Re: Fight na UFMG! PM de Minas intervém na exibição de filme que aborda o uso da maco
Recebi um email hoje sobre o ocorrido na UFMG, escrito por um Mestrando em Ciência Política de lá. Vou colá-lo aqui integralmente e sem modificações:
>
> Prezad@s Companheir@s,
>
> É cada vez mais difícil lecionar que o nosso direito
> constitucional garante a livre manifestação do pensamento,
> na forma do art. 5o, IV e, sobretudo, a liberdade de
> expressão artística, "independentemente de censura ou
> licença", no termos do art. 5o, IX, ambos da Constituição,
> quando, dentro de uma instituição concebida para o exercício
> da crítica e da problematização, censura-se violentamente a
> exibição de um filme distribuído no país por ninguém menos
> dos que os ultra-conservadores editores da revista Veja.
>
> Aprendi um dia, na graduação que cursei na própria UFMG, que
> a exigência de autorização/licença como pré-condição à
> manifestação artística, científica e de comunicação se
> configura, em nosso país, como repreensível vilipêndio aos
> direitos humanos. Na mesma escola, contudo, em profunda
> contradição performativa institucional, assume-se, sem
> pudor, que é requisitada segurança para que se faça cumprir
> a determinação de não exibição de uma obra audiovisual, em
> face da ausência de licença para tal.
>
> Discute-se o periférico (quem chamou os militares ou não),
> quando o essencial, ou seja, o ato de lesão frontal e
> inadmissível contra direitos fundamentais de estudantes, já
> ocorreu, à medida em que foi autorizado o emprego de força
> como expediente para se impedir uma manifestação cultural.
>
> É igualmente ingrato constatar que o direito administrativo
> se fundamenta em conceitos como competência funcional e
> hierarquia, quando a alta administração de uma instituição
> de ensino superior pretende convencer a todos de que os atos
> de violência praticados em local sob sua gestão ocorreram ao
> seu alvedrio. Onde estão os gestores que, se é verdade que
> não determinaram a agressão aos acadêmicos, a permitiram
> mediante conduta omissiva? Episódios ocorrentes em um
> Campus universitário não podem, jamais, constituírem-se como
> resultantes de determinações advindas de seguranças privados
> ou de militares.
>
> Fico igualmente confuso ao me lembrar de que os atos
> administrativos, tais como a celebração de convênios,
> possuem na motivação e na finalidade elementos
> imprescindíveis. Ora, qual a motivação e proporcionalidade
> teleológica de um convênio com a Polícia Militar,
> concomitante à presença de seguranças particulares, dentro
> do espaço acadêmico? Em que se fundamenta tal
> duplicidade/sobreposição? Por que não há, em duplicidade,
> contratação de docentes, abertura de vagas em cursos,
> repasse de verbas para a assistência estudantil,
> pró-reitoria de assistência, fomento à pesquisa, ou
> programas de extensão?
>
> Já não sei o que dizer quando, inquirido sobre as
> conquistas normativas da Carta de 1988, escuto que, sob o
> aspecto fático, nunca, sequer sob o sombrio tempo do AI-5, a
> UFMG fora objeto de invasão orientada à repressão contra a
> exibição de um vídeo. Ao menos em nossa escola, lírios e
> republicanismo, de fato, não nascem das leis ou de
> investigações científicas.
>
> Não devemos subestimar o ocorrido. O autoritarismo se
> instalou na UFMG. Processos disciplinares para punição de
> alunos, censura violenta a debates culturais, proibição de
> encontros estudantis em que discentes se alojam no Campus,
> reuniões de órgãos decisórios hermeticamente isoladas do
> pensamento e das razões públicas da comunidade acadêmica,
> sob paredes cercadas por militares. É difícil crer que a
> UFMG é a instituição onde, outrora, me ensinaram que o
> artigo 206, inciso VI, da Constituição Cidadã, prescreve a
> "gestão democrática do ensino público", como cimento
> deontológico da educação neste país.
>
> Também na UFMG, em 1999, quando ainda cursava os primeiros
> períodos do curso de Direito, tive a oportunidade de
> entrevistar, para o jornal do Centro Acadêmico Afonso Pena,
> o escritor Frei Beto. Inquirido sobre a crise da academia, o
> teólogo foi sucinto e preciso em sua resposta. Disse-nos que
> a diferença, em instituições de ensino, sempre será obra do
> movimento estudantil. Lembro-me, precisamente, da seguinte
> frase: "sem um movimento estudantil forte, independente e
> combativo, a academia será sempre conservadora e
> autoritária". Felizmente, a ocupação ocorrida ontem
> demonstra que ainda podemos depositar esperanças na
> democracia, na liberdade e no cumprimento de direitos
> constitucionais em nossa escola.
>
> Todo apoio à ocupação e às manifestações estudantis!
>
> Abraços,
>
> Franck Mata Machado (mestrando em Ciência Política - UFMG)
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> > Este foi o filme proibido a cacetadas pela reitoria da
> UFMG, no dia 03 de abril.
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> >
> > Documentário da Revista Superinteressante
> > DVD Maconha - Grass
> >
> >
> > Este documentário não é uma exaltação patética à maconha,
> mas sim um filme informativo, envolvente e sensato. Uma
> excelente produção sobre a erva maldita. Los Angeles Times
> "Um documentário expressivo e divertido sobre a história da
> marijuana nos Estados Unidos no século 20." New York Times
> Maconha (Grass), do diretor canadense Ron Mann, é um
> documentário instigante e polêmico, inédito no Brasil, que
> foi aclamado nos países onde pôde ser apresentado. Com uma
> linguagem moderna, o filme conta a história secreta da
> proibição da maconha, mostrando os interesses políticos e
> econômicos por trás dela. Maconha se baseou numa imensa
> pesquisa histórica e traz imagens surpreendentes (e
> divertidíssimas) de antigas campanhas publicitárias
> anti-drogas. Esse DVD marca a estréia da Série Grandes
> Documentários do Cinema, que vai trazer os melhores e mais
> inovadores filmes de não-ficção já produzidos para a tela
> grande. Foi eleito como o melhor documentário de 2000 pela
> Academia Canadense de
> > Cinema e TV e inclui a reportagem histórica da SUPER que
> pôs fogo no debate sobre a cannabis no Brasil!
> > Um documentário corajoso sobre um dos assuntos mais
> polêmicos dos nossos tempos!
> >
> > A guerra contra a marijuana desde a década de 1920 até os
> dias de hoje:
> > -Os bilhões de dólares gastos pelo governo norte-americano
> >
> > -As bizarras campanhas publicitárias do começo do século 20
> >
> > -Os mitos criados em torno dos efeitos nocivos da erva
> >
> > -Os interesses políticos por trás da proibição
> >
> > A Superinteressante apresenta a coleção Grandes
> Documentários do Cinema. Leve para casa os filmes mais
> polêmicos, corajosos e premiados dos últimos tempos,
> dirigidos pelos maiores talentos da nova geração de
> documentaristas.
> >
> > MACONHA é um documento histórico sobre a guerra contra o
> uso da cannabis. Das primeiras décadas do século 20 até
> hoje, inúmeros mitos foram criados. Milhares de jovens
> acabaram presos. E bilhões de dólares foram gastos em uma
> verdadeira cruzada que, como revela este filme, ainda está
> longe de inibir o consumo da droga.
> >
> >
> > ELEITO MELHOR DOCUMENTÁRIO EM 2000 PELA ACADEMIA CANADENSE
> DE CINEMA E TV
> >
> > Ano de Lançamento: 2005
> > Audio Original: Inglês
> > Duração: 78 minutos
> > Faixa etária: Livre
> >
> >
> > Glorinha
> > Letras
> > DCE - UFMG
> > Construindo A CONLUTE
> > (31) 88724642
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