Jacques Austerlitz
(Rodrigo)
[align=justify]Extinção
Eu disse: Melhor morrer do que viver aqui; vou sair desta casa para nunca mais voltar. Ele disse: Não.
Eu disse: Não há o que você possa fazer, não há nada que possa me dizer. A decisão é minha e eu digo: vou embora. A minha recusa é mais forte que a tua, a minha vontade é a minha liberdade. Eu tenho consciência do que falo, não me repreenda por eu ser mais jovem, tomei ciência do mundo, travei conhecimento com a vida, sei o que sou e eu não sou você. O meu nariz adunco não é o teu, a minha boca não é a tua, são os meus ouvidos e não a minha consciência que ouvem a tua voz, e as tuas palavras não me dizem nada, meu corpo não vive mais de amarras. Tua moral não regula a minha escolha; esta casa não é uma instituição! Minha recusa é negação na integridade, não está aberta a negociação. O despudor das tuas atitudes eu já não suporto mais, não há mais lugar para me resignar. É a diáspora da vida em sociedade. Eu me assumo como sou, um homem só e não parte de um grupo. A família é o esteio da infância, mas eu agora ando com minhas pernas e vou seguir o meu caminho. E eu não sou ingrato, e eu não sou hipócrita. Te deixo só como somos todos sós, e te entrego a liberdade moral de ser-se quem se é. Não haverá mais por quem viver, não haverá mais quem agradar, seremos os dois senhores de nós mesmos. Eu me nego a viver em feudo, não sou escravo da razão. E se eu te digo em atropelo é porque diferente não sei ser, vivo de quietude ou de explosão. Os teus valores, não te disse?, não são os meus, não são os meus e portanto não são os da família. Você não resolve por mim, e eu sozinho, porque só sozinho, vou declarar revolução. Não sou mais eu o resignado, não sou mais eu o subjugado, que a tua vontade se dobre perante a minha, eu ainda aguardo a tua aceitação. A tua autoridade eu nego, eu renego a tua imagem, o teu rosto se esfacela perante a minha resolução! Eu disse: melhor morrer do que viver aqui; eu disse: vou sair desta casa para não voltar, e ele disse: Não.[/align]
Eu disse: Melhor morrer do que viver aqui; vou sair desta casa para nunca mais voltar. Ele disse: Não.
Eu disse: Não há o que você possa fazer, não há nada que possa me dizer. A decisão é minha e eu digo: vou embora. A minha recusa é mais forte que a tua, a minha vontade é a minha liberdade. Eu tenho consciência do que falo, não me repreenda por eu ser mais jovem, tomei ciência do mundo, travei conhecimento com a vida, sei o que sou e eu não sou você. O meu nariz adunco não é o teu, a minha boca não é a tua, são os meus ouvidos e não a minha consciência que ouvem a tua voz, e as tuas palavras não me dizem nada, meu corpo não vive mais de amarras. Tua moral não regula a minha escolha; esta casa não é uma instituição! Minha recusa é negação na integridade, não está aberta a negociação. O despudor das tuas atitudes eu já não suporto mais, não há mais lugar para me resignar. É a diáspora da vida em sociedade. Eu me assumo como sou, um homem só e não parte de um grupo. A família é o esteio da infância, mas eu agora ando com minhas pernas e vou seguir o meu caminho. E eu não sou ingrato, e eu não sou hipócrita. Te deixo só como somos todos sós, e te entrego a liberdade moral de ser-se quem se é. Não haverá mais por quem viver, não haverá mais quem agradar, seremos os dois senhores de nós mesmos. Eu me nego a viver em feudo, não sou escravo da razão. E se eu te digo em atropelo é porque diferente não sei ser, vivo de quietude ou de explosão. Os teus valores, não te disse?, não são os meus, não são os meus e portanto não são os da família. Você não resolve por mim, e eu sozinho, porque só sozinho, vou declarar revolução. Não sou mais eu o resignado, não sou mais eu o subjugado, que a tua vontade se dobre perante a minha, eu ainda aguardo a tua aceitação. A tua autoridade eu nego, eu renego a tua imagem, o teu rosto se esfacela perante a minha resolução! Eu disse: melhor morrer do que viver aqui; eu disse: vou sair desta casa para não voltar, e ele disse: Não.[/align]