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FPF culpa legislação por "clubes de aluguel"

FPF culpa legislação por "clubes de aluguel"

Marco Pólo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, se exime de culpa e critica duramente a Lei Pelé.

Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico, da MBPress, para Pelé.Net

CAMPINAS E SÃO PAULO - A Federação Paulista de Futebol (FPF) sempre se gabou por ter o campeonato estadual mais forte do país (ou o mais competitivo). No entanto, a crise que assola o futebol nacional atingiu também os filiados desta entidade, que agora sofre com a falta do prestígio por ela almejado.

Nos últimos anos, aliás, a FPF tem recebido diversos pedidos de adiantamento de cotas. Fato este que já virou rotina para algumas agremiações, como o Guarani. A equipe de Campinas recebeu o dinheiro referente a 2005 no início do segundo semestre do ano passado para ajudar na luta contra o rebaixamento à Segunda Divisão do Brasileiro. A estratégia, porém, não deu certo.

Assim como o Bugre, muitas outras equipes recebem as verbas da Federação com antecedência. Só que diferentemente do time de Campinas, que tem um calendário cheio durante a temporada, esses clubes sofrem também para manter a mesma base durante todo ano. Resultado: a contratação de um "time de aluguel".

Ciente dos problemas que esse tipo de medida traz para os clubes, a FPF se exime de culpa pela falta de um calendário mais apropriado, mas culpa a atual legislação pela decadência do futebol nacional.

"Para nós (da Federação), isso ("clubes de aluguel") também é prejudicial porque diminui a qualidade técnica da competição. Já para os clubes é o fim do dinheiro. Mas a culpa de tudo isso não é nossa, e sim da atual legislação, que é contra as equipes", discursou o presidente da FPF, Marco Pólo Del Nero.

As críticas do comandante máximo da entidade não param por aí. Segundo o presidente, com o surgimento da Lei Pelé, em 1998, os clubes ficaram bem mais vulneráveis ao mercado e começaram a quebrar. A começar pelo interior.

"Antigamente (com a Lei do Passe vigente), todos os clubes do interior tinham categorias de base desde Sub-15. Dessa maneira, quando os jogadores chegavam ao profissional, pelo menos dois ou três eram vendidos por R$500 mil ou até R$1 milhão, dinheiro que permitia aos clubes manter uma equipe mais forte. Com essa nova legislção isso não acontece", esbravejou Del Nero.

Uma categoria de base forte, inclusive, é considerada pela maioria dos cartolas como a única saída para a recuperação dos clubes do interior. "A grande sacada atualmente está nas categorias de base", disse Homero Santarelli, diretor de futebol do Ituano.

No entanto, a maioria deles não tem condições de investir nessa solução. Tanto que nos dias atuais é muito comum os clubes possuírem apenas a categoria Sub-20, mais conhecido como juniores.

"Não adianta as equipes investirem nas categorias de base, elas não terão nenhuma compensação financeira por isso. Muito pelo contrário. É por isso que os departamentos amadores dos clubes não existem mais", completou Marco Pólo Del Nero.

Preocupado, Lula pode mudar a legislação
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, já demonstrou certa preocupação com a atual situação econômica do futebol brasileiro. Tanto que no Congresso Nacional já está em análise uma Medida Provisória que proteja os clubes.


Marco Polo Del Nero vê com bons olhos os planos de Lula para o futebol brasileiro
A principal intenção dessa MP é garantir uma boa recompensa financeira para o formador do jogador. Sendo assim, o atleta que quiser deixar o clube antes do término do seu contrato terá de pagar uma multa, que seria de duas mil vezes o seu rendimento anual - atualmente a legislação prevê um pagamente de 100 vezes mais.

"O Lula está sensibilizado com o momento que vive o futebol nacional. Além de termos uma boa expectativa com relação à MP, ainda existe a possibilidade dela virar lei e ser votada no Congresso Nacional em breve. Ele está esperando apenas o melhor momento político para isso", declarou Marco Pólo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.



Sem grana, clubes do interior vivem de "aluguel"

Dos 20 clubes que disputam o Campeonato Paulista, sete montaram um elenco para jogar apenas três meses.

Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico, da MBPress, para Pelé.Net*

CAMPINAS E SÃO PAULO - O futebol do interior de São Paulo está perdendo seu charme. Sem dinheiro para investimentos mais ousados, com altas dívidas e com as categorias de base cada vez mais "sucateadas", os clubes que um dia fizeram frente aos grandes da capital, agora juntam migalhas para sobreviver, salvo algumas exceções.

Tal situação fica ainda mais evidente com o aumento dos "times de aluguel", que passou a ser a única saída para as equipes que não têm um calendário cheio. Dessa maneira, os dirigentes contratam todos os jogadores por um período de três meses e os liberam após o término da competição, sem ganhar qualquer recompensa em caso de negociação.

Dos 20 times que disputam o Campeonato Paulista, sete vivem nessa situação. São eles Mogi Mirim, Rio Branco, União São João, América, Portuguesa Santista, Inter de Limeira e Atlético Sorocaba - todos voltam a jogar apenas no segundo semestre, quando começa a Série C do Campeonato Brasileiro.

"O que ocasionou isso (contratos de três meses) foi a falta de calendário. Os clubes que têm só a Série C para disputar depois do Estadual não possuem recursos para sobreviver com o mesmo time", analisou Homero Santarelli, diretor de futebol do Ituano, que atualmente não precisa mais montar elenco nessa circunstância por estar na Série B, que começa em abril.

Acostumados com o "efeito gangorra" dos jogadores que assinam contratos curtos, os técnicos que comandam essas equipes mostram-se conformados com a atual situação do futebol do interior paulista, como é o caso do comandante do Améica.

"Todo mundo aqui (no América) sabe que dificilmente os contratos serão renovados assim que o Campeonato Paulista acabar. O clube não tem condição de manter o elenco, principalmente os jogadores que estão se destacando. Essa é a nova filosofia do futebol brasileiro: times baratos e atletas sem vínculo com o clube", comentou Roberval Davino, técnico do América, que tem no atual elenco o atacante Finazzi, artilheiro do Estadual ao lado de Diego Tardelli, do São Paulo.

O presidente da equipe de São José do Rio Preto, Joacy Lopes, no entanto, não vê esse problema com a mesma naturalidade que Davino. Pelo contrário, sua posição é totalmente contrária ao "aluguel" dos clubes - atualmente, o América possui uma folha de pagamento de R$120 mil mensais, da qual o teto salarial é de R$10 mil.

"Esse tipo de vínculo é bem prejudicial ao clube. Afinal, quando um jogador vai bem no campeonato, ele logo sai e o time fica sem nada, sem receber qualquer coisa pela negociação", disse o cartola do Diabo, que está na Terceira Divisão do futebol nacional.

Enquanto alguns diretores vislumbram um futuro nebuloso para os "times de aluguel", outros encontram nessa medida uma solução prática para evitar prejuízo e investir no jogador certo.

"Esses contratos de três meses são bons para os clubes que não têm condições de manter o mesmo elenco durante a temporada. Só tentamos um vínculo maior com jogadores jovens, que, mais para frente, possam render algo ao clube, como uma negociação com o exterior", discursou o gerente de futebol do Rio Branco, Juraci Catarino.

Problema não atinge apenas o interior
Tradicional clube do futebol paulista, a Portuguesa de Desportos vive um momento até pior do que os times do interior. Em situação financeira calamitosa, o clube do Canindé recorreu ao "time de aluguel" no ano passado e insistiu nele nesta temporada. Embora de duas maneiras diferentes, mas igualmente arriscadas.

Em 2004, por exemplo, na gestão Joaquim Alves Heleno, a diretoria deixou o comando do futebol nas mãos da empresa carioca Ability Sports, que, apesar de pagar os salários em dia (principal problema da Rubro-Verde nos últimos anos), não conseguiu levar a Lusa às quartas-de-final do Campeonato Paulista e muito menos à fase final de Série B.

No começo da atual temporada, já com a nova diretoria, a Ability teve seu contrato rescindido, assim como todos os jogadores. A solução mais rápida encontrada pela Portuguesa, então, foi procurar empresários para montar um time às pressas.

"Não tem jeito. Vamos ter que montar uma equipe correndo, com contratos de apenas três meses", declarou à época o diretor de futebol da Lusa, Fernando Gomes.

E foi exatamente isso que aconteceu. Do grupo que está trabalhando com o técnico Gallo, apenas quatro jogadores têm contrato até dezembro de 2005: o goleiro Gléguer, os zagueiros Nenê e Silvio Criciúma e o volante Almir. "O restante do elenco será reavaliado ao final do Paulistão", falou Gomes.

O resultado da estratégia lusitana não foi dos melhores, e sim o pior. Desde 1972, quando começou o Estadual com três empates e duas derrotas, a equipe rubro-verde não havia iniciado um Paulista tão mal como em 2005: quatro derrotas e dois empates - a primeira vitória do time ocorreu no último domingo, dia 13, quando venceu o América por 3 a 2, nos acréscimos.

"Não vamos precisar refazer o elenco novamente. Temos uma base de jogadores que disputou a Copa São Paulo de Juniores (o time foi eliminado na primeira fase este ano). Essa é a equipe que vai representar a Portuguesa. Não existe mais isso de time de aluguel, que foi apenas uma saída para organizarmos o grupo para o Paulista", completou o presidente da Lusa, Manuel da Lupa.

Com investimento na base, Santo André cresce
Diferentemente dos clubes mais conhecidos do interior, o Santo André tornou-se nos últimos anos o principal emergente do futebol brasileiro, assim como foi o seu arqui-rival São Caetano, que explodiu no ano de 2000, quando chegou à final da extinta Copa João Havelange (o Azulão perdeu o título para o Vasco da Gama).

A trajetória do Ramalhão, no entanto, foi proporcionalmente de mais suceso do que a do seu vizinho. Destaque no Paulista de 2003, quando chegou às quartas-de-final, o Santo André foi campeão da Copa do Brasil do ano passado ao vencer o Flamengo em pleno estádio do Maracanã. Fato que lhe garantiu a inédita vaga na Libertadores da América.

"O segredo do Santo André foi montar uma base muito forte. Essa é a solução. Fizemos um bom trabalho em 2003, quando fomos campeões da Copa São Paulo (venceu o Palmeiras na final) e ainda estamos colhendo os frutos", explicou Celso Luiz de Almeida, vice-presidente de futebol do Ramalhão.

Sucesso que foi, segundo a diretoria, resultado do Projeto Jovem Santo André, que foi criado em 1998. A intenção desse trabalho é buscar talentos por peneiras em todo o país e, principalmente, no próprio clube. Além, é claro, de uma rede de olheiros.

"Isso (Jovem Santo André) pode até virar empresa. Estamos com um trabalho muito forte no juvenil, infantil e junior. Todos aqueles que se destacam nesse projeto ganham um tratamento especial para ser formado um grande jogador", finalizou Almeida.

Confira a situação de cada time do interior (e da Lusa) no Paulistão

Portuguesa Santista: contratou 26 jogadores para a disputa do Paulistão. Depois disso rescindirá todos os contratos.
América: contratou 19 reforços, mas também deve mandá-los embora e montar outro "time de aluguel" para a Série C.
Mogi Mirim: diretoria contratou 15 reforços e está fazendo boa campanha no Estadual, mas é outro time que só volta no segundo semestre e não tem como manter o elenco sem competição.
Rio Branco: ampliou o elenco com mais 15 jogadores. Diretoria fez contratos mais longos apenas com jovens. O restante será dispensado após o Campeonato Paulista.
União São João: Pelo segundo ano consecutivo na Terceira Divisão do Brasileiro, time de Araras trouxe 15 reforços.
Portuguesa: Após rescindir contrato com a Ability Spors, nova diretoria fechou com 13 jogadores, dos quais a maioria tem contrato até o mês de abril.
Internacional: Equipe de Limeira manteve a base que foi campeã da Série A-2 em 2004 e contratou mais 12 reforços. Com má campanha neste Estadual, intenção da diretoria é reformular equipe em abril.
Ituano: Atualmente um dos times mais fortes do interior, clube contratou 12 reforços. Do elenco de 26 jogadores, apenas três têm contrato de três meses, o resto tem vínculo até dezembro de 2005.
Paulista: Com forte trabalho de base, Galo da Japi foi vice-campeão paulista no ano passado. Para este ano, diretoria manteve boa parte do elenco e contratou mais 11 jogadores.
Marília: Futebol do clube é administrado pela empresa American Sports, que também contratou 11 reforços.
Atlético Sorocaba: Atual lanterna da competição, o time de Sorocaba trouxe oito jogadores.
Ponte Preta: Após boa campanha no Brasileirão de 2004, Macaca contratou sete reforços.
Guarani: Rebaixado para a Série B no ano passado, Bugre trouxe apenas quatro reforços.
União Barbarense: Campeão da Série C em 2004, time manteve a base para esta temporada e contratou apenas quatro reforços. Clube tem parceria com empresa da Ucrânia.
Santo André: Principal emergente do futebol nacional, Ramalhão contratou quatro reforços para disputa do Paulista.

*Colaborou Guilherme Costa, da MBPress, em São Paulo


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