Uma pros MacManíacos. Quem tem um iPod poderia falar de outras maneiras em que pode(ria) implementar o equipamento em seu trabalho/estudos? O Neil Gaiman está lançando uma versão em mp3 do livro Anansi Boys visando exatamente o iPod.
"Eu uso meu iPod para guardar imagens médicas"
por Osman Ratib para CNN
Genebra, Suiça (CNN) -- Osman Ratib, professor e chefe de medicina nuclear no Hospital da Universidade de Genebra, co-criou um programa de computador chamado Osirix. Ele permite a profissionais da área médica a visualizar imagens médicas em seus iPods, permitindo-os economizar a eles próprios e aos hospitais em que trabalham milhares de dólares em equipamentos caros.
Há um ano e meio atrás, Antoine Rosset, outro radiologista e desenvolvedor de software, e eu decidimos desenvolver software para clínicos gerais visualizarem suas imagens médicas em computadores pessoais.
A radiologia se transformou do tradicional Raio-X para scanners para imagens multi-dimensionais, em 4D e 5D, que são imagens em movimento em 3D.
As imagens médicas hoje em dia são muito mais do que olhar um corpo pedaço por pedaço -- é sobre observar o corpo em movimento, em funcionamento. Estamos lidando com imagens que são muito mais do que uma em 2D, preto e branco.
O problema é que um equipamento que pode visualizar e manipular essas imagens não é disponível em larga escala. Não é só os radiologistas -- que geralmente têm acesso a esse tipo de equipamento -- que dependem de tais imagens. Um grande número de especialistas médicos usam evidências baseadas em informações e necessitam de ferramentas para isso.
As ferramentas existentes são muito caras, muito complicadas ou simplesmente não disponíveis.
Queríamos criar algo para não-radiologistas utilizarem, para cirurgiões ou clínicos gerais visualizarem imagens.
Nós escolhemos criar o software para Macs, pois não há segredo que eles são conhecidos por sua habilidade gráfica. Eles tem uma gigantesca capacidade de processamento para imagens 3D e 4D.
CDs não são grandes o bastante, cartões de memória não são grandes o bastante, mas eu tinha meu iPod, que possui 40GB de memória aqui comigo. Nós arranjamos o software no dispositivo de forma que você pode clicar para guardar as imagens no iPod e subseqüentemente visualizá-las no Osirix diretamente do iPod.
Depois que descobrimos que os iPods eram uma maneira prática de carregar tais imagens, a Apple lançou o photo iPod alguns meses depois. Isso significava que as imagens poderiam ser vistas nos próprios aparelhos.
Ao invés de utilizar o comum formato jpeg, imagens médicas são armazenadas em um formato chamado Diacom (Digital Imaging and Communications in Medicine [N.T: Digitalização de Imagens e Comunicação na Medicina), portanto precisamos criar uma função no software que premitisse modificação ao formato para que fosse visível no iPod.
O software também incorpora o sistema de mensagens instantâneas da Apple, o iChat, para que outros usuários do sistema possam ver o que você tem na tela, o que significa que você pode exibir as imagens aos colegas remotamente.
O iChat pode não exibir sempre a melhor qualidade de vídeo, dependendo da largura de banda disponível na rede, mas é barato e fácil de usar em comparação com outras alternativas.
Nós podemos também utilizar o sistema Dot Mac da Apple como disco compartilhado para armazenar imagens, como cópia de segurança. Você paga $100,00 por ano e tem disponível 80GB de espaço. Da mesma maneira que minha mãe pode acessar fotos de meus filhos se eu der a ela acesso ao meu sistema Dot Mac pessoal, meus colegas podem acessar imagens de meus pacientes.
Existem maneira que temos de certificar a segurança e a confidencialidade do paciente. Existem regras a seguir. Não são as ferramentas que posam risco -- são os usuários. O software tem uma função que permite ao clínico retirar da imagem qualquer informação pessoal que identifique a pessoa, como seu nome, sua data de nascimento, etc. Desde que isso seja feito o sistema é seguro e anônimo.
O software é open source, então o código está disponível na internet para que outros possam estudá-lo e aprimorá-lo. Em nossas pesquisas recentes, estimamos que tenhamos 6.000 usuários ativos no mundo inteiro. Os últimos dois meses mostraram uma média de 200 downloads por dia, com picos de até 1.000 downloads por dia quando as novas versões foram disponibilizadas.
Não é ciência da propulsão à jato, mas está transformando algo que foi desenvolvido para o mercado de consumo e utilizando-o para algo que é destinado à medicina.