Um incêndio de grandes proporções atingiu na noite de ontem um
galpão da Cinemateca Brasileira na Zona Oeste de São Paulo. Sob responsabilidade do governo federal, o galpão abrigava principalmente documentos relativos a praticamente toda a administração do cinema brasileiro, incluindo arquivos da Embrafilme e de outras agências. O material estava sendo catalogado para digitalização. Havia também películas, mas ainda não se sabe a extensão dos danos e o que foi perdido no fogo. No início do ano passado o prédio já havia
sofrido danos com uma enchente. (G1)
Segundo os bombeiros, o incêndio começou durante a
manutenção do sistema de ar-condicionado no terceiro andar do galpão, justamente numa das salas do acervo histórico. (Metrópoles)
Assim como no Museu Nacional, o incêndio no galpão da Cinemateca foi uma
tragédia anunciada. Mônica Bergamo nos conta que o Ministério Público Federal ajuizou, em julho do ano passado, uma ação civil contra a União por conta dos impasses na gestão do espaço diante da “comprovada aceleração da degradação do acervo e do perigo real de incêndio”. (Folha)
Para o governador de São Paulo, João Doria, o incêndio retrata “o
desprezo pela arte e a memória do país”. Autoridades dos mais diversos matizes culparam o descaso do governo federal para tragédia cultural que o incêndio representa. (Poder360)
Entenda como a Cinemateca Brasileira chegou a
sua crise atual. (G1)
Numa triste coincidência, o incêndio na Cinemateca acontece dois dias antes de o governo paulista
reinaugurar o Museu da Língua Portuguesa, destruído pelo fogo em 2015. (CNN Brasil)
Sérgio Abranches: “Todo o acervo cultural estrangeiro é
digitalizado, aqui não, estão jogados em galpões. Se perdeu sobretudo o respeito pela cultura” (CBN)