Paulo disse:
Sobre públicas e particulares, uma série de ressalvas precisam ser feitas. Se a comparação for muito geral, não há nenhuma discussão: o número de faculdades particulares trambiqueiras é muito superior ao número de públicas com problemas. Para cada PUC tem 10 mil Estácios.
(...)
Se, por outro lado, o critério principal é o corpo docente, o que acontece em cursos da área de humanas, então a possibilidade de comparação se reduz drasticamente. Em que pese a possível disparidade entre os salários, são poucos os professores universitários dispostos à abrir mão da estabilidade e prestígio que são conferidos pelas universidades públicas.
Dizer que a "a faculdade quem faz é o aluno" é só uma meia-verdade. Um ótimo aluno que só tem aulas com professores ruins não tem muito para onde correr. De forma análoga, alunos medianos que tem aulas com ótimos professores podem ter um aproveitamento maior.
Eu concordo com boa parte dos seus argumentos. Acho que é por aí mesmo: cada caso tem que ser avaliado individualmente e com critérios claros, específicos daquela área.
Acho que as grandes faculdades particulares têm um corpo docente muito forte, algumas até chegam a superar grandes públicas. Isso pelo fator financeiro, pela disponibilidade de recursos para pesquisa etc.. É preciso comparar com cuidado cada caso antes de se tirar conclusões baseadas em pré-conceitos.
Concordo plenamente com o últim parágrafo. Até porque é muito fácil dizer que vai entrar numa faculdade mais fraca e morrer de estudar até ficar melhor que os alunas das faculdades excelentes. A questão é que fazer isso é difícil. São quatro, cinco anos de um esforço muito grande, pouquíssimas pessoas conseguem.
Iorek Byrnison disse:
Alguém aqui ( que já entrou na faculdade , pra poder me falar ) gostaria de lever uma carreira pro lado de pesquisas ? É porque eu acho tão legal , quando eu vejo um programa , um filme , ou alguém na vida real , que se dedica a certo assunto , compra todos os livros que consegue sobre o assunto , todo o material que consegue , para pesquisar . Esse é um dos motivos , que me fascinam , por isso , pode ser que já sei pra que lado quero levar meus estudos . Mas preciso de vários pontos de vista , então ... Alguém pode fazer algum comentário ?
Eu acho que isso é uma questão de perfil. Há quem queira fazer pesquisa e quem queira nunca mais botar o pé na faculdade. Mas, na minha opinião, o profissional moderno está sendo exigido para manter um certo balanço em ambos os lados.
O segundo caso é mole de explicar: se você concluir e faculdade e parar de estudar, vai ficar desatualizado. Por isso temos que nos manter em cursos, MBAs etc..
Quanto ao primeiro, hoje as faculdades começaram a questionar aqueles profissionais que passam a vida toda trancados numa sala escrevendo pesquisa, sem sequer terem trabalhado no mercado.
As particulares já estão olhando a coisa por esse lado. Meus professores da PUC-SP têm que fazer pesquisa, publicar artigos, manter grupos de orientação, mas são fortemente estimulados a manterem trabalhos fora da faculdade.
Isso para trazer experiência prática na profissão, para o professor conseguir ensinar ao aluno aquilo que o mercado realmente exige.
Além disso, as pesquisas estão bem menos alienadas. Hoje muitas são patrocinadas, muitas têm temas atuais e relacionadas ao mercado. O tempo de pesquisar o que se acha legal, mesmo que ninguém se interesse está acabando.
Se você entrar na faculdade e realmente gostar desse lado, eu diria para ir em frente! Tem campo, dá dinheiro e até renome.