Não tem paciência não abra tópico num forum DE DISCUSSÕES.
Não to falando que herói seria o mais certo, apenas que muda muito a entonação da votação. Embora na verdade eu prefiro honrar aqueles que alcançaram um feito heróico mais do que aqueles que alcançaram a idolatria, que muitas vezes é apenas mera consequência da vitória.
Por exemplo, um dos maiores heróis de esporte é Bruce Kennedy. Ídolo de alguém? Provavelmente não. Mas definitivamente um herói. Quase um Joseph Climbers do esporte.
Pra quem não conhece sua histórica, bem comovente, vai aqui um post sobre ele que fiz num blog há muito tempo atrás...
Sou Rodesiano e não desisto nunca
Como vocês podem perceber, estou revezando entre pequenas crônicas e casos interessantes. Dessa vez vou contar a incrível história de Bruce Kennedy.
Já é bem conhecido o desempenho de atletas africanos no atletismo, então não chegou a ser nenhuma surpresa quando em 1969, Bruce Kennedy, nascido na Rodésia ganhou uma bolsa universitária para estudar na Universidade de Berkeley na Califórnia devido seu alto desempenho no lançamento de dardo.
Ele foi para os Estados Unidos com apenas 50 dólares no bolso e um sonho na cabeça, chegar até as olimpíadas. 3 anos depois ele conseguiu.
Em 1972 Bruce Kennedy era a esperança olímpica da Rodésia nas Olimpíadas de Munique. No entanto, quando ele já estava na Alemanha, a pouquíssimos dias de começar a competição foi anunciado um boicote aos países africanos que adotavam o apartheid e com isso a Rodésia foi retirada dos Jogos Olímpicos.
Mas Bruce ainda era novo, sabia que teria outras chances e em 1976 ele novamente atingiu o índice Olímpico. No entanto desta vez nem lhe permitiram viajar até Montreal a Rodésia ficou novamente de fora da competição pelo mesmo motivo.
Em 77, Bruce, que já morava nos EUA havia 8 anos e havia se casado há 4, adquiriu cidadania americana. Com isso ele passou a competir pela maior potência atlética do mundo. Agora seria muito mais difícil se classificar para as Olimpíadas concorrendo vaga com tantos atletas de ponta mas ao menos ele teria uma chance dessa vez. Treinou como um louco pois já não era mais tão jovem mas conseguiu. Atingiu a melhor marca da sua carreira e nas Olimpíadas de 1980, Bruce Kennedy, agora com 29 anos, era membro da equipe americana de lançamento de dardo.
No entanto, as Olimpíadas de 80 se realizaram em Moscou e no auge da Guerra Fria os Estados Unidos resolveram boicota-la. A Rodésia no entanto, sofreu Guerra Civil. Os negros chegaram no poder e o país mudou de nome para República Federativa do Zimbabwe e finalmente pode participar das Olimpíadas.
Em 84 Bruce já havia aposentado e até tentou voltar mas um fraco desempenho acabou com seu sonho olímpico. Já li na coluna do Juca Kfouri que ele terminou como porteiro do estádio olímpico de Los Angeles naquele ano, mas não achei nada que comprovasse isso na net. Na verdade acho até improvável já que em 82 ele tirou MBA em Stanford.
É engraçado que apesar de toda essa má sorte Bruce Kennedy sempre viu tudo com bons olhos e se acha um afortunado.
“Muitas pessoas não acretidam nisso, mas eu não vejo minhas experiências como negativas” diz Bruce. “Eu era um garoto normal crescendo no meio da África. O atlestismo me ajudou a ir para a faculdade de graça, encontrar minha esposa e me tornar cidadão da maior nação do mundo. Se não fosse isso eu estaria preso na África lutando alguma guerra.”
Sobre o boicote dos Estados Unidos e a volta do Zimbabwe às Olimpíadas no mesmo ano ele diz:
“Eu sou um cidadão americano, ponto final. Você não troca de cidadania por conveniência, quando for melhor para você. Isso foi uma honra, um dos melhores momentos da minha vida. Eu me tornei um cidadão americano para ficar e morar aqui, não para competir nas Olimpíadas”
Apesar de nunca ter completado seu sonho, apesar de poder culpar diversas pessoas por não ter chegado lá, Bruce Kennedy nunca guarda mágoas do seu passado.
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Ah, sobre o momento citado lá atrás, segue o video do Youtube... compare a comemoração dos Hungaros nos 10 gols com a do El Salvarorenho em apenas 1.
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