Não sei se tem algo no fórum sobre o ghost in the shell - stand alone complex e nem sobre o game do filme. Tenho uma matéria sobre eles que colocarei aqui para vocês:
O video game
Junto com o primeiro filme, foi produzido um video game para o (na época) recém-lançado Playstation. Trata-se de um game de 3 dimensões onde o jogador "pilota" o Fuchikoma-o tanque em forma de inseto que auxilia Kusanagi e os demais agentes da sessão 9 em diversas missões. Estes robôs-tanque têm inteligência própriae podem atuar com ou sem piloto. Por contaq de sua mente ingênua e quase infantil, no mangá eles são responsáveis por muitas seqüências de humor. Este game fez muito sucesso na época de seu lançamento, muito mais pelas seqüências animadas exclusivas do que pelo jogo em si, considerado fraco por jogadores mais exigentes. Estas animações com duração de 3 a 5 minutos são apresentadas ao final de cada fase de combate do jogo, são fiéis ao traço do mangá e com alta qualidade de animação. Ao final do jogo e somadas todas as fases, se terá assistido um episódio inédito da saga com uns 25 minutos de duração. Apesar de lançado há quase 6 anos ainda pode-se consegui-lo em lojas especializadas, bastando dar o nome da série.
E finalmente, a série de TV
Lançada em outubro de 2002 apenas para TVs a cabo, usando o sistema pay-per-view e com apenas 2 episódios por mês, Ghost in The Shel - Stand Alone Complex(o complexo da solidão) está sendo um grande sucesso de audiência, e vem sendo a série que mais depressa é legendada pelos fansubbers digitais. Apesar da direção excelente, animação soberba para uma série de televisão (daí o motivo de serem exibidos apenas 2 episódios por mês - para se caprichar mais na animação, é preciso mais tempo de produção) com ótimo roteiro e trilha sonora, os fãs mais "puristas" do mangá original reclamaram. O motivo da insatisfação foram as alterações na história original. Mas estes fãs se esqueceram que esta série foi publicada há mais de 10 anos, os computadores e a internet evoluiram muito desde então, e novas idéias e conceitos de como o futuro deve ser apareceram. Era preciso atualizar as idéias futuristas apresentadas no mangá, pois este acabou desatualizado em alguns pontos. Por exemplo, em 1991 telefones celulares ainda eram novidade e não tinham se espalhado tanto, e ninguém podia imaginar as profundas mudanças que ocorreriam na sociedade e nos negócios por conta de uma coisinha chamada internet... Não, não havia escolha. Era preciso atualizar - mas atualizar sem perder o espírito da série. E isto foi feito com muita competência, não se pode negar.
Os personagens não mudaram praticamente nada - seja em aparência, seja em personalidade. Kusanagi continua séria e boa de briga, Batou continua animado e gozador, o líder da sessão 9 - Aramaki - continua tão obcecado por seu trabalho e pela justiça quanto no mangá. A única mudança foi o nome dos tanques-robôs que atuam com os agentes da sessão 9: de Fuchikomas mudaram para Tachikomas - sabe-se lá por qual motivo. Ah, sim, a cor deles mudou também - de vermelho para azul...
As principais mudanças aconteceram na história e principalmente na tecnologia futurista apresentada: os implantes cerebrais estão lá, mas agora podem se conectar à internet também. Visores e janelas dos computadores são projetadas diretamente no cérebro, se sobrepondo á visão normal. A troca de partes do corpo por partes cibernéticas tem muito mais destaque e, algumas histórias exploram a fundo eswsa possibilidade. Quanto às histórias, até o momento a maioria dos casos envolvendo Kusanagi e os demais membros da sessão 9 não são relacionados com política. Em geral, envolvem terrorismo ou casos policiais: um programa-vírus que está fazendo um determinado modelo de andróides para sexo se suicidarem, um hacker muito esperto e decidido a matar um comandante da polícia de tóquio acusado de corrupção, um tanque de guerra experimental aparentemente enlouqueceu, um ciborgue que é um assassino em série e outras histórias do gênero.
Diferente do longa-metragem para cinema, não há episódios sem algum momento de humos, em geral promovidos por Batou ou os Tachikomas, e cenas de semi-nudez existem - mas apenas quando necessárias. O questionamento moral e até mesmo religioso da substituição de partes do corpo por membros cibernéticos é abordado várias vezes, com citações a religiões que proibem a transferência da mente para cérebros eletrônicos por exemplo. O questionamento de Kusanagi se ela é uma Ghost (fantasma) por ter transferido sua mente para um cérebro ciborgue de alta performance nem é abordado - pelo menos até o momento. Mas as rápidas lembranças de seu passado e infância já apareceram, coisa que a série e o mangá nunca abordou.
Retirado da revista Anime EX - Ano 2 - No. 23