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"Exu não pode?" - Sobre o candomblé e as escolas...

Se tiverem tempo peçam para assistir uma aula de "Histórias das religiões comparadas" em suas faculdades caso tenha, ou falem com alguém que cursa.

Lá está a base que deveria ser o ensino de nossos cidadãos. Claro, imparcial e com temática histórica abordando todos aspectos, sem ideologias ou dogmatismos.
 
O ideal mesmo seria religião comparada, história e fenomenologia das religiões, não como uma historiografia marxista ou iluminista costuma abordá-las, mas em uma perspectiva holística, morfológica, específica para as religiões e, por que não, para as filosofias ocultas também, hermetismo, maçonaria, etc.
 
Se tiverem tempo peçam para assistir uma aula de "Histórias das religiões comparadas" em suas faculdades caso tenha, ou falem com alguém que cursa.

Lá está a base que deveria ser o ensino de nossos cidadãos. Claro, imparcial e com temática histórica abordando todos aspectos, sem ideologias ou dogmatismos.

O ideal mesmo seria religião comparada, história e fenomenologia das religiões, não como uma historiografia marxista ou iluminista costuma abordá-las, mas em uma perspectiva holística, morfológica, específica para as religiões e, por que não, para as filosofias ocultas também, hermetismo, maçonaria, etc.

Pelo menos em alguma coisa eles concordaram :D
 
Mercúcio disse:
Mas a pergunta que fica é: a Escola pode discutir religião? Eu acho que pode e deve. A pergunta que fica é: sob que bases? Como fazê-lo?

Eu lembro durante minha 4a série que tive ensino religioso e eu perguntava de outras religiões como islã, judaismo, hinduismo, mas minha professora não sabia, eu acho que ela era freira, ou seja, não foi uma aula de religião (ou religiões), mas foi uma doutrinação católica. E não, minha escola não era católica.

Eu acho que o Ensino de Religiões deveria ver um olhar panorâmico da importancia e significado que a religião representa na sociedade. E quando eu falo religião, eu falo de um sentido amplo, um olhar filosófico, histórico, social que as religiões como um todo se desenvolveram e exerceram ao longo do tempo.
 
Então, eu nao sei se religião comparada seria a melhor forma, vou dar um exemplo pessoal.

Eu faço PUC, e na PUC, todos os cursos são obrigados a terem 1 ano de teologia. Eu, como marxista e ateu, fiquei revoltado, puto, pois via nisso uma forma de "catequisar" os alunos, de propagar uma coisa anti-cientifica como a religião e uma defesa do tradicionalismo.

Ledo engano, tive teologia com um padre e um com professor que quase padre foi, ambos muito bons, inteligentissimos, debatiam com o maior respeito acerca de todas as fés e propuseram trabalhos sobre um monte de religião.
Também estudamos a critica a religião pela ótica dos grandes autores, como Nietzche (nunca acerto como se escreve), Freud, Marx e a critica dos positivistas, estudamos (novamente, pois já tinha tido em filosofia) Tomas de Aquino e Agostinho, e devo dizer que foi um curso altamente enriquecedor. Não virei teista depois disso, nem deixei de ter minha ana;ise materialista da história e da sociedade, porém serve em MUITO para interpretação da cultura e das formas de criação de significantes e signifcados na antropologia, por ex.

PORÉM, eu sou contra tal tipo de ensino nas escolas. Primeiro que é necessário ter um bom senso critico para saber interpretar a critica e os autores de tal área, segundo que, para mim, religião é particularidadedo individuo. Eu gosto muito dos posts do paganus e acho a defesa dele pelo fim do estado laico e pela universalização da fé em todas as esferas da sociedade muito inteligente e muito bem arquitetada, porém não compartilho do mesmo ponto.

Para mim, cad alocal tem sua destinação clara. Nas escolas é aprender os conhecimentos básicos, aprender estudos sociais e estudos exatos, além de esporte, música e educação fisíca, para a religião, podemos, claro, ter algumas aulas explicativas para ajudar na compreensão dos momentos históricos dos povos e etc, mas nunca ensinando seu ritos e mitos de forma mais complexa, deixe isso para as igrejas e templos diversos.
 
Pearl, que saudade de encontrar você nos debates...

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Pessoal, vou correr um risco aqui, ao indicar um livro que eu só comecei a ler (chegou essa semana) e que foi escrito pela mesma autora do artigo que aqui está em questão: Stela Guedes Caputo. O nome do livro é "Educação nos Terreiros e como a escola se relaciona com crianças de candomblé". Reproduzo aqui a a sinopse:

"Este livro é resultado de quase 20 anos de pesquisa, tempo em que Stela Guedes Caputo viu crianças de candomblé crescendo e aprendendo o amor ao culto e à cultura de seus ancestrais. Na escola, porém, essas mesmas crianças escondiam sua fé, sentindo-se discriminadas, numa lógica de discriminação religiosa e racial.
Esta obra é leitura indispensável àqueles que se interessam pela questão da diversidade na escola e lutam contra o preconceito."

A autora abre o livro contando como o jornal para o qual ela trabalhava - jornal O Dia - vendeu as fotos de uma reportagem que ela havia feito sobre crianças no candomblé. Quem comprou as fotos? A Editora Gráfica Universal, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. Alguns dias depois, o jornal Folha Universal estampava em sua capa a chamada "Filhos do Demônio", expondo crianças que tinham sido fotografadas para o trabalho de Stela e que tinham então entre 2 e 6 anos de idade. Três anos depois foi publicado pela mesma editora a 13ª edição do livro "Orixás, Caboclos e Guias - Deuses ou Demônios?", de autoria de Edir Macedo. Essa nova edição trazia as mesmas fotos dessas crianças sob a legenda "Essas crianças, por terem sido envolvidas com os Orixás, certamente não terão boas notas na escola e serão filhos-problema na adolescência." O ocorrido foi decisivo para que a autora, que já havia trabalhado no mestrado com discussões sobre escola e diversidade, levasse para o doutorado o tema escola e candomblé, em que trata, entre outras coisas, da questão do Ensino Religioso, do racismo institucionalizado e da discriminação que as crianças por ela entrevistadas sofreram ao longo de sua formação.
 
Última edição:
Na escola, porém, essas mesmas crianças escondiam sua fé, sentindo-se discriminadas, numa lógica de discriminação religiosa e racial.
Esta obra é leitura indispensável àqueles que se interessam pela questão da diversidade na escola e lutam contra o preconceito."

Então maior absurdo é ainda no século XXI ter de andar escondido. Eu mesmo até hoje ainda não revelo por que senão seria tirado de tempo ou até perderia cargo.

Como contador aqui e trabalhando com diversas esferas inclusive da rede pública mantenho um posicionamento que imputa o perfil de um ateu mesmo sem ser.

Trabalho com diretores extremamente católicos que detonam espiritas, evangélicos, etc...
Imagina um "herege" ou praticante de ciências ocultas.

Alguém viu evolução da Inquisição para hoje ? a única foi na lei, que seriam presos se tocassem fogo num ser humano, mais fariam até pior queimariam a integridade fisica daquela pessoa na sociedade.

A visão sistêmica dos tempos idos mantém se viva até hoje e não vejo previsão para que mude.
 
Uma coisa que odeio é esse ódio dos evangélicos com os espíritas e ubandistas, os primeiros não estão não estão mais certos que os segundos não, partindo do fato que, que eu me lembre, nunca vi um espírita pregando ódio contra os evangélicos, os segundos são bem melhores que os primeiros, eu posso discordar dos dois, mas discordo bem menos dos espiritas, um dos meus maiores amigos é espírita e ao contrário do que saiu no jornal evangélico, ele está longe de ser uma má pessoa. Olhem estatísticas de presos e vejam quantos espíritas há na cadeia e olhem quantos evangélicos há, todo mundo que sai da cadeia vira evangélico, vi em algum ligar que muitos pastores vão na cadeia e de algum modo fazem que aqueles que não são evangélicos sofram um tanto mais que os que se arrependem, são mesmo muito bons.

Haereticus, posta mais uma vez e você terá 666 posts.

Felagund, só esqueceu do s depois do z. Nietzsche.
 
Mercúcio disse:
Pearl, que saudade de encontrar você nos debate

Obrigada Mercúcio. Esse tópico está muito interessante.

Voltando ao ensino nas escolas. Eu sou a favor se for uma visão abrangente da religião, se não, é preferível não ter. Quando você tenta abordar as mais diversas religiões então, a meu ver, você não está infringindo o estado Laico, não é uma pregação. Por mais que uma pessoa não professe uma religião, essa pessoa é permeada de uma série de valores que ao longo do tempo surgiram de valores religiosos. Boa parte dos direitos e da ética também tiveram uma contribuição importante da religião. Boa parte da cultura que estamos inseridos professando fé ou não também foi influenciada. Portanto, eu não vou usar uma venda e achar que não é importante abordar, que religiosidade não tem impacto na sociedade. Mesmo no plano individual a capacidade de escollhas e julgamentos são influenciados por esses valores, inclusive religiosos. É um viés que não dá para eliminar como se não existisse. Sem contar que eu acho que no caso desses meninos que tinham que esconder que eram umbandistas, fora um preconceito já muito tempo existente, também existe ignorancia a respeito. Acho que não tratar religião como tabu do estado laico serveria para diminuir o preconceito.
 
Então, só eu que não viu cunho racista na notícia? Eu enxerguei que esse país está cada dia sendo mais dominado por evangélicos fanáticos que acham que detém a Verdadeira Fé e, por isso, todo o resto TEM QUE ser proibido e mau visto. Ora, se numa escola cheia de crianças em processo de formação (carater, personalidade, mente...) é imposto que o candomblé é coisa do diabo, coisa de gente má, macumba é pra chutar etc, CLARO que elas vão repetir isso até acreditarem. Não sou a favor do ensino religioso, mas sim do ensino das crenças básicas de cada religião. Infelizmente, estou sendo utópica, porque encontrar profissionais imparciais pra ministrar esse tipo de coisa é dificilimo.

Exu, assim como entidades do candomblé, são vistas como malignas (mas de acordo com meu conhecimento do assunto, existem centros e centros, e entidades e entidades, que atendem pessoas e pessoas, tanto com objetivos ruins e bons - aliás, existe tooooda uma crença sobre a missão de cada entidade). A gama de evangélicos e cristãos em geral tendenciosos ao fanatismo, além de neoateus da moda, dão um nó na cabeça de uma criança, quando ela deveria ao menos conhecer o que é religião e, dependendo do interesse proprio, estudar mais ou não. Até porque o entendimento, maturidade e interesse só vem com o crescimento, mas a semente já foi plantada. Eu estudei num colégio católico com educação religiosa, católica, mas nunca me liguei de fato. Aliás, nenhum dos meus colegas de fato prestava atenção; naquela época da vida (8-10 anos), o maior interesse era brincar e ler Harry Potter. Mas anos depois, já adolescente, lembrei das aulas de catolicismo que tive e isso me instigou a saber mais. Hoje, tenho tendências wiccans e quando digo isso, o que mais escuto é: então você é uma bruxa? :roll:
Acredito que se houvesse, pelo menos, uma breve explicação nas escolas sobre wiccas, essa imagem de bruxa má do oeste seria desmistificada. E isso vale pra desmistificar que todo muçulmano é terrorista suicida, que todo budista é adepto de cházinhos alucinógenos, que todo druida é feiticeiro (:lol:) e todo o tipo de religião ou seita ou filosofia que não seja a cristã.
 
Aposto que essa mesma diretora, se é mãe ou não...vai proibir a Educação Sexual para os seus alunos porque estará induzindo "os filhos de Deus" a pecarem e fornicarem... ¬¬' Ah faça me o favor!!!
Minha mãe é evangélica, e um dia me deparei gostando de um umbandista...para minha mãe eu tinha que namorar um "homem de Deus"...que seguisse a palavra e fosse obediente e temente a Deus...e sinceramente? Até hoje minha mãe não sabe que namorei um umbandista porque mesmo quando falei que ele era "espiritualista" (um nome menos agressivo que macumbeiro) ela quase me expulsou de casa por namorar um "incrédulo", são essas coisas que afastam mais e mais as gerações uma das outras, essa alienação que é pregada em alguns lugares. Minha mãe até hoje não entende como pude namorar alguém que não fala a "mesma lingua religiosa" que eu. Eu simplesmente falo que estudando psicologia, eu não posso me prender a ritos e dogmas...não posso me recusar a fazer terapia em uma pessoa somente porque ela diz ser macumbeira, ou espirita, catolica...que seja! e o que eu ouço dela? -Você deveria tentar orientar essa pessoa para a verdadeira palavra de Deus!
 
Uma coisa que odeio é esse ódio dos evangélicos com os espíritas e ubandistas, os primeiros não estão não estão mais certos que os segundos não, partindo do fato que, que eu me lembre, nunca vi um espírita pregando ódio contra os evangélicos, os segundos são bem melhores que os primeiros, eu posso discordar dos dois, mas discordo bem menos dos espiritas, um dos meus maiores amigos é espírita e ao contrário do que saiu no jornal evangélico, ele está longe de ser uma má pessoa. Olhem estatísticas de presos e vejam quantos espíritas há na cadeia e olhem quantos evangélicos há, todo mundo que sai da cadeia vira evangélico, vi em algum ligar que muitos pastores vão na cadeia e de algum modo fazem que aqueles que não são evangélicos sofram um tanto mais que os que se arrependem, são mesmo muito bons.

Morfs, só há uma pequena confusão em sua postagem entre o espiritismo e o candomblé. A notícia trata de candomblé, que é uma religião de matriz africana. O Espiritismo é uma doutrina que surgiu na França no século XIX.
Mais tarde, no Brasil, se não estou enganado foi para fugir à perseguição do Estado Novo que uma religião como a Umbanda passou a adotar a denominação "espírita umbandista". Para evitar a confusão terminológica, o Espiritismo frequentemente passou então a ser chamado de Kardecismo ou Espiritismo Kardecista.

Então, só eu que não viu cunho racista na notícia? Eu enxerguei que esse país está cada dia sendo mais dominado por evangélicos fanáticos que acham que detém a Verdadeira Fé e, por isso, todo o resto TEM QUE ser proibido e mau visto. Ora, se numa escola cheia de crianças em processo de formação (carater, personalidade, mente...) é imposto que o candomblé é coisa do diabo, coisa de gente má, macumba é pra chutar etc, CLARO que elas vão repetir isso até acreditarem. Não sou a favor do ensino religioso, mas sim do ensino das crenças básicas de cada religião. Infelizmente, estou sendo utópica, porque encontrar profissionais imparciais pra ministrar esse tipo de coisa é dificilimo.

Lissa, a questão da intolerância religiosa que você apontou está sim presente. Mas as religiões de matriz africana foram todas jogadas num mesmo saco: virou tudo "macumba" e coisa do demônio. E o referencial é também racial e surge a partir de um longo processo de inferiorização da cultura negra.
Eu acredito que religião possa ser discutida de maneira mais isenta, com respeito à diversidade e ausência de doutrinação. Mas o primeiro passo seria torná-la um conteúdo programático, enfocando seus aspectos sociológicos, filosóficos e históricos. Acho mesmo que professores dessas três áreas (sociologia, filosofia e história) têm competência para conduzir essas discussões. Mas a questão da formulação e didatização do conteúdo é complexa e exige estudo minucioso que foge à minha competência... :think:
 
Última edição:
Bom, passando para dar minha opinião.

Acho que a escola não deve ensinar religião, quem deve ensinar religião são os pais se a família é religiosa. Daí pais e filhos se entendem ou não, no meu caso eu sou um neo-católico (pois cresci com tios onde minha tia era ex-freira e meu tio era ateu) então eu sou uma mistura doida de coisas. O que a escola deveria ensinar é como a religião afetou a história de modo imparcial porque uma coisa é falar sobre povos e como a religião os influênciou, e outra coisa é pregar a religião.

O que falta é o respeito pois quando uma criança espírita chega em casa falando que aprendeu que a igreja relizou uma cruzada religiosa em nome de Deus os pais entendem, mas quando uma criança cristâ chega em casa falando que os negros faziam rituais a seus deuses na senzala os pais cristãos piram.

De qualquer forma a escola deveria se focar em ensinar a realidade que é o que a pessoa precisa aprender (a não ser os contos de fada no pré ^_^). O ensino espiritual deveria ser resolvido de outra maneira. Aliás a criança que deveria decidir se quer seguir e o que quer seguir, mas ai já vira uma utopia.

Quem discordar dos dois lados me chama de New Order e vamos fazer um Bizarre Love Triangle ^_~.

By Raphael S
Music Gods
 
Morfs, só há uma pequena confusão em sua postagem entre o espiritismo e o candomblé. A notícia trata de candomblé, que é uma religião de matriz africana. O Espiritismo é uma doutrina que surgiu na França no século XIX.
Mais tarde, no Brasil, se não estou enganado foi para fugir à perseguição do Estado Novo que uma religião como a Umbanda passou a adotar a denominação "espírita umbandista". Para evitar a confusão terminológica, o Espiritismo frequentemente passou então a ser chamado de Kardecismo ou Espiritismo Kardecista.

Eu sei, mas os evangélicos fanáticos não veem assim. Foi isso que eu quis dizer.

Aliás a criança que deveria decidir se quer seguir e o que quer seguir, mas ai já vira uma utopia.

Quando ficasse maior, né? Nesse ponto eu concordo, por mim não se ensinaria religião nenhuma para crianças, moral e ética não são apenas religiosas, e quando ela ficasse mais experiente ela mesma decidisse se e qual religião seguiria.
 
Religião é uma coisa a ser ensinada dentro de casa. Não vejo sentido uma pessoa religiosa não catequizar seus filhos. Numa escola confessional é normal vermos uma aula de religião, mas numa escola pública, eu não concordo de forma alguma que exista ensino religioso.

Eu não vou entrar no mérito das escolas confessionais, porque até mesmo nelas é vetado o proselitismo e acontece em menor ou maior grau. O caso é a escola pública.

Minha mãe, Católica Apostólica Romana, foi professora de religião de 5a a 8a série. Ela é uma pessoa muito ética e seguia ao pé da letra a questão de não fazer catequese em sala de aula. Mesmo no mês de maio, e sofria horrores com isso. :lol:

Ela dava aula de higiene, de métodos anticoncepcionais (ela sempre foi meio rebelde com esse lado da igreja), um pouco de história das religiões (eu sempre achei que a visão dela é bem parcial pelo lado europeu católico branco, mas ela realmente procurava ser imparcial e pesquisar para falar). Falava o básico de ética e muita música. E de vez em quando, o que eu não concordava, exercícios e reflexões bíblicas.

Se ela viesse com religião comparada ia se deflagar uma guerra santa na escola. Mais de um aluno levou carta de pastor dizendo o que ela deveria ensinar. Quais versículos bíblicos ela deveria analisar com os estudantes e sob qual enfoque. Quais eram as verdades. Mais de uma aluna reclamou dela ensinar métodos anticoncepcionais, mais de uma vez ela lembrou que eles tinham direito de pedir dispensa da aula.

De forma geral, professores de religião são escolhidos entre pessoas que tem uma militância religiosa, raros tem formação que permita uma aula mais filosófica ou embasada em história. Alguns nem cérebro para isso tem. Além disso não existe um currículo. Juntando tudo, para a grande maioria, aula de religião é aula de dormir, embromar, conversar. Para os muito religiosos, 50 minutos de louvor semanal, para os muito espírito de porco, 50 minutos de briga com professor por semana.

é raro ter um professor de religião que preste, assim como é raro ter aluno que leve essa porra dessa aula a sério. É dinheiro público jogado no ralo. (minha mãe ficava puta quando eu falava isso :roll: )
 
Mas Fernanda essa questão toda de formação do professor eu acho que é porque também não existe uma posição do MEC ou uma ementa que disciplinasse o ensino religioso. E em relação ao MEC, eu acho que se eles quiserem criar uma ementa, eles vão ter que literalmente percorrer o caminho das pedras. O que eu acho muito dificil o MEC se dispor a esse estresse. É mais fácil nem existir.
 
É praticamente impossível fazer uma ementa. Uma escola da Igreja Batista vai aceitar o mesmo currículo da Escolo Islâmica ou da Judaica, só para dar exemplos.

Por isso que eu sou contra aula de religião na escola pública, se não tem como ter uma ementa...

Educação religiosa se dá em casa.
 
Bom, na faculdade em que eu estudo, há o curso de Ciências da Religião. Vou dar uma pesquisada e logo posto algumas informações, mas pelo que eu entendi, eles podem lecionar como professores de ensino religioso entre outras coisas.
 
Eu não vejo com bons olhos qualquer tipo de ensino religioso nas escolas, principalmente no ensino fundamental, salvo como uma explanação histórica das mesmas e como elas influenciaram o curso das coisas. Penso que mesmo em casa a apresentação a algum tipo de religião deveria ser postergada até a maioridade, para que assim aumentassem as chances de uma escolha verdadeiramente livre de qualquer fator condicional por parte dos pais.
 
Fernanda disse:
É praticamente impossível fazer uma ementa. Uma escola da Igreja Batista vai aceitar o mesmo currículo da Escolo Islâmica ou da Judaica, só para dar exemplos.

Por isso que eu sou contra aula de religião na escola pública, se não tem como ter uma ementa...

Educação religiosa se dá em casa.

Eu também acho dificil uma ementa porque vai ter palpite de tudo quanto é segmento da sociedade. Mas quando eu falo de ensino religioso não é ensinar a liturgia ou os traquejos que cada religião tem. Né isso não. Quando eu comentei estou falando de um aspecto histórico, social e filosófico. Por exemplo, nesse contexto, poderia incluir as mitologias, que já foram religiões, mas que hoje não são mais praticadas.

Eu concordo com você no sentido que é quase impossível montar uma ementa. Impossível uma que não vá virar uma caixa de marimbondo.
 

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