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[Exercício] A técnica na prática =)

Haleth

Sweet dreams
Sério, to morrendo de timidez de criar esse tópico. Mas, bem, já que to na chuva, é pra me encharcar. :cool:

O Eragon, nesse tópico, escreveu:

creio que me falta exatamente a tecnica correta...
e só lendo livros e tentando replicar a tecnica não estou conseguindo XD

Então, que tal a gente pôr a técnica em prática e debater junto os "nós" q surgem nos nossos textos? Se eu estiver empolgada demais (ok, eu sei q estou), sejam delicados ao me chamar de volta à Terra, ok? Mas, se alguém quiser pegar carona na empolgação, a porta de casa é a serventia da rua =P

Queria propor um exercício que mais parece um jogo, rs. É sobre estilos de escrita. Se colar, a gente faz mais. A teoria é a seguinte:

Fonte:http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=14409
Dá-se o nome de “recurso estilístico” a todo o processo linguístico de que um autor se serve para exprimir com facilidade, propriedade ou originalidade os seus pensamentos. Por exemplo, o uso frequente de onomatopeias poderá ser um recurso para evidenciar determinadas sensações físicas ou estados de alma, a adjectivação rica e sugestiva poderá ser um recurso destinado a traduzir uma percepção particular da realidade a caracterizar... No entanto, nem a onomatopeia nem o adjectivo são figuras de estilo. São, sim, denominações morfológicas, são classes de palavras. Uma determinada classe de palavras usada frequentemente ou sugestivamente por um escritor pode ser uma marca do seu estilo.
Quanto às “figuras” de estilo (ou “figuras” gramaticais ou “figuras” de retórica), elas constituem um campo particular dos recursos estilísticos. Este termo remonta à antiguidade grega. Na Grécia, no campo da retórica, criaram-se figuras gramaticais destinadas a uma maior correcção e elegância de estilo: as figuras de pensamento, as figuras de sintaxe e os tropos. As figuras consistem numa alteração da forma neutra da frase, aumentando, diminuindo, transpondo, repetindo, substituindo ou associando sons ou palavras de modo a dar mais relevo, cor, originalidade ao que se pretende transmitir. E as figuras assumem características próprias, claras, rígidas, definidas desde essa altura. Sempre que se traduz uma ideia segundo uma dessas formas fixas, está-se a utilizar uma determinada figura gramatical.

Vamos, então, jogar usando (ou eliminando) recursos/figuras de estilo, reescrevendo as seguintes frases/trechos:

1. Tinha uma pedra no meio do caminho.

2. Jordão levantou a almofada; pesava extraordinariamente. Saíram com ela, e sobre a mesa da sala Jordão cortou a fronha e a capa. As penas superiores voaram, e a empregada deu um grito de horror com a boca inteiramente aberta, levando as mãos crispadas às bandós. Sobre o fundo, entre as penas, mexendo devagar os pés aveludados, havia um animal monstruoso, uma bola viva e viscosa. Estava tão inchada que quase não se lhe via a boca.

3. Certa manhã, a sangue-frio, enrolei um laço em seu pescoço e enforquei-o com as lágrimas jorrando-me dos olhos e com o mais amargo remorso no coração.

Pra quem quiser, aqui há uma lista extensiva de recursos e figuras estilísticas para enriquecer o exercício. Vamos?
#prontopostei
 
Então, Zzeugma, acho que não ficou muito claro mesmo, rs...

A frase original é: Tinha uma pedra no meio do caminho.

Aí vc reescreve a frase, podendo usar ou não os recursos estilísticos. Por exemplo, pode-se fazer assim:
Uma pedra. Bem no meio do caminho. Viu como a redação não mudou o sentido, mas mudou a percepção?
Outro: Tem pedra e tem caminho e tem pedra no meio do caminho.
Mais um: Tinha, no meio do caminho, uma pedra.
Agora, vou usar um recurso estilístico chamado apóstrofe:
Tu, pedra que estavas no meio do caminho...

Deu pra entender agora? O quê da coisa é fazer com que as frases tenham diferentes "impactos" na leitura. Coloquei link pra recursos estilísticos só como apoio, porque eles ajudam a ampliar suas alternativas de expressão textual.

É como se fosse um teatro. Um sorriso, um olho arregalado, a entonação e o volume da voz conduzem as percepções e sensações do expectador. No texto, é a forma como a frase é estruturada. Essa é a ideia. ;)

Ficou melhor agora?
 
alguém me disse que eu estava no meio do caminho. é duro!
 
Havia (no espaço amostral em vigência) um pedregulho de balxita (formado no Pré-Cambriano) barrando a trajetória retilínea uniforme que o observador (desprezadas as forças de atrito do ar bem como os intempéries de natureza não referencial) realizava naquele fatídico ciclo celeste.

Pedra parada parando prováveis passos.
[size=x-small]Considere passo significando passagem estreita e difícil.[/size]

Pobre pedra perdida num alfobre de medra dividida.

Pedra precedida de sãos sapatos do peristiarca peristáltico.

A beleza cinde deveras especialmente formas guarnecidas [de] horrendas irradiações jocosas. Logo, meticulosamente noto opticamente [a] pedra que ri, sabendo [ela (opcional)] tapar uma vereda xeromórfica ziguezagueada.
[size=x-small]As letras entre parênteses são reforços para que o sentido do texto não fique maquinado.[/size]

É

que
esta
pedra
safada
alvitra,
narrando
impróbios
viandantes,
passageiros,
escorrendo-se.

Ó pedra: se me amas / então deixa-me andar / pela via de famas / que tu anda a bloquear...
[size=x-small]Hexassílabo ABAB[/size]

És pedaço pobre, és tu, ínfima, és sim / Pois observo teu escudo último em mim.
[size=x-small]Tentei criar um hexâmetro datílico... Alguém que manja disso pode checar pra mim?[/size]
 
Se falseio
O sentimento
Se perpetra

Sem floreio
O tormento
Me penetra.

Em meu seio
Tem assento
Uma pedra.

---
Nossa, que bacana o que vcs escreveram! Adorei! Vamos mais, vamos mais! =)
Mavericco, babei em ti.
 
Na carona da ideia...

[align=center][size=xx-large]C
A
M
I
[/size]
[size=xx-small]pedra[/size] [size=xx-large]
N
H
O[/size]
[/align]
 
anástrofe

Anástrofe - Inversão da ordem natural das palavras.

1. Pedra no meio do caminho tinha uma.

2. A almofada Jordão levantou; extraordinariamente pesava. Com ela saíram, e a fronha e a capa cortou Jordão a mesa da sala sobre. Voaram as penas superiores, e um horror de grito a empregada deu com a aberta inteiramente boca, levando às bandós as crispadas mãos. O fundo sobre, as penas entre, os pés devagar mexendo aveludados, monstruoso um animal havia, uma viscosa bola viva. Tão estava inchada quase que não a boca se lhe via.

3. Manhã certa, a sangue-frio, em seu pescoço um laço enrolei e com as lágrimas enforquei-o dos olhos jorrando-me e no remorso com o coração mais amargo.


mestre yoda falando parecendo ficou, :timido:
 
Segui. Olhei. Parei.
Merda.
Voltei. Parei. Olhei de novo.
Merda de pedra.
Sentei. Calculei. Xinguei. Voltei
Desisti.
Mas a merda da pedra não.
 

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