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Escrevi um livro, e agora?

Anica

Usuário
Matéria muito legal que saiu na revista Bravo!

Quais os desafios enfrentados por grandes escritores para publicar seu primeiro original, como as grandes e pequenas editoras recebem esse material e o que fazer para ter mais chances de ser bem avaliado e passar no vestibular da publicação por uma editora numa época em que, como nenhuma outra, tanta gente diz que escreve
[size=x-small]Laila Abou Mahmoud[/size]

• A seguir, escritores e editores dão alguns conselhos para viabilizar a publicação do primeiro livro

Um jovem escritor de 28 anos decidiu bancar a publicação de seu primeiro livro do próprio bolso. Emprestou dinheiro do pai. Pediu à esposa que fizesse a capa e o levaram à gráfica para impressão. A tiragem foi de mil exemplares, metade deles distribuídos a escritores, críticos e jornalistas. A história pode não parecer tão diferente da que acontece a inúmeros jovens escritores hoje. Mas aconteceu com Sérgio Sant'Anna, um dos principais escritores do país, no final da década de 60.

O processo de publicação do primeiro livro mudou pouco. Novos nomes ainda são riscos para empreitadas comerciais das editoras. A espera pela boa recepção por parte da crítica e a importância de uma indicação de peso permanecem importantes.

O que mudou, no entanto, garantem os escritores, foi a quantidade de pessoas que passaram a escrever. E, muitas vezes, a qualidade do material que enviam."Precisa-se escrever menos e melhor, muito melhor, no país", diz Sant'Anna.

Moacyr Scliar, outro reconhecido escritor brasileiro, editou seus dois primeiros livros por pequenas editoras em tiragens de mil exemplares. "O primeiro meus pais obrigavam os vizinhos a comprar. Teve uma repercussão modesta e defeitos comuns a principiantes. Nunca mais deixei publicá-lo", conta.

Já o segundo, ainda que com circulação restrita a Porto Alegre, teve um diferencial arrebatador para a repercussão: uma resenha elogiosa do renomado crítico Wilson Martins no famoso Suplemento Literário (importante caderno cultural das décadas de 1950 a 1970, idealizado por Antonio Candido e dirigido pelo crítico de teatro Décio de Almeida Prado). "Foi equivalente a ganhar um prêmio literário. Abriu várias portas", recorda.

Há alguns atalhos que os escritores de primeira viagem podem buscar. Oficinas literárias e concursos são alguns deles. Além de incentivarem a produção e a convivência com outros escritores, cursos como esse têm, muitas vezes, antologias como produto final, o que ajuda a divulgar a produção.

Prêmios e bolsas podem vir em decorrência. O escritor Sérgio Sant'Anna diz que a publicação de seu primeiro livro foi fundamental para ganhar uma bolsa da Fundação Ford para o International Writing (Drinkin) Program, na Universidade de Iowa, nos EUA. "Convivi por sete meses com escritores do mundo inteiro e também com gente da cultura e contracultura norteamericana. Isso acabou por influenciar muito o meu livro 'já profissional', Notas de Manfredo Rangel, Repórter", relembra.

Já Antônio Dutra, autor de Dias de Faulkner, teve sua primeira publicação viabilizada por um concurso, o Prêmio Meet 2008 da Jovem Literatura Latino-Americana no Brasil, organizado pela Casa de Escritores Estrangeiros e de Tradutores de Saint-Nazaire (França), que incluía desde a estadia até a publicação. - mesmo já tendo escrito outro livro, o romance Matacavalos, anteriormente.

"O concurso tem a questão da honestidade, da utilização de pseudônimos", considera. Ele também participou de oficinas literárias, como a oferecida por Milton Hatoum na Feira Literária de Parati (FLIP). "Além do aspecto técnico, oficinas são boas para saber que a pessoa que a está ministrando tem as mesmas angústias que você", diz.

Outra alternativa é procurar editoras pequenas. Espécie de trampolim para grandes editoras, elas muitas vezes fazem o "trabalho sujo" de descobrir autores desconhecidos. E pagam o preço disso. A Não Editora, de Porto Alegre, por exemplo, recebe até 30 originais mensalmente, embora publique, na média, 4 por ano. Foi justamente por contar com apenas duas pessoas para avaliá-los que os editores tiveram de dar um tempo na seleção de novos nomes. Antônio Xerxenesky, um dos editores e fundadores da empreitada com outros quatro amigos em 2007, diz que a editora se propõe a publicar de tudo: "de mini-contos eróticos a poemas épicos", desde que se viabilizem financeiramente. Já publicou, inclusive, obras dos próprios editores, algumas delas bancadas pelos próprios autores.

Participar de coletâneas também é um bom começo e um caminho para ser percebido por críticos e editores. Tatiana Salem Levy, autora do premiado A Chave da Casa, por exemplo, foi apresentada pelo escritor Luiz Rufatto, conta Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record. Ele a selecionou para a coletânea 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira, publicada em 2005.

Todas essas opções não descartam, contudo, o tradicional método do envio dos originais para as editoras. Mas se você ainda acredita que o santo do seu original é forte e pretende encarar as peneiras, prepare-se. O vestibular do primeiro livro pode chegar, em editoras como a Record, a 90 candidatos por vaga. Isso porque o preço de um parecer varia, para eles, entre R$ 200 e R$ 350. Pelo custo e pelo tempo, dos 25 a 30 livros que mensalmente chegam à editora, apenas 10 a 12 são avaliados pelos especialistas, segundo Luciana Vilas-Boas. E, desses, apenas quatro são publicados por ano.

Para essa seleção algumas recomendações são importantes. Um contato prévio pessoal mediado por uma indicação de um escritor, por exemplo, é um bom início. E também possuir as características que a editora acreditam ser de qualidade. No caso da Record, por exemplo, experimentalismos não são bem vistos. "É preciso ter legibilidade. Eu não quero publicar mais invenções de linguagem que não conseguem seduzir o leitor culto", diz.

Escrever contos, ainda para a diretora editorial da Record, não é o mais indicado para um primeiro livro. "Há uma resistência muito grande do livreiro", diz, que é sustentada pelo fato de o público preferir romances. "A editora vive em busca de um grande romance". Para Scliar, esse é um preconceito também dos escritores, que optam pela narrativa mais curta achando que ela é mais fácil, o que não é verdade. "A gente tem menos fôlego, então começa pelo texto curto", diz, afirmando que a internet é um bom espaço para a publicação desse gênero.

Embora muitos escritores reneguem seus livros de estreia, Dutra acredita que esse é um risco que se deve correr. Como fez Sérgio Sant'anna. Para o escritor que bancou seu primeiro livro, bons escritores sempre conseguirão ser lidos. "Acredito firmemente que um escritor ou escritora de talento e inventividade sempre abrirá o seu caminho, de um modo ou de outro", avalia. Dutra lembra ainda que o primeiro livro é apenas o primeiro passo. "A dificuldade não é só com o primeiro livro. O segundo também é uma barreira", conclui.

Fonte: Bravo!
 
Eu ainda não consegui passar pela primeira de todas as barreiras. Escrever. Eu escrevo uma boberinha ou outra, mas não sai nada muito bom.

Uma coisa que realmente é meio que de senso comum, isso de contos serem mais fáceis que romances. Cada um tem sua dificuldade na minha opinião. Algumas vezes o conto é até mais complexo. É claro que em um romance, você tem que manter a atenção do leitor por muito mais tempo, muito mais páginas, mas você pode dar um embromadinha, nem que seja pequena. É uma das dificuldades de um conto. Principalmente os contos publicados na internet, que se muito grandes, geram preguiça de ler. Na tela eu acho sempre mais chato. Contos não podem ter muito mais de 10 páginas, que eu saiba, e isso é difícil. Principalmente para mim que sou mestre na arte da embromação (algo que preciso urgentemente concertar, pois não deve ser bom para alguém como eu, que adoraria ser lido e de preferência apreciado).

Quanto a publicação, mesmo eu não tendo passado por isso, sei que é muito difícil. Essa técnica de imprimir por conta própria 1000 exemplares e distribuir para uns jornalistas, críticos, dispostos a ler, é realmente bom. É sempre mais fácil quando se tem uma crítica elogiosa rodando por aí.
Realmente, os escritores atuais brasileiros, os iniciantes, tem que se esforçar para ter em mão algo de qualidade. E não ter em mãos vários 'algos' sem tanta qualidade. E soltando um clichê agora: "qualidade é muito melhor que quantidade". Fiquei impressionado com o tanto que a matéria diz que as editoras recebem de livros, e o tanto que é publicado. :susto:
 
olha esse blog

pois é, to postando uma resposta E fazendo propaganda do meu blog ao mesmo tempo XD
o meu problema é q nao escrevi nada bom ainda q caiba num livro (tenho contos q variam de 30 a 1 pg); tenho uma porcariazinha de cem, mas isso nao importa.
vou continuar tentando e usar essa matéria ali como a minha bíblia

se Deus quiser eu chego em algum lugar :winner:
 

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