Anica
Usuário
[align=justify]Eu Sei Que Vou te Amar, conta a história de um casal recém-separado após seis anos de casamento, que marca um reencontro depois de três meses sem se ver. O cenário é o novo apartamento dele. A ansiedade e o estranhamento inicial manifestados em gestos contidos e frases pensadas, vão aos poucos dando lugar a um turbilhão de emoções e palavras com alto poder destrutivo, mas renovador. Em busca de uma resposta para o que sente, o homem e a mulher extravasam ressentimentos, ofensas, mágoas, enumeram dores e traições até chegarem a um estado de delírio que os coloca na beira do abismo muitas vezes existente entre a palavra dita e o desejo real. Ali, onde não são possíveis formulações racionais, onde a palavra é impotente diante do indizível.[/align]
O livro veio depois do filme (curiosidade: o título em inglês é Love me forever or never). Li pela primeira vez em 1999 (tinha então meus 18 aninhos) e virou uma espécie de bíblia, vivia citando aqui e acolá passagens da obra, como por exemplo:
O que me faz sofrer é sentir que o que encheria qualquer mulher de felicidade, ou seja, ter teu maravilhoso amor e as coisas lindas que você me diz, tudo isto me causa ansiedade e me leva ao desespero. Quanto mais eu penso em me entregar a você totalmente, tanto mais terror eu tenho do que seria de mim se teu amor ardente apagasse.
ou
Será que eu nunca mais vou te esquecer? Será que nunca mais vou olhar para um espelho sem ver você refletida? Será que nunca mais vai chover sem eu ver a chuva molhando o teu rosto?
Aí em 2007 saiu uma edição nova, e eu fiquei de coração partido ao saber que o Jabor mudou o texto, como dá para ver aqui:
Texto original:
“Minha querida, se eu disse coisas que destroem nosso amor, perdão… é por medo demais… medo de ver uma coisa crescer tanto… com você eu quis mais que um casamento… ou uma felicidade de família feliz… eu quis tocar uma verdade”
Texto de 2007:
“Ah… minha querida, eu tenho medo é dessa simbiose da gente… com você quis mais que um casamento… eu quis tocar uma verdade”
O livro amadureceu, parece. Mas ficou mais seco, um pouco sem vida. Mas a obra é do Jabor e ele faz o que quiser dela, né? Ainda bem que eu tive a oportunidade de conhecer o texto anterior, no final das contas.
De qualquer modo a edição nova é bem em conta e muito, muito caprichada (visualmente falando). Vale para quem não conhece o trabalho do Jabor (ou para quem acha que ele só é aquele chato que atira para todos os lados no maior estilo Mainardi).