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Fuvest e Unicamp usam tiras em questões do vestibular 2009

Breno C.

Usuário
Duas histórias em quadrinhos foram usadas na prova de língua portuguesa do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), realizada na tarde deste domingo.

Uma era uma tira do personagem Chico Bento, de Mauricio de Sousa.

A outra era de Calvin e Haroldo, série criada pelo norte-americano Bill Watterson.

A Unicamp tem usado tiras em seu vestibular desde 1990. Mas nunca duas de uma vez só.

O uso de quadrinhos corresponde a um sexto da prova, que tem 12 questões dissertativas.

Há uma semana, a Fuvest - que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo -, também havia usado uma tira de Mafalda, do argentino Quino.

Fuvest e Unicamp são considerados os principais vestibulares do país.

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A tira cômica de Chico Bento - reproduzida acima - foi usada pela Unicamp como base para que os candidatos explicassem as características da fala de cada um dos personagens.

A questão pedia também que o vestibulando respondesse e justificasse se esse modo de falar era exclusivo do homem rural brasileiro.

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No caso de Calvin e Haroldo, os organizadores da prova reproduziram duas versões de uma mesma tira. A primeira traz uma tradução portuguesa. A segunda, uma versão brasileira.

Pede-se: 1) uma diferença sintática entre as duas traduções; 2) que se explique a diferença entre os verbos "ter" e "haver" na segunda tira.

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Com a tira de Mafalda, reproduzida acima, a Fuvest quebra uma resistência de mais de uma década no uso de quadrinhos em seu vestibular. A última experiência tinha sido em 1997.

Na prova de língua portuguesa, realizada no domingo passado, os organizadores diziam que o sentido da tira se baseava em polissemia (mais de um sentido possível de um mesmo termo). Pedia-se para identificar e explicar essa polissemia.

A segunda parte da questão propunha que o candidato justificasse se concordava com a premissa de que a história era não só humorística mas crítica também.

Assim como a Fuvest e a Unicamp, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), elaborado pelo governo federal, tem usado tiras e charges em questões, inclusive na prova de 2008.

Podem-se perceber algumas tendências nesse uso:

* ocorre uma predileção pelo uso de tiras cômicas nos testes; isso se dá, possivelmente, por economia de espaço e pelo fato de serem publicadas em jornais, principal fonte de circulação delas e mais próxima do meio acadêmico;
* prefere-se o uso do termo "tirinha", e não de "tira" ou "tira cômica"; isso sugere uma não-familiaridade dos organizadores dos testes sobre a características dos diferentes gêneros dos quadrinhos; na falta de nome mais preciso, usa-se "tirinha";
* o uso nos vestibulares se enquadra numa nova - porém tardia - visão que circula no meio educacional brasileiro que enxerga os quadrinhos como uma forma de leitura, a exemplo de vários outros gêneros midiáticos;
* a presença de quadrinhos nos exames vestibulares implica também a inserção de seus diferentes gêneros - e não apenas as tiras - nos ensinos médio e fundamental.

A vida prática mostra que muitos professores ainda demonstram resistência aos quadrinhos ou desconhecimento sobre a linguagem e os recursos deles no uso em sala de aula.

Mas, no geral, é algo positivo o que se vê neste início de 2009.

Fonte: Blog dos Quadrinhos

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Muito bacana essa notícia! Quem sabe no vestibular de 2010 não sejam três tirinhas, aí vai aumentando...:g:! O que eu sei é que a Fuvest é tradicionalista demais, dificilmente vemos algumas mudanças, como essa por exemplo.
 

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