Zuleica
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[...] Gaiman diz que uma das coisas que acha curiosas no Brasil é que ainda persiste a questão se quadrinhos seriam uma forma menor de literatura (que foi perguntada na coletiva, inclusive). "Na Inglaterra e nos EUA, essa discussão já foi resolvida quando o Art Spiegelman ganhou um prêmio Pullitzer por 'Maus', e depois quando 'Watchmen' foi eleita uma das cem maiores obras da literatura pela Time Magazine", afirmou. "Os quadrinhos obviamente têm qualidades diferentes da prosa, mas pra mim é como discutir se o teatro é menor do que a prosa porque tem atores falando o que você deveria imaginar."
Sobre as diferenças que vê entre os dois meios, Gaiman acha que "a prosa tem essa coisa mágica de você juntar palavras e o leitor criar um mundo na cabeça dele, mas nos quadrinhos eu tenho mais controle, principalmente sobre o olhar de quem lê. Se eu quero que ele admire a construção de um castelo, mando o artista fazer um castelo de página inteira. Se eu descrever em um parágrafo, o leitor pode simplesmente pular até a próxima linha de diálogo". Outra coisa que Gaiman diz sentir falta quando escreve livros são "os quadrinhos em branco, que permitem que o leitor imagine o que os personagens estão pensando".
Perguntado sobre o que o teria levado para o horror e os quadrinhos, Gaiman brincou que "infelizmente as pessoas não são personagens, não têm boas histórias de origem. Adoraria dizer que fui picado por uma aranha radioativa e comecei a querer fazer quadrinhos de horror, mas não, foi simplesmente uma coisa com a qual eu senti afinidade".[...]
Fonte: UOL > Diversão e Arte > Flip 2008 - 04jul2008 - 17:03hs
No Blog dos Quadrinhos, do Paulo Ramos achei a indicação dessa matéria sobre o queridíssimo de todos nós, "o Gaiman". E acho interessante o comentário, as revistas em quadrinho sempre foram consideradas uma literatura menor. Eu lia meio escondido. Motivos, receio de ser julgada e condenada, afinal recebiam os mesmos rótulos hoje dados a Tex, Júlias e Sabrinas.