Hugo
Hail to the Thief
Esse review eh do Diego Sapia Maia e eh mto interessante...eu concordo com ele, o Dirhil tamem deve concordar:
É fato que `Gladiador` abocanhou vários Oscars, milhões em bilheteria e vários fãs. A pergunta: o filme é merecedor de tudo isso? A resposta: um óbvio NÃO ! Eu já fui um dos que gostaram do filme, e que saíram maravilhados do cinema quando os letreiros subiram. Mas depois de revê-lo em vídeo, minha opinião mudou completamente. `Gladiador` é um filme pobre, que apresenta personagens inverossímeis e um culto ao ódio incomum. Mas não é só isso...
`Gladiador` praticamente copiou a história de `Spartacus`, somente com alguns ajustes. E, acreditem, esses ajustes fazem toda a diferença. Enquanto em `Spartacus` temos uma mensagem pacifista e de esperança, em `Gladiador` o que fica na mente são os corpos mutilados e a expressão de ódio na cara de Maximus. Tudo bem, todos sentimos ódio de algo/alguém, mas Maximus vai além disso. Ele trama uma vingança contra os assasinos de sua família, e se sente honrado e satisfeito ao concluí-la. Bem diferente de Judah Ben-Hur (do clássico homônimo), que repensa seus atos e chega à uma conclusão totalmente oposta à de Maximus: a mensagem óbvia, mas sempre válida, de que violência não leva a nada.
Em `Gladiador` acompanhamos a história do general Maximus (Russel Crowe, somente ok), que depois de servir ao exército de Roma (com toda `honra` e `força`, é claro...) tem sua família assassinada pelo Imperador Commodus (Joaquin Phoenix, tentando e não conseguindo), pois representava um perigo à ascensão do imperador. Maximus, então, vira um escravo na África, onde é treinado por Proximo (Oliver Reed, na melhor atuação do filme) para ser gladiador e lutar no Coliseu, em Roma. No caminho, Maximus prepara sua vingança contra Commodus, e a põe em prática assim que seus pés tocam o solo latino.
`Gladiador` decepciona pois começa como uma história pacifista e termina de uma maneira totalmente contrária, exaltando os `bravos feitos` do exército Romano e comemorando toda a glória e riqueza de Roma (que, numa analogia pura e simples, pode ser comparada aos EUA atuais). Maximus é um general romano, que trucidou vários exércitos inimigos (os bárbaros naquela época, o 3.º Mundo hoje), mas mesmo assim é mostrado como um homem piedoso e carinhoso, que cuida da família, mas não pensa duas vezes em matar um bárbaro. E, insisto, ao contrário de Ben-Hur ou Spartacus, Maximus não tem piedade de ninguém. Ele insiste em defender a força, a honra e a vida de sua família, mas acha que somente através de mais mortes e sangue esses valores serão retomados. Nem é preciso dizer que Ben-Hur e Spartacus agem de maneira totalmente oposta (e mais humana).
Além disso, o filme faz uma verdadeira homenagem descarada ao Império Romano, que é mostrado como um lugar aprazível, belo, e sem uma gota de sangue no chão. O filme erra desastrosamente, pois todos sabemos que Roma era movida pela guerra, que gerava lucros e escravos e, com isso, expansão e mais guerras. Uma comparação com os EUA atuais é mais do que certa: cara de um, focinho de outro.
O filme ainda apresenta outros defeitos consideráveis. A fotografia é estranha, fria. Os efeitos estão muito estilizados, e não se encaixam perfeitamente na cena. Mas o pior é a trilha sonora, piegas e irritante. Pior do que um disco da Enya.
Prefira assistir à `Spartacus` e `Ben-Hur` 1 milhão de vezes seguidas do que assistir à 30 minutos deste épico de plástico chamado `Gladiador`. Quem sabe assim não percebemos que Roma, infelizmente, continua viva até hoje.
É fato que `Gladiador` abocanhou vários Oscars, milhões em bilheteria e vários fãs. A pergunta: o filme é merecedor de tudo isso? A resposta: um óbvio NÃO ! Eu já fui um dos que gostaram do filme, e que saíram maravilhados do cinema quando os letreiros subiram. Mas depois de revê-lo em vídeo, minha opinião mudou completamente. `Gladiador` é um filme pobre, que apresenta personagens inverossímeis e um culto ao ódio incomum. Mas não é só isso...
`Gladiador` praticamente copiou a história de `Spartacus`, somente com alguns ajustes. E, acreditem, esses ajustes fazem toda a diferença. Enquanto em `Spartacus` temos uma mensagem pacifista e de esperança, em `Gladiador` o que fica na mente são os corpos mutilados e a expressão de ódio na cara de Maximus. Tudo bem, todos sentimos ódio de algo/alguém, mas Maximus vai além disso. Ele trama uma vingança contra os assasinos de sua família, e se sente honrado e satisfeito ao concluí-la. Bem diferente de Judah Ben-Hur (do clássico homônimo), que repensa seus atos e chega à uma conclusão totalmente oposta à de Maximus: a mensagem óbvia, mas sempre válida, de que violência não leva a nada.
Em `Gladiador` acompanhamos a história do general Maximus (Russel Crowe, somente ok), que depois de servir ao exército de Roma (com toda `honra` e `força`, é claro...) tem sua família assassinada pelo Imperador Commodus (Joaquin Phoenix, tentando e não conseguindo), pois representava um perigo à ascensão do imperador. Maximus, então, vira um escravo na África, onde é treinado por Proximo (Oliver Reed, na melhor atuação do filme) para ser gladiador e lutar no Coliseu, em Roma. No caminho, Maximus prepara sua vingança contra Commodus, e a põe em prática assim que seus pés tocam o solo latino.
`Gladiador` decepciona pois começa como uma história pacifista e termina de uma maneira totalmente contrária, exaltando os `bravos feitos` do exército Romano e comemorando toda a glória e riqueza de Roma (que, numa analogia pura e simples, pode ser comparada aos EUA atuais). Maximus é um general romano, que trucidou vários exércitos inimigos (os bárbaros naquela época, o 3.º Mundo hoje), mas mesmo assim é mostrado como um homem piedoso e carinhoso, que cuida da família, mas não pensa duas vezes em matar um bárbaro. E, insisto, ao contrário de Ben-Hur ou Spartacus, Maximus não tem piedade de ninguém. Ele insiste em defender a força, a honra e a vida de sua família, mas acha que somente através de mais mortes e sangue esses valores serão retomados. Nem é preciso dizer que Ben-Hur e Spartacus agem de maneira totalmente oposta (e mais humana).
Além disso, o filme faz uma verdadeira homenagem descarada ao Império Romano, que é mostrado como um lugar aprazível, belo, e sem uma gota de sangue no chão. O filme erra desastrosamente, pois todos sabemos que Roma era movida pela guerra, que gerava lucros e escravos e, com isso, expansão e mais guerras. Uma comparação com os EUA atuais é mais do que certa: cara de um, focinho de outro.
O filme ainda apresenta outros defeitos consideráveis. A fotografia é estranha, fria. Os efeitos estão muito estilizados, e não se encaixam perfeitamente na cena. Mas o pior é a trilha sonora, piegas e irritante. Pior do que um disco da Enya.
Prefira assistir à `Spartacus` e `Ben-Hur` 1 milhão de vezes seguidas do que assistir à 30 minutos deste épico de plástico chamado `Gladiador`. Quem sabe assim não percebemos que Roma, infelizmente, continua viva até hoje.