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Exclusão por causa de leitura

Agora, vamos e venhamos, o hábito de ler não é um limitador de convívio... Pelo menos nunca foi para mim. Tenho não um, mas vários grupos de amigos, saí muito na minha adolescência, sou a guia turística oficial dos amigos que me visitam, tenho um marido meio carente e mesmo assim consigo uma horinha por dia de leitura...logo antes de dormir, indo e vindo do trabalho e na hora do almoço (que em virtude do trabalho, normalmente é solitária), enfim... Acho que preconceito, por um motivo ou por outro, muita gente já sofreu...
 
Todo preconceito tem ínsito uma grande carga ignorância, e isso é no mínimo, digno de pena. O indivíduo que chega pra tu e afirma veementemente que leitura não leva a nada deve ter uma concepção de mundo tão tacanha, estar tão atolado em mediocridade que nunca será capaz de enxergar com um mínino de crítica e construtivismo a realidade que o cerca. Pessoas assim podem até fazer certo sucesso em grupinhos de escola ou coisa que o valha, mas no fim, o que realmente importa é o legado que cada um constrói. Duvido que pessoas assim sejam aptas a deixar qualquer legado minimamente aproveitável.

Mas nem todos são assim, é bom ressaltar. Como a caRaquel mesma falou, tem aqueles que simplesmente não gostam de ler mas que se dedicam com afinco a outras atividades igualmente sadias, por isso que também não concordo com opiniões mais radicalizadas. Há certos tipos de experiência que um livro não é capaz de suprir. Por isso moça, por mais que você se sinta deslocada (isso é normal) não ache que a companhia única dos livros será suficiente. Já tive certos momentos mais revoltados da vida em que meio que abandonei o convívio social e passei a dedicar quase a totalidade do meu tempo com leitura, posso te dizer que no fim o saldo não foi tão grande.

Para finalizar com meu pequeno post, nunca sofri nenhum tipo de preconceito por ler (e olha que eu vivo numa capital de estado que não deve ter ao todo umas 10 livrarias), até pelo fato de sempre conviver com um pessoal que podia até não ler, mas valorizava a leitura.
 
Nunca deixei de ter amigos pelo hábito de ler. Muito pelo contrário, tenho vários com esse "costume" e, muitos me procuram para umas dicas. O que acontece, geralmente, é o espanto das pessoas. Semana passada ainda, eu estava esperando minha mãe me buscar (tinha ido no dentista), então, me econstei na parede de fora de uma loja e comecei a ler. Os conhecidos que passavam por ali comentavam alguma coisa (ou batiam por baixo do livro ¬¬) e exclamavam algo como: "Que concentração, hein!". Tenho essa coisa de conseguir ler no barulho e caminhando, as pessoas que não tem a leitura tão presente se admiram por isso, já que a concentração delas é mais precária. Enfim, exclusão nunca.
 
[align=justify]Báh eu sempre fui um corpo estranho por causa da leitura já ouvi cada coisa, mas eu tinha um grupo de amigos que achavam legal eu ler e tals, mas teve uma vez que um colega me viu cumprimentar a bibliotecária e perguntou quem era, quando eu disse, ele ficou espantado que alguém conhecia a pessoa que trabalha na biblioteca, achei hilário, mas ele não ficou me zoando, só que para ele aquilo era mesmom estranho :sim:

Ashe nem dá bola para isso, esse sujeito ai nem merece que tu gastes teu tempo pensando nele ou como diz um amigo meu que é engenheiro: "aquilo que edifica não merece cimento" e esse ai não edifica nada, nadinha :rofl:

estrelinhas coloridas...[/align]
 
-Arnie- disse:
Mas selecionando, claro. Não é somente viver, viver por viver, qualquer coisa serve. Quando pode-se selecionar o melhor não há porquê ficar com o de segunda mão. Ser amigo de alguem que, antes de qualquer coisa, já diz na sua cara que odeia quem lê. Acho que não...
Na caso da menina Ashe, é dela não ficar aflita, que seja ela mesma, que não deixe de ler para agradar ninguém - já que ninguém parece estar afim de começar a ler para agradar também. Mas se a necessidade de ter algum grupinho é assim tão importante, vá lá, boa sorte! Mas eu acho que não, acho que foi mais a chateação de sofrer preconceito.

Claro, selecionar é importante, mas acho que ter o "gostar de ler" como critério principal dessa escolha é ser incapaz de ver além disso, é ignorar boa parte das pessoas (pelo menos no nosso país). O afeto e a amizade tem vários outros caminhos além da mera troca de assuntos literários.
Mais uma vez, eu não disse para que ela parasse de ler, o que eu disse é que talvez as pessoas ao redor dela se sintam como esse amigo meu e que talvez não seja maldade delas.
Usei algo que aconteceu comigo no colegial supondo que com ela possa ser similar, mas foi uma suposição, só isso. No fim, se a gente fica os 30 minutos de intervalo lendo, o restante do tempo calado na aula e depois vai embora, quando é que abriremos espaço para conhecer as pessoas?

Achar que elas são segunda mão por não terem o mesmo hábito do que nós também é preconceito. Responder preconceito com preconceito pra quê? Não disse que é extremamente importante ela agradar as pessoas, mas acho saudável que se busque conhecer, isso não é deixar de ser você mesmo e ainda se pode ter a chance de descobrir parte de você no outro, tem coisa mais bonita? Você conhece algum grande escritor que não tenha baseado seus personagens, ainda que minimamente, em pessoas reais?

No fim, concordamos que a atitude do rapaz foi totalmente desnecessária, que esse preconceito com a leitura é totalmente bobo, mas nem por isso as pessoas que fizeram isso se tornam secundárias, ignorantes, segunda mão ou sei lá o que. O que eu sempre gostei na leitura foi que ela sempre uniu, tipo assim, quando você se apaixona por um livro e um amigo seu acaba lendo por isso e a sensação é tão boa que fazem de vocês mais próximos. Mais do que carga intelectual, o que sempre me agradou em ler foi também isso, não vejo sentido em segregar alguém porque , infelizmente, não sentiu esse mesmo prazer que eu.
 
Li todos os posts, refleti e pensei sobre cada opinião.

Não é porque eu leio muito, que eu deixaria minhas amizades verdadeiras de lado, muito menos as outras pessoas que não conheço. Sempre respeitei as pessoas e suas diferenças, mas sinceramente, vejo que algumas simplesmente não respeitam as MINHAS diferenças. Em toda minha vida, sempre fiz amizades muito facilmente, nunca foi problema. O que acontece, porém, são que os amigos verdadeiros são raros, pouquíssimos! Agora que mudei de escola e não conheço ninguém, é que estou percebendo esse preconceito, e está claro que será mais difícil arranjar amigos.
Desde o início do ano, até agora só tenho duas amigas. Conversamos normalmente, rimos, contamos piadas.
Será preciso mostrar o outro lado da moeda.
Como dia 11 foi meu aniver, uma menina me perguntou o que eu queria ganhar de presente. Respondi simplesmente: Um bom livro. A menina me olhou espantada e disse: Um livro? Deixa de ser boba, menina! Tanta coisa boa, e você me vem com essa!
O mais surpreendente é que essa menina se afastou de mim.
Entendem o que quero dizer? Só pra se ter uma ideia, 90% da sala afundou na maioria das provas da escola. Não fazem tarefa, vivem conversando, não estão nem aí pra vida.
Como fazer amizades assim? Ainda mais com um preconceito bobo desses.
Entendi o que a Caraquel quis me transmitir. Mas esse não é bem o caso, sabe?
Esse rapaz mesmo que me disse essa frase tão banal (No primeiro post) é um cara lindo, popular, fala inglês. Foi até estranho ouvir aquelas palavras vindas da boca dele.

Mas... enfim, vou continuar a ler e sustentar minhas amizades verdadeiras, porque sei que essas sim valem verdadeiramente a pena.
 
Ashe, eu entendo como é. realmente, amigas verdadeiras são difíceis de se encontrar! Quando me mudei para a capital e entrei numa escola nova, eu ficava só na minha, sozinha com meus livros, nunca fui de chegar nas pessoas para conversar (apesar de que alguém chega em mim para conversar pareço uma matraca!) e ela se aproximou de mim e aceitou toda a minha esquisitice - não que ela seja muito normal, mas somos bem diferentes e somos amigas a 10 anos!!! E nem sei do que seria de mim sem ela! Afinal, sempre que vejo uma coisa que me empolga preciso conversar com ela e como ela trabalha de madrugada ficamos conversando pelo celular.

Nem ligue para esse pessoal, são um bando de bobocas!
 
Desculpem entrar atrasado no assunto, mas queria dizer que para mim esse tipo de preconceito é coisa recorrente. Nesses tempos, sempre tenho que ouvir alguma gracinha no trabalho, do gênero "chegou o intelectual, o cara que lê até Clarice Lispector!" (atenção, doses venenosas de ironia), o que para mim soa como "ler não serve para nada, eu é que sou esperto". As pessoas podem não rever seus preconceitos com o passar dos anos, mas ao menos ficam mais dissimuladas...

Ashe disse:
Mas... enfim, vou continuar a ler e sustentar minhas amizades verdadeiras, porque sei que essas sim valem verdadeiramente a pena.

Perfeito, é esse o espírito, Ashe! Às vezes a gente se sente mesmo alienado, mas basta uma boa discussão com um amigo de verdade que tudo volta a fazer sentido...

E digo, se eu fosse da sua sala e lhe visse sempre lendo um livro, eu faria questão de me sentar ao seu lado. :timido:
 
Caramba, eu leio no intervalo do meu francês, enquanto as outras meninas lá (que são amiguinhas e bem mais novas que eu, portanto não temos muito assunto) ficam lá fofocando da escola delas.

Não tenho vergonha alguma disso! ;p
 
[align=justify]Não sei se isso pode ser considerado exclusão, mas quando leio na fila do banco (as obrigações bancárias tomam um tempo precioso), as pessoas costumam olhar para mim com cara de quem olha para algum tipo de maluco ou algo assim. Parecem estar pensando: "Meu, o cara já fica na fila do banco e ainda vai ler? Que chatice!" ou "Só tá fazendo isso para se mostrar!"
Particulamente procuro abstrair, mergulhando mais fundo na leitura.[/align]
 
Estive pensando.
Pelo que tenho lido no tópico, mais do que preconceito contra leitores / literatura, o motivo maior da segregação é o auto-isolamento por causa da leitura. Ler é ótimo, atividade que deve ser cultivada a vida toda, porém não deve comprometer o convívio social, ainda mais no meio escolar.
Quanto a ser taxado de nerd, CDF ou o que quer que seja... Porra estamos falando da escola! Um dos meios mais hostis na vida de um ser humano!
 
Omnius disse:
Estive pensando.
Pelo que tenho lido no tópico, mais do que preconceito contra leitores / literatura, o motivo maior da segregação é o auto-isolamento por causa da leitura. Ler é ótimo, atividade que deve ser cultivada a vida toda, porém não deve comprometer o convívio social, ainda mais no meio escolar.
Quanto a ser taxado de nerd, CDF ou o que quer que seja... Porra estamos falando da escola! Um dos meios mais hostis na vida de um ser humano!


hehehe... concordo com você Omnius. Disse anteriormente neste mesmo tópico que muitas vezes o próprio leitor se exclui do grupo. Os livros são importantes amigos, mas não substituem as pessoas. Falo isso de cadeira... sempre li bastante (literatura ou específico para o trabalho), e aprendi incontáveis coisas com os livros, mas absolutamente nada me ensinou mais do que conviver com as pessoas.

Quanto à escola ser um ambiente hostil... Meu Deus! Quem aqui nesse site nunca sofreu com os amigos da escola??? Os alunos não podem fazer nada de errado ou que não se encaixe nos padrões dos demais que sempre vai aparecer um maluco ao lado para te encher o saco!!!!

Eu sou branco, era gordinho e gostava de ler... dá pra imaginar o quanto enchiam a minha paciência???? hehehehehe

Um abraço!
 
Luciano Altoé disse:
hehehe... concordo com você Omnius. Disse anteriormente neste mesmo tópico que muitas vezes o próprio leitor se exclui do grupo. Os livros são importantes amigos, mas não substituem as pessoas. Falo isso de cadeira... sempre li bastante (literatura ou específico para o trabalho), e aprendi incontáveis coisas com os livros, mas absolutamente nada me ensinou mais do que conviver com as pessoas.

Quanto à escola ser um ambiente hostil... Meu Deus! Quem aqui nesse site nunca sofreu com os amigos da escola??? Os alunos não podem fazer nada de errado ou que não se encaixe nos padrões dos demais que sempre vai aparecer um maluco ao lado para te encher o saco!!!!

Eu sou branco, era gordinho e gostava de ler... dá pra imaginar o quanto enchiam a minha paciência???? hehehehehe

Um abraço!

Grande Luciano.
Todos passaram ou passarão por isso um dia, de uma forma ou de outra ajuda a moldar o nosso caráter. O que não deve ser feito é se isolar em um mundinho e achar que o "resto" do mundo não o compreende. (não estou afirmando que é o caso em questão).

[]'s
 
não me lembro de ter sido excluido por ler...
eu sempre falava que gostava de ler, mas sempre me limitei aos livros da escola XD

por falta de dinheiro, na maioria das vezes, e preguiça de ir a uma biblioteca...

mas eu era excluido por outro motivos, e ai não sei se a leitura entrava na historia rsrs

em resumo, se voce é excluido por qualquer motivo que seja, não mude apenas pra deixar de ser excluido... principalmente se o caso em questão é o habito da leitura...
 
Eu nunca passei pela situação descrita, mas sofro preconceito no sentido de me acharem culta, besta, arrogante, pedante, etc, etc, etc. Já chegaram a jogar indiretas pra mim do tipo "ah, eu não sinto a necessidade de parecer intelectual". O que noto em muita gente ao meu redor, e isso infelizmente é cultural no meu estado, é um certo ressentimento. Se você sabe ou demonstra saber mais do que o outro, isso é motivo pra querer distância ou já rotular a pessoa de exibida. Por aqui, é regra as pessoas estudarem como loucas, pra vestibular, pra concurso, mas paradoxalmente, pouca gente cultiva o hábito da leitura por prazer. Então, se você comenta sobre um livro que está lendo, as pessoas simplesmente já veem uma postura competitiva, de quem tá querendo mostrar que sabe mais. É trágico. Eu sofro pra caralho por aqui pela falta de ter quem discutir sobre literatura, cinema e arte em geral.
 
Mas nem a menina Ashe, nem ninguém aqui, disse que devemos abandonar o mundo e ficaer apenas lendo. O que acontece é que as pessoas hostis, que soltam gracinhas como "odeio quem lê", são imbecis e não valem o tempo que perdemos falando nelas.

Diva disse:
O que noto em muita gente ao meu redor, e isso infelizmente é cultural no meu estado, é um certo ressentimento. Se você sabe ou demonstra saber mais do que o outro, isso é motivo pra querer distância ou já rotular a pessoa de exibida.

Não sei que que Estado você é, mas aqui é a mesma coisa, o mesmo ressentimento. Eu fico na minha só observando, é só aparecer, sei lá, na TV, alguém com uma conversa um pouco mais elevada e que começam os comentários e as caras de nojinho. Isso pra nao falar de coisas como "finalmente o Brasil lançou um filme bom, Besouro. Antes era só aqueles filmes de inteligência, tipo Olga. Ninguém aqui fazia filme pra a gente!". Com essas exatas palavras.
 
Eu ia comentar exatamente isso do "metido a intelectual".
Ou eu sou muito paranóica, ou tem realmente muita gente que parece achar que quem lê em lugares públicos está querendo aparecer. Por que eu ia querer me fazer de intelectual pra um bando de gente no meio da rua e que não conheço? ¬¬
 
Pois é.... pessoalmente, não acho que ler no ônibus, no restaurante ou na fila do banco me tire do convívio social de alguém...
 
Trillian disse:
Eu ia comentar exatamente isso do "metido a intelectual".
Ou eu sou muito paranóica, ou tem realmente muita gente que parece achar que quem lê em lugares públicos está querendo aparecer. Por que eu ia querer me fazer de intelectual pra um bando de gente no meio da rua e que não conheço? ¬¬

É que tem gente que simples mente não sabe o significado da expressão "otimização de tempo". huhhuuhu
 

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