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Estuprada de 9 anos aborta. Igreja condena e excomunga

Oromë disse:
Ah, e quem disse que estou ignorando as duas mortes? Só acho mais válido o sacrífício de uma, no caso duas, vidas que nem começaram a ter qualquer traço de consciencia ainda, do que o de uma garota de 9 anos, que é a que mais sofreu com a história, e que definitivamente não merece o risco de morrer para arcar com as consequencias de algo que ela em momento algum escolheu fazer.

(...)

Essa é a sua opinião. Eu até concordo em parte com ela. No entanto, o que eu estou pedindo é pra você mostrar porque é que a Igreja, ao propor uma solução que, apesar de arriscada (o que por um lado é uma vantagem sobre o aborto, que para não arriscar garante duas mortes), pode terminar com todas as três vidas intactas, é cruel, desumana, atrasada, etc. etc.

O que você não está percebendo é que a idéia de que é mais certo que os fetos morram do que a menina se arrisque é arbitrária. Você pode fornecer uma explicação para essa idéia? Sim. Mas no fundo ela é como a da Igreja: tem coerência interna, mas é baseada numa arbitrariedade, numa crença subjetiva que não pode ser explicada (e não num conceito lógico).

Por isso não é a sua humanidade, nem o seu senso de justiça ou coisa do tipo (que são características que a posição da Igreja também possui) que diferencia a sua opinião da dela. São as suas decisões arbitrárias que são diferentes, e nada mais (e portanto suas opiniões não valem mais uma que a outra).

Da mesma maneira que a Igreja demonstra sua opinião, tenho todo o direito de faze-lo com a minha, que, por sinal, é baseada em valores adquiridos em nossa sociedade, e não de uma outra, extremamente diferente, de mais de uma milênio atrás. :roll:

:clap:

Então a sua opinião certamente é mais evoluída, porque na nossa sociedade todos os valores são necessariamente melhores que os de sociedades antigas, por definição.

A Igreja, assim como qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, deve adotar os valores modernos, quaisquer que sejam, e abandonar os códigos morais antigos, independente de considerá-los certos ou errados. Pois não é preciso fazer esse julgamento: basta saber quais são as idéias modernas para distinguir delas as erradas.


edit: Não leve a mal Oromë, o ponto que eu estou tentando fazer com essa ironia (que fala por si mesma, mas eu quero ser redundante) é que uma idéia deve ser julgada pelo seu conteúdo, não pela época na qual ela surgiu ou pela sociedade a que pertence. Nós temos tendência a achar que a nossa sociedade é a mais certa e mais normal, e tudo o que é diferente vemos como "esquisito" e anormal. Mas essa tendência é um erro lógico. E eu acho que é por causa dela que vocês consideram a posição da Igreja absurda, pois até agora ninguém soube explicar porque a rejeita.
 
Última edição:
Essa é a sua opinião. Eu até concordo em parte com ela. No entanto, o que eu estou pedindo é pra você mostrar porque é que a Igreja, ao propor uma solução que, apesar de arriscada (o que por um lado é uma vantagem sobre o aborto, que para não arriscar garante duas mortes), pode terminar com todas as três vidas intactas, é cruel, desumana, atrasada, etc. etc.

Mas eu sei que é minha opinião. Eu deixei bem claro que estava expondo ela, como o direito que tenho, assim como a Igreja tem o direito de expor a dela. Em nenhum momento afirmei ser detentor de verdade alguma.

Por que não existe risco nessa opção, que além de causar mais traumas pra coitada da criança, ainda colocará dois filhos indesejados no mundo. Agora eu pergunto: por acaso precisamos de mais órfãos espalhados por aí? Ou de alguma criança criada a contragosto e que trará sempre lembranças à mãe do ato cruel que as gerou?

O que é melhor? Salvar uma criança que viveu por 9 anos, que provavelmente pretende tentar ser feliz ainda, ao custo de duas vidas que ainda não tinham sequer um esboço de consciencia; ou arriscar a vida dela, para lhe arranjar mais um peso na vida, que sempre irá lembra-la da desgraça passada, ou que, caso sejam entregues a um orfanato ou coisa assim, fiquem condenadas à uma existencia já incialmente desprovida de afeto?

E não são três vidas intactas nem no sentido biológico do termo. Sabe-se lá o trauma fisico e psicológico que a coitada da mãe iria ter, com o prolongamento da gravidez e parto. Muitas mulheres feitas jão não estão, ou não se sentem, preparadas o suficiente pra dar à luz um filho, o que dirá de uma garota de 9 anos. E com relação aos filhos, tipo, qual seria a possibilidade de o corpo de uma criança conseguir nutrir e garantir o desenvolvimento sadio dos dois fetos? Quantas seriam as chances dessas crianças nascerem deficientes? Seria coloca-las no mundo apenas para que sofressem. Mas é claro, como não seriam os padres, bispos e papas no lugar de qualquer um ali, nada mais lógico (sem sarcasmo algum, estou falando sério) do que defender essa opção, pois é a mais adequado, de acordo com a doutrina que defendem.

Você compreendeu meu ponto de vista já. Estou apenas dizendo que, na minha concepção, a atitude da Igreja é cruel, pois privilegia duas vidas que ainda não tem sequer consciencia, em detrimento da pobre garota, que só se ferrou até agora. Mas isso na minha visão. Como já disse, sei que pela visão da Igreja a coisa é diferente, mas eu julgo pela minha, e não pela dela, e assim é com todos no mundo. Me indigno perante tal atitude, e não irei fingir que não. Mas, como eu disse, não é por isso que deixo de compreender que as atitudes que tomam tem sentido, com base no raciocínio que eles seguem.

O que você não está percebendo é que a idéia de que é mais certo que os fetos morram do que a menina se arrisque é arbitrária. Você pode fornecer uma explicação para essa idéia? Sim. Mas no fundo ela é como a da Igreja: tem coerência interna, mas é baseada numa arbitrariedade (e não num conceito lógico).

Por isso não é a sua humanidade, nem o seu senso de justiça ou coisa do tipo, que são características que a posição da Igreja também possui, que diferencia a sua opinião da dela. São as suas decisões arbitrárias (crenças subjetivas, que não podem ser explicadas) que são diferentes, e nada mais (e portanto suas opiniões não valem mais uma que a outra).

Meu senso de justiça, lógica e arbitrariedade estão sujeitos à minha subjetividade, que por sua vez é o que governa minha visão de mundo, logo, todos os meus atos e julgamentos estão sujeitos à ela. É assim é com todo mundo. A Igreja não possui humanidade nem senso de justiça, pois é uma instituição. Seus membros sim. Tenho certeza que muitos padres etc, apesar de sua fé, não culpam a menina de maneira alguma por ter abortado.

Tampouco afirmei que minhas opiniões valem mais para o mundo do que as da Igreja. Ela tem mais valor para mim, assim como pra qualquer um que assim considera-la, mas não são nenhuma verdade universal nem nada do genêro.

:clap:

Então a sua opinião certamente é mais evoluída, porque na nossa sociedade todos os valores são necessariamente melhores que os de sociedades antigas, por definição.

A Igreja, assim como qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, deve adotar os valores modernos, quaisquer que sejam, e abandonar os códigos morais antigos, independente de considerá-los certos ou errados. Pois não é preciso fazer esse julgamento: basta saber quais são as idéias modernas para distinguir delas as erradas.

Sua afirmação no primeiro parágrafo é completamente incoerente e infundada, pois parte de um pressuposto evolucionista já por demais ultrapassado. Os valores de uma sociedade não são de modo algum mais evoluidos que os de outras. Eles apenas se adequam melhor à realidade em que vive a dita sociedade. Os valores da Igreja se davam em perfeito acordo com a realidade feudal da Idade Média, mas as coisas mudaram consideravelmente desde lá, e esses mesmo valores não tem mais o mesmo peso e sentido nos dias de hoje. A questão não é de certo ou errado, mas de adequação ao mundo em que vivemos.

Até mesmo porque não existe um "certo ou errado" universais e absolutos, apenas pontos de vistas conflitantes, e as definições de "certo e errado" dentro dos mesmos, de acordo com o julgamento da pessoa em si.
 
Sua opinião é idiota.

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Se a sua opinião ("todas as opiniões são válidas") é válida, então a minha é válida e a sua opinião é idiota e portanto sua opinião é inválida.

Viu? Nem todas as opiniões são válidas. Algumas são apenas idiotas como pude comprovar com minha opinião idiota :g:. Para os que não entenderam a "sua opinião idiota" foi só uma forma chocante de mostrar que alguma opiniões são apenas isso, idiotas, descartáveis e não acrescentam nada.


Quis dizer que qualquer opinião dita aqui aqui é válida, sendo ela "idiota" ou não, ações "idiotas" ou não fazem a história, bem como o que se fala, apesar de não acrescentarem nada, é estranho e parece ser "burrice" mas é verdade, está registrado, as opiniões lançadas aqui serão contestadas, registro de história, traça o perfil de cada usuário, se ele é um "idiota", ponderado, inteligente, infame, inconsequente, sensato, absolutista, etc e tal.
O que você disse tem validade, as pessoas vão ler o que digitou e o que eu digitei e vão ficar analisando e vão postar aqui dando a sua opinião, talvez influênciadas por nós.
:roll: acho que já estou pirando o cabeção.
 
Pegando o bonde andando e tentando sentar na janelinha.

A igreja Católica por diversas vezes já mostrou-se retrógrada e ultrapassada. Eu sou cristão, mais precisamente sou espírita kardecista, a visão do espiritismo é clara, aborto apenas no caso de risco à vida da mãe. Como a garota de nove anos ainda não está formada fisicamente, essa gravidez é de alto risco, sou a favor do aborto nesse caso.

Eu achei excelente a entrevista com o chefe da equipe médica.

Reporter: O senhor achou a excomungação injusta?
Médico: Injusta eu não sei se é, mas enquanto houver casos como esse, continuarei seguindo os princípios de Hipócrates.

Ou seja, "Estou pouco me f*dendo, vou continuar fazendo o meu papel". :clap:

Abaixo um resumo do Juramento de Hipócrates:

"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.
Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.
Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade.
A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.
Respeitarei os segredos a mim confiados.
Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão
médica.
Meus colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.
Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."

A parte negritada, pode parecer um contrassenso*, mas partindo de um pressuposto que a menina não queria ter o filho e que na idade dela as meninas ainda brincam de boneca e não sabem o que é libído, acredito que não seja algo contrário às leis da natureza.

*Como fica feio "contra-senso" na nova reforma.
 
Não de todos, mas não só meus, e a prova está na indignação de todos que aqui postaram para com o estupro da garota. Assim como ninguém aqui defendeu a opinião da Igreja até agora, apenas que ela tem o direito de manifestar-se.

Mas, o que não entendo é por que que a mairo indignação manifesta até agora foi contra a igreja, e não contra o padrasto. Criticar a igreja por que ela excomungou alguém que comteu aborto. Sei que cada caso é um caso, mas isos não salva os dois bebes no feto dessa garota, que poderia vir ao mundo.

E não confunda: os valores humanos são uma coisa, os de uma instituição são outra. Nossos valores humanos, quaisquer que sejam, se desenvolvem conosco, e podem vir inclusive a absorver valores externos, como os de uma instituição, mas independente disso, ainda estão relacionados ao modo como vemos o mundo. Já os valores da Igreja, assim como o de outras instituições, são fixos, completamente alienígenas às nossas pessoas, sendo impostos e assimilados conforme a criação. De início são indiferentes para com qualquer pessoa. Esses valores também foram criados por seres humanos, como nós, mas isso foi há muuuuito tempo atrás, e numa realidade que pouco tem a ver com a nossa.

A igreja não é tão dura assim. A igreja católica do século XXI, perto da igreja medieval é bem mais "liberal" em vários aspectos. Um exemplo claro disso é o Padre Marcelo Rossi. Onde já se viu um padre que lança CDs ,faz shows, vai pro estádio torcer pro Corinthians e de domingo aparece no Faustão? A igreja, forçadamente, está se abrindo para esse novo século. Hoje podemos assistir pregações do Papa na internet.

Óbvio que muitos valores da Igreja católica estão ultrapassados, mas isso ocorre também, graças a velocidade na qual a sociedade está mudando. Da geração dos nossos pais pra nossa, o mundo já mudou. E isso não ocorria em 1400 d.c, por exemplo. Lá, gerações mudavam pouco (ou nem mudavam) a pouco, hoje, a cada década já surge novas idéias, valores seguidos por muitos e novos modos de pensa. Mas aí a Igreja Catóica apenas se baseia em sua Pedra Angular: Deus. A igreja se defende, dizendo que Deus é Imutável. Como uma religião pode mudar vários conceitos (como casamento entre o mesmo sexo, aborto, etc) se a Bíblia continua a mesma?

E pois é, teoricamente. A partir do momento que a maior parte das pessoas tem a religião imposta, por assim dizer, pelos pais, sem ter optado por isso por vontade própria, e seguindo essa religião mais por estarem acostumadas do que por ter escolhido essa fé, ainda mais quando a sociedade à sua volta caminha por rumos e valores diferentes, já que o predomínio do catolicismo se deve mais à conversão forçada no passado do que por aceitação voluntariosa, como podemos condenar a garota (ou sua mãe) por optar pela decisão mais lógica ("Quem escolho? A filha que criei por 9 anos, ou os dois netos frutos do estupro que irão mata-la no processo?" :roll:)? Os fetos eram inocentes, mas a garota é vítima. Quem sai perdendo desde o início?

Mas o que eu digo é: A igreja não tem culpa pelo estupro, eu pela garota ser vítima. Se coloque no lugar do Vaticano: (bem exagerado! :lol:)

Chega a notícia de que uma mãe fez com que sua filha abortase dois gêmeos no Brasil, pois ela havia sido estuprada pelo padrasto dela.

-Mas, aborto é "crime" perante Deus e perante o que nós pregamos.
Então alguém diz:
-Mas, foi porque ela foi estuprada, e tinha 9 anos. A gravidez era indesejada e de risco.
No entando, os religiosos seguem o que aprenderam e seguem:
-Eram duas vidas dentro daquele ventre, e a morte não era certa (era de risco, mas não tinha como provar se a menina morreria ou não). A mãe da garota fez com que matasse duas vítimas inocentes, para salvar outra. Por que não ter fé, e crer que 3 vidas podem ser salvas? Ao invés de crer em Deus, ela matou dois bebes, seus próprios filhos. De acordo com nossas condutas de ética, isso é inaceitável, excomunguem ela!
O velho se levanta e vai para o seu aposento:hihihi:

Ok, foi exagerado, mas tente se imaginar no lugar desses religiosos. Ela matou dois bebes, é isso que eles estão valorizando.


Eu ainda digo que é insensibilidade. Cada caso é um caso, e se a nossa Justiça pouco ou nada considera os fins, na minha opinião ela está seriamente equivocada. Uma coisa é a pessoa roubar por maldade, inveja, desejo de posse etc. Outra coisa, é faze-lo por sobrevivência, ainda mais pela sobrevivencia de outrem.

Mas não deixa de ser crime.:tsc: Ele roubou algo que não é dele. O comerciante foi afetado. É nisso que justiça pensaria.

Ou será mesmo que a propriedade privada agora vale mais que vidas humanas?

O produto foi comprado pelo comerciante. Ele também tem dívidas e família. O pai desesperado, mesmo naquelas condições, não tem o direito de roubar outra pessoa honesta.

Se essa pessoa está roubando para dar de comer aos filhos, muito provavelmente é porque não tenha nenhuma outra opção, caso contrário não arriscaria ser preso e largar sua prole na mão. E se essa pessoa não tem opção, é culpa da sociedade e do Estado, cuja obrigação é garantir o minimo para a sobrevivência de seus cidadãos. E não, isso não é papo comunista, visto que na Alemanha todo cidadão tem direito a, no minimo, um teto pra dormir e três refeições diárias. Fora que os desempregados tem direito a um apartamento e 450 Euros por mês. E sim, eles recebem isso. Tem de obedecer à certas regras, mas daí é opção deles.

Culpa do Estado, não do comerciante afetado. Concordo que o Governo deveria dar a TODOS comida e habitação, mas infelizmente isso não é nem um pouco fácil de se fazer. :tsc:

Bom, isso se afastou um pouco do assunto, mas foi por uma boa causa :mrgreen:

:mrgreen:

É essa inflexibilidade que deixa as pessoas frustradas com a Igreja, assim como com outras religões. Estamos acostumados a viver em uma sociedade cujos valores aparentes estão mais afastados dos valores da Igreja. As pessoas esperam que a mesma acompanhe o pensamento atual, pois elas nasceram em nossa presente época, enquanto a dita instituição possui 1500 anos, e cujos valores tem se modificado apenas aos poucos, aos trancos e solavancos, e sempre de má vontade.

Como já disse, toda a nossa cultura, modo de viver estão mudando muito rapidamente. Se eu for pra uma ilha, ficar 5 anos lá e voltar, já encontrarei um MUNDO diferente. Fica muito difícil pra qualquer grande religião, se adaptar e operar essa transformação tão rapidamente.

E o que o leva a crer que ela não ignora o primeiro? Até agora, só vi provas de ela se importar com o segundo, isso é, supondo que se importe, e não que esteja apenas defendendo a posição tradicional.
Mas como até agora não vi provas nem de ela se importar, e tampouco de não se importar, isso vai pouco além da especulação.

Mas, a menina certamente morreria? Ou era apenas um risco? É isso que Igreja releva. Colocou na balança:

De um lado: Uma vida e Duas morte.
Do outro: Chance de três mortes, E chance de três vidas.

A igreja com certeza deve ter pensado que, caso existisse a chance de termos três vidas, ao invés de matar duas pra ter apenas uma, era mais moralmente correto.

Ah, e quem disse que estou ignorando as duas mortes? Só acho mais válido o sacrífício de uma, no caso duas, vidas que nem começaram a ter qualquer traço de consciencia ainda, do que o de uma garota de 9 anos, que é a que mais sofreu com a história, e que definitivamente não merece o risco de morrer para arcar com as consequencias de algo que ela em momento algum escolheu fazer.

Ok, pode até não ter consciência, mas igreja vê isso num lado um pouco mais espiritual. Já possuíam espirito, alma, sei lá....e foram perdidas.

O que tenho como certeza é: a Igreja coloca em segundo plano a mãe (Mulher, né? Me lembra a opinião da mesma à respeito do gênero:roll:), privilegiando o fruto de um ato ocorrido contra a vontade da maior vítima da história, e defendendo um curso de ação que simplesmente acabaria com a vida da garota, literal ou figurativamente; isso em prol de duas crianças que, se nascessem, muito pouco provavelmente contariam com amor e afeto, pelo menos se ficassem na familia da garota, e que possivelmente poderiam nascer com algum tipo de deficiencia, levando em conta o total despreparo biológico da mãe para carrega-las e dar à luz. Elas chegariam ao mundo, se deparariam muito provavelmente com ressentimento apenas, e, como cresceriam? E se a mãe morresse no processo?

E por que não teria amor e afeto? E desde quando filhos são fardos, mesmo que indesejados?

E as crianças também poderiam ter um novo lar, com uma nova família. Um caso desse, de repercussão nacional, com certeza motivaria famílias bem intencionadas a criar essas crianças, ou ajudar financeiramente a família afetada, por que não? Como vamos saber, se essa crianças não tiveram a chance de vir ao mundo?

E essa história de " e se" não existe. Não tem como prever. O risco existia, mas não era certeza de morte.

Tente imaginar a si mesmo, como resultado de um estupro à uma garota de nove anos, e cujo parto matou a mãe. Eu me imaginei, e tendo em conta como sou agora, preferiria mil vezes mais ter sido abortado e morto, do que ter chegado ao mundo dessa maneira. Eu pelo menos não consigo me imaginar vivendo um segundo só em paz com esse peso na consciencia.

Não existe nada pior do que não deixar a criança tentar viver. Os dois não tiveram nem essa chance. Vendo por um lado religioso, por que o Deus católico não poderia mudar a vida dessas crianças, e fazer uma grande obra na vida delas? É uma possibilidade. Você está vendo apenas o pior cenário, mas a vida é feita de escolhas, e não temos como prever o que teria acontecido, caso o aborto não ocorresse. A desgraça não é o único cenário possível.

A igreja não possui apenas estruturas de pedra, a Igreja Católica não existe ha 1500 anos, só por ser poderosa, ela não nasceu assim. O Cristianismo nasceu de 12 homens, e hoje é uma religião com mais de 1 bilhão de fiéis. Por que esse Deus, pouco comentado nesse tópico, ou pelos a fé nesse Deus, não poderia ajudar em nada? Muitas pessoas que vivem na miséria, possuem na fé uma esperança, acreditam que poderão um dia desfrutar de uma rara alegria em suas vidas, mesmo sem ter provas de que esse Deus exista. Elas apenas acreditam.
Como podemos saber se o futuro desses gêmeos seria só de desgraça e privada de felicidade?

Como eu já disse, não sou contra a Igreja se manifestar, nem que ela tenha essas opiniões (na minha visão) tortas, desde que não atrapalhe a vida de quem não tem nada a ver com isso por causa delas (não estou dizendo que era esse o caso, visto que a família era católica). Mas isso tampouco me impede de criticar o conteúdo dessa visão, assim como de defender o direito que temos de critica-la. Da mesma maneira que a Igreja demonstra sua opinião, tenho todo o direito de faze-lo com a minha, que, por sinal, é baseada em valores adquiridos em nossa sociedade, e não de uma outra, extremamente diferente, de mais de uma milênio atrás. :roll:

Mas, como você mesmo disse, a família era católica, e a única coisa que a igreja fez, foi excomungar a família que provocou um aborto.

Mas eu sei que é minha opinião. Eu deixei bem claro que estava expondo ela, como o direito que tenho, assim como a Igreja tem o direito de expor a dela. Em nenhum momento afirmei ser detentor de verdade alguma.

Ninguém é detentor da verdade.:mrgreen: Somos apenas nerds debatendo sobre a vida de pessoas que nunca saberão quem somos.:lol:

Por que não existe risco nessa opção, que além de causar mais traumas pra coitada da criança, ainda colocará dois filhos indesejados no mundo. Agora eu pergunto: por acaso precisamos de mais órfãos espalhados por aí? Ou de alguma criança criada a contragosto e que trará sempre lembranças à mãe do ato cruel que as gerou?

Mas, por um acaso podemos moldar e prever o futuro (que nunca existirá) dessas crianças?

Poderiam ser indesejados, mas não temos como prever a reação dessa mãe, caso ela sobrevivesse ao parto, ao ver dois bebes, totalmente dependentes dela, e vendo duas novas vidas que saíram do seu ventre.

Como podemos saber o futuro dessas crianças? Ou dessa mãe prematura?

Concordo que essas crianças carregariam a vida inteira esse sofrimento, mas não necessariamente isso os privaria de ter uma vida feliz. Muitos de nós já passamos por situações traumatizantes em nossas vidas, eu inclusive, mas nem por isso sou privado de felicidade.

O que é melhor? Salvar uma criança que viveu por 9 anos, que provavelmente pretende tentar ser feliz ainda, ao custo de duas vidas que ainda não tinham sequer um esboço de consciencia; ou arriscar a vida dela, para lhe arranjar mais um peso na vida, que sempre irá lembra-la da desgraça passada, ou que, caso sejam entregues a um orfanato ou coisa assim, fiquem condenadas à uma existencia já incialmente desprovida de afeto?

O aborto não será suficiente para ela esquecer o que se passou. Bem longe disso.

Uma vida inicialmente desprovida de afeto não significa uma vida inteira desprovida de afeto. Oras, como pode saber se essas crianças terão uma vida inteira de dor e sofrimento?

E não são três vidas intactas nem no sentido biológico do termo. Sabe-se lá o trauma fisico e psicológico que a coitada da mãe iria ter, com o prolongamento da gravidez e parto. Muitas mulheres feitas jão não estão, ou não se sentem, preparadas o suficiente pra dar à luz um filho, o que dirá de uma garota de 9 anos. E com relação aos filhos, tipo, qual seria a possibilidade de o corpo de uma criança conseguir nutrir e garantir o desenvolvimento sadio dos dois fetos? Quantas seriam as chances dessas crianças nascerem deficientes? Seria coloca-las no mundo apenas para que sofressem. Mas é claro, como não seriam os padres, bispos e papas no lugar de qualquer um ali, nada mais lógico (sem sarcasmo algum, estou falando sério) do que defender essa opção, pois é a mais adequado, de acordo com a doutrina que defendem.

Ah tá, e por existir a chance dessas crianças não nascerem sadias (que não existe a certeza), é melhor matá-las? Não sei mais quem é o insensível nessa história.
 
Não sei o porque de todo este auê em torno de a menina ter abortado. Desde os anos 60 (quando surgiram os anticoncepcionais) as mulheres abortam e continuarão abortando, independente de ser ilegal ou não, seja perante a Justiça ou Deus. Ou vão dizer que nunca conheceram nehuma mulher, amiga, parente que tenha feito um aborto. É muita hipocrisia ficar julgando a familia que buscou na justiça algo que acontece debaixo dos olhos de todos e todos os anos.
 
As regras da igreja são meio contraditórias, como querer proteger a vida dos bebês e correr o risco de sacrificar a mãe. Mas ela é contra o aborto, sob qualquer circunstância. Pode parecer tolo para alguns, inclusive para mim, neste caso em que a mãe corre o risco, mas são as regras dela, e quem é católico deve segui-la, caso contrário, procure outra religião, ou abra a sua, ou levante cartaz contra a igreja e seja excomungado.

Mesmo tendo a escolha de acionar a justiça, como todos têm, eu só não concordo muito quando a igreja se mete com os direitos que a pessoa tem para tentar fazer valer as suas regras, como por exemplo, quando ela propôs na justiça que o aborto fosse impedido. Ela aconselha a não abortar, mas se a mãe da menina vai de encontro a esses princípios e escolhe o direito que a filha tem, que ela seja punida segundo a igreja, nos moldes da igreja, e não tentando impedir apelando pra isso.

Indily disse:
NÃO ME CONFORMO DE EXCUMUNGAREM A MÃE DA CRIANÇA QUE SÓ TAVA PROTEGENDO A FILHA!

Ué, e por que não? São as regras da igreja.

Balbo disse:
...a Igreja leva em conta todos os fatores, que são 1) o risco que a menina correria e 2) a vida dos filhos dela. Ela não ignora o primeiro (o que seria insensível); ela acha que o segundo é mais importante.

Disse tudo.
 
Aqui também?

Vamos por partes:

*******

Balbo disse:
O que você não está percebendo é que a idéia de que é mais certo que os fetos morram do que a menina se arrisque é arbitrária. Você pode fornecer uma explicação para essa idéia? Sim. Mas no fundo ela é como a da Igreja: tem coerência interna, mas é baseada numa arbitrariedade, numa crença subjetiva que não pode ser explicada (e não num conceito lógico).

Como assim "arbitrária"?

É fato: fetos agem como parasitas. um parasita que vai tomar grande parte de seus nutrientes, que vai te fazer perder dentes (mesmo com reposição de cálcio, mulheres que nunca tiveram cáries, tiveram). A melhor ilustração cinematográfica foi feita em Alien. (mas aí os homens também morriam. Seria divertido alguns cardeais terem disso de vez em quando)

Carregar gêmeos é outro problema, ainda mais para a idade e saúde da menina. Digo isso pois testemunhei como é carregar gêmeos: acabou com a saúde de uma amiga, classe média-alta, com ótima nutrição, tudo de bom que o dinheiro pode comprar. Acha legal ver um bebê morrer por causa de desidratação? Pois é: gravidez com essa idade, e sem nutrição é ter de testemunhar uma morte parecida.

A gravidez pode estar indo bem, e os fetos saudáveis. Mas não adianta absolutamente nada se a mãe morre antes do fim, e não tem atendimento de emergência para salvar os bebês. Não estamos falando de hospitais onde prematuros de 200 gramas tem alguma chance de sobreviver, estamos falando de Brasil.

Ademais: todos os casos onde a Igreja interviu (diga-se impediu) crianças de abortar, não sei de nada sobre como estão essas garotas hoje. Claro tem o lado psicológico, mas estou falando de coisas objetivas, como cancer, taxas hormonais, ciclo reprodutivo. Se USAR pílula pode atrapalhar uma mulher quando ela decide engravidar (não estou falando de usar pílula e tentar engravidar ao mesmo tempo, isso seria idiota), que consequências teria essa gravidez de extremo risco em uma garota no limiar de desnutrição? Ela terá condições de ter filhos no futuro? (se resolver dar para adoção ela tecnicamente vai querer ter uma família)

Ah sim: a mãe dela levou-a para o posto de saúde porque a vergonha falou menos que o medo de ver sua filha morrendo na frente dela. Agora várias mães com esse drama não tentarão salvar suas filhas, porque temerão incorrer na "Ira de Deus".

Então de arbitrária só pode ser essa mania futriqueira da igreja aparecer salvar os fetos. Que de nobre só tem a necessidade de mais gente humilde e ignorante para colher dízimo. (porque a noção de que feto é uma miniatura de ser humano a Igreja NUNCA teve antes da ciência cometer a heresia de fazer autópsias)

O que nos remete ao Hipócrates.

Raramente um médico segue o juramento. Fico feliz em ver uma equipe inteira segui-lo. Pois eles colocaram antes a vida de outrem arriscando salvação de sua alma (que a Igreja tem a petulância de achar que tem o direito de impedir o acesso a Deus).



Neithan disse:
Mas, o que não entendo é por que que a mairo indignação manifesta até agora foi contra a igreja, e não contra o padrasto. Criticar a igreja por que ela excomungou alguém que comteu aborto. Sei que cada caso é um caso, mas isos não salva os dois bebes no feto dessa garota, que poderia vir ao mundo.

Vamos ver: você está andando na rua e um homem cai na rua. Você se recusa a prestar os primeiros socorros. Mesmo sendo médico. O que as pessoas vão pensar de você?

Agora você está andando na rua: uma pessoa desmaia e começa a ficar roxa. Você corre para fazer massagem cardíaca, mas um cidadão qualquer te amarra e não te deixa salvar aquela pessoa. O que você acha desse cidadão que te impediu de salvar uma vida?

Isso não impediu os médicos (a Igreja se pudesse matava esses médicos no passado). Ainda bem...

Mas e a mãe da menina, hm? Ela foi excomungada também. E ela é uma dessas pobres coitadas que acreditam em Deus, que vão falar com padre e confessar, e que vive numa comunidade que é também obediente aos preceitos de Deus.

Da próxima vez que um padrasto do Brasil fizer isso com uma das meninas do Brasil, a mãe das meninas não irá levar sua filha para o hospital, porque terá medo de ser excomungada.

Então aqui a pergunta: porque a Igreja - com seu histórico de pedofilia - não excomungou o padrasto?

Ela castigou TÃO SOMENTE as pessoas que decidiram agir rápido para impedir uma catástrofe.

Mas ela não moveu UM DEDO contra o padrasto. (Na verdade, não move nem contra os que são pedófilos em seu próprio quadro, mas isso é outro assunto.)

Então seria muito mais esquisito se nós focássemos tão somente no padrasto.

Sim, o padrasto é um monstro. Mas até aí ele é um desgraçado mesmo, e desgraçados só servem para espalhar desgraça.

Em termos biológicos, o que a Igreja fez foi PREMIAR O MONSTRO! Porque a natureza do macho é perpetuar os seus próprios genes. Não importa se a fêmea quer: estupros em paises em guerra são comuns por isso! Em última instância, ao garantir que a gravidez, você garante que esse macho horrendo consiga o que queria.

E isso... acho que é mais abominável que pais matando filhos: é como se dissessem "continuem estão indo bem".
 
Ah sim: a mãe dela levou-a para o posto de saúde porque a vergonha falou menos que o medo de ver sua filha morrendo na frente dela. Agora várias mães com esse drama não tentarão salvar suas filhas, porque temerão incorrer na "Ira de Deus".

Essa vai ser uma das piores conseguencias de todo esse circo montado pela mídia e pela igreja.

Uma pessoa que é criada na certeza absoluta que a santa madre igreja catolica apostolica romana (ou qualquer outra fé ideológica ou religiosa) detém a verdade absoluta precisa de um processo enorme para questionar esses valores. E é doloroso, e é complicado.

E só começa se você tem um mínimo de informação, de liberdade para questionar e questionar-se. Por causa disso, você muitas vezes você terá probelmas com sua família. Isso em um meio mais liberal e esclarecido.

Qualquer um que conheça a realidade das comunidades mais pobres do país, principalmente no interior, sabe que liberalidade e esclarecimento passam longe. Muitas mulheres que não tem como questionar isso continuaram a deixar suas filhas parirem frutos de aborto.

Quanto a estarmos discutindo a postura da igreja e não do estrupador, o propósito do tópico era esse. Mesmo porque não existe como discutir o que o padastro desse criança fez. É monstruoso e pronto.
 
Mas, o que não entendo é por que que a mairo indignação manifesta até agora foi contra a igreja, e não contra o padrasto. Criticar a igreja por que ela excomungou alguém que comteu aborto. Sei que cada caso é um caso, mas isos não salva os dois bebes no feto dessa garota, que poderia vir ao mundo.

Minha maior indignação é contra o padrasto também. A questão é que, nem por isso, o atitude da Igreja perante o caso deixa de ser indignante, entende? O padrasto já foi pego, e pelo menos os presos tratarão de dar uma punição adequada a ele. Pouco ou nada pode ser dito a respeito dele, além de ofende-lo. Entretanto, a atitude da Igreja, de excomungar a garota, cujo caso já foi muito explicitado por aqui, enquanto nada ou pouco faz com relação à líderes mundiais que soltam bombas em cima de escolas e hospitais, matando dezenas de crianças inocentes (ou elas não são inocentes, por serem muçulmanas?). A questão é, a sensibilidade para com o caso da menina, leva algumas (ou boa parte das) pessoas a quererem apedrejar qualquer um que tome uma atitude que a prejudique mais ainda. A garota não precisa sofrer ainda mais. Bom, acho que você entendeu o que eu quis passar. Mas isso pelo menos se refere com certeza à minha pessoa. Quanto aos outros, pode ser por isso, assim como pode não ser.

A igreja não é tão dura assim. A igreja católica do século XXI, perto da igreja medieval é bem mais "liberal" em vários aspectos. Um exemplo claro disso é o Padre Marcelo Rossi. Onde já se viu um padre que lança CDs ,faz shows, vai pro estádio torcer pro Corinthians e de domingo aparece no Faustão? A igreja, forçadamente, está se abrindo para esse novo século. Hoje podemos assistir pregações do Papa na internet.

Óbvio que muitos valores da Igreja católica estão ultrapassados, mas isso ocorre também, graças a velocidade na qual a sociedade está mudando. Da geração dos nossos pais pra nossa, o mundo já mudou. E isso não ocorria em 1400 d.c, por exemplo. Lá, gerações mudavam pouco (ou nem mudavam) a pouco, hoje, a cada década já surge novas idéias, valores seguidos por muitos e novos modos de pensa. Mas aí a Igreja Catóica apenas se baseia em sua Pedra Angular: Deus. A igreja se defende, dizendo que Deus é Imutável. Como uma religião pode mudar vários conceitos (como casamento entre o mesmo sexo, aborto, etc) se a Bíblia continua a mesma?

Sim, sim, concordo plenamente. Muitas vezes eu mesmo já pensei sobre isso: ou eles se adaptam ao mundo, ou o mundo se afasta deles...entretanto, se eles se adaptam ao mundo, ferem os mesmos princípios que os defendem. É algo paradoxal, mas que serve pra mostrar quão fora de contexto ela está. Mas essa foi a consequencia da decisão que tomaram, de tomar o mundo como se esse fosse sempre o mesmo. Nunca foi. Em momento algum.

Entretanto, comentando sobre o caso do padre Marcelo, por exemplo. Na Idade Média não apenas não havia mídia, como tampouco a Igreja necessitava de outro método de conversão, além daquele que nós já conhecemos. Hoje em dia, com muitos fiéis se afastando (não necessariamente indo para outras igrejas, mas se tornando católicos apenas "no papel", por exemplo), e como os mesmos métodos antigos já não são viáveis (tampouco digo que os usariam se fossem...não entremos em especulações sobre um presente que não existe :dente:), ela tem de arranjar outros meios de atrair fieis, e mostrar que a Igreja não precisa ser só chatisse. E a onda de padres pop stars não ferem as regras da Igreja, apenas era algo antes impossível, e num passado próximo inusitado. E realmente foi um meio inteligente de dar uma renovada na fé das pessoas.

Mas o que eu digo é: A igreja não tem culpa pelo estupro, eu pela garota ser vítima. Se coloque no lugar do Vaticano: (bem exagerado! :lol:)

Chega a notícia de que uma mãe fez com que sua filha abortase dois gêmeos no Brasil, pois ela havia sido estuprada pelo padrasto dela.

-Mas, aborto é "crime" perante Deus e perante o que nós pregamos.
Então alguém diz:
-Mas, foi porque ela foi estuprada, e tinha 9 anos. A gravidez era indesejada e de risco.
No entando, os religiosos seguem o que aprenderam e seguem:
-Eram duas vidas dentro daquele ventre, e a morte não era certa (era de risco, mas não tinha como provar se a menina morreria ou não). A mãe da garota fez com que matasse duas vítimas inocentes, para salvar outra. Por que não ter fé, e crer que 3 vidas podem ser salvas? Ao invés de crer em Deus, ela matou dois bebes, seus próprios filhos. De acordo com nossas condutas de ética, isso é inaceitável, excomunguem ela!
O velho se levanta e vai para o seu aposento:hihihi:

Ok, foi exagerado, mas tente se imaginar no lugar desses religiosos. Ela matou dois bebes, é isso que eles estão valorizando.

Sim, entendo o que quer dizer. Mas a questão é que o Vaticano tem pouco a ver com isso, além da família ser católica. Já ela está envolvida diretamente no caso, a garota é quem foi estuprada, e não uma freira. É pra ela que vão nossas simpatias, e, no caso de alguns de nós, para o Vaticano direcionamos nossas antipatias, pela aparente (já que não há como ter certeza disso) insensibilidade com a condição dela.

Eu entendo que a Igreja tenha essa atitude, com base nos princípios que segue, mas isso, como eu disse, não me impede de achar ruim. =]

E levemos em conta uma coisa, que tenho a impressão de já ter sido mencionada em algum post anterior de alguém, por aí. Eles dizem: tenha fé que Deus poderá salva-la, ao mesmo tempo que defendem que ele não interfere no mundo, pra justificar as inúmeras desgraças que acontecem à nossa volta. Então pode-se argumentar que, se alguém pedir com muita fé, ele dá uma mãozinha pra pessoa...então, novamente, que tipo de pai amoroso é esse, para o qual se precisa implorar ajuda, isso após ser uma garota de 9 anos violentada e grávida? Já não basta ter permitido que isso acontecesse, e agora ainda é necessário ficar se rastejando pela ajuda dele, ao invés de tomar as rédeas na mão e solucionar a questão, nem que seja de uma maneira trágica? Bom, acho que você já entendeu onde quero chegar.

Mas não deixa de ser crime.:tsc: Ele roubou algo que não é dele. O comerciante foi afetado. É nisso que justiça pensaria.

Sim, com relação a isso eu sei. Apenas estava falando que, na minha opinião, é um motivo que mais do que justifica. =]

O produto foi comprado pelo comerciante. Ele também tem dívidas e família. O pai desesperado, mesmo naquelas condições, não tem o direito de roubar outra pessoa honesta.

Bom, mas a questão de honestidade é relativa. Fora que, para se ter lucro, em alguma lugar algo foi ganho em cima de alguém, então a questão de honestidade já se complica por aí. Mas isso tudo é relativo, e fica bem longe do foco da discussão. =]

Culpa do Estado, não do comerciante afetado. Concordo que o Governo deveria dar a TODOS comida e habitação, mas infelizmente isso não é nem um pouco fácil de se fazer. :tsc:

:mrgreen:

Corcordo, mas é o comerciante quem detém o produto, assim sendo, é ele quem teria de ser roubado. E concordo novamente. Mas enfim, isso envereda por outras discussões, deixemos isso de lado por enquanto, senão vamos ficar horas escrevendo cada post, pra discutir sobre os dois temas. :mrgreen:


Como já disse, toda a nossa cultura, modo de viver estão mudando muito rapidamente. Se eu for pra uma ilha, ficar 5 anos lá e voltar, já encontrarei um MUNDO diferente. Fica muito difícil pra qualquer grande religião, se adaptar e operar essa transformação tão rapidamente.

Sim, compreendo plenamente. Mas a maior parte das religiões, em especial aquelas que deram base às mais recentes, nasceram em uma época em que as mudanças se davam se forma muito mais lenta. Elas nasceram naquela época, assim como suas regras e costumes. Hoje o mundo está absurdamente diferente, e se elas não acompanharem essas mudanças, estão fadadas a definhar. As pessoas estão mais em contato com a sociedade em si do que a religião, e absorvem mais os valores da primeira. Se não houver mudança e adaptação também por parte da Igreja, por exemplo, esse estranhamento tende a aumentar, junto com o afastamento. Os já mencionados padres pop stars, por exemplo, são uma dessas maneiras. Não estou dizendo que elas deveriam rever radicalmente suas concepções de mundo ou o que, apenas estou expressando o que acredito ser o rumo que as coisas tendem a tomar. Posso estar bastante enganado também. =]


Mas, a menina certamente morreria? Ou era apenas um risco? É isso que Igreja releva. Colocou na balança:

De um lado: Uma vida e Duas morte.
Do outro: Chance de três mortes, E chance de três vidas.

A igreja com certeza deve ter pensado que, caso existisse a chance de termos três vidas, ao invés de matar duas pra ter apenas uma, era mais moralmente correto.

Ok, pode até não ter consciência, mas igreja vê isso num lado um pouco mais espiritual. Já possuíam espirito, alma, sei lá....e foram perdidas.

Sim, como já disse, entendo o ponto de vista da Igreja. Apenas digo que, na minha opinião, o moralmente correto foi o que aconteceu. Eu vou mais pelo lado biológico da coisa, e de acordo com ele, os fetos eram ainda pouco mais que um amontoado de células. Por mim, uma criança que já sofreu bastante não precisa sofrer mais ainda por esse motivo.

Mas, como já disse, esse é o meu ponto de vista, não o certo, nem o errado, apenas mais um no mundo. =]

E por que não teria amor e afeto? E desde quando filhos são fardos, mesmo que indesejados?

São para muitas mães, em especial para aquelas que vão se lembrar de que foram violentadas toda vez que olharem pra cara dos filhos. Basta você ler, por exemplo, o outro caso que foi postado aqui, da mãe que teve o filho, não pode abortar, teve a criança, e depois de 8 anos não conseguia nem olhar pra cara da mesma direito.

E as crianças também poderiam ter um novo lar, com uma nova família. Um caso desse, de repercussão nacional, com certeza motivaria famílias bem intencionadas a criar essas crianças, ou ajudar financeiramente a família afetada, por que não? Como vamos saber, se essa crianças não tiveram a chance de vir ao mundo?

Poderia ser que sim, poderia ser que não. Mas foi realmente erro meu afirmar com certeza que as coisas sairiam todas pelo lado ruim.

Segundo a advogada lá, a guria queria os bebês. Mesmo que quisesse mesmo, quão bem conseguiria cuidar deles? Mulheres feitas já sofrem pra cuidar de um filho, quem dirá uma garota de 9 anos cuidar de 2... Teriam de contar com a ajuda da mãe da garota, que era absolutamente contrária ao nascimento. Quanto carinho ela ajudaria a dar? Enfim, com relação a isso já é complicado especular. Mas realmente, existe a possibilidade de que as coisas saíssem bem, se...

E essa história de " e se" não existe. Não tem como prever. O risco existia, mas não era certeza de morte.

...não fosse o fato de que eram grandes as chances da guria morrer na gravidez, ainda mais no parto. Segundo os médicos, ela já estava apresentando problemas, e não havia chegado nem na metade da gestação ainda. Mesmo hoje em dia, ainda é relativamente normal mulheres morrerem de complicação de parto. Imagine uma garota de 9 anos então, que já estava tendo problemas muito antes das fases mais complicadas chegarem.

Não existe nada pior do que não deixar a criança tentar viver. Os dois não tiveram nem essa chance. Vendo por um lado religioso, por que o Deus católico não poderia mudar a vida dessas crianças, e fazer uma grande obra na vida delas? É uma possibilidade. Você está vendo apenas o pior cenário, mas a vida é feita de escolhas, e não temos como prever o que teria acontecido, caso o aborto não ocorresse. A desgraça não é o único cenário possível.

Existem muitas coisas piores, e uma delas foi o que aconteceu com a mãe dessas crianças. Se a criança já estivesse mais formada, tudo bem, daí sim seria complicado, mas, no caso, eram seres vivos na definição mais básica da palavra, nem um sistema nervoso deviam ter. Não estavam muito longe de vegetais, até aquela altura da coisa.

Com, relação ao restante, já comentei adiantado em dois posts anteriores. =]

A igreja não possui apenas estruturas de pedra, a Igreja Católica não existe ha 1500 anos, só por ser poderosa, ela não nasceu assim. O Cristianismo nasceu de 12 homens, e hoje é uma religião com mais de 1 bilhão de fiéis. Por que esse Deus, pouco comentado nesse tópico, ou pelos a fé nesse Deus, não poderia ajudar em nada? Muitas pessoas que vivem na miséria, possuem na fé uma esperança, acreditam que poderão um dia desfrutar de uma rara alegria em suas vidas, mesmo sem ter provas de que esse Deus exista. Elas apenas acreditam.
Como podemos saber se o futuro desses gêmeos seria só de desgraça e privada de felicidade?

A Igreja Católica começou há 1500 anos, extremamente poderosa, nos salões de Roma, apoiada pelo imperador. Não confunda ela com o cristianismo, esse sim nasceu entre os pobres, sendo uma das poucas crenças na época, e de acesso aos romanos, que dava esperança aos miseráveis.

Mas, como você mesmo disse, a família era católica, e a única coisa que a igreja fez, foi excomungar a família que provocou um aborto.

Ela ameaçou intervir judicialmente, pra impedir o aborto, e só não o fez por não haver mais tempo hábil.

E, como eu disse, eles podem ter quantas justificativas quiserem, isso não impede ninguém de se indignar.

Ninguém é detentor da verdade.:mrgreen: Somos apenas nerds debatendo sobre a vida de pessoas que nunca saberão quem somos.:lol:

Concordo plenamente :lol:

Mas, por um acaso podemos moldar e prever o futuro (que nunca existirá) dessas crianças?

Poderiam ser indesejados, mas não temos como prever a reação dessa mãe, caso ela sobrevivesse ao parto, ao ver dois bebes, totalmente dependentes dela, e vendo duas novas vidas que saíram do seu ventre.

Pois é. Com relação a isso, eu já comentei lá em cima. :mrgreen:

Como podemos saber o futuro dessas crianças? Ou dessa mãe prematura?

Não podemos saber com certeza, mas, com relação à saúde da mãe, eram muito grandes as chances de que ela não resistisse.

Concordo que essas crianças carregariam a vida inteira esse sofrimento, mas não necessariamente isso os privaria de ter uma vida feliz. Muitos de nós já passamos por situações traumatizantes em nossas vidas, eu inclusive, mas nem por isso sou privado de felicidade.

Pois é, concordo. Entretanto, não temos como saber qual seria o efeito que a morte da mãe teria na consciencia dessas crianças. Supondo que elas ficassem sabendo de tudo, tente se imaginar no lugar delas, sabendo que, não obstante seu parto ter matado a mãe de vocês, vocês foram resultado de um estupro a uma criança. Não é uma simples dificuldade e tristeza. É motivo pra transtornos psicológicos graves.

Mas novamente, isso é especulação. =]

O aborto não será suficiente para ela esquecer o que se passou. Bem longe disso.

Pois é, mas ajudaria a não ter duas lembranças vivas, literalmente, na sua frente.

É claro que não podemos esquecer a hipótese de que você falou, de ela gostar das crianças e todos serem felizes etc.

Mas, como fica tudo no reino da hipótese e da especulação, é complicado discutir sobre isso. =]

Uma vida inicialmente desprovida de afeto não significa uma vida inteira desprovida de afeto. Oras, como pode saber se essas crianças terão uma vida inteira de dor e sofrimento?

Como já disse, já consertei a certeza que tinha colocado com relação a isso antes. Há até mesmo a probabilidade da guria ter desejado os filhos, e que, na melhor das hipóteses, tudo desse certo e algo de bom saísse dessa história. Mas, novamente, são apenas hipóteses que não mais ocorrerão, agora.

Ah tá, e por existir a chance dessas crianças não nascerem sadias (que não existe a certeza), é melhor matá-las? Não sei mais quem é o insensível nessa história.

Bom, sou da opinião de que se é pra colocar alguém no mundo pra que essa pessoa tenha grandes chances de sofrer, então que não coloque. Existiam chances de que as coisas dessem certo, mas a maior parte das possibilidades eram de desgraças. Então, realmente, na minha opinião, antes fazer o que foi feito, enquanto elas não tinham nem um esboço de consciencia ainda, do que joga-las no mundo e deixa-las à mercê de mais sofrimento do que a maior parte de nós tem chances de encontrar durante a vida.
A questão não é por serem sadias ou não, a questão é todo o sofrimento que tem chances de chegar à essas crianças, se elas viessem ao mundo. Pode ser que se desse de maneira diferente, é verdade. Mas o único meio de se ter algo com certeza era fazer o que foi feito.

É aquele velho ditado, "antes um passaro na mão, do que dois voando".

E, entre a vida da garota, e a de dois bebês em formação ainda, fica claro pra mim qual a opção. =]

Balbo disse:
edit: Não leve a mal Oromë, o ponto que eu estou tentando fazer com essa ironia (que fala por si mesma, mas eu quero ser redundante) é que uma idéia deve ser julgada pelo seu conteúdo, não pela época na qual ela surgiu ou pela sociedade a que pertence. Nós temos tendência a achar que a nossa sociedade é a mais certa e mais normal, e tudo o que é diferente vemos como "esquisito" e anormal. Mas essa tendência é um erro lógico. E eu acho que é por causa dela que vocês consideram a posição da Igreja absurda, pois até agora ninguém soube explicar porque a rejeita.

Agora que vi o edit. Perdão por desconsiderar a ironia. Mas o resto do meu comentário acerca daquela parte ainda está valendo. =]
 
Observa-se a tendência atual de que o destino do homem repousará cada vez mais em suas mãos e ele sentirá cada vez mais o significado do que é ser livre.

Biblicamente, em Hebreus se fala aos cristãos dizendo que ainda não estavam prontos para alimento sólido e que precisavam lhes dar leite pois não conseguiriam mastigar. A igreja assumiu que isso continuaria para sempre, mas essa não é a verdade. As pessoas precisam crescer. E crescer vem antes de se multiplicar na bíblia.

A linha de vida de uma criança começa com menos direitos e mais restrições. A princípio ela não tem direito de ir a uma escola, mas depois ela consegue esse direito. Com 16 anos a pessoa ganha outro direito, o de votar, com 18 o direito de entrar no exército e com 21 ganha o direito de ter a maioridade legal.

Se fizermos o trajeto contrário os direitos vão naturalmente diminuindo. Se ela não nasceu ela não tem direito a uma certidão de nascimento, se ela é um embrião ela ainda não tem obras e por isso não está passível de julgamento portanto não pode ser considerada inocente, nem pode ser considerada culpada, nem boa, nem ruim. O estado da pessoa é um estado além da moral humana e se assemelha mais a uma parte do corpo da mulher.

Um exemplo prático de como o tempo inlfuencia nos direitos. Para os Hobbits a maioridade legal era aos 33 anos. No nosso mundo hoje a nossa maioridade legal é aos 21 mas não temos garantias de que será sempre assim. Com o aumento da expectativa de vida e do conhecimento as pessoas precisarão cada vez mais de vivência para amadurecer legalmente. Não é impossível que ela seja expandida para os 25 ou 30 anos em um futuro.

Essas fronteiras ainda estão sendo definidas e falta aceitação dos limites humanos.

Do meu ponto de vista pode ser bom para a garota sair da Igreja Católica, na minha época eu sofria um preconceito forte na escola por não ser batizado e 80% da turma ser de católicos (me chamavam de pagão direto). Mas a galera não sabia que é melhor se converter depois que a pessoa está ciente de sua vida e é melhor seguir a Deus no seu ritmo até que venha a maturidade. Essas inflexibilidades quem costuma criar são os humanos.
 
Pulando o liro de depoimentos até aqui, vamos lá....

A igreja adora apoiar a justiça, quando ela está do seu lado, esta é a verdade.

É facil condenar o homem, não estou defendendo ele, mas vai saber o que passa na cabeça de um homem assim. Só vivendo a vida dele mesmo.

Este não é o primeiro e não será o último caso do tipo.

A vida da criança tem que ser preservada, ela não tem idade para entender as coisas, se ela errou vai ter as consequências no futuro. Se era inocente, idem, mas a vida dela deve ser preservada após o ocorrido, seja pelo aborto ou amputamento dos braços, etc... Variando a cada situação. Bom tivemos o aborto nesta.

Esse povo está vivendo fora da realidade que nós achamos normal, a realidade deles é diferente. Eles precisam de ajuda psicológica ou prisão mesmo se o estado psicológico for irreversível.

[Edit, e para aqueles que acharem que os casos de amputamento são cruéis demais, sempre existirá Josef Climber para prová-los que mesmo sem braços ou pernas é importante não desistir jamais]

Sem mais

By Raphael S
 
Última edição:
Minha maior indignação é contra o padrasto também. A questão é que, nem por isso, o atitude da Igreja perante o caso deixa de ser indignante, entende? O padrasto já foi pego, e pelo menos os presos tratarão de dar uma punição adequada a ele. Pouco ou nada pode ser dito a respeito dele, além de ofende-lo. Entretanto, a atitude da Igreja, de excomungar a garota, cujo caso já foi muito explicitado por aqui, enquanto nada ou pouco faz com relação à líderes mundiais que soltam bombas em cima de escolas e hospitais, matando dezenas de crianças inocentes (ou elas não são inocentes, por serem muçulmanas?). A questão é, a sensibilidade para com o caso da menina, leva algumas (ou boa parte das) pessoas a quererem apedrejar qualquer um que tome uma atitude que a prejudique mais ainda. A garota não precisa sofrer ainda mais. Bom, acho que você entendeu o que eu quis passar. Mas isso pelo menos se refere com certeza à minha pessoa. Quanto aos outros, pode ser por isso, assim como pode não ser.

Isso, matem o padrasto.:D

Sobre a igreja excomungar ela, foi pela lógica: Aborto (para eles) é assassinato. Logo, duas vidas foram tiradas, duas vidas inocentes. Foi assim que ela pensou, creio eu.

Concordo que Igreja católica é manipuladora, age muito errado em casos como guerras e tudo mais. Mas por exemplo: Numa guerra entre Israel X Egito, Israel nada tem a ver, já que os países possuem muitos poucos fiéis. A força da Igreja Católica hoje, abrange a Europa, mas não toda ela, e a Ameríca Latina, quase toda Católica. Já nesse caso, ela agiu pois a garota e a Mãe eram católicas, e teoricamente, seguiam os preceitos católicos, em sua totalidade.(teoricamente)

E sim, entendi o que você quis dizer. Questão de opinião mesmo.

Sim, sim, concordo plenamente. Muitas vezes eu mesmo já pensei sobre isso: ou eles se adaptam ao mundo, ou o mundo se afasta deles...entretanto, se eles se adaptam ao mundo, ferem os mesmos princípios que os defendem. É algo paradoxal, mas que serve pra mostrar quão fora de contexto ela está. Mas essa foi a consequencia da decisão que tomaram, de tomar o mundo como se esse fosse sempre o mesmo. Nunca foi. Em momento algum.

Sim, o mundo nunca foi sempre o mesmo, mas o poder da Igreja foi, até o fim da Idade Média. Catso, o Papa era mais poderoso que qualquer outro homem no mundo, naquela época. Hoje, ele é apenas um figura pública, importante, mas nem tanto.

Mas, é MUITO difícil conseguir mudar no mesmo ritmo que o mundo. Ainda mais do último século. O século VI começou e terminou com muita cosia igual. Já o século XX começou com uma cara e terminou com outra, e isso no mundo todo.

Entretanto, comentando sobre o caso do padre Marcelo, por exemplo. Na Idade Média não apenas não havia mídia, como tampouco a Igreja necessitava de outro método de conversão, além daquele que nós já conhecemos. Hoje em dia, com muitos fiéis se afastando (não necessariamente indo para outras igrejas, mas se tornando católicos apenas "no papel", por exemplo), e como os mesmos métodos antigos já não são viáveis (tampouco digo que os usariam se fossem...não entremos em especulações sobre um presente que não existe :dente:), ela tem de arranjar outros meios de atrair fieis, e mostrar que a Igreja não precisa ser só chatisse. E a onda de padres pop stars não ferem as regras da Igreja, apenas era algo antes impossível, e num passado próximo inusitado. E realmente foi um meio inteligente de dar uma renovada na fé das pessoas.

Exato, ela não está totalmente parada assistindo seus fiéis se tornarem protestantes, espiritas, ou ateus. Mas, é difícil com um histórico tão manchado.:think:


Sim, entendo o que quer dizer. Mas a questão é que o Vaticano tem pouco a ver com isso, além da família ser católica. Já ela está envolvida diretamente no caso, a garota é quem foi estuprada, e não uma freira. É pra ela que vão nossas simpatias, e, no caso de alguns de nós, para o Vaticano direcionamos nossas antipatias, pela aparente (já que não há como ter certeza disso) insensibilidade com a condição dela.

Concordo que ter tentado judicialmente impedir o aborto foi um certo exagero, mas sobre a parte da excomunhão, acho que aí já existe um exagero da mídia e de muitas pessoas que não gostam da igreja católica, por seus atos monstruodos há 1000 anos atrás, onde nenhum dos atuais cardeais ou papa estavam vivos. Não acho que os atuais governantes da igreja católica têm alguma culpa com as antigas atrocidades da Igreja, pelo contráio, vejo eles apenas como senhores religiosos e conservadores.

Eu entendo que a Igreja tenha essa atitude, com base nos princípios que segue, mas isso, como eu disse, não me impede de achar ruim. =]

Sim, tudo questão de opinião.

E levemos em conta uma coisa, que tenho a impressão de já ter sido mencionada em algum post anterior de alguém, por aí. Eles dizem: tenha fé que Deus poderá salva-la, ao mesmo tempo que defendem que ele não interfere no mundo, pra justificar as inúmeras desgraças que acontecem à nossa volta. Então pode-se argumentar que, se alguém pedir com muita fé, ele dá uma mãozinha pra pessoa...então, novamente, que tipo de pai amoroso é esse, para o qual se precisa implorar ajuda, isso após ser uma garota de 9 anos violentada e grávida? Já não basta ter permitido que isso acontecesse, e agora ainda é necessário ficar se rastejando pela ajuda dele, ao invés de tomar as rédeas na mão e solucionar a questão, nem que seja de uma maneira trágica? Bom, acho que você já entendeu onde quero chegar.

Bom, aí entra um pouco de ceticismo.

Deus (ou pelo menos o meu Deus, o Deus cristão (não o católico)) não fica simplesmente ocioso e indiferente ao mundo, assim como não interfere diretamente (a não ser em casos chamados miraculosos).

E essa pergunta de que "que tipo de pai amoroso deixaria sua filha ser violentada", é uma pergunta clássica entre não-cristãos. Mas, quem disse que a existência do sofrimento evidencia a ausência de um Deus amororo? Não foi Deus que criou o mal, como muita gente pode alegar. Deus criou a possibilidade para a existência do mal. Fez isso justamente ao dar ao homem o livre-arbítrio. Mas o homem potencializou essa possibilidade, e quem a transformou em realidade foi o ser humano. Deus não vai interfirir no livre-arbítrio do padrasto, isso ele nunca fez, nem fará. Até porque, como você mesmo disse, Deus não é um deus que interfere nas ações humanas, ele é um Deus oculto, sempre foi. A Bíblia é bem clara "buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração". E isso está na Bíblia católica também. Deus não vai simplesmente tomar as rédeas do mundo, só porque ele está ruindo. Quem o buscar, o achará. Concordo que pode parecer cruel, nesse caso específico, de ter que ver uma garota de 9 anos nessa situação, e sei que muitos podem contestar a exitência, a bondade ou a onipotência de Deus, mas quem pode saber, ou julgar saber o que se passa na mente de Deus? Será que Deus "deixou"(aos nossos olhos) que isso acontecesse, sem nenhum propósito para isso? Duvido. Creio sim que Deus poderá fazer algo de bom, ou ensinar algo de bom para essa família, ou para muitos que visualizaram o sofrimento dessa família. O caráter do ser humano é moldado, principalmente, quando ele se vê em situações extremas de sofrimento e dor. Até mesmo algo que possa parecer muito ruim, pode resultar, de alguma forma, num aprendizado. John Peter Kreeft (um filósofo cristão, Não sei se alguém aqui já ouviu falar nele:lol:) disse uma vez "Creio que todo sofrimento contém pelo menos uma oportunidade para o bem".
Enfim, não vou me aprofundar (mais) nisso, já que a questão discutida aqui não é o cristianismo, e sim na atitude da igreja católica em relação ao aborto de uma garota estuprada.:mrgreen:

Corcordo, mas é o comerciante quem detém o produto, assim sendo, é ele quem teria de ser roubado. E concordo novamente. Mas enfim, isso envereda por outras discussões, deixemos isso de lado por enquanto, senão vamos ficar horas escrevendo cada post, pra discutir sobre os dois temas. :mrgreen:

Ok, pula essa! :lol:

Sim, compreendo plenamente. Mas a maior parte das religiões, em especial aquelas que deram base às mais recentes, nasceram em uma época em que as mudanças se davam se forma muito mais lenta. Elas nasceram naquela época, assim como suas regras e costumes. Hoje o mundo está absurdamente diferente, e se elas não acompanharem essas mudanças, estão fadadas a definhar. As pessoas estão mais em contato com a sociedade em si do que a religião, e absorvem mais os valores da primeira. Se não houver mudança e adaptação também por parte da Igreja, por exemplo, esse estranhamento tende a aumentar, junto com o afastamento. Os já mencionados padres pop stars, por exemplo, são uma dessas maneiras. Não estou dizendo que elas deveriam rever radicalmente suas concepções de mundo ou o que, apenas estou expressando o que acredito ser o rumo que as coisas tendem a tomar. Posso estar bastante enganado também. =]

O grande problema que a igreja católica pode estar passando, é como conciliar os seus dogmas, com bases bíblicas (algo que não mudará) com o "novo mundo", e como manter essas mudanças de uma forma que não a deixe com cara de conservadora. A Opus Dei é um exemplo. Ela nasceu como um ramo meio "liberal" da igreja, para os padrões da época, e hoje 'eum ramo bem conservador da igreja, aos nossos olhos. Como já dissemos, o mundo e as pessoas estão mudando cada vez mais rápido. Não cabe a mim julgar essa mudança como algo bom ou ruim, mas é algo que está acontecendo, e que deixa muito difícil a manutenção de uma religiosa com 1500 anos de existência.

Sim, como já disse, entendo o ponto de vista da Igreja. Apenas digo que, na minha opinião, o moralmente correto foi o que aconteceu. Eu vou mais pelo lado biológico da coisa, e de acordo com ele, os fetos eram ainda pouco mais que um amontoado de células. Por mim, uma criança que já sofreu bastante não precisa sofrer mais ainda por esse motivo.

Esse é outro lado: Você, e muitas pessoas aqui vão pelo lado biológico da coisa, enquanto a igreja, pelo lado religioso/espiritual. Cada um tem suas razões e convicções.

Mas, como já disse, esse é o meu ponto de vista, não o certo, nem o errado, apenas mais um no mundo. =]

Somos dois.:D

São para muitas mães, em especial para aquelas que vão se lembrar de que foram violentadas toda vez que olharem pra cara dos filhos. Basta você ler, por exemplo, o outro caso que foi postado aqui, da mãe que teve o filho, não pode abortar, teve a criança, e depois de 8 anos não conseguia nem olhar pra cara da mesma direito.

Aqui, é questão (também) de suposição. Existem casos que as mães aceitam o filho. Outras que elas rejeitam. Não podemos saber.

Poderia ser que sim, poderia ser que não. Mas foi realmente erro meu afirmar com certeza que as coisas sairiam todas pelo lado ruim.

Relaxa, apenas uma visão pessimista.

Segundo a advogada lá, a guria queria os bebês. Mesmo que quisesse mesmo, quão bem conseguiria cuidar deles? Mulheres feitas já sofrem pra cuidar de um filho, quem dirá uma garota de 9 anos cuidar de 2... Teriam de contar com a ajuda da mãe da garota, que era absolutamente contrária ao nascimento. Quanto carinho ela ajudaria a dar? Enfim, com relação a isso já é complicado especular. Mas realmente, existe a possibilidade de que as coisas saíssem bem, se...


...não fosse o fato de que eram grandes as chances da guria morrer na gravidez, ainda mais no parto. Segundo os médicos, ela já estava apresentando problemas, e não havia chegado nem na metade da gestação ainda. Mesmo hoje em dia, ainda é relativamente normal mulheres morrerem de complicação de parto. Imagine uma garota de 9 anos então, que já estava tendo problemas muito antes das fases mais complicadas chegarem.

Concordo que os riscos eram grandes, e que ela poderia morrer, mas mesmo que isso acontecesse, ainda sim poderia acontecer algo de bom, em meio a uma tragédia, que aparentemente, nada de bom poderia ter acontecido. Quem poderá saber, se a avó não aceitaria e cudiaria dos gêmeos orfãos como se fossem seus próprios filhos e ajudasse essa senhora a aprender que a perda da filha dela não foi apenas o resultado final de uma tragédia demoníaca?
Sei que estou parecendo até infantil, em crer nesse mundinho de felicidade, mas estou apenas tentando ver TODAS as possibilidades, e mostrar que o futuro nunca é totalmente sombrio e cheio de tristezas. A garota poderia sobreviver e ser mãe de gêmeos.

Não podemos prever o resultado dessa gestação. Poderiam morrer os três, a mãe e um bebe, apenas um bebe, ou os dois. Ou poderiam os três sobreviver, graças aos milagres da ciência moderna. :lol:

Isso é pura especulação, só quero dizer que não podemos saber do futuro.

Existem muitas coisas piores, e uma delas foi o que aconteceu com a mãe dessas crianças. Se a criança já estivesse mais formada, tudo bem, daí sim seria complicado, mas, no caso, eram seres vivos na definição mais básica da palavra, nem um sistema nervoso deviam ter. Não estavam muito longe de vegetais, até aquela altura da coisa.

Sim, isso no lado mais científico da coisa. Também concordo, e acho que realmente não possuíam sentimentos, nem nada disso. Mas seria MUITO estranho ver um padre/arce-bispo falar isso.

A Igreja Católica começou há 1500 anos, extremamente poderosa, nos salões de Roma, apoiada pelo imperador. Não confunda ela com o cristianismo, esse sim nasceu entre os pobres, sendo uma das poucas crenças na época, e de acesso aos romanos, que dava esperança aos miseráveis.

Sim, mas a igreja é apenas o resultado do Cristianismo do começo dos séculos, onde se propagou de uma forma assustadora, mesmo com grande perseguição dos Poderosos da época. O cristianismo (e por consequencia, o Catolicismo) nasceu de umas dezenas de homems, em sua grande maioria de origem hulmide, e se tornou a religião mais poderosa do mundo, na Idade Média.

Ela ameaçou intervir judicialmente, pra impedir o aborto, e só não o fez por não haver mais tempo hábil.

Aí, como já disse acima (esse dado eu não sabia :lol:) foi uma atitude realmente errada. Parece-me meio "folga" da igreja. Mas não digna de tanta acusação, creio eu.

E, como eu disse, eles podem ter quantas justificativas quiserem, isso não impede ninguém de se indignar.

Sim, todos temos opiniões e devemos manifestá-las da forma que quisermos. Cada um pensa de um jeito (graças a Deus).

Pois é, concordo. Entretanto, não temos como saber qual seria o efeito que a morte da mãe teria na consciencia dessas crianças. Supondo que elas ficassem sabendo de tudo, tente se imaginar no lugar delas, sabendo que, não obstante seu parto ter matado a mãe de vocês, vocês foram resultado de um estupro a uma criança. Não é uma simples dificuldade e tristeza. É motivo pra transtornos psicológicos graves.

Mas novamente, isso é especulação. =]

Com certeza, uma situação muito grave mesmo. E parece ser até o mais óbvio, vendo como a garota estava (ou até situações piores poderiam ter acontecido, como já disse: a morte dos três). Mas, infelizmente, nunca saberemos se isso deixaria de ser especulação e se tornaria realidade.

Pois é, mas ajudaria a não ter duas lembranças vivas, literalmente, na sua frente.

É claro que não podemos esquecer a hipótese de que você falou, de ela gostar das crianças e todos serem felizes etc.

Mas, como fica tudo no reino da hipótese e da especulação, é complicado discutir sobre isso. =]

Sim, infelizmente, nunca saberemos se isso deixaria de ser especulação e se tornaria realidade.²

Bom, sou da opinião de que se é pra colocar alguém no mundo pra que essa pessoa tenha grandes chances de sofrer, então que não coloque. Existiam chances de que as coisas dessem certo, mas a maior parte das possibilidades eram de desgraças. Então, realmente, na minha opinião, antes fazer o que foi feito, enquanto elas não tinham nem um esboço de consciencia ainda, do que joga-las no mundo e deixa-las à mercê de mais sofrimento do que a maior parte de nós tem chances de encontrar durante a vida.
A questão não é por serem sadias ou não, a questão é todo o sofrimento que tem chances de chegar à essas crianças, se elas viessem ao mundo. Pode ser que se desse de maneira diferente, é verdade. Mas o único meio de se ter algo com certeza era fazer o que foi feito.

Aí minha opinião é contrária. Creio que não tem como poupar ninguém de sofrimentos na vida. Se for assim, minha mulher deveria ter abortado, já que meu filho provavelmente passará por muitos sofrimentos em sua vida. Mas acho que vale a pena tentar, já que creio que suas alegrias durante sua vida serão bem maiores do que o sofrimento. Assim como essas crianças, não tem como saber se serão felizes ou não, mesmo começando com o pé esquerdo em todos os aspectos.

É aquele velho ditado, "antes um passaro na mão, do que dois voando".

E, entre a vida da garota, e a de dois bebês em formação ainda, fica claro pra mim qual a opção. =]

Concordo com o ditado em partes. Mas pra mim, entre a vida dela somente, e a possibilidade, ainda que mínima, de 3 vidas, incluindo a dela, é uma decisão muito difícil a ser tomada, pois estamos falando de duas pessoas (ainda em formação, sim).


Agora eu cansei. Até amanhã! :lol:
 
Minha opinião sobre o caso é a mesma da maior parte das pessoas: ridícula a posição da igreja e estou cada vez mais ateu.

Vejamos...

Ah, não tinha certeza de que a menina morreria

Era uma menina de 9 anos. Ja foi um milagre ela ter sobrevivido ao estupro, porque até certa idade só a penetração vaginal já faz com que o exame de corpo de delito seja um exame necroscópico. Ainda querem que ela passe por toda a gravidez? DE GÊMEOS???

Ah, qualé, não venham falando como se os riscos da gravidez fossem os mesmos dos casos de mulheres mais velhas. Ela NÃO tem corpo pra isso, não preciso ter diploma de medicina pra saber que os riscos eram altíssimos, nem das aulas de medicina legal que tive. "Gravidez de risco" é eufemismo. Eu tenho uma irmã dessa idade e, de boa, pelo tamanho dela, se ela engravidasse, provavelmente explodiria de dentro pra fora.

Aí, a menina morre e vão falar o que? "Foi Deus quem quis assim"? De boa, se o Deus do catolicismo realmente prefere que três pessoas morram, ao invés de duas, a ponto de "ser vontade dele" excomungar as pessoas que salvaram a vida da terceira, então essas pessoas estão melhor assim.


Mas, o que não entendo é por que que a mairo indignação manifesta até agora foi contra a igreja, e não contra o padrasto.

Errado! A indignação é contra a igreja justamente porque A IGREJA não se manifesta contra o padrasto. Não leu os argumentos até agora? Eles são unânimes em dizer que o problema é justamente a igreja vir excomungar as pessoas que salvaram a vida da menina, mas não a pessoa que a colocou em risco de vida, pra início de conversa.

O cara estupra uma menina de 9 anos, deixa ela traumatizada pelo resto da vida. Gera, dentro dela, duas outras vidas que não apenas quase certamente causarão a morte da garota mas também virão a morrer. Com isso, destrói a vida de várias pessoas ao redor, não apenas da menina. E o que a igreja diz? "Ah não, esse cara tá sussa. Temos é que ferrar os que salvaram a vida da menina".


Querem excomungar? Vão em frente. Mas façam isso pra todo mundo. Abortos são feitos todo dia, a legislação brasileira permite. Então, favor saírem examinando todos os processos por crime de aborto e todos os de estupro no qual essa medida foi deferida e saiam excomungando todos os envolvidos. Porque, se a intenção era "dar exemplo", escolheram um péssimo caso. Sou criminalista, posso apresentar muitas pessoas que mereciam ser excomungadas muito mais do que o médico e o juiz.



Desculpem, mas sempre que usam um argumento a favor dessa decisão da igreja, só o que eu ouço é: "deveriam ter deixado a menina morrer junto com os dois fetos, parar termos, assim, três mortes, mas ao menos não estariam indo contra a vontade de Deus, então estaria tudo bem".


Sinto muito, mas eu não posso concordar com isso. Também não concordo em dizerem "se for a vontade de Deus, essa menina de NOVE ANOS vai sobreviver a uma gravidez de gêmeos, apesar da racionalidade e a medicina moderna dizerem que ela tá lascada".

O que a igreja faz, pra mim, não faz diferença alguma. Se eu fosse excomungado, não perderia nem um minuto de sono por isso. Mas, se a opinião expressada por esse bispo for REALMENTE a vontade de Deus, de que a menina deveria preferir morrer a pecar, sendo que o resultado, se ela não pecasse, seria pior ainda, então não sei o que vêem de bom nesse Deus.


Só pra constar, nada contra a religião católica, para mim é como todas as outras. Eu tenho, pra mim, que essa decisão teratológica é uma exceção à regra e que a maior parte das pessoas que seguem essa religião percebem que tal pensamento medieval não mais deve prevalecer. Alguns poucos frutos estragados não devem ser referência para toda a árvore.



PS: Nem me deti no assunto do trauma da menina, por um motivo simples, que demonstrarei a seguir: QUEM FOI ESTUPRADO E ENGRAVIDOU AOS NOVE ANOS LEVANTA A MÃO!!! Ih, ninguém? Pois é, eu também não. Então, não tenho idéia do trauma que essa menina sofreu, e NINGUÉM aqui também tem.

Portanto, não falem sobre o que ela passou, ou o que ela passaria se a gravidez fosse até o final, como se soubessem como é, ou como se não fosse nada demais. Qualquer um que não tenha passado por essa experiência terrível (por falta de palavra melhor), que esteja vendo de fora, apenas criticando, não tem o direito de dizer o que ela sentiu.
 
Última edição:
Aí, a menina morre e vão falar o que? "Foi Deus quem quis assim"? De boa, se o Deus do catolicismo realmente prefere que três pessoas morram, ao invés de duas, a ponto de "ser vontade dele" excomungar as pessoas que salvaram a vida da terceira, então essas pessoas estão melhor assim.

Realmente o povo tem uma predisposição a depois de fazer burradas como essa a jogar a coisa no colo do "Senhor", e dizer que ninguém entende os "Planos Divinos" Dele. Mas digo que o que realmente acoontece é esse Deus estar sendo mal, mas muito mal representado, pois mesmo sendo totalmente sem religião, eu acho que a religião católica em si, aquela criada originalmente por Jesus, não tomaria atitudes tão tolas.
 
A Igreja fez exatamente o que se esperava dela: e por isso não há razão para criticas.

Mas é exatamente pelo mesmo motivo que a Igreja é uma porcaria, e que não é essa decisão que deveria ser alvo de repreensão social, mas sim a propria necessidade de haver uma - ou umas - Igrejas.
 
a igreja não deveria por o bico nesse assunto, e o que os medicos fizeram é mais que correto. a igreja deveria se preocupar mais é com esses padres pedófilos fdp do k...
e eu acho que é capaz de nem excomungar os padres pedófilos...por que quem estrupa naum precisa ser excomungado né!!! isso é um absurdo porra!!!!!!!
 
Minha opinião sobre o caso é a mesma da maior parte das pessoas: ridícula a posição da igreja e estou cada vez mais ateu..

Não entendi. A atitude de uma religião faz com que você deixe que acreditar em Deus? Só existe uma religião? Só por que a igreja Católica (ao seu ver) fez "burrada", nenhuma religião é certa, e Deus é uma ilusão? Muito interessante...

Era uma menina de 9 anos. Ja foi um milagre ela ter sobrevivido ao estupro, porque até certa idade só a penetração vaginal já faz com que o exame de corpo de delito seja um exame necroscópico. Ainda querem que ela passe por toda a gravidez? DE GÊMEOS???.

Ateu falando em milagre? Mais interessante ainda.

Ninguém aqui falou que os riscos eram iguais aos de uma mulher adulta, e ninguém disse que era uma gravidez sem riscos, e entendo que, pelas leis brasileiras, o aborto é legalizado, e até mesmo indicado. Mas não é o caso das "leis" católicas, como já disse anteriormente. Se a pessoa nem católica é, não sei porque se preocuparia com isso, já que isso seria um "problema" dos católicos. A igreja excomungou a garota, mãe e médicos, pelo aborto que fizeram, já que o aborto, de acordo com a Igreja Católica, é considerado um assassinato. O argumento usado pela igreja é que os bebes foram vítimas de assassinato, mesmo que a mãe tenha sido vítima de estupro, ela foi culpada no assassinato das crianças.

Ah, qualé, não venham falando como se os riscos da gravidez fossem os mesmos dos casos de mulheres mais velhas. Ela NÃO tem corpo pra isso, não preciso ter diploma de medicina pra saber que os riscos eram altíssimos, nem das aulas de medicina legal que tive. "Gravidez de risco" é eufemismo. Eu tenho uma irmã dessa idade e, de boa, pelo tamanho dela, se ela engravidasse, provavelmente explodiria de dentro pra fora..

E a morte não era certa. A mãe mais nova do mundo, registrada pela ciência, tinha 5 anos de idade. Não acho isso nem um pouco legal, muito menos recomendável, óbvio. tenho uma afilhada de 5 anos e também concordo que é algo estranho e perigoso. Mas é possível sim.

Aí, a menina morre e vão falar o que? "Foi Deus quem quis assim"? De boa, se o Deus do catolicismo realmente prefere que três pessoas morram, ao invés de duas, a ponto de "ser vontade dele" excomungar as pessoas que salvaram a vida da terceira, então essas pessoas estão melhor assim..

E também acho interessante ver escrito "se o Deus do catolicismo realmente prefere que três pessoas morram, ao invés de duas, a ponto de "ser vontade dele" excomungar as pessoas que salvaram a vida da terceira, então essas pessoas estão melhor assim". Todas morreram? Você tem como me provar que as três morreriam?

Errado! A indignação é contra a igreja justamente porque A IGREJA não se manifesta contra o padrasto. Não leu os argumentos até agora? Eles são unânimes em dizer que o problema é justamente a igreja vir excomungar as pessoas que salvaram a vida da menina, mas não a pessoa que a colocou em risco de vida, pra início de conversa..

Bom, aí eu sei, a igreja foi teoricamente mais "leve" com o padrasto. Aquela história malufista "estupra mas não mata" novamente em ação. EU considero realmente, o estupro tão grave quanto o assassinato, mas não criei as leis da igreja, nem católico eu sou, sou apenas cristão. O assassinato está em um dos 10 Mandamentos, e a igreja considera o aborto com um assassinato.


O cara estupra uma menina de 9 anos, deixa ela traumatizada pelo resto da vida. Gera, dentro dela, duas outras vidas que não apenas quase certamente causarão a morte da garota mas também virão a morrer. Com isso, destrói a vida de várias pessoas ao redor, não apenas da menina. E o que a igreja diz? "Ah não, esse cara tá sussa. Temos é que ferrar os que salvaram a vida da menina"..

Verdade, todos queremos a morte dos três, é mais belo mesmo! :roll: Que horas que você leu/ouviu isso?

Querem excomungar? Vão em frente. Mas façam isso pra todo mundo. Abortos são feitos todo dia, a legislação brasileira permite. Então, favor saírem examinando todos os processos por crime de aborto e todos os de estupro no qual essa medida foi deferida e saiam excomungando todos os envolvidos. Porque, se a intenção era "dar exemplo", escolheram um péssimo caso. Sou criminalista, posso apresentar muitas pessoas que mereciam ser excomungadas muito mais do que o médico e o juiz..

Sobre a igreja sair excomungando tudo e todos, será mesmo que existem tantos médicos católicos assim? Eu acho difícil. A igreja não vai (por exemplo) te excomungar. Você não é católico. Agora, qual o problema dela excomungar membro católicos (garota/mão/médicos), que foram contra as "leis" católicas?


Desculpem, mas sempre que usam um argumento a favor dessa decisão da igreja, só o que eu ouço é: "deveriam ter deixado a menina morrer junto com os dois fetos, parar termos, assim, três mortes, mas ao menos não estariam indo contra a vontade de Deus, então estaria tudo bem"..

Repito: a morte dos três era certa? Você ACHA que morreriam, EU não sei dizer, e ninguém mais poderá saber, apenas especular.

Sinto muito, mas eu não posso concordar com isso. Também não concordo em dizerem "se for a vontade de Deus, essa menina de NOVE ANOS vai sobreviver a uma gravidez de gêmeos, apesar da racionalidade e a medicina moderna dizerem que ela tá lascada". .

A medicina não deu morte certa, deu? E essa não é a mesma medicina que já fez com que uma garota de 5 anos, em 1933, fosse mãe? A medicina e a ciência não são "Milagrosas" e independente de Deus ou qualquer força religiosa?

O que a igreja faz, pra mim, não faz diferença alguma. Se eu fosse excomungado, não perderia nem um minuto de sono por isso. Mas, se a opinião expressada por esse bispo for REALMENTE a vontade de Deus, de que a menina deveria preferir morrer a pecar, sendo que o resultado, se ela não pecasse, seria pior ainda, então não sei o que vêem de bom nesse Deus..

Novamente repito: aonde você viu que a menina deveria morrer? Sério, não tô achando esse trecho.
E o arcebispo manifestou a idéia católica sobre o caso. Não a opinião do Deus cristão. O cristianismo é MUITO mais do que o Catolicismo. Mais muito mais mesmo.

Só pra constar, nada contra a religião católica, para mim é como todas as outras. Eu tenho, pra mim, que essa decisão teratológica é uma exceção à regra e que a maior parte das pessoas que seguem essa religião percebem que tal pensamento medieval não mais deve prevalecer. Alguns poucos frutos estragados não devem ser referência para toda a árvore..

Que bom que você ache isso, e tenha essa opinião acerca da igreja num geral. Não sou fã daquela idéia de ateus que dizem que a igreja deixa pessoas cegas, burras, ignorantes, etc...creio que muitos deveriam reconhecer também, o que a religião faz por muitas pessoas. Sempre gosto daquele exemplo: uma mãe humilde, ve seu filho no mundo das drogas, condenado a uma morte cruel. No que ela pode se amparar, que não seja sua fé, sua religião? Que esperança de melhora ela pode ter? Vá em uma favela, uma próxima de você, e verá que não são poucos que uma igreja, ou o Deus dessa igreja, salvou SIM jovens das drogas. Eu conheço um homem, que hoje, aos 30 anos é casado, pai de um moleque (chato, Corinthiano o pivete!) e membro de uma igreja evangélica. Seis anos atrás ele estava perdido nas drogas, até se converter ao cristianismo. Pode ser apenas a fé? Pode, mas ainda creio que ter uma religião faz bem a muitas pessoas. Minha opinião, logicamente. Pode ser contestada a vontade.

Mas, que cansa ver gente misturando a "proibição" do casamento entre pessoas do mesmo sexo com a Inquisição, cansa. Tudo a ver, realmente.

Realmente o povo tem uma predisposição a depois de fazer burradas como essa a jogar a coisa no colo do "Senhor", e dizer que ninguém entende os "Planos Divinos" Dele. Mas digo que o que realmente acoontece é esse Deus estar sendo mal, mas muito mal representado, pois mesmo sendo totalmente sem religião, eu acho que a religião católica em si, aquela criada originalmente por Jesus, não tomaria atitudes tão tolas.

Só pra constar que a igreja católica não foi fundada por Jesus. Jesus nunca foi fundou nenhuma religião. A igreja católica nasceu um bom tempo depois da crucificação (e ressurreição) de Jesus Cristo. E o Cristianismo surgiu após a ressurreição, e foi "criada" pelas várias testemunhas oculares de Jesus ressurreto, ainda na Judéia.

A Mas é exatamente pelo mesmo motivo que a Igreja é uma porcaria, e que não é essa decisão que deveria ser alvo de repreensão social, mas sim a propria necessidade de haver uma - ou umas - Igrejas.

Um mundo sem religião realmente daria certo? Será mesmo? Por que acha que o mundo não tem necessidade de religiões/igrejas?

a igreja não deveria por o bico nesse assunto, e o que os medicos fizeram é mais que correto. a igreja deveria se preocupar mais é com esses padres pedófilos fdp do k...
e eu acho que é capaz de nem excomungar os padres pedófilos...por que quem estrupa naum precisa ser excomungado né!!! isso é um absurdo porra!!!!!!!

Ok, divulgue a lista de todos os padres pedófilos que você conhece, entregue pra polícia e veremos todos presos.:D

:roll: Também acho que exista pedofilia dentro da igreja, e que exista centenas de padres que façam esse absurdo, mas bem menos, né? Igreja não é suruba de padre. Acho difícil o Papa ter sido pedófilo, por exemplo. Não acho também, que a pedofilia desses padres tenha algo a ver com essa excomunhão.
 
Só pra constar que a igreja católica não foi fundada por Jesus. Jesus nunca foi fundou nenhuma religião. A igreja católica nasceu um bom tempo depois da crucificação (e ressurreição) de Jesus Cristo. E o Cristianismo surgiu após a ressurreição, e foi "criada" pelas várias testemunhas oculares de Jesus ressurreto, ainda na Judéia.

Eu sinceramente não pesquisei sobre isso, o que foi um erro, apenas disse o que não cançam de dizer os católicos, e sei disso pois fui batizado como um. Mas podemos talvez dizer que o "Cristianismo" e/ou "Catolicismo" foi indiretamente criado por Jesus, já que foi ele o principal influenciador? Se bem que não é isso que está em questão não é? apenas uma correção sua...entendo e concordo.
 
Pronto, gente, podem sossegar:

CNBB desautoriza iniciativa de bispo sobre excomunhão

Ainda que tenha tentado preservar o arcebispo d. José Cardoso Sobrinho, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desautorizou a iniciativa do arcebispo de Recife e Olinda de anunciar a excomunhão da mãe da menina de 9 anos submetida a um aborto na semana passada e da equipe médica que participou da interrupção da gravidez. A menina, estuprada pelo padrasto, estava grávida de gêmeos.

O secretário-geral da CNBB, d. Dimas Lara Barbosa, disse que a mãe da menina não está excomungada, pois agiu sob pressão e com o objetivo de salvar a vida da filha. "Não temos elementos para dizer qual médico está excomungado e qual não está. Depende do grau de consciência de cada um", disse ainda d. Dimas. Segundo o secretário-geral, estão excomungados somente os profissionais "conscientes e contumazes" na prática do aborto.

Durante entrevista coletiva, foi distribuído um documento sobre excomunhão, assinado pelo assessor canônico da CNBB, padre Enrique Pérez Pujol, que destaca o fato de que a punição não deve ser aplicada em meio a uma polêmica. A afirmação de d. José Cardoso Sobrinho sobre a excomunhão da mãe e dos profissionais envolvidos no aborto foi feita um dia depois da interrupção da gravidez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

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