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Filmes dublados x analfabetismo funcional

mas a diferença de sotaque só nota quem já está familiarizado com o inglês (ou, em outras palavras, num inglês mais avançado). por exemplo: conheço muita gente que tem um inglês muito bom, mas não sabe dizer com certeza quando é um australiano falando ou quando é um britânico. to dizendo isso porque eu concordo que a dublagem afeta a experiência, sim, mas que para muita gente a questão sotaque é irrelevante justamente por não conseguir diferenciar. e para alguns casos como o redneck a dublagem dá conta fazendo um "caipirês", por exemplo.

Só quis dizer que mesmo que não consiga identificar a origem do sotaque (eu não consigo diferenciar entre um irlandês, um escocês ou um inglês, para mim todos passam como britânico), mas eu consigo diferenciar entre um americano e um britânico (só para constar, meu inglês "auditivo"é muito ruim) e às vezes eu consigo diferenciar entre 2 sotaques americanos diferentes, embora não saiba de onde é cada um.

E o caipira é o mais fácil de fazer uma contraparte em português, basta se lembrar da Família Buscapé.
 
O professor Marcelo Peruzzo coordenou, em maior de 2012, uma pesquisa com cerca de 60 alunos da União Educacional de Cascavel (Univel) e revelou o comportamento do telespectador em relação à diferença na visualização de filmes legendados e dublados.

Ao contrário do que muitos pensam – que ao ver filmes legendados o telespectador se coloca em contato com a forma original do filme e tem a possibilidade de aprender palavras de um novo idioma – a pesquisa mostrou que até 25% da atenção fica voltada às legendas ao invés de partes importantes das cenas, como emoções e expressões que podem prejudicar a interpretação final da obra. “Por meio desta técnica de pesquisa, podemos verificar que o estresse é maior ao assistir um filme legendado do que ao assistir um filme dublado. Percebemos que a busca pela informação não verbal e verbal nos filmes legendados é tão intensa que é possível verificar o desespero do sistema visual, e, conseqüentemente do cérebro, em entender o que se lê e o que se vê, ao mesmo tempo”, diz o pesquisador.

Através de uma técnica denominada Eye Tracking, ferramenta de neuromarketing que permite mensurar com exatidão o movimento ocular dos telespectadores, foi possível mensurar o tempo gasto pelos voluntários na leitura das legendas e na visualização do filme. Os pesquisados passaram 25% do tempo lendo as legendas.

Para Peruzzo, isso comprova que as legendas atrapalham significativamente a maneira como a mensagem chega ao telespectador. “A pessoa não consegue ver ao mesmo tempo o que se faz no filme (linguagem não verbal) e o que é escrito na legenda (linguagem verbal), portanto, acaba se confundindo. Ou seja, ao ler a legenda, perde o movimento não verbal dos personagens, que transmitem, principalmente, emoções e sentimentos, fundamentais para o entendimento completo do filme”, diz o pesquisador.

Veja abaixo o vídeo que demonstra para quais áreas da tela os voluntários estavam olhando durante o trailer dublado e legendado.

http://supercerebro.com.br/blog/cerebro-filmes-legendados/

e aí?
 
Nossa, sei lá.

Comigo não é assim não.
As legendas funcionam com um "auxílio" à compreensão dos filmes. =/

Será que essa dificuldade toda não é porque as pessoas não têm o hábito da leitura?
 
Nossa, sei lá.

Comigo não é assim não.
As legendas funcionam com um "auxílio" à compreensão dos filmes. =/

Será que essa dificuldade toda não é porque as pessoas não têm o hábito da leitura?

foi o que pensei, clara. porque costumo ver tanto filme legendado quanto sem legenda (com audio original) e a sensação que tenho é que o aproveitamento é o mesmo. de qualquer forma, fiquei com uma sensação de pesquisa paga. os termos utilizados pelo pesquisador ao falar, tipo "podemos verificar que o estresse é maior", ou "o desespero do sistema visual,", denotando a experiência de ver filme legendado como algo ruim, negativo, sei lá. não seria a primeira vez.
 
foi o que pensei, clara. porque costumo ver tanto filme legendado quanto sem legenda (com audio original) e a sensação que tenho é que o aproveitamento é o mesmo. de qualquer forma, fiquei com uma sensação de pesquisa paga. os termos utilizados pelo pesquisador ao falar, tipo "podemos verificar que o estresse é maior", ou "o desespero do sistema visual,", denotando a experiência de ver filme legendado como algo ruim, negativo, sei lá. não seria a primeira vez.

Pois é. Por exemplo:

Para Peruzzo, isso comprova que as legendas atrapalham significativamente a maneira como a mensagem chega ao telespectador. “A pessoa não consegue ver ao mesmo tempo o que se faz no filme (linguagem não verbal) e o que é escrito na legenda (linguagem verbal), portanto, acaba se confundindo.

Como assim "acaba se confundindo" se a legenda tem a ver com o filme?
Parece mesmo que está querendo provar que filme legendado é ruim.
 
bem por aí. então quando começarem as reclamações sobre a quantidade absurda de filmes dublados no cinema em comparação aos legendados, as empresas podem mostrar essa pesquisa e ainda pagarem de bonzinhos, já que "está comprovado cientificamente que vcs ficam confusos vendo filmes com legendas".

(dia desses queria ver warm bodies em curitiba, só tinha versão dublada. tomar banho, viu.)
 
Por momento pensei na possibilidade de, em um futuro próximo, só conseguirmos ver filme legendados, com audio original, em casa (DVD ou seja lá o que for).
Mas fiquei triste com isso porque existem filmes que "tem que" ser vistos no cinema (pra mim, O Hobbit é um exemplo disso) e vai ser uma pena se filmes com áudio original passarem a ser raridade. =(
 
Por momento pensei na possibilidade de, em um futuro próximo, só conseguirmos ver filme legendados, com audio original, em casa (DVD ou seja lá o que for).
Mas fiquei triste com isso porque existem filmes que "tem que" ser vistos no cinema (pra mim, O Hobbit é um exemplo disso) e vai ser uma pena se filmes com áudio original passarem a ser raridade. =(

sim, por isso que minha opinião é sempre de que deve ser ofertado em igual medida. que seja, sessão 1 dublado, 2 legendado, 3 dublado, 4 legendado, sei lá. mas é fogo passar por situações como a que passei recentemente, em que após assistir life of pi em casa estava louca para ver em 3d no cinema (ou seja, disposta a pagar por isso ¬¬) e não tinha cinema com a opção legendada disponível. aí teve warm bodies, que nem fazia questão de 3d nem nada (acho que nem saiu em 3d por aqui), mas tb, só tinha dublado. a sensação que dá é que os filmes mais "pops" vão acabar saindo só dublados por aqui.
 
Achei meio óbvio o resultado da pesquisa: Quando um filme tem legenda, as pessoas... *música de suspense*... olham pra legenda. Como no cinema não dá pra voltar a imagem (e nem em casa ninguém deve assistir voltando o tempo todo), então é meio óbvio que ter algum tipo de perda visual. Daí dizer que ver um filme com legenda pode gerar "desespero visual" (nem sei o que significa isso), estresse e confusão, bem, aí já me parece um exagero. Olhando essa matéria, parece que ver filme legendando é algo assim...

ludovico.jpg
 
mas não é bem óbvio que vc perde detalhes visuais ao parar pra ler as legendas? fazendo isso, vc altera (nem que minimamente, dependendo da tua suposta proficiência em leitura) a experiência idealizada pelo diretor do filme.

o problema é que dublar é uma solução ainda pior. ao dublar, você não perde somente este detalhe acima mencionado, mas sim todo o aspecto fonoaudiólogo do filme. às vezes um sotaque, um tom de voz, um trocadilho em determinada língua...todas essas coisas são profundamente exploradas no cinema, e a dublagem simplesmente joga essa riqueza no lixo. o problema é que a legenda não exatamente resolve isso. exemplo: o clássico sotaque sulista, do inglês-us. um personagem com esse sotaque normalmente é o cara "do interior", um cara com opiniões "republicanas", etc. hoje mesmo eu vi um filme que utilizou somente o sotaque pra deixar essa idéia implícita, e trabalhá-la. isso foi pra legenda? não.

o ideal é compreender o idioma original do filme. mas né, como não dá pra saber todas as línguas do mundo, a solução com menor revés com certeza é a legenda.
 
mas não é bem óbvio que vc perde detalhes visuais ao parar pra ler as legendas? fazendo isso, vc altera (nem que minimamente, dependendo da tua suposta proficiência em leitura) a experiência idealizada pelo diretor do filme.

o problema é que dublar é uma solução ainda pior. ao dublar, você não perde somente este detalhe acima mencionado, mas sim todo o aspecto fonoaudiólogo do filme. às vezes um sotaque, um tom de voz, um trocadilho em determinada língua...todas essas coisas são profundamente exploradas no cinema, e a dublagem simplesmente joga essa riqueza no lixo. o problema é que a legenda não exatamente resolve isso. exemplo: o clássico sotaque sulista, do inglês-us. um personagem com esse sotaque normalmente é o cara "do interior", um cara com opiniões "republicanas", etc. hoje mesmo eu vi um filme que utilizou somente o sotaque pra deixar essa idéia implícita, e trabalhá-la. isso foi pra legenda? não.

o ideal é compreender o idioma original do filme. mas né, como não dá pra saber todas as línguas do mundo, a solução com menor revés com certeza é a legenda.

Tava pensando a mesma coisa: não há apenas um trabalho de expressão corporal, mas de tom de voz, percepção do ambiente, etc. As dublagens ainda têm um problema grave: é impossível isolar completamente trechos de diálogo do que ocorre no segundo plano - dependendo do diretor, tanto um quanto o outro são muito importantes para a trama, sem contar que há dublagens onde o sujeito não procura modular a voz de acordo com a expressão ou tom original. Resultado: há mais perda na dublagem do que na legendagem. Pronto. Vamos fazer um trabalho acadêmico sobre isso e esfregar na cara desses analfabetos funcionais. :lol:
 
Sem contar que fica péssimo quando dublam um texano com sotaque caipira. Eu entendo o objetivo, mas o resultado fica longe, mas longe, do desejável.
 
Outro dia tava vendo (finalmente) os especiais que tenho em DVD d'O Retorno do Rei. Nesses especiais, mostra o PJ meio que "implicando" com a Miranda Otto (Éowyn) naquela parte que o Aragorn pergunta:
-Pq vc veio?
-Você não sabe? (Do you don't know?) - ela pergunta
-É uma sombra o que vc ama

Enfim, PJ mostrou o texto para a Miranda e disse "Miranda, vc está fazendo errado".
Onde quero chegar: O que Miranda estava fazendo errado? Ela estava falando ou sem emoção, ou com uma emoção que não era a da personagem naquele momento. Entendem o que quero dizer? A expressão da voz do personagem diz muita coisa, coisa que eles geralmente não levam em consideração nas dublagens.

EDIT: Sem falar que fica algo muito inconsistente... Você ver o olhar do ator com emoção, e ele solta uma voz "normal".
 
Última edição:
Isso do desespero visual é verdade quando as legendas são mal feitas (dessincronizadas, já que você tem que ler e esperar a voz ou se lembrar da cena e ler o diálogo, ou sumindo antes da fala terminar por exemplo, quando você tem que bem rapidamente, mas nunca é tão rápido quanto a velocidade das legendas por exemplo) ou quando você está muito perto da tela, nesse segundo caso ajuda muito se você estiver afastado.
 
tem outras coisas que a pesquisa não levou em conta também são os estudos já publicados sobre o comportamento do leitor, como funciona o mecanismo de leitura. assim: basicamente um texto é um jogo de adivinhação, onde usamos nosso conhecimento de mundo (experiências até aquele momento) para levantar hipóteses. é um processo automático e instantâneo, rapidíssimo - rápido do tipo que não dá nem para tomar consciência de que fazemos isso. dando um exemplo, nessa altura você está esperando que eu dê um exemplo, já que usei o termo "dando um exemplo", e teu cérebro já estava tentando imaginar possíveis exemplos.

onde quero chegar com isso? bom, que algumas vezes o ato de ler algo é mais rápido do que imaginamos - ainda mais legendas de filmes, que costumam ser curtas. somando a isso o fato de que uma boa parcela das pessoas que assistem filmes legendados conseguem compreender algumas palavras da língua estrangeira, o tempo de leitura é ainda mais reduzido. e nem estou falando do inglês: quando assisti amour não sabia lhufas da língua que eles estavam falando, mas reconhecia algumas palavras próximas do português. e posso afirmar com total certeza que não perdi as expressões da Riva e do Trintignant porque precisava acompanhar legenda.

enfim, continuo achando que é óbvio que alguma coisa se perde quando você opta por ver um filme legendado. mas que a pesquisa parece distorcer um tanto a importância dessa porcentagem perdida, dando a entender que a experiência de ver filme legendado é inferior a de ver um filme dublado. concordo com o morfindel sobre as legendas fora de sincronia (se eu vejo que não tem sincronia, normalmente desabilito a opção de legenda porque mais incomoda do que ajuda). mas não concordo com as escolhas de termos do pesquisador para se referir ao que acontece com nossos olhos enquanto vemos filme legendado. dá a sensação que cada vez que opto por um filme legendado na realidade estou optando por uma sessão de tortura, fala sério.
 
tem outras coisas que a pesquisa não levou em conta também são os estudos já publicados sobre o comportamento do leitor, como funciona o mecanismo de leitura. assim: basicamente um texto é um jogo de adivinhação, onde usamos nosso conhecimento de mundo (experiências até aquele momento) para levantar hipóteses. é um processo automático e instantâneo, rapidíssimo - rápido do tipo que não dá nem para tomar consciência de que fazemos isso. dando um exemplo, nessa altura você está esperando que eu dê um exemplo, já que usei o termo "dando um exemplo", e teu cérebro já estava tentando imaginar possíveis exemplos.

onde quero chegar com isso? bom, que algumas vezes o ato de ler algo é mais rápido do que imaginamos - ainda mais legendas de filmes, que costumam ser curtas. somando a isso o fato de que uma boa parcela das pessoas que assistem filmes legendados conseguem compreender algumas palavras da língua estrangeira, o tempo de leitura é ainda mais reduzido. e nem estou falando do inglês: quando assisti amour não sabia lhufas da língua que eles estavam falando, mas reconhecia algumas palavras próximas do português. e posso afirmar com total certeza que não perdi as expressões da Riva e do Trintignant porque precisava acompanhar legenda.

enfim, continuo achando que é óbvio que alguma coisa se perde quando você opta por ver um filme legendado. mas que a pesquisa parece distorcer um tanto a importância dessa porcentagem perdida, dando a entender que a experiência de ver filme legendado é inferior a de ver um filme dublado. concordo com o morfindel sobre as legendas fora de sincronia (se eu vejo que não tem sincronia, normalmente desabilito a opção de legenda porque mais incomoda do que ajuda). mas não concordo com as escolhas de termos do pesquisador para se referir ao que acontece com nossos olhos enquanto vemos filme legendado. dá a sensação que cada vez que opto por um filme legendado na realidade estou optando por uma sessão de tortura, fala sério.

Mandou bem, Ana. Depois de ler o seu post eu pensei em outra coisa: Se a pesquisa foi conduzida da forma descrita na matéria, então realmente ela foi mal feita.

Os pesquisadores fizeram uma constatação que "o cérebro deixa de captar até 25% da informação quando vemos filmes legendados". Isso significa que algumas pessoas perderam 25% da informação e outras menos - e os pesquisadores deveriam se perguntar até o motivo para pessoas diferentes terem reações diferentes. Podem existir algumas características mensuráveis (como nível de instrução ou leitura anual) que expliquem pq algumas pessoas perdem mais informação visual do que outras. Ou seja, faltou algum tipo de controle na pesquisa para separar o joio do trigo, para separar o que a perda causada pelas legendas e a perda causada por outros fatores.

O resultado mais provável (e fazendo um link com o assunto do tópico) é que pessoas que leem menos perdem mais informação visual quando assistem filmes com legendas. Nesse caso, o problema deixa de ser o filme com legenda e passa a ser a falta de hábito de leitura.
 
Mandou bem, Ana. Depois de ler o seu post eu pensei em outra coisa: Se a pesquisa foi conduzida da forma descrita na matéria, então realmente ela foi mal feita.

Os pesquisadores fizeram uma constatação que "o cérebro deixa de captar até 25% da informação quando vemos filmes legendados". Isso significa que algumas pessoas perderam 25% da informação e outras menos - e os pesquisadores deveriam se perguntar até o motivo para pessoas diferentes terem reações diferentes. Podem existir algumas características mensuráveis (como nível de instrução ou leitura anual) que expliquem pq algumas pessoas perdem mais informação visual do que outras. Ou seja, faltou algum tipo de controle na pesquisa para separar o joio do trigo, para separar o que a perda causada pelas legendas e a perda causada por outros fatores.

O resultado mais provável (e fazendo um link com o assunto do tópico) é que pessoas que leem menos perdem mais informação visual quando assistem filmes com legendas. Nesse caso, o problema deixa de ser o filme com legenda e passa a ser a falta de hábito de leitura.
é que nesse tipo de pesquisa sempre vai ser complicado de vencer esse tipo de problema. uma outra proposta seria, por ex, tentar nivelar o nível de interpretação visual de 2 ou mais espectadores, sendo no mínimo 1 deles fluente em um determinado idioma (coreano?) e, no mínimo, 1 outro sem essa fluência. reproduzir um filme, e no final, entrevistá-los sobre os elementos visuais.

a problemática envolvida, neste caso, é: que critério vc usa pra nivelar a interpretação visual de pessoas? esse tipo de problema é até semelhante ao classificar a habilidade de leitura dos espectadores. apesar de "volume de leitura formal" ser sim um critério, não é determinante na questão.

uma solução, outra ou uma terceira, para essas lacunas, sempre implicará outra lacunas abertas, por um motivo: a pesquisa já é tosca na temática :lol:

tem muito o efeito de impacto que a lovejoy citou: "tá vendo? não vejam filmes legendados!" quando na verdade ver filmes dublados é ainda pior
 
é que nesse tipo de pesquisa sempre vai ser complicado de vencer esse tipo de problema. uma outra proposta seria, por ex, tentar nivelar o nível de interpretação visual de 2 ou mais espectadores, sendo no mínimo 1 deles fluente em um determinado idioma (coreano?) e, no mínimo, 1 outro sem essa fluência. reproduzir um filme, e no final, entrevistá-los sobre os elementos visuais.

a problemática envolvida, neste caso, é: que critério vc usa pra nivelar a interpretação visual de pessoas? esse tipo de problema é até semelhante ao classificar a habilidade de leitura dos espectadores. apesar de "volume de leitura formal" ser sim um critério, não é determinante na questão.

uma solução, outra ou uma terceira, para essas lacunas, sempre implicará outra lacunas abertas, por um motivo: a pesquisa já é tosca na temática :lol:

tem muito o efeito de impacto que a lovejoy citou: "tá vendo? não vejam filmes legendados!" quando na verdade ver filmes dublados é ainda pior

Eu entendo o seu argumento, mas acho que fundo estaríamos falando sobre duas pesquisas diferentes. A pesquisa que a Ana citou tem como conclusão a constatação que quem assiste filme legendado tem uma perda de até 25% de informação. Esse é um dado objetivo e mensurado pelo rastreador de retina. Só que a conclusão da pesquisa é incompleta se outros teste não forem feitos. E esses teste complementares são muito simples de fazer, pois é apenas um problema de método e estatística. Como a pesquisa usou diferentes indivíduos no processo, bastava coletar informações adicionais sobre cada um deles para então relativizar o resultado final. O meu palpite é que essas informações adicionais mudariam a conclusão da pesquisa, indicando que o hábito de leitura reduz essa perda de informação.

O que você propõe é outro tipo de pesquisa: Ao invés de medirmos a perda de informação, estaríamos analisando a qualidade da informação perdida. Nesse caso o critério seria um pouco mais subjetivo do que o rastreamento de retina, mas ainda assim essa investigação seria interessante.

O problema é que em qualquer pesquisa é preciso olha através dos dados, para evitar justamente chegar a conclusões precipitadas.
 
Eu entendo o seu argumento, mas acho que fundo estaríamos falando sobre duas pesquisas diferentes. A pesquisa que a Ana citou tem como conclusão a constatação que quem assiste filme legendado tem uma perda de até 25% de informação. Esse é um dado objetivo e mensurado pelo rastreador de retina. Só que a conclusão da pesquisa é incompleta se outros teste não forem feitos. E esses teste complementares são muito simples de fazer, pois é apenas um problema de método e estatística. Como a pesquisa usou diferentes indivíduos no processo, bastava coletar informações adicionais sobre cada um deles para então relativizar o resultado final. O meu palpite é que essas informações adicionais mudariam a conclusão da pesquisa, indicando que o hábito de leitura reduz essa perda de informação.

O que você propõe é outro tipo de pesquisa: Ao invés de medirmos a perda de informação, estaríamos analisando a qualidade da informação perdida. Nesse caso o critério seria um pouco mais subjetivo do que o rastreamento de retina, mas ainda assim essa investigação seria interessante.

O problema é que em qualquer pesquisa é preciso olha através dos dados, para evitar justamente chegar a conclusões precipitadas.
100% de acordo. entretanto, o problema que apontei está amarrado às informações complementares para a pesquisa. leitura de legendas é exatamente a leitura formal que citei no outro post, ou seja, a leitura que se encerra no aspecto icônico. critérios tais como: formação acadêmica, nível cultural, etc, não trariam uma análise que está associada à movimentação das retinas a um escopo mais interpretativo?

óbvio que, quem tem mais hábito de leitura, normalmente vai ler com mais "agilidade", reconhecer as letras com mais "facilidade". mas essa mudança, senão na esfera interpretativa, é mínima. assumindo que a pesquisa analisa justamente e somente o aspecto de primeiridade (ou seja, o icônico), inserir estes elementos não distorceria o seu objetivo? posso estar errado, mas a tal vivência com literatura não afeta somente a capacidade interpretativa? salvo um caso bem específico onde um espectador precisa reler o texto da legenda que não conseguiu interpretar direito.

eu tô meio enrolado exatamente agora, mas tem algumas curiosidades que vou indicar para referenciar depois:
1) dublagem é muito frequente na esfera européia, asiática e dos EUA
2) muitos diretores renomados abominam a legenda justamente pela alteração da experiência
 
A pesquisa diz que a legenda não é a forma ideal de se ver um filme.
Nada de novo. A forma ideal mesmo é aprender a lingua. E isso serve pra qualquer coisa, ler shakespeare no original, ouvir Beatles em vez de Renato e seus Bluecaps, etc.

A perda com dublagem é muito maior. Neste caso há alteração da obra original, ponto. Não tem nem o que se comparar.

Estresse visual é apenas uma outra forma de dizer que as pessoas são preguiçosas quando vão assistir filmes. Pra quem só quer matar 2 horas da vida, realmente pode ser "estressante" ser obrigada a prestar atenção no filme. Pra quem realmente aprecia cinema, não tem porra nenhuma essa coisa de estresse.
 

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