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Garr - A Criação

- Obrigado, Anuradha.

- Então agora gostaria de ouvir Feary, para que depois eu possa me pronunciar. Feary?
 
Última edição:
Feary se levante e caminha até o centro.
-Primeiramente falarei sobre Horfael! Acredito que todos temos motivos para estarmos em Garr, e também acredito que se nosso pai Nor'jahall permitiu que ele viesse para o nosso meio mesmo não sendo um Finerim é porque ele acredita e quer que Horfael esteja aqui por algum motivo! Não está correto tudo o que ele tem feito contra Samael e Tulyas ele deve sim ser julgado por seus atoa e punido! Agora com relação a Aracnel e Anuradha acho que já foi tudo apresentado, eles são o contrario do outro, nunca conseguiram conviver em algum lugar juntos! Garr tem espaço para os dois assim como nela há a Luz e a Escuridão!terminando de falar Feary faz uma reverencia ao seus irmãos e caminha novamente para seu lugar
 
Kai'ckul faz uma reverência em agradecimento a Feary, e, na seqüência, levanta-se, observando cada um de seus irmãos por um momento, como que tentando perceber a animosidade de cada um com a situação do Conselho. Então, após esse breve instante, ele fala a seus irmãos:

- Pois bem, neste primeiro momento, falta apenas o meu pronunciamento sobre as questões.

- Primeiro, sobre Horfael: não simpatizo com os atos de Horfael, mas também acho errado agir por meio da força precipitadamente contra ele. Pelo fato de Horfael não ser um finerim assim como nós, eu não tenho certeza sobre como proceder em relação à ele.
Percebo que, de fato, ele pode trazer muitos desequilíbrios para Garr. Acredito que deveríamos consultar nosso pai, Nor'jahall, sobre que atitude deveríamos adotar.

Não acho que algum de nós deva aplicar qualquer espécie de punição pessoal a Horfael. O Conselho, caso decida punir Horfael por seus atos, deverá escolher um procedimento impessoal, de forma que a punição não seja um ato de vingança, mas sim de justiça.


- Segundo, sobre Anuradha e Aracnel: até o momento, jamais vi hostilidade deliberada nos atos de Anuradha, tampouco percebo nela qualquer intenção de praticar o mal contra Aracnel. Entendo que Aracnel se irrite com a luz de Anuradha, mas o inverso provavelmente também ocorre, e esses são fatores derivados da natureza de cada um dos dois. Não é razão para que busquem conflitos, mas sim para que procurem estabelcer uma harmonia, um convívio pacífico e equilibrado.

- Gostaria de ouvir vossas opiniões novamente. Kaiken, algo a dizer?
 
Após o novo pronunciamento de Kai'ckul, o Deus Insano ri. Histericamente, ele cai na gargalhada. - Vejam só que bonitinho! - zomba ele. - Os Deusezinhos jovens não sabem o que fazer, então vão pedir ajuda para o papai resolver seus problemas! Resolvam seus próprios problemas, é o que eu sempre digo. Por que não permitem que eu resolva os meus? E que Tulyas também resolva seus próprios problemas?! Ou vocês me temem tanto que não ousam tocar-me?
 
Kaiken se levanta e olha em volta com o mesmo olhar calmo esperando o término das risadas antes de dizer suas palavras.

- Enquanto estamos aqui os seres de Garr estão lá vivendo e tendo os próprios conflitos. Somos deuses mas não tão diferente deles afinal. Acho que o destino está mais na mão deles e de nosso pai por isso sei que qualquer que seja a decisão que tomarem será a certa, mesmo que seja a errada. Deixo isso em suas mãos irmãos. Não é necessário também pedir qualquer ajuda a nosso pai pois ele sabe de tudo o que acontece aqui, se ele achar que deve intervir, ele irá assim fazer queiramos ou não.

E volta a se sentar.
 
Chegando sua vez de se pronunciar novamente, Samael se levanta, e olhando para Horfael, começa a falar:

"Sim, os mortais temiam a morte antes mesmo de Horfael começar a interferir nessa questão. Entretanto, eles o faziam como alguém que teme o desconhecido, um misto de curiosidade e receio, gerado pela ignorância, e não pelo medo em si. Mas Horfael incitou em seus corações o mais puro terror dela...ele espalhou a imagem da morte como um fim sombrio e desagradável, sinônimo de inexistência ou sofrimento eterno, a qual todas as criaturas estariam condenadas, a não ser que optassem por lhe entregar suas almas, e aceitassem a esmola que ele lhes concedesse, mantendo-os nesse mundo como cadáveres animados. Ele os enganou, difamou minha imagem, e isso com as atrocidades que ele mesmo cometeu...pois se a vida no Além é de alguma forma semelhante à imagem que ele passou aos mortais, ela o é em seus próprios domínios, onde suas almas são distorcidas em criaturas grotescas, e onde muitas outras servem de brinquedo para a crueldade dessas ultimas."

"E não me venha com esse papo furado de compreenderem a razão de suas existências. Se o meio de alcançar algo parecido existe, é justamente por meio de suas mortes, quando eles virão até seus criadores e ficarão lado a lado com eles, e não em uma existência amaldiçoada e condenada pelo Equilíbrio."

"E quanto à imortalidade de seus feitos, isso se dará pela memória daqueles que seguem, e não pela existência nefasta dessa criatura pela eternidade. É você quem os condena a um estado muito abaixo daquele em que nasceram. Você se aproveitou da ignorância das criações de meus irmãos para escraviza-los. Tenha ao menos um pingo de dignidade e assuma que fez o que fez por ganho próprio, e não por alguma historinha barata de altruísmo para com os mortais. Tenha coragem ao menos para isso."

"Você não passa de um usurpador e conspurcador, Horfael. Nada criou, apenas deturpou. E, quando não conseguiu deturpar, escolheu por destruir. A inveja o levou a tentar arruinar a criação de Tulyas."

"Isso mesmo, meus irmãos. O que ele sente é inveja, porque estamos em nosso mundo, porque criamos, porque somos irmãos. Ele é um estranho por aqui, e nada faz além de corromper nossas criações e domínios. Ele inveja a nós todos, e seu sarcasmo é a máscara que usa para esconder isso, até de si mesmo. Ele cobiça nossos domínios, criações, e mundo. Ele é a mais pura inveja, que distorce o que não consegue criar. Se a mesma ainda não estiver sob seu domínio, logo ela estará, meus irmãos, pois o ser que temos em nossa frente é a mais pura manifestação dela."

Virando-se para Anuradha, ele continua:

"Como eu já disse, minha irmã, há um grande diferença entre o medo que eles sentiam antes, e o que sentem agora, que os leva a trocarem suas almas para permanecer na condição lastimável em que se encontram."

"E a Morte é tão repugnante quanto a Vida. Assim como nenhuma das duas o é, ao mesmo tempo. A Morte nada mais é do que a alma devolver a Garr o que tomou emprestado, e depois seguir rumo à verdadeira existência eterna. Todos os seres passam brevemente por esse mundo, e não sou eu quem decide o quanto eles podem permanecer seguramente por aqui, mas sua propria mente e coração. E a insanidade daqueles que optaram pela não-vida apenas mostra o quanto isso está correto."

"Com relação a que punição deveríamos conceder à Horfael, sou contra a idéia de deixa-lo sob os cuidados de um de nós. Isso o deixará sujeito a castigos arbitrários por parte do responsável, e, como Kai'ckul já disse, o objetivo principal aqui é que a justiça seja feita."

"Poderíamos bani-lo de volta para seu mundo, mas existe a possibilidade de ele achar o caminho de volta, e trazer seus irmãos com ele para guerrear, o que poderia custar tudo o que criamos até agora, e mesmo a existência de alguns de nós."

"A destruição, apesar de ser a pena de meu agrado, devido a seus crimes, e por evitar possíveis inconvenientes futuros, talvez não seja realmente a forma mais justa de resolver a situação."

"Acredito que deveríamos, então, aprisiona-lo em uma das luas de Garr, em uma prisão construída com os poderes de todos nós, de modo que ele jamais possa sair sozinho, e que apenas todos juntos possamos liberta-lo."


"Da mesma maneira, sugiro que todas as criaturas que ele distorceu com a falsa vida eterna sejam declaradas inimigas de nossa Ordem, e caçadas por nossos agentes até que o último de suas fileiras retorne ao pó. Que nenhum de nós atenda à suas orações, pois eles são contra tudo o que mantemos, e que a prisão de Horfael não permita nem que ele ouça suas preces, nem que mande seu poder a eles. Iremos purgar esse mal de Garr, e retorna-la aos poucos ao Equilíbrio pretendido."

"Ele ficaria preso no mínimo pelo tempo necessário para que reparemos seus erros. Quando isso acontecer, aí sim convocaríamos novamente o Conselho, e decidiríamos por quanto tempo ele continuaria aprisionado."

"Mas veremos pelo que a maioria de nós irá optar. Meu pronunciamento está feito. Agradeço pela atenção."
 
Tulyas ouvia silencioso até que uma idéia que condizia em partecom seu plano veio a tona:

"Muito bem Samael, ótima escolha... eu estou de acordo com sua proposta. Trancafiemos ele, tiraremos seu poder do mundo até que concertemos o que fez... eu caçarei suas criaturascom prazer e Horfael pagará caro pelo que tentou aqui hoje..."
 
Aracnel olha meio estranho a mudança de posição de Tulyas, mas acha que teve ter um bom motivo, além disso ele sabe que nada do que el sugeriu vai ser levado afrente pelo conselho então, ele levanta-se fala:

-Eu já disse tudo que tinha que ser dito, não mas falarei, esse conselho ja demorou mais do que devia, agora resta esperar o que deve ser feito. Apenas fortaleço: Não quero que a Anuradha se aproxime de mim e segundo, quanto ao Horfael, devemso puni-lo, ele não pode ficar assim impune, uma prisão numa lua de Garr pode ser sim a melhor opção!
 
Zyon havia esperado sua chance de falar, que agora chegara. Já havia colocado sua opinião para com os membros do Conselho, mas agora haviam idéias novas. Após o pronunciamento de Aracnel, Zyon mais uma vez falou:

- Mantenho de pó minhas primeiras palavras, tanto em relação à Horfael quanto à Aracnel. Agora uma nova questão surge neste concelho: O aprisionamento de Horfael, para proteger a paz que tanto lutamos para construir. Ao contrário do que ele disse, nossas criações não antagonizam umas as outras, mas existe uma e tênue linha que as permitem a convivência pacífica. Horfael transpassou essa linha e a destruiu com seus poderes e seus seguidores.

Muito me agrada a idéia de unirmos nossas forças na construção de uma prisão, uma tão poderosa que haja a necessidade de juntar os poderes de todos os Finerim que quiserem participar e novamente, apenas todos eles podem abri-la. Para esta causa, contem comigo, meu poder é de vocês.

Mas, mesmo com Horfael preso, suas "crias" continuam a solta e enquanto essa situação permanecer, ele continuará tendo um vínculo com Garr. Sugiro que, para exterminar esse problema devam participar os finerim involvidos em sua rede de mentiras. Eu, Tulyas e Samael somos mais do que suficientes para recriar a paz que Horfael desestabilizou.

Esta é a minha opinião, como membro do Conselho. Após Horfael refletir sobre sua falsa justiça, o Conselho dos Finerim deverá ser invocado novamente para discutirmos sua soltura.


Dizendo isso, Zyon dá uma breve pausa, olha para Samael e se pronuncia para o Finerim, dentre todos um dos que mais confiava:

- Samael, gostaria de, se possível, falar com você sobre um assunto externo ao Conselho, quando este acabar.


Finalmente acabando de falar, Zyon se senta e espera o pronunciamento do próximo.
 
Horfael balança a cabeça negativamente. - Nem todos os seus poderes patéticos juntos são capazes de manter-me preso por muito tempo!

Dito isso, Gor e Kezef somem do plano de Kai'ckul, e o Deus Insano sorri. - Nem todos os seus poderes juntos podem impedir minha influência. Eu mostrei aos seus mortais uma liberdade que eles muito cobiçam. Essa semente estará para sempre plantada em suas almas, e nem em dez mil vidas vocês serão capazes de apagar meu poder sobre cada mortal. E vocês verão que a obra de suas mãos irão lentamente escorregar por entre seus dedos, e então conhecerão a vingança de Horfael!

O Feiticeiro Louco cospe na direção de cada um dos Finerim que pronunciaram-se a favor do seu aprisionamento. Seu olhar se detém mais em Tulyas e Aracnel, enquanto o Deus Insano tenta medir até onde os deuses traidores estão falando a verdade. - Já contra você, Aracnel - Horfael diz, em uma voz sombria, -, para você reservarei um destino apreciavelmente cruel... Eu o defendi, apenas eu dentre todos os seus amados 'irmãozinhos', e é assim que você me retribui. Mas uma traição merece outra, e você se verá abandonado quando mais precisar da ajuda destas crianças patéticas!
 
Anuradha assistia a cena, séria, esperando até que pudesse falar. Logo que Horfael terminou, levantou-se e olhou para ele.

- Não deveria acreditar tanto no que tens, facilmente ele pode lhe ser tirado, nem subestimar aquilo que não conhece. Apesar de falar , aparentemente, com tal seriedade, não consegue esconder um certo temor, bem no fundo de seus olhos.
Virou-se para todos os outros presentes.

- Concordo que Horfael deva ser preso, até que tome plena cosciência da seriedade de seus atos, e quando isso acontecer, seria apropriado que ele fizesse um juramento, que caso quebrado atrairia para si algo terrível. No entanto, o lugar em que ele será preso, deve ser meticulosamente montado, afinal ele não é bobo, e tenho certeza de que tentará arrumar uma forma de sair, e ao meu ver, para que isso aconteça, cada um terá que contribuir com algo que somente ele conheça, um dom somente teu, que nenhum de nós saiba da existência. Afinal, quem nos garante que nenhum de nós, não foi corrompido por ele.

Terminado seu pronunciamento, sentou-se e esperou.
 
Aracnel sorri loucamente em deboche ao Deus louco:

-Cale-se Horfael, o quer pretendes?, agradeço por sua defesa, mas sua atitudes extrapolam e muito ela, você é um risco para todos nós e deve ser aprisionado para sempre, até que se arrependa e contribua com Garr. E não tente me ameaçar, sou mais poderosos do que vc acha que sou, ninguém em absoluto deve subestimar o poder de Aracanel, O senhor da escuridão!

Dito isso ele sorri sarcasticamente e mais uam vez em deboche a Horfael

-Devia medir as consequências antes de agir assim. Agora deve pagar por tudo!
 
Tulyas ouve Horfael ser fortemente contrariado pelo conselho e acrescenta com um sorriso provocante no rosto:

"Caro Horfael, será que não vê que você mesmo se condena? Não há mais nada que possa ser feito em sua defesa, pois você já mostrou todo o ódio e discórdia que veio trazer a este mundo. Você irá ser aprisionado e eu cuidarei para que não fuja.

Assim que terminar o conselho, Kalfyra se vingará de sua ofensa e caçará teus servos que testemunharão pela primeira vez o poder de um dragão. A sua sombra encobrindo os céus será a última coisa que as tuas almas corruptas verão antes de arderem sob sua chama e serem finalmente destruídas. Pois caçarei até o fim, dentro da mais profunda montanha até as mais altas montanhas de Garr, das Sombras até a Luz e até nas profundezas dos mares eles não estarão salvos.

Tão poderoso você se diz e tua magnetude se desfaz agora, pois não importa quão forte diz ser, mas contra todos os Finerim e contra a vontade de Nor'jahall você nada pode."
 
Ao ouvir o pedido de Zyon, Samael responde:

"Ficarei contente de ouvir o que quer que tenha a dizer, meu irmão. Assim que resolvermos essa questão, teremos nossa conversa."

Com a subsequente fala e atos de Horfael, assim como das respostas de seus irmãos, ele apenas comenta:

"Você não possui nem ao menos a dignidade de um Finerim, Horfael, o Imundo. Sua arrogância ultrapassa em longe seus poderes, e a cada palavra sua você nada mais faz além de se condenar."

"Agora vamos esperar nossos dois últimos irmãos se pronunciarem, e resolver isso de uma vez por todas."


Nada além de calma transparecia na voz do Senhor da Morte. Por maior que fosse seu ódio, o deus sabia que ele nada faria além de cega-lo. Era essa a diferença entre alguém da estirpe dos Finerim, e um poder vindo de fora, que conhecia apenas o caos e a desordem. E era por isso que agora eles se erguiam como soberanos, enquanto Horfael se rebaixava como um condenado revoltado, que grita e xinga, sem mudar em nada para melhor aquilo que o aguardava.

Sem orgulho, sem respeito, sem dignidade. Seriam todos os irmãos dele dessa maneira? Samael tinha uma pena sincera do mundo que governavam, em qual canto da realidade ele estivesse.
 
Vendo que havia uma pausa Kaiken se pronunciou.

Receio que serei inutil e útil no que me pedem irmãos, com seus esforços todos vocês já estarão usando meu poder, mas em contrapeso Horfael também poderá usar meu poder no esforço de escapar... De fato eu digo que suas suspeitas estão certas. O esforço que usarão para construir a prisão fará com que ela seja forte e praticamente idestrutível mesmo para nós, mas o tempo será o crucial fator, quanto mais tempo passar mais aumentará a esperança de Horfael de fugir de seu cárcere e mais força ele terá obtido por sí próprio e por mim até que chegará o dia que ele se libertará. Meu poder está disponível a todos os seres com consciência ou instinto, não há excessão.

E assim Kaiken esperou que o conselho refletisse.
 
Horfael estava irritado. Sabia que não seria capaz de enfrentar tantos deuses de uma vez só. Sequer tentar poderia acarretar conseqüências piores das que o Deus Insano terá de enfrentar em sua atual situação. Ele estala a língua. Gor e Kezef já partiram, tudo o que pode ser feito já está sendo feito. Logo, o Sangrento será informado dos novos desígnios de Horfael.

Enquanto isso, no mundo mortal, as coisas se desenvolvem de acordo com as sementes plantadas há muito. O castelo de Horfael está quase pronto: as fundações profundas foram erguidas sob o planalto, e as torres externas que pontilham a muralha circular ainda incompleta já se erguem altaneiras, como dentes de pedra no planalto elevado. Dezesseis torres e sete portões também protegem o passo alto que leva ao topo do planalto. As paredes da contrução central já estão sendo erigidas, e trabalhadores assentam a pedra lavrada dia e noite, incessantemente. Os longos campos que cercam o planalto já produzem comida, e muitos homens se ajuntam, no topo do planalto e em seu redor. Construções de pedra alojam armas, armaduras e suprimentos como ferro, água, comida seca, lenha, pedra, ouro e couro. Soldados treinam nos pátios internos da cidadela, enquanto os aldeões erguem as fortalezas para seu Senhor secreto. O chão treme sob os golpes dos martelos dos ferreiros que trabalham nas forjas a todo o vapor, e com os golpes dos mineiros, que extraem a rocha da encosta íngreme, e ouro das muitas minas que circulam o planalto.


O poder de Horfael já permeia o local. No entanto, agora o Deus Insano oculta seus servos e criaturas: eles são sua melhor (talvez a única) chance de contornar sua situação pendente. Rituais estranhos são realizados em segredo, nas profundezas, e o povo comum não sabe por quem está lutando, crendo que o Sangrento não é nada mais que um Rei merecedor de adoração. Os mais dotados das características apreciadas por Horfael, um dom natural para a magia ou uma predisposição perfeita à insanidade, tornam-se sacerdotes em segredo.

E mais importante. O Sangrento invocou grande parte do poder de Horfael, para proteger sua fortaleza de olhos curiosos. Realizando um grande ritual em nome do Feiticeiro Louco, o Sangrento erigiu uma barreira mágica no planalto, e em uma grande área ao redor. Ali, o poder atuante de Horfael não pode ser sentido nem mesmo por um Deus. Aos olhos dos outros Deuses (até mesmo Aracnel e Tulyas, uma vez aliados ao Deus Insano), aquele lugar é de fato apenas a fortaleza de um grande senhor feudal.

É então que chegam os servos de Horfael. Gor e Kezef entram no reino do Sangrento, na forma de homens comuns. E falam ao Sangrento tudo o que deve ser feito.
 
Naquele mesmo momento, em um lugar muito distante do conselho, um Deus Adormecido acorda. Ele estava ali desde a criação, mas permanecia adormecido, assim como todos os membros da sua raça, os Golyatru. Seu nome era Golyatrule, e ele não queria nada para ele mesmo: a única coisa que ele queria era fazer a justiça.

No entanto, ele possuia uma visão um pouco diferente da justiça. Julga as pessoas por atos que elas já se arrependeram, e pune pessoas que já foram punidas. Dizem que ele sempre sabe quando uma injustiça ocorre com alguém.

Para cumprir seus objetivos, ele usava a Escuridão. No entanto, ele possuia a habilidade de controlar ela e usá-la "com moderação". Ele, admitidamente, invejava a luz e desejava ela: no entanto, ele sabia que a Luz era forte demais para ele.

Acordando no mundo, a primeira providência que ele tomou foi construir um refúgio para eles e uma habitação para os membros de sua raça. Foi assim que, no meio do oceano, um novo continente surgiu: um continente escuro, porém belo, com vida. Nele moravam os Golyatru que ali quiseram ficar: ele valoriza o livre-arbítrio, que considerava um importante aspecto da justiça. O resto dos Golyatrus embarcou em navegações e foi explorar o mundo. Agora que havia achado um lugar para os membros de sua raça, Golyatrule foi procurar seus irmãos, tanto para conversar e cumprimentar quanto para punir os que, segundo ele, merecerem.

OFF: Eis o meu primeiro post, podem continuar o conselho normalmente, aparecerei daqui a pouco :mrgreen:
 
Ouvindo o que seus irmãos tinham a dizer sobre Horfael, Kai'ckul ponderou e, com sua habitual calma, pronunciou-se:

- Parece-me que a imensa maioria dos membros deste Conselho desaprova as atitudes de Horfael, e deseja que o mesmo seja punido de alguma forma, para o bem de Garr e do próprio Horfael, ainda que esse sinta-se extremamente contrariado, o que é natural.

- No entanto, ainda que Horfael torne-se cativo por prazo indeterminado, suas obras e seus seguidores permanecerão no mundo, disseminando seus ensinamentos, colhendo os frutos outrora plantados pelo mesmo. E, ainda que muitos entre nós não simpatizemos com a colheita desses frutos, nada podemos fazer para eliminá-los, pois isso seria por demais invasor da vontade das demais criaturas. É necessário que exista o mal e a desordem, para que seus valores antagônicos também possam existir verdadeiramente.

- Dessa maneira, manifesto que, se for do interesse dos demais Finerim, estarei de acordo com o aprisionamento de Horfael, até que Garr possa novamente aceitá-lo, seja pela mudança de comportamento de Horfael, seja pela mudança de próprio mundo.
 
Alheia aos acontecimentos da reunião, Anuradha tinha o pensamento longe. Pensava em Garr e naqueles que lá viviam. Imersa nesses pensamentos ouviu vários chamados a sua pessoa de uma vez, concentrou-se nisso e viu que uma espécie de ritual era feito em seu nome. No entanto apesar de parecer muito bonito havia algo que a deixava irritada com tudo aquilo, estavam oferecendo em sacrifício uma criança. Irritada Anuradha interferiu no sacrifício, fez com que todas as tochas se apagassem, embarcando tudo na escuridão, então retirado a criança da embriagez a que a colocaram deu-lhe uma pequena estrela e disse-lhe para correr dali e só parar quando estivesse bem longe dali, e para que guardasse a estrela consigo e nunca a desse a ninguém.
Só depois que a criança estava bem longe as tochas acenderam-se novamente, e todos indagavam-se de o que acontecera a criança.
Feliz e mais calma, Anuradha voltou seu pensamento para a reunião.
- Bem, parece que chegamos a uma decisão.
 
Zyon já estava impaciente com a duração do Conselho. Claro que achava a punição de Horfael de primordial importância, mas estava inquieto, pois tinha ainda assuntos a resolver. Sentindo que os demais finerim, mesmo já chegando a um concenso, não conseguiam consumar o ato, ele disse:

- Bom, parece que tudo já foi decidido e não há mais motivo para discutirmos. Sugiro começarmos a preparação da prisão nesse exato momento. Algo de tamanha magnitude deve demorar o tempo necessário para ficar pronto. Enquanto isso, Horfael ficará temporariamente aprisionado no mundo de Kai'ckul, se este concordar, claro.

Então, meus irmãos, vamos começar nossa primeira obra conjunta?
 

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