Eu, ela e as bombas.
Havia ódio e dor nas palavras que ela gritou para min. Pude sentir cada emoção que aquele pobre ser de cabelos ruivos e seios pequenos guardava no coração. E pensar que todo aquele rancor e medo eram destinados a minha pessoa, justo eu, que sempre achei melhor não dizer mentiras afim de não magoar. Mas talvez seja ai que resida meu erro. Deveria ter mentido como os outros que vieram a minha frente, pois é melhor vê-la chorando por saber que minto e escondo um traição, a vê-la quebrando copos por me ouvir contar sobre uma traição.
É engraçado pensar que depois de anos juntos, não sinto nada por ter que deixa-la, e essa falta de sentimento se intensifica quando lembro das vezes em que ela jurou que seu amor estaria acima de tudo, até mesmo da traição. Nossos dias eram temperados com pequenas porções de hipocrisia como essa que acabo de contar. Porém, mesmo na hipocrisia eu não menti, posso ter omitido, mas nunca menti. Sempre fui fiel as minhas palavras, e quando ela me perguntava se estava feliz e se amava, respondia que naquele instante sim.
Ontem nos encontramos na rua. Ela não sabia o que fazer. Veio vacilante na minha direção. Não sabia se ia me cumprimentar ou se arrancava a minha cabeça com as unhas. Deixei que ela tomasse toda a iniciativa, não queria uma quarta guerra mundial bem ali. Ela se aproximou, olhou no fundo dos meus olhos, me deu um beijo quente e demorado, seguido de apenas uma pergunta: “Vamos almoçar juntos?”
Havia ódio e dor nas palavras que ela gritou para min. Pude sentir cada emoção que aquele pobre ser de cabelos ruivos e seios pequenos guardava no coração. E pensar que todo aquele rancor e medo eram destinados a minha pessoa, justo eu, que sempre achei melhor não dizer mentiras afim de não magoar. Mas talvez seja ai que resida meu erro. Deveria ter mentido como os outros que vieram a minha frente, pois é melhor vê-la chorando por saber que minto e escondo um traição, a vê-la quebrando copos por me ouvir contar sobre uma traição.
É engraçado pensar que depois de anos juntos, não sinto nada por ter que deixa-la, e essa falta de sentimento se intensifica quando lembro das vezes em que ela jurou que seu amor estaria acima de tudo, até mesmo da traição. Nossos dias eram temperados com pequenas porções de hipocrisia como essa que acabo de contar. Porém, mesmo na hipocrisia eu não menti, posso ter omitido, mas nunca menti. Sempre fui fiel as minhas palavras, e quando ela me perguntava se estava feliz e se amava, respondia que naquele instante sim.
Ontem nos encontramos na rua. Ela não sabia o que fazer. Veio vacilante na minha direção. Não sabia se ia me cumprimentar ou se arrancava a minha cabeça com as unhas. Deixei que ela tomasse toda a iniciativa, não queria uma quarta guerra mundial bem ali. Ela se aproximou, olhou no fundo dos meus olhos, me deu um beijo quente e demorado, seguido de apenas uma pergunta: “Vamos almoçar juntos?”