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escrita x estado emocional

abylos

USS Voyager - NCC-74656 - Classe Intrepid
Usuário Premium
Bom, tava vendo um topico no generalidades literarias, se não me engano, que fala sobre o estado emocional da pessoa afetar a opinião dela sobre um livro, e também estavam falando sobre um livro alterar o estado emocional da pessoa.

A ideia aqui é parecida, mas considerando o que escrevemos.

ja vi alguns autores dizendo que o estado emocional deles afeta o que escrevem, e considero isso natural.
O que mais gostaria de discutir aqui é o contrario. O efeito que aquilo que escrevemos tem sobre nosso estado emocional.

Por exemplo, escrevi dois contos tristes em sequencia e, no meu processo de escrita, mergulho muito na historia e nos sentimentos dos personagens. Por isso fiquei um tanto abalado depois de escrever, e planejava escrever um terceiro em seguida, mas adiei pelo esgotamento mental que tive com os dois primeiros.
A pergunta é: O quanto uma historia que voces estão escrevendo afeta o emocional de voces? E como lidam com isso no dia-a-dia?
 
Não sei se isto me afeta...
Eu tento me manter o mais frio possível em relação ao conto, até para tentar manter distância sobre o que está escrito. Eu sou meu primeiro leitor e meu primeiro crítico.

O que acontece é eu evitar algum assunto "cabeludo", especialmente se envolve família... Não sei se é por ser emocionalmente difícil ou se seria por superstição.

Por exemplo, minha mulher está grávida. Não conseguiria escrever sobre uma criança nascida doente. Não consigo. Minha filha saiu de casa e está demorando. Não daria pra fazer algo baseado na sensação que tenho, até ela voltar pra casa. Mas depois do nascimento ou depois da chegada da filha, eu me arriscaria a bolar algo nesta linha.

Há um conto - um dos melhores - de Kelly Link no "Estranho Mundo de Sofia" que é sobre o filho de um escritor de livros de terror que... bem, eu não sei colocar spoiler aqui. Mas tem um pouco a ver com o que coloquei.
 
Bom, eu gosto muito de escrever contos e faço isso com frequência, então vou dizer o que penso e como lido com isso.

De fato é uma coisa considerável, isso que você disse Eragon, e também é fato o que disse o amigo aí em seguida. Existem escritores que conseguem manter-se quase que totalmente nulos em relação a sua história no processo de escrita, e eu realmente não sei como eles fazem isso. Pessoalmente, eu costumo me envolver tanto sentimentalmente quanto psicologicamente. Nunca procurei refletir se isso é causado pelo fato de eu gostar muito de escrever ou se é simplesmente um fenômeno natural originado da frequência com que escrevo.

Dito isso, chegamos aqui: Na minha opinião, o envolvimento emocional ou a intervenção interior de uma história sobre seu autor pode ser causada pelo estado emocional do autor ou situação (como disse o Zzeugma) ou simplesmente pela personalidade do autor. Alguns, inclusive, dizem que isso os ajuda. Dizem que adentrar psicologicamente e emocionalmente no conto os auxilia para entender suas próprias ideias.
 
O meu caso é bem o que voce disse no final...
Quando escrevo algo e não consigo imergir na historia, fica superficial o que escrevo e não gosto quando vou ler depois rs
 
Eu também cara, apesar das ditas "consequências" eu acho isso importante. Quando tento escrever, simplesmente escrevendo, é bem provável que acabe não gostando depois quando for ler. :think:
 
Sei lá...

Em comparação com o Cérebro, o Coração é mau conselheiro. Haja vista a qtde de besteiras que se faz "em nome do amor".

Mas... Coração é um bom motor. Se você não estiver com o coração no que está fazendo, melhor nem começar.

* * * *

Eu li em alguma entrevista do Tezza que ele sempre quis contar sua história (dele e a do filho com Down), mas não conseguia achar o jeito certo. Só depois que ele leu o Coetzee, encontrou o "tom" certo. Ele é bastante frio consigo mesmo.
Alguém contou neste Fórum que estudantes ficaram enojados com a forma fria que Tezza descreveu seu relacionamento com a criança (Santa ilusão dos filhos, achar que amor de pai e mãe é sempre incondicional...)

Mas é lógico que ele estava imerso na história. Frieza para contar, coração na história.

* * * *

Procure também um livro de não-ficção, chamado "Demônio do Meio Dia". Sobre depressão. O relato envolve reportagem e depoimento pessoal, cabeça e coração. Muito bom.

Abs
 
nunca percebi ser influenciado pela escrita, até pq sou mto racional, até mesmo nos sentimentos q quero q o texto passe.

mas pela leitura sei q sou. tto é q qdo quero escrever algo d terror, leio contos d terror antes e durante, e qto quero escrever piadas, leio pratchett e adams. é tiro e queda, oq escrevo sai do jeitinho q eu quero. é uma tática p enganar o subconsciente conscientemente.
 
Quando eu tentava escrever algum conto ou algo maior, percebia que existe uma relação com as minhas respostas e o que escrevo.
Tava numa onda de criar histórias com temas envolvendo essa relação existencialista entre homens fracos e mulheres fortes, já de cara dava pra ver que minhas respostas a perguntas simples mudava completamente. Uma pessoa que falasse comigo por msn, seria prontamente respondida por um dos personagens e não pelo autor. O chato é que faço isso sem perceber e acabo sendo grosso quando não tenho intenção.
 
Quando estou triste, nervosa ou preocupada com alguma coisa que não dependa das minhas atitudes para resolver, simplesmente não consigo escrever. Nem uma linha.
 
Nunca fui afetado pelo meu texto. Eu sempre sou afetado e depois escrevo. Mesmo escrevendo sem intereferências emocionais não sou afetado pelo emocional no texto.
 
Bom, eu gosto muito de escrever contos e faço isso com frequência, então vou dizer o que penso e como lido com isso.

De fato é uma coisa considerável, isso que você disse Eragon, e também é fato o que disse o amigo aí em seguida. Existem escritores que conseguem manter-se quase que totalmente nulos em relação a sua história no processo de escrita, e eu realmente não sei como eles fazem isso. Pessoalmente, eu costumo me envolver tanto sentimentalmente quanto psicologicamente. Nunca procurei refletir se isso é causado pelo fato de eu gostar muito de escrever ou se é simplesmente um fenômeno natural originado da frequência com que escrevo.

Dito isso, chegamos aqui: Na minha opinião, o envolvimento emocional ou a intervenção interior de uma história sobre seu autor pode ser causada pelo estado emocional do autor ou situação (como disse o Zzeugma) ou simplesmente pela personalidade do autor. Alguns, inclusive, dizem que isso os ajuda. Dizem que adentrar psicologicamente e emocionalmente no conto os auxilia para entender suas próprias ideias.

Existe uma técnica para isto, eu não sou afetado em absoluto pelo conteúdo do que escrevo ou o que acontece a algum personagem devido à isto, com esta técnica pode-se escrever sobre qualquer tema, mas eu filtro os temas ou então os seleciono muito de acordo com meu gosto, porque acho que seria muita tolice tentar escrever sobre algo que se detesta. Muito interessante. Por exemplo, eu nunca escreveria algo que eu soubesse que iria influenciar de modo nocivo os meus leitores. Gosto de escrever livros que façam as pessoas sentirem-se bem. E nas minhas seleções literárias (e artísticas em geral), tal sistema também prepondera. Se o seu emocional estiver ruim, tudo fica ruim. O ser humano vive principalmente dentro de sua mente, e a maneira como sente e percebe o mundo e a vida ajuda a definir quem ele é, quem ele será, e o que ele fará.
 
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