Eu já cansei de explicar que cinema e literatura são duas áreas completamente distintas, porque é que a adaptação feita pelas roteiristas foi muito bem feita, e porque 75% das mudanças que fizeram foram não só válidas como necessárias.
A mudança na personalidade de Faramir não foi excepção. O fato é que no livro ele é uma personagem bem linear e, num contexto cinematográfico, desinteressante. Praticamente não há conflito durante a sua aparição nas Duas Torres - ele e Frodo trocam impressões, contam umas histórias, ele é nobre e perseverante, o Anel não o afeta, pronto, personagem introduzida, adiante para Mordor. Abordar as coisas desta forma na adaptação era a morte do filme - a meias com os Ents e as aparições vagarosas, cortava completamente o andamento.
As opções do PJ e das suas colegas roteiristas permitem não abrandar tanto o ritmo do filme, adicionar intensidade dramática e um climax ao percurso de Frodo (que se outra forma decorreria sem percalços, já que Shelob ficaria para o terceiro filme fosse como fosse), aumentar o conflito em torno de Gollum, e tornar a personagem de Faramir mais digerível para a audiência.
Na verdade eu não fiquei inteiramente satisfeito com Osgiliath no filme e essas coisas, admito. Mas ainda não vi ninguém propondo algo melhor. Talvez agora pensem que passar
O Senhor dos Anéis para o cinema é pêra doce, mas não é à toa que durante décadas foi considerado impossível. O PJ fez um excelente trabalho.
Não há defeito algum nos filmes para mim! Gostei do Faramir assim pois deu mais suspense a trama. Cinema precisa e exige isso. Separo muito bem o que é filme e o que é livro. Obra do Professor e visão do Peter Jackson. Ambas me agradam dentro do que propõem.
Amen.