Dezenas de milhares de pessoas armadas com 100 toneladas de tomates maduros participaram na quarta-feira da "Tomatina", na cidade espanhola de Buñol.
A prefeitura da cidade, situada perto de Valencia, na costa mediterrânea da Espanha, gastou 24.960 euros (30 mil dólares) para comprar os tomates e os jogou nas ruas, para o deleite da multidão, que cantava.
Cinco caminhões descarregaram tomates na rua El Cid, que em pouco tempo estava recoberta de um purê rico em fibras e vitamina C, com muros e pessoas igualmente "entomatados".
A australiana Karina Evans, 21 anos, comemorou: "Sinto que hoje fiz contato com muitas pessoas".
Um clima de frenesi se formou em torno dos caminhões que despejavam tomates, e a concorrência pelos mísseis comestíveis foi intensa. Tomates inteiros no chão eram tratados como tesouros precisos, como se fossem ovos de Páscoa feitos de rubis.
Kate Monroe, 28 anos, e Ryan Altman, 31, ambos de San Diego, Califórnia, refletiam o clima generalizado de desinibição, esfregando-se um ao outro com seus corpos recobertos de massa de tomate.
A origem da briga dos tomates é incerta -- em Buñol, cada pessoa com quem se fala parece ter sua versão favorita da história --, mas a maioria das pessoas concorda que ela teve início por volta de 1940, nos primeiros anos da ditadura do general Francisco Franco.
"Existem várias versões, mas o mais importante é que a festa começou com o povo", disse Eusébio Carrascosa, 66 anos, membro da comissão responsável pela Tomatina.
Como as comemorações que duram uma semana toda no resto da Espanha durante o verão, a Tomatina costuma ser marcada por farras públicas que varam as noites e comportamentos que são malvistos durante o resto do ano.
"Isto daqui é ainda melhor do que a corrida dos touros em Pamplona", disse o australiano Sandy Koch, 25 anos, fazendo referência a outro do evento famoso da Espanha.
Mas nem todos em Buñol aderem à festa. "Essas pessoas são degeneradas humanas", disse Pilar Masmano, 81 anos, olhando pela porta de sua casa para a sujeira vermelha espalhada pela rua. "Isto daqui não é cultura. Vou voltar para dentro."
