman com a sua, infantil - no mínino - "If I didn´t have you". Serviu apenas para que a Academia lhe falasse : "-Já recebeu seu prêmio, 1 entre 15 derrotas anteriores, por isso saia do nosso pé e nunca mais espere por outra".
Os prêmios deste ano dependerão muito da consciência dos membros da Academia. Se eles decidirem que, por uma questão de justiça poética, "As Duas Torres" merecer um maior destaque neste ano, eles o farão em compensação ao "A Sociedade do Anel". Entretanto creio que no quesito "Melhor Filme" esteja a situação um pouco delicada por ser tratar exatamente de "um meio" - um filme sem começo ou fim. Todavia, depois de cenas como a da premiação de Roberto Benigni eu não duvido de mais nada.
Talvez aproveitem o novo tema das vestimentas apresentadas pelos Cavaleiros de Rohan, e pelos demais integrantes do núcleo (Theoden, Eowyn, etc) para a premiação de "Melhor Figurino" - o primeiro filme poderia ter recebido mais esta estatueta, não fosse pela limitação e 4 prêmios. Mas, tendo sido entregue para a produção "Moulin Rouge" não desperdiçou-a de forma alguma.
Por hora é apenas isto. E Tenho dito !!
-Chaozu