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Gertrude Stein

Anica

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Da Wiki:

[align=justify]Gertrude Stein (nasceu dia 3 de fevereiro de 1874, em Pittsburgh, EUA - faleceu dia 27 de julho de 1946, em Paris, França). Foi uma escritora, poeta e feminista.

Tinha um apreciável círculo de amigos, como Pablo Picasso, Matisse, Georges Braque, Derain, Juan Gris, Apollinaire, Francis Picábia, Ezra Pound, Ernest Hemingway e James Joyce, isso apenas pra citar alguns.

Miss Stein era realmente genial e escreveu "Autobiografia de Alice B. Toklas", livro fundamental da vanguarda dos anos 1910, 20 e 30. Com estilo muito próprio, a narrativa conta como jovens artistas e escritores vindos das mais diversas partes do mundo se encontram em Paris e detonam novos caminhos para a arte. Picasso vinha da Catalunha, Joyce da Irlanda, ela própria vinha da América, Nijinski era russo, havia vários franceses, como Cocteau, Apollinaire, Matisse. É bom lembrar que, apesar do nome, o livro foi escrito por Miss Stein, tendo como porta-voz Alice B. Toklas, sua companheira durante vinte e cinco anos. Compondo um interessante painel das três primeiras décadas deste século: "Gertrude Stein e o irmão visitavam frequentemente os Matisse que constantemente retribuíam as visitas. De vez em quando Madame Matisse convidava-os para almoçar, o que acontecia principalmente quando recebia alguma lebre de presente. Lebre estufada feita por Madame Matisse à moda de Perpignan era algo fora do comum. Tinha também vinho de primeira, um pouco pesado, mas excelente". Durante esse tempo Miss Stein e sua companheira Alice viveram no número 27, rue de Fleurus. Este endereço se tornaria lendário e um importante ponto de encontro desses "gênios".

Gertrude Stein seria a primeira a pendurar em sua parede pinturas de Juan Gris, Matisse e Picasso. Mais tarde romperia com muitos deles, inclusive com Picasso, por quem manteve grande afeição. Antes porém, posaria noventa e três vezes para que o artista catalão desse por finalizado o seu retrato: "Mas em nada se parece comigo, Pablo" disse ela. "Mas certamente vai parecer ,Gertrude, certamente..." respondeu o pintor. O rompimento dos dois se daria apenas em 1927, por ocasião da morte de Juan Gris. Gertrude acusou Picasso de não ter estimado Gris o bastante, ele retrucou e os dois tiveram um belo e histórico bate-boca.

Miss Stein adorava fazer provocações. A palavra génio exercia mesmo uma influência considerável em sua vida. Afinal era uma escritora de estilo bastante peculiar e engenhoso, a inventora da escrita automática. Assim os intelectuais de seu tempo perguntavam se ela era mesmo gênio ou não passava de uma impostora. Ela dava o troco:"Ser gênio exige um tempo medonho, indo de um lugar a outro sem nada fazer", ou então:" um gênio é um gênio, mesmo quando nada faz".

Com a Primeira Guerra Mundial Miss Stein e Alice viveram sua aventura alistando-se no F.A.F.F, um Fundo de proteção aos americanos que então viviam na Europa, dando folga a seus embates artísticos e literários, a aventura é narrada na Autobiografia. Após a guerra a vida voltou ao normal mas tudo já estava transformado para sempre, inclusive e principalmente Paris. Não tanto a fachada e a arquitetura da cidade, mas as pessoas e o ritmo da vida.[/align]

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Aproveito para compartilhar o link de "A REINVENÇÃO DA LINGUAGEM EM GERTRUDE STEIN", por Luci Collin
 
Ouvi falar da Gertude Stein a primeira vez por uma professora da UFPR... E lembro que foi tão marcante aquela palesta pra mim, que as vezes me vejo fazendo poemas ao estilo dela na cabeça... com aquelas repetições... Adoro aquela da Rosa... :)
 
Se bobear a palestrante era a Luci Collin (do texto que deixei o link ali). Acho que ela é uma das pessoas que mais sacam de Gertrude Stein lá da UFPR.
 
Tenho muita vontade de ler algo dela. Principalmente depois de Meia noite em Paris. Acho que vou começar por Três vidas, o que vocês acham?
 
[align=justify]Até onde estou informado, foi essa escritora que criou o epíteto "geração perdida" (lost generation) para designar os autores que escreveram durante a década de 20 nos Estados Unidos (embora tenha sido alargada para outros países essa designação: há quem coloque o Erich Maria Remarque nessa 'categoria', enfim...), destacando entre eles o F. Scott Fitzgerald, Hemingway, T.S. Eliot e Ezra Pound.[/align]
 
sim, foi ela. o hemingway comenta sobre isso em paris é uma festa e parece discordar do termo, btw.
 
Poutz, tenho que achar, mas tem uma frase no Este Lado do Paraíso, do Fitzgerald, que deve ter causado furor na Gertrude e feito ela criar essa desginação. Vou dar um bizu e se achar eu coloco aqui.
 
não, o termo foi cunhado observando um rapaz que cuidava do carro da gertrude (ou alguma profissão do tipo). quando ela fala em geração perdida não é só sobre escritores. no moveable feast tem um capítulo inteiro só sobre isso.
 
E "Autobiografia de Alice B. Toklas", alguém leu? Estou com "Paris França" na fila de livros, mas queria comprar o Alice antes que suma da livraria onde frequento.
 
Aproveito para compartilhar o link de "A REINVENÇÃO DA LINGUAGEM EM GERTRUDE STEIN", por Luci Collin

Po, gostei demais desse texto e fiquei entusiasmado pra ler algo dela (isso é, se for mesmo esse texto aqui. Porque parece que mudou de link, procurei pelo mesmo título no blog que abriu e achei esse)... me amarrei naquele exemplo dado da moça que dança:

Gertrude Stein disse:
Orta ou alguém dançando

(…) Ao fazer alguma coisa essa uma está sendo a uma fazendo aquela coisa. Ao fazer alguma coisa, a uma fazendo a coisa é a uma sendo uma fazendo aquela coisa. Esta uma é uma fazendo alguma coisa. Esta uma está sendo a uma fazendo a coisa. Essa uma está fazendo a coisa. Essa uma tem feito a coisa. Essa uma está dançando.

Significar aquela coisa, significar ser a uma fazendo aquela coisa é algo que a uma fazendo aquela coisa está fazendo. Significar fazer dança é a coisa que esta uma está fazendo. Esta uma está fazendo dança. Esta uma é a uma significando estar fazendo essa coisa que significa estar fazendo dança.

Esta uma é uma que tem estado fazendo a dança. Esta uma é uma fazendo dança. Esta uma é uma. Esta uma é uma fazendo essa coisa. Esta uma é uma fazendo dança. Esta uma é uma que tem estado significando estar fazendo dança. Esta uma é uma significando estar fazendo dança.

fiquei rindo sozinho, não por achar ruim, ao contrário, por achar super bem bolada a coisa...

Enfim, comprei aquela caixa que a cosac fez com A autobiografia de Alice B. tolkas e A autobiografia de todo mundo um pouco por estar barato, um pouco por serem as edições super lindas e tbm por querer conhecer um pouco a escrita da Stein - mas quando comprei não sabia nada sobre esta, fui mais, como diz a autora do artigo do link, por saber da figura da escritora, pelo status dela de modernista e tal... mas gostei muito do que foi pincelado sobre o que ela escreve nesse texto, muito bacana mesmo :joinha:
 
Última edição:
Não consigo ver o nome de um artista que já passou pela poesia e não comentar nada a respeito. No caso da Stein, ela tem um poema relativamente famoso que se chama Se eu lhe contasse: um retrato acabado de Picasso. Particularmente acho-o meio fraco, mas isso pode ter sido meu ouvido que entortou. Vou ler esse texto que a Anica citou lá no começo do tópico e quem sabe não mudo de opinião? O link dele está quebrado, mas é esse aqui.

Vou citar dois links a respeito da Gertrude-poetisa:


Dá pra encontrar o poema nos dois, e os dois são completos a sua maneira.
 

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