Expedições literárias à Selva e Reinos Perdidos

[Éomer]

...ENTÃO EU VI O CONGO
SERPEAR DENTRO DO NEGRO
CORTANDO A FLORESTA
NUMA TRILHA DE OURO
Então naquelas margens
por muitas, muitas milhas
canibais pintados dançavam em fila;
Então troa a canção da sede de sangue
E um fêmur bate num gongo estridente.
"SANGUE", berravam as flautas dos guerreiros,
"SANGUE", gritavam caveirosos feiticeiros...

Congo Negro, Vachel Lindsay.



De todos os livros lidos foram os que mais me fizeram viajar na infância e começo da adolescência. Os livros de aventuras que se passavam nas selvas da África ou Índia, principalmente os que eram relacionados à civilizações e reinos perdidos, tais como ELA e As Minas do Rei Salomão, de Rider Haggard e alguns da série Tarzan de E. R. Burroughs.

Tribos de canibais terríveis, civilizações perdidas no coração da África ainda inexplorada do Séc. XIX, meninos criados por lobos na Índia, tigres sanguinários, feiticeiras belíssimas e imortais, guerreiros, tesouros fabulosos em ouro e pedras preciosas e exploradores britânicos tais como Allan Quatermain e o professor Horace Holly. Tudo isso somado à uma mente viajante de pré-adolescente é sinônimo de diversão e encantamento. E são essas duas coisas que nos fazem adquirir o hábito de ler e acima de tudo o prazer pela leitura.

E vocês, tiveram oportunidade de ler esse tipo de livro? Quais foram os que mais gostaram?

 

[Melian]

Hm. Jules Verne figurando na enquete... =) Mas não vou votar, ainda. Preciso pensar com calma no assunto.

Engraçado que, na minha infância, eu não tinha tanto fascínio pelas histórias de canibais, civilizações perdidas, tradições indígenas, entre outros. Embora mais tarde, ao ler Maíra, de Darcy Ribeiro, eu tenha começado a me interessar, bastante, por Antropologia.

O quê me interessava, muito, na época da minha infância/adolescência eram os Dinossauros. Sim, culpa de Jurassic Park, do Michael Crichton. E quem disse que, para mim, inicialmente, esse livro se tratava de ficção científica? Eu vivia o livro de tal forma que, para mim, se tratava de um reino perdido (quando vi o filme, então... eu sentia que era tudo verdade.) Eu era quase uma paleontóloga.

(Pois é, passei de pessoa que se interessa por estudar restos de animais para pessoa que estuda os hábitos culturais. Ou não. Ainda me interesso tanto por Paleontologia quanto me interesso por Antropologia.)

 

[Kainof]

Uaaaaau, eu era muito fã desse tipo de literatura entre infância e adolescência. Dos citados só não li Tarzan. E os lidos são excelentes! Todos. Julio Verne sempre presente nos meus preferidos da adolescência.

Nó, faz muito tempo que não leio nada nesse estilo. Acho que o último assim foi "Mundo Perdido" do Conan Doyle há uns 3 anos. E que foi uma decepção total.

Destes citados, o melhor pra mim é "O Livro das Selvas", que foi, aliás, minha obra literária predileta por alguns anos juvenis... Mogli, Balu, Baghera, Shere Khan e companhia sempre me encantaram sobremaneira. O livro é muito bom mesmo! Os acontecimentos que descrevem os personagens animais, que nao falam mas se comunicam, a ascensão do menino de indefeso a desafiante do tigre, a criatura mais temida e poderosa da selva. O enfrentamento pelo olhar é bastante significativo da análise, racional, feita pelo Homem, que se mostra então, superior aos demais. E tem ainda o conflito do Mogli, que volta para a aldeia dos pais, mas não se sente bem lá. Nem na selva. Identidade inconclusa para sempre.

Ou isso é o que me lembro do que li há, sei lá, uns 12 ou 13 anos atrás? Posso estar confundindo. Mas me deu muita saudade do livro. Deu muita vontade de reler, vou procurar por ele.

Mas o meu preferido mesmo do gênero é "Em Busca do Unicórnio" do espanhol Juan Eslava Galán.

Sinopse do livro no skoob: http://www.skoob.com.br/livro/31068

Jovem e audaz cavalheiro espanhol lidera comitiva de soldados, religiosos, estudiosos e uma virgem para trazer o chifre do unicórnio para El Rei de Espanha, que segundo consta tinha incríveis poderes mágicos, entre eles, o de restaurar a fertilidade de Sua Majestade.

Tal animal fabuloso vivia nas selvas africanas e só poderia ser aproximado por uma virgem. O que segue no percurso é uma tragicomédia de fino humor, preciso retrato histórico e descrição geográfica.

Acho que fui eu mesmo que fiz essa sinopse, nem lembro mais...

Enfim, livro saborosíssimo, de linguagem esmerada. Pudera, o autor é filólogo. Retrato histórico divertido. Acho que o século é o XVII, pelo que lembro. A comitiva entra na África por Gibraltar e vai desbravando as selvas e paisagens bravamente. Agora imaginem a situação: centenas de homens empregados, padre, uma virgem e um jovem achando que é cavaleiro cortês na aridez africana. Só pode dar merda. É uma história engraçada, pontuada de dramas e tragédias. E o final me arrepiou.

Gostei do tópico, Éomer. Obrigado por me trazer tantas boas lembranças.

 

[Brunno Zenni]

o unico que eu li desses foi "As Minas do Rei Salomão"
na verdade os da série Tarzan dos Macacos eu li quando era pequeno, mas nem lembro muito bem, então nao conta

 

[Snaga]

Nossa, nunca li nenhum desses!!! Nem os autores, apesar de sempre ter tido vontade de ler Verne.

Na minha infância eu lia os ainda adorados quadrinhos da Disney e, mais tarde, os livros da Série Vagalume. E no início da Adolescência eu só li Agatha Christie. Praticamente só ela. Entre os 11 e os 15 anos, devo ter lido mais de vinte livros dela.

Mas como disse, Júlio Verne é um autor que ainda quero conhecer. Mas acho que vai demorar.

 

[Henrique Droog]

Eu sempre fui fascinado por este tipo de leitura, sou até hoje.

Dos livros até agora citados eu li As Minas do Rei Salomão, 20.000 Léguas Submarinas, Volta ao Mundo em 80 dias, Viagem ao Centra da Terra e A Ilha Misteriosa, mas os que mais gostei e cheguei a repetir várias vezes a leitura foram:

• As Minas do Rei Salomão
• 20.000 Léguas Submarinas
• Volta ao Mundo em 80 dias.

Na verdade estes foram alguns dos livros que me despertaram a paixão pela leitura.

Recomendo a leitura destes livros, em especial os do Julio Verne. São realmente ótimos.

 

[Clown or Minstrel]

Ela, eu achava que eu era o único da face da Terra que já o li. É um livro pequeno, mas com uma história fabulosa.