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Frases da Literatura.... Só as melhores e inesquecíveis!

Requer realmente uma boa dose de auto-confiança produzir algo assim tendo ciência disso...

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" - Talvez algum exaltado tenha te dito que um guerreiro não tem medo da morte. Mentira! Um guerreiro é uma pessoa como todas as outras: ama a vida e não quer morrer. Contudo, não se deixa dominar pelo medo, e por isto sabe quando é necessário morrer e quando é inútil. É isto que faz dele um guerreiro." Ido(crônicas do mundo emerso - a menina da terra do vento)
 
Não é uma frase, é um trecho, mas vale a pena ler, é bem legal. E eu sou putinha do Franzen:

"Um fenômeno relacionado a esse é a transformação, graças ao Facebook, do verbo "curtir", que deixa de descrever um estado de espírito e passa a designar um ato que desempenhamos com o mouse: deixa de ser um sentimento e vira uma opção de consumo. E curtir é, no geral, o substituto da cultura comercial para amar. A característica mais notável de todos os produtos de consumo - sobretudo dos aparelhos eletrônicos e aplicativos, - é o fato de terem sido projetados para ser bem curtíveis. Essa é, na verdade, a "definição" de um produto de consumo - em contraste com o produto, que é apenas aquilo que é e cujos fabricantes não estão preocupados se vamos ou não curti-lo. Estou pensando nos motores de aviões a jato, nos equipamentos de laboratório, na arte e na literatura em suas manifestações mais sérias.

Mas, se pensarmos nisso em termos humanos e imaginarmos uma pessoa definida pela ansiedade de ser curtida, o que temos aí? Temos uma pessoa sem integridade, sem um centro. em casos mais patológicos, temos um narcisista - alguém incapaz de tolerar que sua autoimagem seja manchada pela possibilidade de não ser curtido e que portanto ou se afasta do contato humano ou se dedica a sacrifícios cada vez mais extremos da própria integridade com o intuito de ser curtido.

Se uma pessoa, no entanto, dedica sua existência a ser curtível e passa a encarnar um personagem bacana qualquer para atingir tal fim, isso sugere que perdeu a esperança de ser amado por aquilo que realmente é. E, se tiver êxito na tentativa de manipular os outros para que seja curtido, será difícil que, em algum nível, não se sinta verdadeiro desprezo por aqueles que caíram em seu embuste. Tais pessoas existem para que nos sintamos bem em relação a nós mesmos, mas que bem podem nos fazer se não as respeitamos? Podemos ficar deprimidos, descambar para o alcoolismo ou, no caso de Donald Trump, concorrer à presidência (e depois desistir).

Os produtos tecnológicos de consumo nunca fariam algo tão desestimulante, pois não são pessoas. São, no entanto, grandes aliados dos narcisistas, a quem facilitam a vida. Além de saírem da fábrica com a ansiedade de ser curtidos, têm incorporada a ansiedade de nos causar boa impressão. Nossas vidas parecem muito mais interessantes quando filtradas pela interface sexy do Facebook. Estrelamos nossos próprios filmes, fotografamos incessantemente a nós mesmos, clicamos o mouse e uma máquina confirma a sensação de que estamos no comando. E, já que nossa tecnologia é apenas uma extensão de nós mesmos, não precisamos desprezar suas manipulações, como faríamos no caso de pessoas de verdade. É um movimento circular sem fim. Curtimos o espelho e o espelho nos curte. Ser amigo de uma pessoa significa apenas incluí-la em nossa lista particular de espelhos elogiosos.

Talvez eu esteja exagerando um pouco. Provavelmente vocês estão cansados de ver as mídias sociais desrespeitadas por cinquentões rabugentos. Meu objetivo aqui é estabelecer um contraste entre as tendências narcisistas da tecnologia e o problema do amor verdadeiro. Minha amiga Alice Sebold gosta de falar em "cair no fosso e chafurdar no amor". Ela tem em mente a sujeira que o amor inevitavelmente espirra no espelho do nosso respeito próprio. O fato é que a tentativa de ser perfeitamente curtível é incompatível com relações amorosas. Mais cedo ou mais tarde, por exemplo, você se verá envolvido numa briga horrível, aos berros, e ouvirá saindo da sua boca palavras de que não gosta, coisas que estilhaçam sua autoimagem de pessoa justa, gentil, bacana, atraente, controlada, divertida e "curtível". De repente, surge algo mais real que a curtibilidade e você se vê levando uma vida real. De repente, existe uma escolha verdadeira a ser feita, não uma falsa escolha de consumidor entre BlackBerry e iPhone, mas uma pergunta: Eu amo esta pessoa? E para a outra pessoa: Ela me ama?. Não existe a possibilidade de "curtir" todas as partículas de uma pessoa real. É por isso que um mundo de curtição é, no limite, uma mentira. Mas é possível "amar" cada "partícula" de uma pessoa real. É por isso que o amor representa tamanha ameaça existencial à ordem tecnoconsumista: ele denuncia a mentira."

Trecho de "A dor não nos matará", capítulo do livro "Como ficar sozinho", de Jonathan Franzen ♥.
 
Essa vem do Conde de Montecristo, meu livro favorito.

Luigi: "Podemos chamá-lo... Zatarra"
Edmond: "Parece medonho"
Luigi: "Significa 'madeira à deriva'"

Não sei porquê, mas essa passagem sempre me chamou atenção. Ela me inspirou o nome Zatar, que uso em nicks ou personagens que invento.
 
"O leitor atento, verdadeiramente ruminante, tem quatro estômagos no cérebro, e por eles faz passar e repassar os atos e os fatos, até que deduz a verdade, que estava, ou parecia estar escondida."
(Esaú e Jacó, ASSIS, Machado)


Talvez pelo fato constante de, independente do livro, eu buscar descobrir as coisas antes dos personagens, ou mesmo buscar coisas onde não tem.
 
"E, no entanto, amedronta-me a tua natureza: tão plena é ela do leite da bondade humana que não te permitirá tomar o primeiro atalho. Queres ser grande, e para isso não te faltará ambição. Deves estar desejando de um modo sagrado aquilo que desejas tanto. Não queres jogar sujo, e mesmo assim desejas vencer de modo indevido."
Macbeth, Ato I Cena V

"Para quem tem no presente um amor a ser vivido, o futuro é apenas um detalhe que pode esperar."
Tempos de Espera, Pe. Fabio de Melo.

" [...]
que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta? "
Mário Quintana - Inscrição para uma Lareira

"A princípio foi esse olhar um simples encontro; mas, dentro de alguns instantes, era alguma coisa mais. Era a primeira revelação, tácita mas consciente, do sentimento que os ligava. Nenhum deles procurara esse contato de suas almas, mas nenhum fugiu. O que eles disseram um ao outro, com simples olhos, não se escreve no papel, não se pode repetir ao ouvido; confissão misteriosa e secreta, feita de um a outro coração, que só ao céu cabia ouvir, porque não eram vozes da terra, nem para a terra as diziam eles. As mãos, de impulso próprio, uniram-se como olhares; nenhuma vergonha, nenhum receio, nenhuma consideração deteve essa fusão de duas criaturas nascidas para formar uma existência única."
Helena - Machado de Assis
 
Sou fascinada por este trecho de "A Dream Whithin a Dream", de Edgar Allan Poe:

All that we see or seem
Is but a dream whithin a dream.


(Tudo aquilo que vemos ou nos parece
Nada mais é do que um sonho dentro de um sonho.)
 
VIA ESPESSA
(Hilda Hilst)
II
Se te pertenço, separo-me de mim.
Perco meu passo nos caminhos de terra
E de Dionísio sigo a carne, a ebriedade.
Se te pertenço perco a luz e o nome
E a nitidez do olhar de todos os começos:
O que me parecia um desenho no eterno
Se te pertenço é um acorde ilusório no silêncio.

E por isso, por perder o mundo
Separo-me de mim. Pelo Absurdo.


Não é uma frase (me processem!), mas é um lindo poema da minha poeta preferida.
 

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