Maglor disse:
Eles eram incalculáveis para os Valar justamente pelo fato de serem livre em relação a Deus.
Eles não poderiam ser livres de Deus pois isso os tornaria inexistentes. Eru é onipresente. Essa é a expressão de Tolkien para o livre-arbítrio ou o que os Valar achavam do livre-arbítrio. Eram para os Valar incalculáveis. Mas o que significa exatamente
para os Valar que os eruhíni eram incalculáveis? Significa que eles deveriam ser livres em seu arbítrio em relação a Deus. Essa é uma visão dos Valar, assim como o mal puro e simples de Melkor. A visão de Eru Ilúvatar é totalmente diferente.
Sim, quando da morte o livre-arbítrio em relação ao destino dos Homens era mesmo retirado. Mas se era retirada a opção de escolha após a morte, é porque antes dela eles poderiam escolher livremente[...]
Eu não me refiro quando da morte dos homens ou de seu destino apenas. Eu me refiro do livre-arbítrio (a certeza de que a decisão que um indivíduo toma em sua vida é verdadeiramente individual e não vem de Eru) seja dos Eruhíni ou dos Ainur.
Eru poderia retirar o livre-arbítrio dos seres em vida - e seriam todos como os anões antes de receberam a Chama, apenas controlados - mas isso não acontecia e nem aconteceu.
E por que você acha que isso não acontecia e nem aconteceu? Eu acho que é exatamente o contrário, acho que a Chama Imperecível é a presença de Eru Ilúvatar dentro de cada indivíduo e a prova cabal de que nós não estamos separados ou "livres", se assim desejar, dele. Cada decisão que tomamos vem de nós mesmos E também vem de Eru Ilúvatar. A questão é somente que Eru Ilúvatar, a consciência absoluta, pode "controlar", se você prefere assim, todos as suas criaturas de maneira tal e perfeita, o tempo todo e pra todo o sempre. Ele não se cansaria como Aulë, que eventualmente haveria de mudar a sua atenção para outros afazeres e os anões cairiam inanimados. Porque Eru é onipresente, então sua atenção é absoluta. Então Eru adota os Anões liberando Aulë do fardo ou peso da criação que somente Eru pode suportar.
Essas outras regras, se os elfos podiam ou não fazer isso ou aquilo, se os homens podiam ou não ser maus, se Melkor tinha ou não a opção de cantar o que ele quisesse, são simplesmente partes diminutas da história que o Cara está contando, visto que ele é o Autor e ele escreve o que ele quiser. E você tem razão, o Autor pode sim fazer parte de sua história, como dizem que Tolkien o fez com Tom Bombadill, mas ainda assim ele é o Autor e não precisa seguir as mesmas regras e leis ou ser incluído nos mesmos limites a que suas criaturas estão sujeitas. Ainda assim ele está fora do conto do tempo.
O tema vem da mente do Autor, e muito do resto é feito por aqueles que têm vontades próprias.
Não, a história vem da mente do Autor. Um tema vem da mente de um compositor. Ou, Compositor
D). No caso, essa história foi escrita com muitas canetas de várias cores, uma delas se chamava Melkor, outra muito mais bonita se chamava Manwë, tinha ainda uma terceira que se chamava Fëanor.... de vários tamanhos e grossuras. Ou o tema foi contado com muitos intrumentos, um deles se chamava Melkor, outro se chamava Manwë... etc.
Assim, se ele próprio estivesse agindo no Tempo, e se tudo já aconteceria de acordo com o conhecimento dele, ele próprio restringe a sua liberdade, porque estaria prevendo as próprias ações no Tempo.
Se ele quisesse mudar de idéia tinha todo o direito... todo poderoso do jeito que era.
Eu só acho um absurdo limitar o Onipotente na flecha insignificante do tempo.
Então como você explica a Queda que a raça Humana inteira sofreu?
Ahnnn... vejamos.... vontade de Deus? Nunca te disseram na vida nada do tipo como "Deus
escreve certo por linhas tortas"???