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Gogol

Faram¡r

Dr. Benway
Criei esse tópico para comentar um pouco sobre um dos meus autores preferidos, Nicolai Vassilievich Gogol.
Escritor russo da primeira metade do século XIX, saiu-se igualmente bem nos romances e nos contos, sempre geniais. Teve uma vida muito irregular, ocupando variados cargos inclusive o de professor de História medieval na universidade de São petesburgo. Durante essa fase produziu grande parte de seus contos e romances. Ao fim de sua vida, viveu como peregrino e terminou morrendo se entregando a morte por inanição, depois de queimar o segundo volume de sua obra prima, Almas Mortas, que acabou ficando incompleta.

Gogol foi muito influenciado por autores romanticos e ele mesmo partilhou o estilo, apesar de ser inaugurar o realismo na Russia, com obras como O Capote. Era vanguardista e muitas de suas obras tinham um ar fantastico, escreveu obras primas como o Diario de um Louco, ambientado em São petesburgo misturando realidade e sonho. O Nariz é uma farsa absolutamente inquietante, passa das raias do absurdo.

Gostaria de compartilhar o meu gosto pela autor com pessoas que conhecem a sua obra ... bem ... ele escreveu clássicos, algumas pessoas devem ter lido :D
 
Eu comprei nao tem muito tempo o livro Almas Mortas. Eu viajei pro sul e levei ele junto com a intencao de terminar o livro que estava lendo e comecar ele. Só que o meu vô insistiu pra que eu emprestasse pra ele o livro. Emprestei. Eu tinha lido algumas paginas e estava gostando, estava empolgado com o começo dele. Meu vô falou que vai mandar pelo correio. Estou esperando até hoje.
 
Gogol simplesmente faz parte da minha Santíssima Trindade de escritores russos: Dostoiévski, Tchekov e Gogol.

Seus contos são absolutamente fantásticos (literalmente, em alguns casos). Na verdade, considerando os contistas em um sentido universal, creio que Gogol só fica atrás do próprio Tchekov.

"O Nariz" sem dúvida está entre meus contos favoritos dele; aliás, qualquer semelhança de "O Nariz" com "A Metamorfose" de Kafka não é mera coincidência. :obiggraz:

Uma coisa que me indigna é não ter encontrado até hoje uma tradução em português realmente decente de "Almas Mortas". Acho que meu plano de aprender russo para ler os mestres no original terá que ser levado adiante. :|
 
Responderam o tópico :P

Caramba Tilion, eu também planejo um dia aprender o Russo para ler no original as obras de Dostoievski e Gogol, principalmente. Se bem que as obras de Dostoievski estão ganhando novas traduções.

Alias, eu quando li a Metamorfose percebi a semelhança com O Nariz. Esse é uma das obras dele que eu mais gosto, ao lado de O Capote e Almas Mortas.
 
Almas mortas... eu tenho, mas nunca tive tempo pra lê... parece ser bom... quando tiver lido passo de novo por aqui :mrgreen:
 
Li 'O Nariz' dia desses. Não posso dizer que seja o estilo do Gogol (memso porque não li mais nada dele), mas achei o humor bem... amargo, digamos assim. É interessante, ainda mais no caso desse conto, acaba funcionando bem com as situações ilógicas.

Interessante mesmo, vou procurar mais textos dele para ler. :)
 
Reencarnando o tópico aqui...

Comprei faz um tempo no sebo Almas Mortas mas estava com medo que fosse ruim. Pelo visto é muito bom, vou começar a ler hoje.

Se gostar, vou comprar "O Nariz" e "Diário de Um Louco". :joy:

Gogol simplesmente faz parte da minha Santíssima Trindade de escritores russos: Dostoiévski, Tchekov e Gogol.

Tchekov? Nunca ouvi falar.

Além desses dai, eu incluiria Tolstói. Pra mim ele é quase perfeito.
 
O único porém do Almas Mortas é que ele não foi terminado. Aliás, foi, mas Gogol queimou a segunda parte do livro pouco antes de morrer, num acesso que teve.

Quanto a Anton Tchekhov, o mínimo que se pode dizer sobre ele é que é simplesmente o maior contista de todos os tempos.
 
Quanto a Anton Tchekhov, o mínimo que se pode dizer sobre ele é que é simplesmente o maior contista de todos os tempos.

Eu pensei que você ía dizer "pai dos Contos Realistas", mas nesse ponto há controvérsias. :g:

E falando em Rússia, existe uma não uma tríade, mas uma espécie de Pentateuco Literário: Dosto, Gogol, Tolstoi, Tchekhov & Gorki.

O problema de Gogol, Tchekhov e Gorki é justamente a falta de atenção a eles destinada, enquanto qualquer livraria furreca possui qualquer clássico de Dostoiévski, quando falamos desses três que eu citei ai em cima, tem que se procurar *muito* por um livro deles.

Mas enfim, sou fã de Todos. :g:
 
E falando em Rússia, existe uma não uma tríade, mas uma espécie de Pentateuco Literário: Dosto, Gogol, Tolstoi, Tchekhov & Gorki.

Realmente, os Russos superam em muito na literatura os outros povos. E olha que eu só conheço (de ter lido) "Dosto" e Tostoi e começei hoje o Almas Mortas. Comparados a eles, Machado é apenas cópia.

Todos esses escritores citados viveram no séc XIX e fim do séc XX. Tem algum outro bom escritor russo mais recente, do séc XX e porque não, do XXI? Ou eles não se renovaram e não manteram essa qualidade de bons escritores, até por causa da Revolução Socialista?
 
Nenhum dos mencionados viveu no final do século XX; eles viveram no século XIX até meados do século XX (o mais recente deles, Gorki, morreu em 1936).

Sinceramente, a Rússia nunca mais produziu gênios literários como os do século XIX. A literatura russa atual, caso realmente dê para chamá-la de "existente", não chega nem a ser uma sombra de sua predecessora. E, sim, a União Soviética teve um papel fundamental em minar tal produtividade literária (e mesmo a qualidade desta), dado o caráter repressor do regime, principalmente a partir do governo de Stalin. O próprio Gorki sofreu na carne essa repressão e, embora eu não o coloque no mesmo nível de Dostoiévski ou Tchekhov, reconheço que ele foi o último dos "grandes" russos.
 
Última edição por um moderador:
Estou lendo Almas Mortas, e o livro já entrou para a lista dos meus preferidos. O texto é muito irônico e divertido, dá para rir em muitas partes. Pena que é um livro incompleto, o filho da mãe tinha que queimar os manuscritos?
 
E, sim, a União Soviética teve um papel fundamental em minar tal produtividade literária (e mesmo a qualidade desta), dado o caráter repressor do regime, principalmente a partir do governo de Stalin. O próprio Gorki sofreu na carne essa repressão e, embora eu não o coloque no mesmo nível de Dostoiévski ou Tchekhov, reconheço que ele foi o último dos "grandes" russos.


É impossível analisar adequadamente a literatura soviética sem dominar muito bem o idioma russo, já que só um pequeno grupo de escritores (em geral os emigrados) são reconhecidos e traduzidos no Ocidente. Gorki ganhou notoriedade porque morou no exterior (apesar de ter regressado a convite de Estaline); Pasternak e Isaac Babel porque os capitalistas, erroneamente, os consideraram dissidentes do regime; Solzhenitsyn, porque fugiu.
Tampouco me parece algo razoável relacionar condições sociais ao surgimento de grandes gênios. Machado de Assis viveu no Brasil do séc. XIX, haveria algum tempo e lugar menos favorável às letras? Mal existiam publicações literárias. A Rússia czarista de Dostoievski era também um império de analfabetos, enquanto isso, a URSS, segundo Graciliano Ramos em seu livro Viagem:

"Trezentas e cinqüenta mil bibliotecas do Estado, com setecentos milhões de volumes. As dos sindicatos são doze mil, e há nelas sessenta milhões de livros. Por que tanta letra? Afinal essa fartura de impressos torna-se monótona, tem aparência de mania. Abafamos. Não acharemos neste país um analfabeto? Saudades da nossa terra simples, onde os analfabetos engordam, proliferam, sobem, mandam, na graça de Deus. Felizmente há no parque de cultura restaurantes e bilhares. Ainda podemos jogar uma partida, beber uma cerveja. A ditadura horrível não nos proíbe essas necessidades cristãs."


Quanta à repressão, sempre foi bem relativa. A maioria dos escritores, quando caíam em desgraça com o Partido, simplesmente tinham suas publicações cortadas para evitar o desperdício de recursos públicos. Nada de execuções. Estaline mesmo costumava proteger seus favoritos (cujos livros editava pessoalmente), mesmo quando eram perseguidos como anti-soviéticos. Babel, por exemplo, só acabou morto por ter como amante uma "inimiga do povo".
No fim, a "repressão" de mercado, que obriga o escritor profissional a escrever de acordo com a demanda, é bem mais significativa.
 
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