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[eregion3] A queda das sete estrelas [L]

EduAC

Usuário
Autor: Eduardo de Almeida Carvalho (eregion3)
Genero: Fantasia
Titulo: A queda das estrelas

Passaram-se dois dias desde que seu marido Harry tinha partido para a guerra em Varnai. Ariel sentada na poltrona tricotava uma roupinha para o bebê que esperava. Localizava-se perto da janela de maneira que a brisa vinha correr por ali refrescando-a, pois era verão e os dias ali costumavam ser quentes.
Ela pensava Harry quando sentiu um liquido escorrer por suas pernas. Assustada percebeu que era hora. Imediatamente parou seu tricô e gritou. Para sua sorte a vizinha Talra estava ali. Rapidamente veio correndo da copa.
- Ariel, o que foi?
Talra perguntou assustada.
- A bolsa rompeu - respondeu ela.
A amiga surpresa ajudou- a ir para o quarto. Lá a deitou e já colocando na posição de parto. Pediu que respirasse fundo enquanto ia buscar a parteira. Saiu do recinto ao som dos gemidos de dor de Ariel.
Nos momentos que permaneceu sozinha seus pensamentos foram para Harry. Queria ele ali para ver o bebê. Tinha certeza que sua alegria seria tanta que só de vê-lo esqueceria de toda a dor do parto. Mas o destino não quis assim. A guerra os separara. Temia tanto que não retornasse. Assim como todas em Anfalâr que tinham sido separadas de seus maridos.
A dor que sentia não era o que mais a feria e sim o medo por seu marido. Enquanto poderia estar ali junto a ela durante aquele momento, estava em lugar distante lutando, sem saber se iria voltar ou não. Isso a fazia chorar e desejar que a criança que estava para nascer não tivesse que viver num mundo onde os pais não conhecem os filhos por que estão na guerra.
Depois de alguns minutos Talra voltou com a parteira. A elfa baixinha chegou e logo preparou tudo. Assim, todas as coisas necessárias foram levadas para ali. Ariel continuou em trabalho de parto “tranqüila”. Depois de várias horas de gritos de dor de Ariel ouviu-se choro significando o nascimento da criança.
Era um menino muito parecido com o pai, possuía os mesmo cabelos castanhos de Harry e olhos iguais aos da mãe que eram azuis.
A parteira segurou o bebê, cortou o cordão umbilical e entregou a mãe. Ariel exausta do parto ao ver a criança chorou feliz por que tudo correra bem. Olhou para o menino e viu o pai dele. Exatamente aquele que havia conquistado seu coração anos atrás. Então decidiu chama-lo de Geldan. Pois para ela Harry renascia ali.
Depois daquele momento os dias foram felizes. O filho de Talra havia voltado da casa da avó. O bebê de Ariel crescia feliz e saudável. Entretanto as notícias de Varnai não chegavam preocupando as esposas dos que haviam partido.
Um ano se passou e Geldan continuava a crescer forte e bem. Ele já brincava com o filho de Talra que tinha dois anos. Naquele dia ele estava na varanda da casa com o amiguinho, quando Talra entrou na casa de Ariel gritando:
- Ariel, venha, eles chegaram. Nossos maridos retornaram!
- Aonde estão?- perguntou ela curiosa, parando tudo o que fazia.
- Estão na entrada da cidade- afirmou a vizinha.
Exatamente depois de ouvir as palavras da amiga ela saiu em disparada seguida por Talra. Chegando lá viu alguns poucos elfos marchando com as expressões desoladas no rosto. Ficou a procurar o rosto de Harry, mas não via. Começou a sentir-se apreensiva, assim como todas as outras que não encontravam seus maridos dentre os que retornavam.
Ariel não o achando perguntou para um dos que chegavam:
- Por favor poderia me dizer se esses foram os únicos que retornaram daqui?
- Sinto muito senhora não há mais nenhum sobrevivente - afirmou o elfo tentando ser o mais gentil possível.
Foi como se o mundo tivesse caído, suas pernas tremeram mas felizmente conseguiu segurar o baque. Porém não parou por aí, começou a se sentir sufocada no meio daquela gente, então começou a correr desesperada enquanto as lágrimas caíam. Chegou em casa pegou seu filho que brincava, entrou e o abraçou desabando a chorar. Geldan também pranteava mas não era por causa da morte do pai e sim era por que ela o havia separado de sua brincadeira. Afinal ele não podia chorar por quem não conhecia.
Ariel ficou algumas horas sentada ali soluçando, abraçada ao pequeno Geldan tentando não acreditar que aquilo era verdade. Só se levantou dali quando ouviu os gritos da amiga. Ela caiu em total desespero quando soube que seu marido jamais voltaria. Ariel deixou o filho que já dormia, em sua caminhada, enxugou as lágrimas do rosto e foi ver o que se passava com Talra.
Saiu de casa correndo e deu de cara com Talra em frente à cerca, berrando:
- Não é possível, ele não pode fazer isso comigo não tem direito de me abandonar aqui sozinha.
Começou a andar em direção a sua moradia, com Ariel olhando espantada seu comportamento. Preocupada com a amiga se aproximou.
- Tudo bem com você?
Talra virou com uma cara de poucos amigos e respondeu:
- Claro que está tudo bem eu só perdi meu marido para sempre, também terei de criar meu filho sozinha além do dinheiro que terei de arranjar magicamente, mas, Ariel, claro que está tudo bem!
Concluiu suas palavras a amiga entrando pela porteira do quintal e indo para casa. Ariel ficando assustada com os dizeres de Talra temeu por ela. Então seguindo-a também atravessou a porteira no entanto quando botou a mão para abrir a porta, estava trancada. Sua mente logo pensou no pior. Desesperada Ariel gritou:
- Talra abra essa porta, vamos conversar, não faça isso. Eu sei que é difícil mas podemos passar por isso juntas!
No entanto ninguém respondeu. Quase já perdendo as esperanças começou a chorar pela amiga, quando uma idéia veio-lhe a cabeça. Quem sabe, talvez desse tempo. Levantou o vestido até o joelho para que pudesse correr melhor e disparou em direção a casa de sua outra vizinha Mariel cujo esposo havia retornado. Iria pedir a ele para ajudá-la a derrubar a porta.
Yuri, o marido de Mariel, prontamente decidiu ajudar. Chegando lá rapidamente pôs abaixo a porta. Ariel entrou chamando o nome da amiga com esperança de que ainda estivesse viva. No entanto suas previsões se confirmaram, encontrou Talra caída na cozinha com os pulsos cortados. Ariel desconsolada caiu de joelhos no chão, abraçou o corpo e chorou. Yuri ficou triste ao ver aquela cena. Ele se aproximou pôs a mão no ombro de Ariel e disse:
- Sinto que tenha terminado assim.
Ela nada disse, continuou a chorar a morte de Talra. Ele a deixou alguns minutos ali depois a afastou e pediu que fosse para casa. Ariel calmamente atendeu ao pedido e se retirou. Desolada caminhou pensando nos momentos bons com Talra.
Chegou em casa e viu Lucas filho da amiga sentadinho no sofá esperando que a mãe viesse busca-lo, mas mal sabia ele que ela nunca viria. Ariel olhou e teve pena. Se aproximou, o pegou no colo. O menino curioso, perguntou:
- Cadê mamãe?
Ariel comovida, respondeu:
- Sua mãe sou eu.
Disse isso e o levou para o quarto.
 
Tem continuação sim, na verdade tem muito mais que isso. Eu vou postar aqui.

A queda das sete estrelas - Capitulo 1
Passaram-se dezessete anos desde a morte de Talra. Lucas cresceu, assim como Geldan, sendo já quase adultos. Ambos ainda moravam com Ariel e se dependesse dela não saíram tão cedo, pois tinha medo que lhes ocorresse algo de ruim longe de sua proteção.
No entanto os dois já eram grandes e muito difíceis de se manter longe de confusão, principalmente Lucas. Desde o fim da guerra em Varnai o numero de Viúvas aumentara drasticamente no Vilarejo. Como Lucas era um belo jovem ainda mais com o sangue quente da mãe foi fácil arranjar várias amantes.
Com Geldan não acontecia o mesmo. Não querendo dizer que não fosse belo também ou não gostasse daquilo, mas o fato era que sua cabeça voava longe o fazendo ir sempre para pradarias distantes onde vivia as mais incríveis aventuras. Assim não sobrava tempo para pensar nas elfas. Mesmo assim ainda haviam aquelas que suspiravam por ele.
Era mais difícil se meter confusão, no entanto quando se envolvia numa fazia Ariel quase arrancar os cabelos de preocupação. Como aconteceu esse ano.
Era mais ou menos por volta da meia noite e Lucas caía de bêbado na taverna da aldeia. Em vão Geldan tentava levá-lo para casa antes de passar mal. Ele, ao irmão de criação, dizia:
- Chega, Lucas, você já bebeu demais. Vamos para casa.
- Não, vou ficar e beber mais!
De repente a porta da taverna abriu e entrou um sujeito trôpego, andava semelhante a um bêbado, mas não parecia estar e sim exausto de tal forma que suas pernas mal suportavam seu peso. Ele foi adentrando no estabelecimento e começando falar.
- Durante alguns dias tenho vagado pelas Aldeias dessa região em busca de ajuda para encontrar minha filha que desapareceu na floresta de Wilol.
Os ali presentes ao ouvirem o nome do lugar sentiram um frio na espinha e declinaram com a exceção de Geldan que levantou se oferecendo. Sentia dentro dele um fogo queimando, ele o empurrava para o desafio não sabia como.
- É só isso que vocês podem. Um garoto é o único com coragem aqui, bando de covardes – disse vendo que o único a levantar foi Geldan.
Lucas vendo a atitude de seu irmão levantou meio torto e segurou nos ombros dele e começou a sacudi-lo gritando:
- Enlouqueceste Geldan, seu idiota, acabaste de assinar sua sentença de morte. Tu sabes bem o que há em Wilol e conhece o destino dos que lá entram!
Geldan se livrou dos braços do irmão que sacudiam.
- Eu só queria ajudar – exclamou.
- e em algum momento pensou na mãe, sabe como a faz sofrer quando se mete em encrenca?
- Até parece que apenas eu a faço sofrer e você quando some porque está com aquelas piranhas velhas!
Lucas ficou vermelho feito um tomate, irado partiu para cima de Geldan. Como estava alcoolizado foi meio atabalhoado atacar. Seu irmão sóbrio desviou facilmente de sua investida e contra-atacou com um forte cruzado de esquerda derrubando-o. Ia bater mais, no entanto para a felicidade de Lucas os elfos dali o seguraram impedindo Geldan de ferir gravemente seu irmão.
O pessoal da taverna revoltado com o sujeito que provocara a briga o hostilizou. O elfo envergonhado com que causara, falou:
- Não tinha a intenção de provocar nenhuma briga e sim conseguir ajuda para encontrar minha filha, então irei sozinho – retirando se do lugar.
- Espere eu ainda vou com você – exclamou Geldan saindo do meio da confusão e indo atrás dele.
- Não precisa garoto. Fique, parece que tem tantos problemas para resolver quanto eu – disse o sujeito virando e falando frente a frente com Geldan.
- Não precisa se preocupar isso é normal acontecer entre eu e Lucas – esclareceu a situação.
O elfo olhou para ele comovido pela vontade de ajudar, mas com uma expressão de negação no rosto partiu deixando a aldeia. Geldan tentou ir atrás dele e continuar negociando a ida, mas Joatez o segurou impedindo que seguisse.
Joatez era como um pai para ele, desde a morte de Harry havia assumido a responsabilidade junto a sua mãe para ajudar a criá-lo. A amizade com sua família vinha da relação que tinha com seu pai. Assim toda vez que aprontavam lá estava ele a dar bronca junto com Ariel.
Puxou-o de volta para a taverna falando:
- Meu rapaz, não gostei nada do que fez aqui a Lucas, ele é seu irmão não pode tratá-lo como inimigo.
- Mas ele que começou falando de mim. Disse que só eu preocupava a mãe. Esquece que ele também a perturba em seu sono com seus “encontros amorosos”.
- Em vez de vocês ficarem acusando um ao outro porque não param e respeitam mais sua mãe parando de se envolver em confusão.
- Ah!, não dá para ter uma boa relação com Lucas – exclamou irritado Geldan.
- Claro que dá e eu vou te mostrar isso – afirmou Joatez.
Levou-o até seu irmão que estava sentado em uma mesa da taverna. Ele dormia tranqüilamente com a cabeça apoiada nela. Joatez trazendo Geldan junto parou à frente dele e disse baixinho ao pé do ouvido:
- Veja como dá, sente-se aí e converse um pouco com seu irmão e aproveite e faça as pazes.
Joatez se virou para continuar seus afazeres, pois era o dono da taverna. Assim deixando sozinho com Lucas.
Geldan sentou na mesa e o acordou. Ele olhou cheio de sono, mas a raiva ainda estava em seu olhar. Levantou parte do seu corpo que estava apoiada no móvel, ficando sentado direito. Fitou seu irmão com ódio e o interrogou:
- O que faz aqui, Não satisfeito com o que fez?
- Joatez me trouxe aqui para fazer as pazes.
- Que pazes?
- Se não quer minhas desculpas tudo bem assim me poupa trabalho e tempo, é só falar que eu vou embora! – exclamou Geldan levantado para se retirar.
- Tudo bem! Tudo bem! Eu aceito suas desculpas, agora sente! – pediu Lucas
Geldan voltou para onde estava e Lucas começou a falar:
- Eu errei a falar aquilo daquele jeito para você me perdoe, mas não podia deixar se meter em encrenca. Lembra do que aconteceu com minha mãe, Talra, por causa da morte de meu pai, se alguma te ocorre Ariel não iria agüentar e eu perderia minha segunda mãe.
Geldan ficou surpreso com a confissão do seu irmão e também confessou:
- Não pude resistir quando aquele sujeito falou daquela floresta alguma coisa me empurrou tive de levantar.
- Mas, geldan, que impulso é esse que não pode agüentar?
- Sei lá, só sei que acende um fogo em meu coração quando Wilol é mencionada. Lucas tenho que ir lá, sinto algo esquisito e para descobrir qual o seu significado Wilol é começo.
Seu irmão ficou parado sem nada a dizer, tentando entender direito às palavras de Geldan. Depois de alguns segundos falou:
- Como assim ir lá?
- Partir rumo a Wilol – respondeu sem medo Geldan
- Está delirando, isso é loucura.
- Eu sei, mas sinto que nossas vidas dependem disso.
- Só que se formos lá aí que não teremos mais vida. Tu sabes bem aquilo é morte certa.
- Mais meu coração me empurra – retrucou Geldan.
- Seu coração está louco, eu digo é melhor irmos para casa que já é tarde e nada melhor do que uma noite de sono para acalmar os desvaneios de hoje – Terminou o assunto Lucas.
Assim concluíram aquela conversa e foram para casa. Despediram-se de Joatez e saíram da taverna subindo a rua em direção ao lar. Chegaram lá estava tudo apagado significando que Ariel dormia. Entraram devagarzinho para não acorda-la. Dirigiram-se ao quarto lentamente, foram caminhando pelo corredor. Ali rapidamente tiraram os sapatos para dormir. No entanto único a dormir foi Lucas por que Geldan ficou acordado pensado, até não agüentar mais e levantar, arrumar suas coisas e partir.
Saindo ele desceu a rua e tomou a direção para Wilol. Olhou para o horizonte cheio de colinas encobertas da nevoa noturna e quis ver o paredão verde da floresta.
 
Última edição:
O texto que eu postei primeiro é o prologo da historia. Esse é o capitulo Um, é uma historia que fala sobre dois jovens elfos e suas aventuras e um contexto politico de guerra por trás dessa aventura deles.
 
Hum... Legal. Gostei do primeiro capítulo, apesar de ele só ter aumentado minha curiosidade... :lol: Dá pra ver que os dois irmãos têm personalidades bem diferentes e que adoram uma confusão. Vou aguardar o próximo capítulo.
Uma pequena dica: tome um pouco de cuidado na pontuação. Notei que você deixa de colocar vírgulas em alguns períodos em que elas seriam necessárias e tornariam a leitura ainda melhor. No mais, muito bom! :D
 
É eu sempre tive problema com a pontuação mesmo quando escrevia, essa historia tinha sido postada aqui na valinor na area de fanfics, mas lá ela não tá revisada e só vai até o final do capitulo 3 acho eu. A historia em si vai muito além disso. Eu parei de escrever recentemente no capitulo 3 do livro 2 hehe. Anyway vou postar o capitulo 2 aqui :)

A queda das sete estrelas - Capitulo 2
Amanheceu tranqüilo na Aldeia. Como todo dia Ariel levantou cedo para preparar o café. Olhou pela janela o sol brilhar por entre as colinas, sentiu-se bem e pensou “nada como um dia novo para renovar o animo”. Estava pondo a comida na mesa quando Lucas entrou bocejando e sentou. Olhou faminto para a refeição, mas Ariel sinalizou para ele esperar o irmão. Lucas não entendendo afirmou:
- Mas ele já levantou, Ariel.
- Ainda não.
- Levantou sim, não está no quarto – reafirmou Lucas
- Que estranho eu não o vi por aqui.
- Deve ter tido ataque de sonâmbulo e ido dormir na sala, quer ver Lucas – concluiu Ariel indo procurar.
No entanto nenhum sinal dele ali, foi no seu quarto idem, foi no quarto dos dois também nada e por foi ao quintal para ter o resultado, ou seja, nada dele em casa. Ariel voltou para cozinha e perguntou a Lucas:
- Lucas o Geldan te disse se ia sair hoje cedo?
- Não ele não falou nada.
- Ué onde se meteu esse menino? – perguntou a si mesma.
Lucas começou a suspeitar para onde Geldan, só podia ter ido a Wilol. Quando tirou essa conclusão deu um soco na mesa de raiva, afinal de contas tinha pedido para não ir. Acalmou suas idéias e ficou a pensar. Chegou a uma conclusão, tinha que traze-lo e para isso só havia uma coisa a fazer.
Levantou da mesa e foi até onde Ariel estava. Ela no fundo do quintal, se localizava, sentada em pedaço de troco com as mãos apoiando a cabeça. Pensava no paradeiro de seu filho quando Lucas chegou e falou:
- Ariel por que você na vai a taverna e ver se ele está lá, talvez tenha ido cedo para lá e esquecido de avisar.
- Boa idéia Lucas – disse ela indo.
Deu certo em sua primeira parte agora só faltava trazer seu irmão de volta. Com falsa possibilidade dada Ariel dava tempo de pegar suas coisas e partir. Assim fez, colocou tudo necessário para uma pequena viagem em sua mochila e pé na estrada.
Geldan nem procurava pensar na reação de Ariel em casa. Não imaginavam sua tristeza quando soubesse de sua fuga. Apenas queria continuar andando e chegar o mais rápido possível a Wilol. Uma parte queria que voltasse enquanto outra o impelia para frente, naquele momento a parte rumo a Wilol ganhava.
Sozinho seguia pelos prados sempre em direção as colinas enevoadas no horizonte. Já distante de casa caminhava por entre a pradaria verde amarelada quando parou e olhou para trás em direção à aldeia. Só a linha do horizonte aparecia, estava tão longe de casa que nem a sombra de seu lar via mais. Geldan pensou na possibilidade de nunca mais voltar, sua imaginação foi direto para a imagem de sua mãe triste recebendo a noticia de sua morte, ela tentava não acreditar, mas Joatez vinha e lhe dizia que haviam achado o corpo e o tinha reconhecido. Ariel caía de joelhos chorava de jeito melancólico e extremamente triste, mas não escandaloso, naquele momento a imagem foi sumindo, sendo substituída por um cemitério onde podia ver um túmulo, o seu.
Espantado com aquela visão, uma lágrima escorreu pelo seu rosto e a parte que queria voltar quase venceu a que não queria. Com muito esforço deu as costas para seu lar e continuou sua estrada.
Seu caminho era ir até Dateri e depois perguntar como ia para Wilol, mas primeiro tinha de atravessar aquela planície chegando à base das colinas do horizonte, isso durava mais ou menos um dia de viagem.
Conhecia bem a estrada até Dateri, lembrava de muitas vezes quando era mais novo indo para lá. Algumas das vezes que brigava com sua mãe fugia para lá. Foi numa dessas que conheceu seu grande amigo Tergol. Esperava conseguir sua ajuda para chegar até a floresta.
Tantos pensamentos na cabeça, tantos passos dados e havia esquecido de comer. Seu estomago gritava em sua barriga. Não comia desde ontem quando jantara na taverna, por isso estava com uma fome absurda. Por esquecimento, só tinha pegado em casa algumas maçãs.
Parou e pegou duas e comeu. Elas o satisfizeram durante um tempo. Já sem fome continuou a caminhar. Agora, saindo do matagal entrou em uma pequena trilha de terra batida que poucos conheciam. Ela era um atalho para Dateri que Geldan havia descoberto numa de suas fugas. Por ele economizava um dia de viagem em relação à estrada conhecida que dava uma volta em torno das pradarias.
No entanto aquele caminho era mais perigoso, pois passava pelo pântano de Flaug um lugar cheio de poças de lodo que se pisasse era tragado rapidamente para nunca mais voltar à superfície.Essa trilha há muitos anos atrás fora feita pelo povo de Harsaiü na época da perseguição aos adoradores de Fal Rah. Era um caminho de fuga dos exércitos Harsaiürianos em caso de derrota.
Ele seguia ainda um tempo pela pradaria até entrar nos charcos onde a trilha ia por uma sinuosa faixa de terra firme cercada de poças. Se fosse só isso seria fácil atravessar, no entanto, o problema era que como ela era muito antiga havia partes onde o trecho firme tinha afundado, ou seja, o viajante era obrigado a saltar e ainda tinha mais havia pedaços que enganavam pois parecia seguro mas não era e se pisasse já era.
Geldan estava tranqüilo sabia exatamente como cruzar aquele obstáculo, era simples nos trechos onde a distancia para saltar fosse grande era só subir numa das arvores que rodeavam a trilha e andar um pouco cima dela e depois voltar à estrada, alem disso tinha ao caminhar um galho que usava para testar o solo, assim evitando cair em pedaços enganosos.
Em poucas horas atravessou Flaug, mas a parte mais longa e cansativa da viagem apenas ia começar. Nesse trecho a trilha saia do pântano e seguia pela base das colinas durante um bom pedaço até começar a subir. Naquela parte deixaria a trilha e adentraria no bosque das raposas onde ele achava realmente perigoso diferente de Flaug que apenas bastava conhecer o lugar. Já o bosque não era simplesmente conhecer o lugar tinha de ter uma boa dose de sorte para conseguir atravessá-lo.
Mas Geldan era corajoso e pretendia fazer aquele caminho até o anoitecer para acampar já bem perto de Dateri, faltando apenas o trecho final. Pensando assim ele começou aquela parte. Ali a trilha deixava de ser terra batida e passava a ser pavimentada com pequenas pedras de forma quadricular. Ela ia serpenteando por entre os pés das colinas até perder de vista.
Andava rapidamente queria ganhar tempo. Calculava mentalmente o tempo antes de o sol se por e chegou a conclusão de que não daria para fazer o planejado por isso aumentou o passo. No entanto parecia não dar certo, pois o dia passava rapidamente indicando em breve inicio da noite e isso era ruim. Por que se estivesse no bosque no meio da noite seria o fim. Era morte certa atravessá-lo de noite, no entanto se parasse e esperasse o próximo dia perderia o dia de vantagem e como tinha certeza que estavam a sua busca, provavelmente quando chegasse a Dateri eles o encontrariam e o mandariam de volta para casa. Não podia arriscar, de dia ou de noite entraria no bosque.
Ocorreu de chegar lá quando o sol se punha. Não havendo jeito de evitar. Saiu da trilha e pisou no gramado verde da colina deparando-se com parede verde do Bosque das Raposas. Sem medo caminhou rumo a ele, iniciando assim a parte mais difícil de sua viagem.
 
Sabia que o Lucas ia ir atrás do irmão! :hihihi: Acho que os dois vão acabar indo juntos à floresta... Fora isso não arrisco palpites, mas tenho certeza de que passarão por muitas aventuras nos próximos capítulos. Estou gostando do ritmo da sua história.
Ah, cada um tem suas dificuldades de escrita, isso é normal. Mas assim como eu gosto que os outros me digam se notam algum vício de escrita meu (se repito muito as palavras, se estou esquecendo alguma coisa,...) gosto de dizer aos outros também. Normalmente, são coisas que não percebemos enquanto estamos escrevendo. :yep:
 
É geralmente eu vou escrevendo sem me preocupar com a ortografia, depois eu deixo a historia descassa um tempo e reviso. As vezes eu acho alguns erros monstruosos, mas em geral é a falta de um S ou uma ou outra palavra comida, mas deixa eu ir postando aqui o capitulo 3.

A queda das sete estrelas - Capitulo 3
Entrou no Bosque, a luz sumiu deixando o lugar em penumbra. Geldan caminhava muito atento e procurando fazer menos barulho possível.
Não havia trilhas ali, o único jeito era seguir por entre as arvores que, aliás, eram belíssimas, todas formando uma obra de arte da natureza. Bastava observar os pinheiros, os carvalhos, as bétulas e até mesmo as flores brancas do chão balançando com o vento.
No entanto existia um pesar ali, a Gangue Garbaloiü. Conta a história que o bando era um povo habitante do norte há muito tempo atrás, na época da unificação em Anfalâr. O primeiro Hazur com interesse em suas terras atacou e os expulsou para as Colinas e Bosque das Raposas. Revoltados eles formaram um grupo armado e começaram a atacar aqueles que passassem, roubando e algumas vezes até matando. Com o passar dos anos e com os freqüentes ataques aos viajantes de Anfalâr surgiram histórias de que fossem servos de Fal Rah com missão de atormentar os filhos de Al Litüe, mas tudo não passava de uma mentira.
Infelizmente como quase todo mundo, Geldan acreditava nesses boatos. Isso viria a complicar muito sua vida.
Com o sol já posto, sem quase luminosidade nenhuma, a não ser pela luz da lua que penetrava raramente no teto negro do bosque. Geldan continuava sua trajetória. Agora com muita dificuldade pela escuridão. Andava sempre em busca de clareiras onde procurava sempre encontrar a melhor visão para caminhar.
Agora andava rumo a uma a quinhentos metros a sua frente. Ia tateando as arvores tentando sempre evitar colisões. Mas no meio do caminho esbarrou em alguma coisa e caiu, olhou para ver o que era, viu uma forma negra parada a sua frente,no entanto não conseguia identificar direito o que realmente era. Então tolamente gritou:
- Servo da escuridão deixe-me passar!
Levantando-se e indo a direção a forma ataca-la. Ela muito rapidamente deu um passo para o lado esquivando-se e voltando-se para ele pegando-o de costas. Antes que pudesse fazer algo a forma o imobilizou, falando:
- Se tentar alguma coisa morre.
Geldan ouviu e se espantou. Era uma voz feminina. Será que aquela forma era uma mulher? Ia falar quando recebeu uma pancada na cabeça e desmaiou.
Acordou com uma tremenda dor de cabeça e o sol na cara. Foi tentar proteger os olhos com a mão mas não pode pois ela estava amarrada também não podia mexer o corpo por que estava todo amarrado.
Localizava-se preso a um tronco fincado no chão em meio de uma clareira. Naquele momento sozinho, mas logo apareceu alguém. Era um dos integrantes do bando usava uma capa longa cor marrom meio acinzentada, ela possuía uma gola grande que tapava o rosto deixando apenas aparecer os olhos. O individuo possuía longos cabelos loiros e olho azul, armado com uma faca curta e um arco longo.
O sujeito se aproximou e começou a falar:
- Comece a falar o que fazia aqui, antes que os outros do meu bando apareçam e você tenha um desagradável interrogatório.
Geldan reconhecia essa voz. Era aquela de ontem. Tinha o mesmo tom feminino.
- Quem é você? – indagou Geldan.
- Não importa. Diga longo o que fazia aqui?
- Não sabia que na Gangue de Garbaloiü havia mulheres.
- Tudo bem se não quer responder minha pergunta, vou embora e deixar que os outros cuidem de você, a escolha foi sua.
A elfa de rosto coberto foi embora. Geldan ficou sozinho mais um tempo até aparecerem três sujeitos vestidos do mesmo jeito que ela. No entanto traziam um brilho diferente nos olhos. Algo de tom cruel. Entretanto quando um se aproximou reconheceu seu rosto, baixou a mascara e falou:
- Geldan, que faz aqui?
Ele também reconhecendo o sujeito exclamou:
- Tergol?
Tergol virou para seus companheiros ordenando:
- Soltem-no imediatamente.
Os dois sem questionar foram até Geldan e cortaram as cordas. Caiu de joelhos chão assim que foi solto, mas imediatamente se levantou avançando para Tergol gritando:
- Seu traidor mentiu para mim, é um servo de Fal Rah!
- Não está enganado, nos não somos servos dele. - disse Tergol espantado com fúria de Geldan que se não fosse pela presença dos companheiros do outro teria o atacado.
- Então se não são o que fazem aqui atacando os viajantes?
- Nós não atacamos mais os viajantes inocentes.
- Por que me atacaram?
- Porquê achamos que fosse um inimigo.
- Que inimigo está falando? – indagou Geldan intrigado.
- Harsaiürianos.
- Mas eles não sumiram há muitos anos?
- Não totalmente, e agora estão crescendo novamente. Por isso capturamos você achando que fosse um deles. Pois ultimamente muitos têm circulado por aqui.
Geldan mais calmo perguntou:
- Mas o rei deles não tinha morrido na segunda batalha?
- Sim, no entanto seu espírito maligno sobreviveu de alguma forma se escondendo em Wilol, Agora ele se revelou novamente para seus servos. Já reconstruindo sua Antiga fortaleza de Tarak.
De repente bateu em Geldan um desejo crescente de ir até Wilol. Dentro de sua cabeça ouvia cada vez mais alto uma voz o chamado:
- Venha meu fiel servo, siga a escura estrada e chegue a mim.
Ele olhou em volta a procura de quem partia à voz, mas não viu ninguém que tivesse dito aquilo. No entanto continuava desesperadamente a olhar em volta e nada sempre. Tudo começou a girar e escurer. Foi quando perdeu a consciência.
Entres flashes de imagens indistinguíveis, viu sua mãe gritando e pedindo para voltar que ele não era assim antes, era bom.
 
Parece que minha hipótese estava errada. :lol: Não vou mais tentar adivinhar a continuação. Cada capítulo está sendo surpreendente... Vou continuar acompanhando.
 
A partir dessa parte a historia é inedita aqui na valinor, a que tava publicada na area de fanfic acredito eu ia até a o final do capitulo 3.

A queda das sete estrelas - Capitulo 4
A noite bateram na porta do curandeiro da cidade. Ele abriu estava com cara de sono havia sido acordado.
- O que querem? Perguntou ele ao grupo de elfos encharcados pela chuva.
Um elfo abaixando a mascara respondeu:
- Precisamos de sua ajuda.
- Para que?
- Tem que trazer um de volta.
- Há quanto tempo ele está assim?
- Umas três horas.
- Tragam ele para dentro não temos muito tempo
Os outros elfos do grupo entraram carregando uma padiola, nela estava um corpo inerte.
Depois de arrumar suas coisas saiu de casa e tomou o rumo a Dateri. Não acreditava naquilo quando pegasse seu irmão o encheria de pancada, tinha falado para ele não ir e mesmo assim o fez, havia ignorado seu pedido. Não queria imaginar quando Ariel soubesse de tudo como ficaria, pelos menos quando trouxesse Geldan de volta seria o queridinho.
Caminhou rapidamente pela rua principal da aldeia, ela ia descendo levemente a encosta passando por casas, ferrarias, estábulos e algumas vendas de frutas e verduras para continuar nos pastos verdes e lavouras, no final ela fazia uma curva e se juntava a estrada que ia para Dateri.
Lucas parou bem onde a rua se juntava à estrada, estava indeciso. Será que era aquilo mesmo que queria fazer, iria deixar Ariel naquele momento difícil, tudo bem que iria atrás de seu irmão doido, mas Joatez podia cuidar disso, no entanto será que conseguiria encontra-lo? Seu irmão conhecia aquelas bandas muito bem, facilmente daria um nó no taverneiro.
Meio que a contra gosto seguiu rumo as pradarias verde-amareladas, ia pela estrada até Dateri sabia que Geldan tinha pegado aquele atalho pelo pântano, mas ele não se arriscava a ir por ali. Não gostava andar por esse caminho, principalmente atravessar aquele lugar malcheiroso e traiçoeiro. Portanto preferia perder um dia que a vida sugado por brejo fétido e nada ajudar sua mãe.
Amanheceu, os passarinhos cantavam sua musica alegre as flores desabrochavam e os pequenos insetinhos voavam para lá e pra cá colhendo pólen. Enquanto isso Geldan acordava com uma terrível dor de cabeça vindo de pesadelo terrível e esquisito sentia se estranho, um misto de tristeza e culpa.
Abriu os olhos estava de volta ao bosque das raposas, num lugar lindo da floresta semelhante a um jardim. Cheio de flores como violetas, aquelas flores do mato que ninguém sabe o nome e outras. Geldan não estava sozinho Tergol o acompanhava, esperava ali próximo em pé ele acordar.
Ele se levantou e Tergol logo foi falando:
- Finalmente acordou. Por pouco não levanta mais, pelos menos como você.
Geldan se erguendo e colocando a mão na cabeça, pois essa doía muito, perguntou:
- O que aconteceu, quem me chamava, quanto tempo dormir?
- Olha Geldan não posso responder suas perguntas, mas posso dizer que está tudo bem com você.
- Por que o que aconteceu comigo?
- Mesmo que te dissesse não entenderia, não precisa se preocupar com isso, só deve saber que já esta tudo bem.
- Mas porque não entenderia?
- Olha vamos esquecer esse assunto ta. O que importa agora é voltar para casa e esquecer essa historia toda.
- Como assim esquecer tudo e aquele pai sem a filha e aquela filha perdida em Wilol, como eles ficam?
- Geldan essas coisas não lhe dizem respeito e mesmo se dissessem não havia nada o que pudesse fazer, portanto deixe isso a quem deve e volte para casa, pois sua mãe deve estar preocupada.
- E quanto a você o que vai fazer?
- Eu?... Tenho que resolver uns negócios lá no norte, mas posso leva-lo até Dateri e de lá irá sozinho.
- Tudo bem então vamos.
Assim partiram deixando aquele lugar bonito do bosque das raposas e indo a direção de Dateri, e aquele momento foi o ultimo entre Geldan e Tergol, pois após ele vieram as tristes batalhas no qual o destino de Anfalâr foi decidido.
Seguiram subindo a colina até um grande e velho carvalho de tronco meio acinzentado, ali viraram para o leste. Andaram um bosque composto de abetos e bétulas, ele era levemente inclinado na encosta da colina, seu chão era úmido e cheio de musgo da cor verde pálido.
Foram em linha reta de vez em quando pulando uma ou outra raiz nodosa levantada. Chovia agora levemente, com um fraco vento vindo do sul, aquilo significava o inicio do fim do verão. Era um sinal ruim, pelos menos os elfos interpretavam assim, já que costumavam fazer previsões através da natureza e quando observavam uma estação indo embora mais cedo queria dizer que algo não estava certo e alguma coisa ia mudar.
Tergol ao observar essa mudança ficou perturbado, parou de andar se virou para o norte olhou na distancia das colinas e bosques.
- Algo de estranho está acontecendo, o verão está indo mais cedo.
- É eu também percebi, o que será?
- Não sei, mas não é bom. Pode ser grave, desculpe Geldan não poderei ir com você até Dateri. Tenho ir para outro lugar urgentemente agora.
- Mas...
Não deu tempo nem de Geldan concluir frase, Tergol já tinha ido, corria para o norte já bem longe do Jovem.
Agora de novo teria que seguir seu caminho sozinho, no entanto para onde?
 
Hum, parece que os irmãos irão se encontrar e que algo grandioso e ruim vai acontecer. A partir desse capítulo a história era inédita, então?! Legal. Já tem muitos capítulos prontos ou ainda está em progresso?

Adorei a expressão:
aquelas flores do mato que ninguém sabe o nome
:lol:
São flores silvestres :yep:
 
É eu não sabia o nome ai arrisquei aquela flor que ninguem sabe o nome :P Ainda tenho alguns capitulos até onde chegar a parte que parei de escrever. Vou postar o capitulo 5 aqui.

A queda das sete estrelas - Capitulo 5
Lucas corria, mas que encrenca se metera. Não entendia como podia ter acontecido aquilo. Estavam perseguindo ele por um simples mal entendido. Não os fizera nada No entanto não compreendia que o motivo de ser perseguido não tinha nada a ver com suas atitudes em relação a alguém e sim com o chamado de Fal rah e sua ordenança.
Procurou a primeira porta da primeira casa e entrou, a fechou atrás de si. Encostou-se nela e deixou-se cair sentado no chão. Colocou as mãos na cabeça e suspirou fundo. Afinal o que estava acontecendo, achava que era com ele, mas agora ao ver Dateri como uma praça de guerra não entendeu mais.
Talvez você que ouve essa historia ache que não haja nada confuso em uma cidade está uma praça de guerra, é claro que não haveria se fosse uma batalha contra um povo invasor e não contra seus parentes, vizinhos e amigos. Daí partia a confusão de Lucas, pois nada explicava aquela carnificina.
Começaram a bater na porta, tentavam arromba-la. Gritavam alto, falavam sobre guerras passadas que o tempo havia varrido da memória da maioria dos elfos.
- Saia daí Hazuri traidor venha e mostre que não é um covarde.
Lucas engatinhou para perto da mesa que havia no recinto. Ali levantou, olhou envolta procurando por alguma coisa que usasse como arma, não tinha nada que pudesse ter essa utilidade, era apenas uma sala de estar comum com poltronas e sofás.
Quebraram a janela e começaram a pular para dentro. Eram três, um elfo e duas elfas, carregavam foices e enxada. Tinham suas faces sujas de sangue, provavelmente de seus amigos e parentes.
- Tente fugir hazuri desgraçado, pois não conseguirá, seu sangue irá lavar está terra suja pelo povo do imperador.
- Porquê me perseguem que fiz a vocês?- indagou Lucas correndo para a cozinha.
O elfo o seguiu, as outras foram atrás de pessoas que também estavam na casa. Ao entrar foi falando:
- É chegada a hora da vingança, hahahaha!
Lucas correu em direção a pia procurou no porta talher por uma faca, garfo ou qualquer coisa pontuda, encontrou um cutelo mais ou menos afiado. Virou já armando a defesa, mas era tarde o elfo já estava em cima. Vinha com a foice para golpeá-lo. A sorte de Lucas foi que conseguiu segurar seu braço e impedir o desfecho do golpe.
Entretanto o desgraçado era forte, travaram uma batalha ali naquele instante.
- Não adianta sua luta hazuri se pode até me matar hoje, mas amanhã seremos mais e mais vingaremos todos nossos ancestrais e será o fim do império da aurora.
- Nunca conseguirão vencer as muralhas de Toriah que são altas e grossas não há ninguém nesse mundo que consiga toma-las.
O elfo tentou uma nova investida aumentando a força no braço, mas Lucas conseguiu segura-lá no ultimo instante quando a lamina encostou sua cara, ela provocou um pequeno corte.
- Hazuri acredita mesmo nessa historia, nenhuma muralha é invencível nem mesmo a de Toriah.
- É claro que não, o imperador nunca deixaria que isso acontecesse.
- Tolo hazuri há muitas coisas nesse mundo que são mais poderosas que seu imperador.- afirmou seu inimigo tentando novamente.
Infelizmente era verdade o que o elfo dizia, por exemplo, o próprio Fal Rah era muito mais forte que o imperador, apesar de ter sido derrotado por ele na segunda batalha, pois sua aliança com Zares e Iaron lhe dava poderes inimagináveis, enquanto o hazur era apenas um elfo comum, apesar de sua sabedoria e força.
Lucas agora não correu riscos, conseguiu impedir seu golpe antes que chegasse a ameaça-lo. Agora era sua vez iria contra atacar, poria um fim a isso. Seu braço que segurava o cutelo assim como o outro continha o ataque inimigo, ou seja, não podia usar os braços para atacar.
Mas naquele momento infeliz, seu inimigo vacilou e sua força diminuiu, isso possibilitou a Lucas lhe dar um chute e afasta-lo. Não houve tempo do elfo tentar se recuperar, Lucas não querendo saber quem era aquele ou se a vingança era chegada, desferiu o golpe. Ele acertou no pescoço, a lamina entrou mais de dois centímetros na carne do adversário tamanha foi à força do golpe.
O elfo olhou horrorizado o sangue jorrar da ferida e em convulsões de dor tentou parar o sangramento, mas já era tarde demais estava morto.
Lucas não parou para olhar a morte do inimigo, saiu correndo da cozinha. Foi quando ouviu um grito de desespero:
- Socorro, por favor, socorro!- uma voz feminina.
Ela vinha do quarto que ficava no final do corredor. Lucas correu para lá, estava assustado, pois participava daquela carnificina. Ultrapassou o portal entrando no quarto, não há palavras para descrever o horror que acontecia ali.
Havia um elfo morto na cama, seu sangue escorria e sujava todo o cômodo. Num canto estava uma elfa horrorizada encolhida a chorar e pedir socorro, enquanto que em pé estava outra com os braços machados de sangue até os cotovelos a segurar uma foice, rindo e praguejando:
- Maldita porca suja pare de chorar e gritar, senão o seu sofrimento será o dobro!
Ela ia em sua direção, quando Lucas avançou e com um golpe enterrou o cutelo em seu crânio, a mulher imediatamente morreu. A coitada encolhida se assustou e gritou ainda mais alto.
- Não, não calma, está tudo bem, eu sou amigo, não vou lhe fazer mal.- Exclamou Lucas tentando mostrar que é amigo.
- Quem é você? – perguntou ela a soluçar.
- Meu nome é Lucas, e estou tão perdido aqui quanto você. Por acaso sabe o que ocorre?
- Não.- falou ela em tom cabisbaixo e triste.
Ele vendo a tristeza da elfa ficou em silencio. Olhou para o corpo do homem na cama e sentiu pena.
- Conhecia ele? - Perguntou a ela.
- Sim, era meu pai.
- Sinto muito.
A elfa olhou em direção a parede tristemente e chorou baixinho.
- Sei que está mal pela morte de seu pai, mas temos que sair daqui, logo aparecerão outros.- disse oferecendo a mão para que ela levanta-se.
A jovem segurou e levantou, seguiram para fora dali. Tinha de achar seu irmão, isso ele não estivesse morto á essa hora, mas onde estaria ele agora? E Ariel como estaria? Será que tudo aquilo se resumira á ali ou acontecia em todos lugares? Não sabia, estava confuso, sentia-se perdido e queria fugir para bem longe onde ninguém o achasse, mas não podia porquê tinha seu irmão e sua mãe que estavam em perigo. Não era nenhum herói, mas era seu dever salva-los.
Iria para a aldeia procurar sua mãe como não sabia onde estava Geldan, só depois que ia procura-lo. A elfa que acabara de salvar não podia ficar sozinha então levaria a consigo.
- Vamos para a aldeia de Sartyud.- Afirmou Lucas assim que saíram da casa.
- Mas não era melhor irmos a Wasta onde poderemos estar mais seguros – questionou a afirmativa de Lucas.
- É porquê antes tenho que achar minha mãe que está em Sartyud.
Dateri agora queimava, todos haviam sumido só restavam os corpos daqueles que tinham morrido. Foram até a praça onde se via arder os edifícios e as casas.
- Gostaria de entender tudo isso.- disse Lucas.
- Eu também.- falou a elfa.
Geldan agora seguia sozinho pelo bosque das raposas. Parou em uma pequena clareira iluminada pelo sol da manhã que entrava em pequenos fechos por cima das copas das árvores. Ele banhava com seus raios pequenas flores de mato.
Ele se sentou numas das raízes de um abeto em ficou a pensar. Será que valia a pena desistir de tudo, agiria como um covarde e correria para os braços de sua mãe em vez de ajudar alguém que precisava. Mas também pensava que aquele assunto não o dizia respeito, no entanto achava que podia ajudar. Então porquê não se meter? Decidiu, seguiria para Wilol ao invés de voltar para casa.
Virou-se para o nordeste, não ia nem passar por Dateri iria direto para Wilol. Começou a subir a colina em diagonal em direção do vento sul, a contornaria e depois desceria e chegaria a campos verdes que terminariam na floresta.
De repente o sopro do vento se tornou gelado lhe dando uma sensação de calafrio, sentiu algo de estranho, era como alguma coisa muito ruim fosse acontecer a partir daquele momento. Podia quase que ouvir um lamento sendo carregado pelo ar parecia hediondo, pronunciado por alguma criatura que queria vingança.
Assustou-se quando ouviu aquilo começou a correr.Disparou subindo a colina. Sentia a transformação anunciada pela natureza se concretizar, queria chegar a floresta o mais rápido possível, tinha o pressentimento que ela era o centro de tudo.
Corria com suas compridas pernas contornando a colina, em sua rápida passagem percebeu as criaturas do bosque assustadas, passarinhos á àquela hora já iam para o ninho, pequeno roedores também e até as raposas.
Estranhou tudo aquilo, se perguntava mas que diabos estava acontecendo? Não sabia como responder aquela pergunta, só tinha certeza que devia ir para Wilol. O destino para onde ia era perigoso, entretanto ignorava pois o entendimento daquele mistério valia mais que qualquer perigo.
Parou um instante ofegante recostado sobre uma árvore próxima a um pequeno penhasco. Dele dava para ver os campos alem da colina, eram verdes vivo e havia pequenas manchas negras que avançavam para o norte, Geldan não pode identifica-las. Não gostava delas pareciam algo maligno.
Eram um sinal ruim, não estaria sozinho em sua viagem. Aquele era o verdadeiro empecilho em sua viagem até ali, mas não importa o que fosse continuaria. Deu fim ao seu descanso, seguiu uma trilha que partia da onde estava.
Ela subia o resto da colina zigue-zagueando a uma inclinação leve. Geldan foi andando por ela agora mais lento sem correr. Aquela parte do bosque era mais fechada com as arvores muito perto das outras, não havia vegetação rasteira. O chão era um misto de barro e lama.
Depois de quinze minutos chegou ao topo. Era um pequeno patamar redondo sem arvores a trilha continuava depois dele. Descia agora em linha reta por um bosque não tão denso como na subida.
Geldan começou a descida lentamente, tinha medo de escorregar. Chovia de leve e o chão estava um pouco molhado. Com passos cuidadosos em meia hora desceu a colina chegando ao plano. Ali o bosque ainda continuava por mais algumas milhas, mas já bem menos denso e com o ligeiro aparecimento de vegetação rasteira nos espaços entres os abetos.
Ele voltou a caminhar rapidamente, o dia já chegava a sua metade e não tinha tempo a perder. Nem ligava para a fome que sentia, desde que o sol raiara não comera nada e tão cedo pararia, só talvez quando chegasse aos campos.
O bosque das raposas tão perigoso e mal falado já estava quase no fim e Geldan se sentia aliviado, afinal dessa vez quase não acontecera nada com ele o inimigo que acreditava ter era amigo e tudo ficou bem no final.
Os abetos começavam a se afastar, o caminho se tornava mais aberto, a grama crescia abundante no chão, era o fim, tinha acabado o bosque. Geldan parou e suspirou o ar do campo, sua mente se encheu de vigor. Sabia que dali para frente nada seria fácil que sua grande aventura tanto imaginada em sua cabeça estava para começar.
Abriu os olhos, viu a imensidão verde á frente. O vento a balançar a relva, os pequenos arbustos e até algumas distantes bétulas de folhas já amareladas como a se preparar para o outono e posteriormente o inverno.
Continuou seu caminho, três dias de viagem o separavam de Wilol.
Tergol corria subido a colina em direção ao norte, precisava rapidamente chegar a Vila Garbaiöu. Ela ficava muito depois do bosque das raposas lá perto do leito do Arnen. No total eram uns quatros dias de viagem.
Aquela que era umas das ultimas memórias Garbaiöu em Alfalâr, uns dos últimos restos do orgulhoso povo de intrépidos viajantes do mar que agora agonizava, a não ser por aqueles que atravessaram o mar, mas ao que tudo indica se esqueceram dos que para trás ficaram. Ainda se lembra quando Moriatrol caiu, era uns dos vassalos de Elgad, viu os portões serem derrubados após o cerco e o ultimo rei morrer pelo fio da espada do general Wïsebac servo de Fal Rah que resistiu a queda de seu senhor e até hoje assola aquelas terras com sua sombra, nem mesmo os Hazuris em seu auge conseguiram expulsa-lo de lá. Durante muitos anos travou-se a guerra em busca da reconquista, mas nunca se chegou próximo. Até eles próprios desistirem e partirem, quer dizer uma parte, pois outra continuou e nunca desistiu, essa tal parte fundou a Vila Garbaiöu e até hoje luta para retomar o que é seu, enquanto a outra fugiu indo para o sul e nas ilhas da foz do Veio construíram um porto de onde partem navios para o leste para nunca mais voltar.
Particularmente Tergol nunca viu os portos da foz, mas acredita serem muito bonitos assim como Moriatrol era, ás vezes queria estar num daqueles navios que partiram para o leste. Perguntava-se como seria lá, será que ali estaria livre dos perigos de Fal Rah? Infelizmente ele nunca teria tal reposta, pois seus olhos jamais iriam ver cidade da foz e seus pés nunca pisariam nas terras do outro lado do mar.
Em menos de dez minutos estava no topo da colina e tinha de desce-la, no entanto de repente ouviu um ruído, parecia que alguém ou algo se aproximava. Como não havia arvores ali era apenas um patamar onde crescia uma pequena relva, não tinha lugar para se esconder. Tergol sacou sua espada e esperou seu inimigo ali mesmo.
O ruído aumentou estava próximo, ele se encheu de coragem e correu para cima com sua espada em punho. Meteu-se entre os abetos que faziam a fronteira do patamar e avançou sobre a sombra a se aproximar. Teve uma surpresa freou o movimento de seu golpe ele parou a apenas alguns centímetros de Valyi, a elfa que também fazia parte do povo Garbaiöu.
- Valyi o que faz aqui? Perguntou Tergol.
- Eu estava de vigia na parte ocidental do bosque e senti o sinal de mudança da estação, Tergol tenho que lhe confessar estou assustada.
- Eu também, tenho certeza que Fal rah já deve ter começado a mexer seus pauzinhos em Wilol e deve estar a um passo de por sua vingança em pratica.
- Mas então o que faremos?
- Eu estou voltando para Vila Garbaiöu, pois se Fal Rah colocar sua vingança em pratica, quando seus exércitos saírem de Tarak e Wilol nossa vila será varrida do mapa.
- Que terrível, o que será de todos nós, não há exercito suficiente em Vila Garbaiöu para se fazer frente a Fal Rah.
- Mas se conseguirmos convencer o cabeça dura do Dalard e fugirmos para o sul talvez ninguém morra.
- Acho difícil, aquilo só ouve o que quer.
- Mas temos que conseguir mesmo assim, senão o que ocorrerá será um massacre do povo Garbaiöu.
- Dalard nunca entregará a cidade sem luta – afirmou Valyi.
- É verdade infelizmente, no entanto se não fizer isso todos nós morremos. Mas chega de conversa que temos um caminho longo a seguir.
Tergol e Valyi pararam de conversar e seguiram rumo a Vila Garbaiöu. Continuaram pela trilha que descia a colina.
O Calor do arder dos edifícios começava aumentar perigosamente. Já era hora de partir, já se fazia o momento de deixar aquela tragédia para trás e seguir em frente, tentar reconstruir aquilo que foi destruído.
Em termos a isso Lucas já tinha uma experiência, mesmo que fosse muito jovem e sabia o quanto era doloroso. Agora tinha pena de sua acompanhante que provavelmente nunca tinha passado por situação semelhante. Infelizmente mais sofrimento a esperava, pois o choro é apenas a ponta do iceberg, o pior é quando se começa a sentir saudade porque a pessoa não está mais lá, bom nesse momento não existe nada que o faça passar a não ser o tempo e mesmo assim demora.
Mas já chega de delongas era a hora de partir. Saíram da praça tomando o rumo a Sartyud. Não foi nada fácil. Havia muita fumaça e também muitos destroços caídos no caminho.
Lucas e a elfa que se chamava Aryna tiveram que ir andado lentamente pulando ou desviando os obstáculo. Nisso levaram um tempo até saírem novamente em campo aberto.
Chegaram até onde começava as fazendas, de repente Aryna parou e gritou:
- Ahhhh!
Era uma cena horrível. Um monte de corpos todos degolados amontoados numa pilha.
- Não olhe. Vamos embora.- disse Lucas pegando a mão de Aryna e a levando para longe dali.
No entanto aqueles que fizeram a pilha ouviram o grito e vieram atrás de quem tinha gritado. Lucas se assustou ao perceber. Tinha que achar um lugar para se esconderem.
Acabaram achando uma cabana nas cercanias da estrada, correram agachados sob o mato e as plantações. Estava com o coração na mão sentia também o desespero de Aryna, sua mão tremia e suava entre a sua.
Um grupo de dez ou vinte apareceu na estrada. Procuravam por eles, seria terrível se os achassem tudo estava terminado, morreriam. Conseguiram chegar a cabana. Assim que entraram Aryna soltou um grito. Lucas imediatamente tapou sua boca fazendo sinal de silencio. Ela tinha reagido desse jeito porque ali dentro havia um elfo morto com a garganta cortada num canto perto da mesa. Apesar de dele ter a impedido de gritar mais o grupo que buscava por eles ouviu e começaram a se aproximar.
Lucas mandou Aryna ir para de baixo da mesa, enquanto ele procurava por uma tora para travar a porta. Achou após muito revirar entre tralhas e bagulhos que existiam na cabana, acabou encontrando ela nas mãos do pobre coitado morto, parece que tinha tentado fazer o mesmo, mas infelizmente não havia conseguido.
Os Passos aumentaram, colocou a trava na porta e correu para junto de Aryna. Os dois ficaram abaixados em silencio. O ruído distante e crescente dos pés batendo no chão aumentava. O grupo se aproximava rapidamente e ao que tudo indicava iriam parar ali.
Lucas segurou seu medo e viu a porta começar a tremer às batidas do inimigo. De primeira foi um TUM! Forte depois dois mais fracos. A madeira começou a rachar e tremer indicando que cederia. Seria o fim se ela tombasse, pois não havia para onde ir.
Geldan correu livremente pela relva. Sentia a coragem correr em suas veias, sabia que seu caminho pela frente era duro, mas nada o abalava. Afinal vivia sua tão sonhada aventura. Olhou os montes verdes sob leve embaçar da chuva, se encheu de energia e continuou.
Agora pararia e comeria alguma coisa. Devia ter ainda as maçãs que tinha trazido de casa. Procurou na mochila, estavam lá. Sentou-se no gramado e as comeu com gosto. Teve o cuidado de não comer tudo e deixar para o resto da viagem.
O vento soprava forte e trovões estouravam no leste, a chuva parecia aumentar. A sorte de Geldan é que era elfo e não havia perigo de ficar resfriado. O céu agora ficava negro quase que bloqueando todos os raios solares. O tempo piorava indicando o começo de um temporal.
Não podia viajar nesse tempo, tinha de achar um lugar para se abrigar até a tempestade passar. Olhou o lugar onde estava não viu nada a não ser um Pináculo de uma pequena torre lá quase no horizonte.
Seria lá mesmo que se abrigaria. Torcia para está abandonado. Não sabia o que era exatamente, devia de ser um posto de guarda antigo dos também antigos Darsans. O reino de Darsan há muito tempo havia deixado de existir, ele tinha se juntado ao império lá na época da primeira batalha.
Geldan caminhou rapidamente através daquele campo. O vento gelado soprava e a chuva chicoteteante batia em seu corpo. No céu havia clarões de relâmpagos com o ensurdecedor estourar de trovões. De repente no meio daquilo ouviu um gemido estranho, era aterrador. Não tinha idéia da onde vinha. Ficou parado a olhar a relva obscura por causa da chuva. Sentia o medo rodear sua mente ali naquele momento, tinha a impressão que alguma coisa o pegaria a qualquer instante. Algo inominado e terrível com garras grandes e uma fome insaciável.
Não titubeou correu com todas as suas energias para o pináculo, sentia quase como se fosse verdade que tal coisa estava atrás dele com suas garras grandes prontas para toma-lo e devora-lo.
Sob um terror inominável avançou até a pequena torre. No meio do caminho até lá ouviu o gemido de novo, dessa vez estava mais perto. Desesperou-se, desembestou a correr feito um louco.
Finalmente chegou. Era uma plataforma de pedra no topo de uma pequena e arredondada colina. No centro lá estava ela, silenciosa e abandonada. Dava de perto calafrios, no entanto estava em bom estado de conservação. Parecia haver nela algo de ruim ou muito ruim.
Era da altura de um edifício de três andares. Tinha uma arquitetura bonita apesar de inspirar medo, seu formato era um pouco mais largo na base e afinando no cume, em seu topo havia uma estatua. Era a de um soldado, dava para perceber isso mesmo estando sem a cabeça.
Geldan ficou olhando para ela como que magicamente enfeitiçado, quase se esquecendo da criatura a persegui-lo. Ouvia no limiar de sua audição uma voz a chamá-lo, ela o fazia relaxar e lhe deixava com sono. Sentia-se relaxado como se tudo estivesse bem. Mas era verdade não havia nada de errado, podia deitar ali e ficar sentido os pingos de chuva caírem em seu corpo ou também podia dormir, pois afinal aquela jornada até ali havia sido muito cansativa.
Sob uma meio que hipnose Geldan curvava seu corpo para deitar quando ouviu aquela coisa de novo, entretanto parecia está infinitamente mais perto como se estivesse em cima dele. Sua mente acordou desesperada daquele transe, levantou-se e correu.
Sem pestanejar atravessou o portal e entrou na torre. De repente tudo ficou em silencio. Tempestade que estourava lá fora era apenas um eco distante. A ameaça da criatura ficara para trás. Agora estava sozinho naquele salão imenso onde seus passos ecoavam através das paredes. Andava entre altas colunas de granito polido. Nelas haviam marcas estranhas que não entendia. Ao final existia uma escada que subia e outra que descia.
Geldan ficou espantado com aquilo tudo. Como podia um lugar como aquele ali no meio do nada, não era possível, devia ser de algum rei esquecido. Na qual seu palácio tenha ficado para sempre largado e esquecido. Sentiu-se impulsionado a explora-lo.
Andou até o final do salão estupefato com a grandeza do lugar. Mesmo assim ainda lhe dava calafrios. Não sabia o que era ao certo, mas sentia como se alguma força maligna espreitasse atrás daquelas colunas de granito.
A luz fraca do dia entrava por altas janelas, espalhando-se de forma regular pelo recinto do jeito que nem se encontrava muito escuro e nem muito claro. Geldan se aproximou da escada. Olhou desconfiado, pensando “O que será que me espera?”. Tinha em sua imaginação que acima ou abaixo daqueles degraus lhe esperava algum feiticeiro ou um terrível guerreiro pronto para matá-lo.
Mas nada disso havia, estava abandonado mesmo, assim percebeu quando subiu as escadas. Chegou ao que parecia ser uma sala de confraternização. Não tinha moveis, não tinha nada. Ao seu final existia um arco sem porta na qual se comunicava com um corredor. Seguiu até ali, havia quatros portas, duas de cada lado que pareciam levar para os quartos.
Geldan foi olhando por alto, em todos não tinha nada a exceção de um. Esse chamou a sua atenção. Nele existia uma cama e uma pequena mesa. Entrou no quarto interessado, afinal num lugar onde parecia ter nada, havia um quarto mobiliado.
Ao se aproximar da mesa notou que havia uns papeis em cima. Curioso foi ler. Nada entendeu. Estava em uma língua estranha e desconhecida. Queria saber o que era. Aparência dele dava a impressão nada boa, tinha marcas vermelhas em algumas partes o que leva a induzir que era sangue.
Geldan não gostou nada ao ver aquilo, tinha a impressão ruim que havia se metido em confusão de novo e pelo jeito seria difícil se livrar dela. Aquele lugar era esquisito sabia disso, mas que terríveis coisas conteria?
Nesse momento escutou passos, pareciam vir da escada. Foi tomado por um pânico. Tinha de sair dali, pois fosse o que fosse provavelmente iria atrás do que era seu e o único lugar que tinha alguma coisa era ali.
Pensou rápido, saiu daquele quarto e se meteu em outro vazio. Ficou a respirar rápido encostado na parede ao lado esquerdo da porta.
Ficou quieto a esperar. Seu coração estava subindo para boca de tão nervoso. Os passos aumentavam, já estavam na sala de confraternização e continuavam a ficar mais próximos. Entraram no corredor, de repente silencio. Geldan teve um súbito espasmo de terror, ao acreditar que tinha sido descoberto. Mas assim como de repente pararam, voltaram a andar. Ficou mais aliviado, entretanto ainda sob tensão. A pessoa ainda se aproximava.
Uma sombra passou pela área iluminada pelo arco, indicava que tinha entrado no outro quarto. Geldan não esperou um minuto saiu dali, mas assim quase imediatamente um braço o puxou e uma faca colocou na sua garganta.
- Estranho o que faz aqui?
Assustado pelo repentino assalto, Geldan respondeu:
- Estou em uma busca, me dirijo a Wilol e usei aqui como apenas abrigo para tempestade.
- És louco estranho, vais para Wilol e ainda escolhe aqui como abrigo. Tu viajante não sabes mesmo onde estás.
- Wilol eu conheço a fama, mas aqui o que há de errado?- Indagou Geldan intrigado.
- Aqui é um lugar maldito, há muitos anos foi usado como cadeia e centro de tortura de Fal Rah. Até hoje ainda existem os intermináveis túneis embaixo do chão onde eram presos os inimigos dele. Essas masmorras ainda fedem ao cheiro dos corpos mortos.
- Que horror. Eu não sabia que aqui era isso. Quando estava no campo lá fora aqui era o lugar onde podia me abrigar da tempestade e da criatura que me perseguia.
- Que sorte a sua vir logo parar aqui. Mas vamos vou leva-lo até a saída.- Disse o desconhecido soltando Geldan.
- Mas e você o que faz aqui?
- Eu...? Bom eu tenho algumas coisas a tratar.
- Com quem? Esse lugar está vazio.
- Não te importa, o importante para você é sair daqui, pode acreditar.
 
Só agora consegui terminar de ler! Estava cheia de trabalho ontem e hoje precisei terminar uma artigo para a faculdade... Mas estava morrendo de curiosidade. Esse capítulo me lembrou "The walking dead" com essa história de todos começarem a se matar e tudo o mais.Muito bom o capítulo. Como sempre, esperarei o próximo. :D
 
Que bom que gostou, eu temia por causa da mudança repentina da historia. Vou botar o capitulo 6 aqui. Eu tenho um blog lá estão todos os capitulos que eu escrevi até agora, aqui ó http://vernonesuashistorias.blogspot.com.br/ como ninguem comenta lá eu vou postando aqui mesmo :P eu gosto do feedback dos leitores. :)

A queda das sete estrelas - Capitulo 6
Após a terrível noite Gylos se revirava ainda tentando dormir. Mas os raios solares entravam abundantes pela janela. Em vão foi sua tentativa a luz iluminava seu rosto de jeito que não conseguia ter mais sono. Abriu uma frestinha das pálpebras o brilho branco da manhã entrou por ela. Tapou ele com a mão e olhou ao redor. Tudo normal, apesar do dia anterior.
Levantou e foi em direção a mesa. Tudo em seu lugar, ainda bem, pois não confiava naquela torre. Ainda não sabia porque tinha aceitado aquilo tudo. Os pergaminhos de Sayern eram um tesouro muito valioso para ficar para lá e para cá. Ayulen grã mestra de Orliã não devia ter permitido isso. Tudo bem que os pergaminhos lá a tornavam em um iminente alvo de Fal Rah. Agora já achava demais entrega-lo a um andarilho Garbaöiu que o levaria para os portos da foz de onde irá para Ascaria.
Sinceramente não confiava nesse povo. Haviam negado à união ao império e ainda assim depois da queda de seu reino Moriatrol se recusavam a marchar sob as ordens do imperador. Afinal qual era a garantia que quando os pergaminhos chegassem em Zar Enro eles não os tomariam para si. Pois o poder dos pergaminhos é muito atraente. Tornando-se uma peça de cobiça para o senhor dos portos da foz.
Mas isso não importava agora, tinha que cumprir as ordens da grã mestra. Já era o segundo dia que esperava pelo tal Garbaöiu. Já começava a ficar irritado com seu atraso, tudo bem que a viajem era demorada, mas Vila Garbaöiu ficava mais perto que Orliã. Não entendia, pois já era para estar ali.
Não podia ficar ali mais, pois começavam a ficar perigoso, o inimigo mais cedo ou mais tarde iria descobrir. Tinha que sair dali e esperar em outro lugar. Arrumou suas coisas e até o valioso grupo de pergaminhos. Olhando assim sem conhecer sua história até pareciam insignificantes, mas na história muitos já haviam morrido por eles. Muitos os cobiçavam e fariam de tudo para por as mãos neles.
Era isso que Gylos temia, que o desejo pelo poder atingisse o coração cheio de ódio dos Garbaöiu e os fizesse tomar os pergaminhos para conseguir a tão almejada vingança e por conseqüência a recuperação de seu perdido reino.
Gylos pensava isso por não conhecer o tal Garbaöiu encarregado pelo transporte dos pergaminhos. Tal elfo era Tergol general da guarda da cidade do exílio, um dos diamantes mais brilhantes daquele povo. Ele tinha sido um dos últimos vassalos leais a Elgad e tudo que restava do povo de Moriatrol era devido a sua pessoa, pois quando os muros do reino cediam aos ataques inimigos havia sido Tergol que organizou uma fuga e evitou que fossem uma presa fácil para os exércitos de Wïsebac.
Portanto Gylos só se preocupava porque não conhecia Tergol e sua lealdade. Não sabia então que ele nunca seria capaz de tal atitude, já que não acreditava que a vingança fosse o melhor caminho, principalmente usando algo que não o pertencia.
Pois bastava tomar por exemplo o próprio Fal Rah que antes de se tornar o que é, era o príncipe dos sábios. No entanto deixou seu ódio o dominar e aos poucos foi se transformando em um ser maligno.
Tergol temia exatamente que isso acontecesse com os Garbaöiu se seguissem esse mesmo caminho. Como a maioria dos Harsaöiu seguiu e agora estão na escuridão como escravos de seu ódio e raiva.
Aliás o ódio do povo de Tergol em relação aos Hazuris não se justificava, pois culpa nenhuma tiveram na queda de seu reino. Os acusavam de omissão, mas não foram os Garbaöiu que lutaram quinhentos anos de uma guerra por um território que não era seu. Peleja na qual morreram milhares e mais milhares de elfos do império.
Mas Gylos não queria mais saber de esperar não importando se o elfo que viria buscar os pergaminhos era honrado ou não. Iria partir naquele momento em direção a Vila Garbaöiu para ver se encontrava o tal Tergol.
Deixou a torre onde estava saindo numa plataforma redonda sobre uma colina arredondada. Seguiu e começou a descer a colina, quando sentiu um vento gelado a soprar e uma sensação esquisita trouxe também. Era algo maligno.
De repente uivos surgiram do nada e um terrível grito de algo inominável. Ele era como um lamento de algo odioso que busca algo ou alguém para desgraçar pela eternidade ou simplesmente para devorar e seus ossos roer em seu escuro ninho.
Gylos voltou correndo para a torre. Sentia que aqueles lobos e mais aquela terrível criatura o cercavam. Ele entrou pelo salão de entrada correndo, chegou até as escadas, subiu-as em passos rápidos. Atravessou a sala de confraternização entrou corredor adentro e virou no quarto onde estava. Parou ofegante e se sentou na cama.
- O que foi aquilo?- disse ele para si mesmo.
Tinha que dar um jeito naquilo. Não podia ficar cercado ali sozinho com os pergaminhos em risco. Só havia um jeito de conseguir furar o cerco, e ele era sair e lutar. Obviamente não levaria os pergaminhos, não daria essa chance para Fal Rah.
Tirou da mochila o saco de couro com os pergaminhos enrolados. Abri-o e desamarrou os papiros. Ayulen teria que desculpa-lo. Era melhor perder uma parte do que o todo. Esconderia uma parte deles, a maior, e uma pequena ele deixaria em cima da mesa para enganar quem viesse atrás do tesouro. Levaria um pedaço menos importante achando que era tudo.
Após ter feito aquilo que pensara Gylos sacou suas duas facas e saiu do quarto. Atravessou o corredor, entrou na sala de confraternização, desceu as escadas e ao salão chegou. Agora era tudo ou nada; sairia vitorioso ou morreria. Avançou a passos largos, lá fora começava a ecoar os trovões de uma tempestade que parecia chegar. O tempo fechava, os pingos começavam a cair.
Andou os últimos passos no salão. Atravessou portal e saiu para a plataforma. Ali parados a espera-lo estava três grandes lobos com imensos dentes.Gylos correu com as facas em punho, os três seres caninos também. Foram um ao encontro do outro. Quando se aproximaram as criaturas saltaram para dar o bote nele, mas no instante que fizeram o elfo se agachou e foi escorregando pelo chão molhado. Aproveitou o fato de estar passando por baixo dos ventres desprotegidos. Levantou as facas e encravou.
Matou um deles, enquanto os outros pararam e fizeram meia volta e retornaram correndo em sua direção. Dessa vez ficou parado a esperar. Eles foram chegando perto até estarem quase encima de Gylos, quando nesse momento ele girou o corpo desviando da investida do lobo, no entanto a criatura foi rápida e ainda conseguiu raspar com as garras nas costelas do elfo cortando de leve.
Sentiu uma leve dor, mas no mesmo instante enfiou a faca no Lobo. Seu inimigo caiu ferido sangrando no chão ainda tentou se levantar, mas já estava praticamente morto. Gylos agora se preocupava com o outro que restava. Ele estava parado rosnando para ele com suas imensas presas a mostra. De repente o animal se virou e foi embora correndo saindo da plataforma. Não tentou segui-lo ao contrario tomou outra direção. Foi para o norte, pois queria ir para Vila Garbaiöu.
Desceu da plataforma pisando no gramado. Andou a colina abaixo, foi matando todos os lobos e outras criaturas que aparecia em seu caminho. Caminhando pela relva derrotando os inimigos.
Chuva caia torrencialmente lavando a terra suja pelo sangue dos que matou. O chão agora subia levemente. Campo limpo que antes era agora dava lugar para uma estepe com incrustados de rochas e mais distante um profundo vale formado por um rio. Gylos olhou para ele, haviam vários pontos negros, na verdade centenas. Era mais grave do que pensara tinha que voltar para a torre.
Pensara que era um ou outro que o cercavam e não um exercito. Varia pessoas ou criaturas procuravam melhor do que uma. Com certeza se chegassem a torre iriam achar a parte dos pergaminhos que escondera.
Isso não podia deixar que acontecesse. Desceu rapidamente o chão inclinado voltando para os campos limpos. Ouvia atrás de si muitos passos a segui-lo. A situação era ruim tinha a chance de entregar os pergaminhos a Fal Rah de graça e ainda morrer por um exercito que o perseguia. É realmente quando Ayulen o escolheu para essa missão, errou feio. Veja só quanta besteira já fez. E agora o grande inimigo dos elfos estava a poucos passos de pegar para si um dos mais poderosos tesouros do mundo e tudo por causa de sua burrice de ter ficado esperando um tal Garbaöiu em uma isolada e distante torre.
Continuou correndo de volta para a torre. Agora os trovões estouravam mais altos do que nunca, os clarões dos raios também estavam mais brilhantes do que qualquer tempestade que vira antes.
De repente um clarão no céu seguido de um ensurdecedor trovão. Gylos viu a sinueta de um vulto a sua frente. Ele preparou as facas para o ataque, teria que ser o mais rápido possível. Pois não podia perder nenhum segundo já que tinha um exercito em seu encalço.
Enquanto disparava em direção ao vulto ouviu aquele terrível lamento. Sentiu um frio na espinha. Era de novo aquela coisa, estava por perto a espreita-lo. Continuou em seu ataque, mas antes que pudesse desferi o golpe, um braço o acertou e o derrubou no chão. Sentiu uma forte dor no peito, como se tivesse quebrado todas suas costelas ao mesmo tempo. Olhou para quem havia feito aquilo. Teve um espasmo de terror. Era uma coisa que se podia dizer que tinha a forma humana, entretanto não tinha rosto e sua pele podemos dizer assim era totalmente negra. Como se tivesse recortado a paisagem e deixado buraco vazio só com a escuridão.
Gylos não tentou mais lutar. Levantou e começou a correr o mais rápido que podia. Agora mais desesperadamente precisava chegar a torre. Porque se Fal Rah tinha aquela coisa como aliada imagina o que faria com os pergaminhos. O mundo como os elfos e os homens conheciam ia acabar. Até a lendária Nova Wendil iria sucumbir a ele.
Ventava forte e os pingos da chuva estavam mais grossos. Em pleno dia já estava escuro, o céu estava todo tomado pelas nuvens. Isso era reflexo do que estava acontecendo, o despertar repentino do mal que nunca dormira. Ele desejava apenas uma coisa no momento, e ela era acabar com todos os elfos viventes no mundo.
Gylos voltou de novo para a plataforma. Lá estava ela parada silenciosa como se tudo estivesse bem ali e nada acontecesse. Não sabia porque havia escolhido aquela torre para ficar. Já que tinha conhecimento que havia sido há tempo atrás uma das masmorras de Fal Rah.
Atravessou o arco de entrada. Caminhou pelo grande salão, de repente reparou para seu terror que haviam pegadas de água no chão. O engraçado era que apenas elfos reparavam em suas pegadas, pois eram muito sutis que os homens não percebiam.
Gylos ao vê-las ali no chão disse para si mesmo:
- Não, não, por Al littüe não.
Acreditava ele que o dono daquelas pegadas iria dar o golpe final no império para sua queda. Pois se não os tivesse pego ainda estaria muito perto.
Gylos olhava desconfiado para aquele jovem elfo agora. Perguntava se será que ele era mais um dos servos de Fal Rah. Ele podia ter sido posto ali para engana-lo e tomar os pergaminhos. Mas pensando bem não acreditava, porque se fosse já o teria matado antes.
Geldan reparava a expressão preocupada do estranho. Percebia que alguma coisa ia errada ali. Talvez fosse algo grave que temesse contar para ele, pois achava que fosse um espião.
Gylos pôs um pouco a mão na consciência e pensou. Seria uma crueldade botar aquele menino lá fora para ser morto por aquelas criaturas. Mas raciocinando melhor poderia chamar a atenção daquela coisa com ele e assim passaria desapercebido.
- Vamos siga-me vou te levar até a saída, e chega de retrucar.
- Mas não posso sair daqui aquela criatura me espera lá fora.- argumentou Geldan.
- Não existe criatura nenhuma lá fora, foi apenas sua imaginação. Vamos para a saída.
- Não vou a lugar nenhum ficarei aqui até essa tempestade passar e a coisa lá fora ir embora.
- Moleque teimoso! Não existe nada lá fora - disse ele segurando pelo braço o elfo.
Gylos começou a puxar pelo braço geldan. O levava para sala de confraternização. O jovem se debateu e soltou seu braço. Furioso ele correu em direção as escadas e as desceu.
- Hei, espere é o melhor para você!- Gritou Gylos correndo atrás.
Entretanto antes de chegar a escada. Sua consciência o martelou. O que estava fazendo? Levava aquele elfo para a morte. Não podia fazer isso, não era um assassino! Afinal o que tinha a ver com aquela situação.
Finalmente com as idéias no lugar desceu as escadas. Foi pisando em cada degrau rapidamente. Chegou ao salão e viu uma cena que sabia estar para acontecer mais de todo o seu coração não desejava que ocorresse.
Viu Geldan recuando assustado. Aquela coisa negra vinha avançando pelo salão. Tudo agora ficava pior. Não tinha mais tempo para ir lá cima pegar a pequena parte em cima da mesa. Neste momento única e pequena possibilidade de salvar os pergaminhos só incluía aqueles que tinha escondido nas masmorras.
Aproximou-se de Geldan e disse em voz baixa:
- Confie em mim. Vamos dar o fora daqui.
- E porque confiaria em você. – indagou Geldan
- Prefere ele? – fez um sinal para a coisa a avançar.
- Ta bom me convenceu, o que fazemos?
- Vamos dar as costas para ele e descer as escadas em direção as masmorras. No três viramos e vamos.
- Um, três!
Os dois se viraram rapidamente e correram em direção as escadas, só que dessa vez era para desce-las e não subi-las. Atrás deles a criatura soltou um grito daqueles de gelar o sangue. Todo salão estremeceu com o som terrível. Eles sentiram o terror aumentar dentro de si.
Começaram a descer os degraus o mais rápido possível. Estavam no limite que o equilíbrio permitia. Terminaram o primeiro lance. Ao virar para o próximo Gylos escorregou e caiu no chão.
- Não ligue para mim continue. – falou ele para um Geldan que o pretendia o ajudar a se levantar.
O jovem continuou. Foi para o próximo lance e começou a descer. Em sua cabeça estava preocupado. Tomara que Gylos tivesse levantado imediatamente e estivesse atrás dele. Pisou nos últimos degraus chegando a um grande corredor escuro na qual não dava para ver o fim.
Correu por ele às cegas. Enquanto isso ouviu um gotejar de água ecoar ali em algum local, no entanto nada dos passos de Gylos atrás dele. Quando já estava chegando ao lugar onde acreditava que terminava ouviu passos distantes lá atrás perto da escada. Teve um pensamento otimista. Era o elfo atrás dele.
Diminuiu a velocidade até quase parar e estendeu o braço para frente a fim de sentir se existia uma parede ou porta a sua frente. Sentiu uma superfície lisa e fria à frente. Havia fendas na vertical nela e duas argolas. Era uma porta, talvez a entrada das masmorras. Geldan a forçou para abri-la. Com um ranger alto ela abriu. Entrou rápido e ia fechar, mas antes de faze-lo Gylos a atravessou.
- Finalmente. Pensei que não conseguiria. – afirmou Geldan
- Sinceramente eu também. – disse um Gylos ofegante.
Os dois fecharam porta e colocaram travas para impedir que a coisa abrisse. Você caro leitor deve estar se perguntando como eles acharam as toras para trancar a porta na escuridão. O motivo era que Gylos já conhecia ali e sabia que tinha um sistema de caneletas com óleo na qual era só riscar um fósforo e acender. Ele fez isso e o lugar se iluminou revelando uma terrível realidade. Os dois estavam num outro corredor onde as duas paredes laterais eram grades que davam para salas de tortura.
- O que isso estamos numa sala de tortura? – Indagou Geldan.
- Não isso é apenas uma passagem entre elas. É que Fal Rah gostava de aterrorizar seus presos desde o inicio assim falavam o que queria mais facilmente.
- Que horror, mal era preso e já via os outros serem torturados.
- É o mal, o que ódio faz com quem o deixa domina-lo. Foi exatamente o que aconteceu com Fal Rah. Sabia que ele antes de virar mal era o príncipe dos sábios.
- Mas como ele de príncipe dos sábios se tornou um ser tão maléfico. Será que tão sábio ele não pode prever o destino que tomava.
- Não pode. A raiva cegou e o ódio o dominou. Aos poucos foi dando ouvidos a Zares.
- Mas porque ele ficou tão cheio de raiva e ódio?
- Foi por causa da guerra que houve antes do império se formar. Ela foi entre os elfos e chacinou milhares inclusive o rei dos sábios pai de Fal Rah e ainda Cayi sua amada.
- Que terrível, como puderam fazer isso.
- Não sei, mas fizeram.
Os dois ficaram em silencio durante um tempo até Gylos quebrá-lo.
- Não podemos ficar aqui parados temos que seguir.
- Mas ir para onde? Não há saída. – questionou Geldan.
- Existe uma saída. Esses túneis foram construídos por Fal Rah para ligar Wilol as masmorras. É um caminho longo e escuro, mas é nossa única saída.
- Mas quanto tempo demora para chegarmos a Wilol por aqui?
- Não sei, nunca tomei esse caminho antes.
Gylos fez uma expressão esquisita como se parecesse estar perdido. Agora esses dois estavam numa enrascada porque já que não sabia o caminho para Wilol ali pelos túneis poderiam ficar uma eternidade perdidos.
Gylos fez um sinal para Geldan esperar enquanto ele ia buscar uma coisa muito importante. O elfo seguiu corredor até desaparecer numa curva. Passaram-se alguns minutos até retornar.
 
A cada novo capítulo fico mais curiosa. Você sabe como deixar um leitor na expectativa... :yep: Legal a ideia do blog, eu também tenho um: http://www.meigaemalefica.blogspot.com. Vou continuar acompanhando a história por aqui, se você continuará a postá-la, mas estou seguindo o blog e coloquei nos links da minha página. :obiggraz: Acho que todos que escrevem gostam de ter seu trabalho comentado (especialmente se forem comentários positivos :lol:), mas é difícil o pessoal comentar (especialmente em blogs), o que é uma pena. Vou aguardar a próxima parte!
 
Verdade, como faz pra por os link de outros blogs na pagina?(Sou meio NooB em termos de blogs:P) Eu continuo postando os capitulos aqui, eu vou aonde meu leitores estão:P.

A queda das sete estrelas - Capitulo 7
Lucas esperava a porta arrebentar. Olhava para a cara desesperada de Aryna fazendo a expressão de “sinto muito não posso fazer nada”. Parecia que a madeira ia ceder na próxima batida, quando neste instante soou uma trombeta. O som dela era hediondo e mal. Aqueles que tentavam arrombar pararam imediatamente e ao que aparentava foram embora.
Lucas nem acreditava. Sorriu para Aryna que ainda chorava e saiu de baixo da mesa. Caminhou em direção a porta, colocou a mão na trava.
- Não faça isso! – Gritou a elfa desesperada.
- Não se preocupe. Eles já foram embora.
Suspendeu a tora e a tirou da porta. Abriu ela, não viu ninguém do outro lado. Sorriu feliz. Nem acreditava, tinham saído vivos. Agora se perguntava que tipo de trombeta teria sido aquela. O que ela significava, de alguma forma chamava aqueles que os tinham atacado. Será que alguém os convocava? E para que os invocava? O que queria com isto? Lucas desconfiava que havia algo de estranho ali. Seu irmão estava certo. Talvez Wilol tivesse a chave do mistério. Esperava que Geldan conseguisse resolve-lo. Infelizmente não poderia ajuda-lo. Havia de encontrar Ariel primeiro e depois leva-la a um lugar seguro.
Voltou para onde estava Aryna se abaixou e disse com uma cara de alivio:
- Podemos ir, eles foram embora.
- Tem certeza Lucas? – perguntou ela com um tom cheio de duvida.
- Claro não há mais ninguém, pode ficar tranqüila.
A jovem elfa de cabelos castanhos levantou enxugando as lagrimas. Lucas ficou feliz ao vê-la com uma expressão melhor do que quando saíram de Dateri. Os dois saíram da cabana e andaram novamente pela plantação rumo a estrada. Agora tudo estava em silencio e se ouvia apenas o crepitar fogo a queimar os corpos na pilha.
Seria um caminho até que longo a Sartyud. Em ocasiões normais seria tranqüilo de percorre-lo, mas na atual loucura era um risco eminente a vida. Lucas teria que ter muito cuidado, pois não tinha apenas ele a por em risco havia também Aryna.
Saíram de dentro da plantação chegando a estrada. Caminharam uns minutos por ela. De repente o céu começou a enegrecer com nuvens pretas. A tempestade chegava aos arredores de Dateri e com ela os trovões e os raios.
Lucas olhou para o céu, fez uma cara feia de quem não estava gostando nada.
- Temos sair dessa estrada o mais rápido possível. – Afirmou Lucas a Aryna
- Porque, o que houve?
- Está vendo o tempo mudar?
- Sim e que isso vem ao caso? - Questionou Aryna.
- Uma tempestade está se formando e nunca é bom ficar desprotegido numa.
- Mas o que uns pingos de chuva podem fazer?
- Muito. – disse Lucas.
Lucas forçou Aryna a andar mais rápido. A elfa se mostrou indisposta a tal coisa. Reclamava que suas pernas estavam cansadas e que não agüentaria tal ritmo de caminhada. No entanto ele ignorou suas reclamações e continuou numa velocidade maior.
Ela foi ficando um pouco para trás, gritava para ele a esperar, mas esse respondia:
- Ande mais rápido e ficará junto comigo.
Lucas escutava a elfa bufar atrás. Ria em silencio pensando como era mal ao fazer isso. Aryna a muito contra gosto e muita reclamação andou no ritmo mais rápido. Agora só olhava para o elfo com uma cara feia de irritada.
O tempo fechou de vez. O céu ficou totalmente negro com as nuvens e pingos de chuva começaram a cair. De inicio eles eram finos e leves, mas depois de um tempo começaram a engrossar. Os trovões aumentaram sua incidência e também seu estrondo. Os raios que brilhavam de vez em quando no horizonte agora davam altos clarões perto deles.
- Temos que encontrar um abrigo imediatamente.
Aryna dessa vez não contestou a afirmação. Pois sabia que a situação não era boa. Era uma questão fundamental agora achar um abrigo para se protegerem No entanto não havia nenhuma construção por perto, só a relva a balançar com o vento.
Lucas parou de andar um minuto. Pôs as mãos no rosto, tirou um pouco das gotas que estavam nele. Com a expressão séria olhou para Aryna. A Elfa estava toda molhada pela chuva. Ela o encarou como se dissesse “que foi?”.
- Existe algum lugar por aqui onde a gente possa se abrigar? – Indagou Lucas.
- Só há um. Um moinho que fica um pouco distante daqui. Brincava lá com meu irmão quando era criança.
- Bom então é para lá que vamos.
Aryna mostrou a direção inicial. Era a leste indo pela relva. Dessa vez ela o foi guiando. Saíram da estrada e entraram na relva. A tempestade continuava açoitando eles, agora nem maior nem menor do que antes. Seguiam rápido andando queriam o mais rápido possível chegar ao moinho. De repente veio um clarão seguido de um estrondo, mais um raio caíra. Esse seria o perigo de sua jornada ali pela tempestade.
Lucas queria entender como tudo aquilo de repente fora acontecer. Será que o imperador não pode prever esses acontecimentos. Olhou para Aryna que caminhava a frente. Ela por exemplo perdera tudo nessa tal loucura toda. Seu pai morrera e talvez sua mãe também. E o que ela tinha a ver com isso, nada, só estava no lugar errado na hora errada.
Os dois caminhavam juntos agora. Um grande carvalho se aproximava no horizonte. Aryna quando olhou para ele correu em sua direção. Chegou perto de seu tronco o abraçou a começou a chorar. Lucas observou tudo aquilo espantado. O que será que tinha no carvalho.
Aproximou-se da elfa a chorar, em silencio. Olhou para o tronco da árvore e viu um coração com nome dela e mais um tal de Garyel. Devia de ser a paixão dela e também devia ter morrido lá Dateri. Lucas entendia sua dor sabia o que era isso quando perdeu sua mãe há dezessete anos atrás. Mas não podiam ficar ali parados em baixo daquela árvore, pois um raio poderia cair.
A afastou da árvore. Aryna não ofereceu resistência se deixou levar por Lucas. Ele a deixou a uma certa distancia da árvore.
- Você está bem? – Perguntou ele a Aryna.
- Ainda não acredito que ele morreu. Somente quando vi o coração na árvore é que caiu a ficha.
- Sinto muito, eu compreendo sua dor.
- Você já perdeu alguém assim?
- Depois a gente fala sobre isso, agora é melhor irmos em frente. Porque não é bom ficar aqui parado no meio da tempestade.
A Elfa desistiu de continuar no assunto e preferiu continuar a andar rumo ao moinho. Segundo ela faltava pouco agora. Depois daquela árvore era só percorrer dois quilômetros e estariam lá.
A chuva abrandou um pouco, mas não parecia que ia parar. Apenas os pingos dela ficaram menos grossos. Eles já se distanciavam da árvore quando começaram avistar o moinho. A construção era bem grande e desgastada pelo tempo, parecia que já estava abandonado antes daquela loucura toda. Sua estrutura dava a aparência de segura. Em suas paredes havia alguns lugares onde o emboço tinha caído e tijolos vinham a tona.
Lucas se sentiu aliviado, finalmente sairia de baixo daquela chuva gelada. Poderia se aquecer em algum lugar. Tudo bem que não tava nenhum terror de frio, mas ele era incomodo.
Os dois avançaram correndo para uma pequena varanda que ficava a frente da porta de entrada do moinho. Lucas parou um instante antes de entrar e olhou lá fora. Viu o campo plano a sua frente. Ele estava meio enevoado por causa da chuva. Era um verde pálido que dava um tom a paisagem de tristeza. Era como quase se a natureza soubesse que nada depois seria o mesmo e se despedisse com as lagrimas da chuva.
Lucas deixou aquela paisagem triste para trás e entrou no moinho. Era um lugar velho cheio de poeira com algumas teias de aranha, mas era melhor do que lá fora. Estava num cômodo circular onde havia uma velha mesa meio podre, mais distante dele ficavam algumas cadeiras no mesmo estado que o móvel anterior e atrás da escada que levava para o próximo andar ficavam alguns barris.
Aryna que já conhecia o lugar entrou tranqüila e foi subindo as escadas. Antes de desaparecer no andar de cima ela falou:
- Fique a vontade. O dono daqui foi embora há muitos anos, não há com que se preocupar. Caso você queria tem vinho nos barris atrás da escada.
- Opa! Serio que tem vinho naqueles barris. Nada melhor que vinho depois de pegar uma chuva gelada na cabeça. – Afirmou Lucas.
A elfa riu e subiu o que restava das escadas. Lucas foi direto para os barris e começou a beber. Uma sensação gostosa percorreu seu corpo. Sentiu-se aquecido apesar de ainda estar molhado. O vinho era do sul, o melhor de todo o império.
O elfo ficou durante um bom tempo bebendo. Teve o cuidado de parar antes de ficar bêbado. Por mais que fosse difícil tal atitude. Não podia tomar pileque com Aryna ali perto. E se alguma coisa acontecesse. O que faria cheio de álcool nas veias.
Lucas pegou uma cadeira e levou lá para fora. Colocou-a encostada na parede e se sentou. Cruzou seus braços e ficou a observar a triste paisagem. Há aquela hora, o dia estava caindo. Era difícil saber isso já que tudo estava escuro por causa das nuvens. Aos poucos o sono foi caindo sobre ele. De forma que não pode controlar e acabou dormindo ali na cadeira.
Aryna que tinha subido. Sabia que havia uma cama ali no segundo andar. Ela era velha e com os lençóis meios puídos, mas não queria saber se estavam assim. Iria dormir ali mesmo. Sem cerimônias se deitou na cama e dormiu. Desde que saíra de Dateri esperava pelo momento de poder botar a cabeça no travesseiro e parar de pensar na morte do pai e de Garyel.
Entretanto Aryna ainda estava fadada a pensar neles. Pois nem nos sonhos se pode escapar da perda de um ente querido. Ela poderia até sonhar que nada disso tinha ocorrido e que seu pai e Garyel não estavam mortos. Seria um sono feliz, mas quando acordasse a tristeza voltaria a seu coração, pelo fato dos dois não estarem ali mais.
Triste era a sina dos elfos. A imortalidade pela frente com anos e anos a fio para viver e de repente se morre. Que sofrimento! Ao contrario dos homens, mortais fadados ao eterno sono. Não que não sofressem com a morte, mas pelo menos sabiam que quando se fossem encontrariam com seus entes queridos do outro lado. Já o mesmo não acontecia com os filhos de Aldabian que teriam de esperar até o fim do mundo para rever os que perderam no além.
A noite veio e passou e o dia retornou. Aryna acordou triste, pois havia sonhado que seu pai e Garyel ainda estavam vivos. Agora percebia que nada passara de um sonho. Lucas acordou gelado do lado de fora. Estava com dor nas costas por ter dormido sentado. Levantou-se e foi para dentro do moinho. Iria ver como estava Aryna. Encontrou com ela descendo as escadas.
- E aí tudo bem contigo? – Perguntou ele
- Eu to bem, só estou com um pouco de fome.
- Ah, não se preocupe vamos tomar café da manhã antes de partir.
Nesse aspecto Lucas estava tranqüilo, pois tinha levado de casa uma provisão bem grande de comida.
- Eu trouxe bastante comida, fique tranqüila, tem para os dois. – Afirmou Lucas
- Mas como você tem comida?
- É que eu estava de viagem e tinha levado de casa a comida.
- O que você queria em Dateri? - indagou Aryna desconfiada.
- Eu tava atrás do meu irmão doido que tinha sumido.
Lucas percebeu que Aryna ainda estava desconfiada. Droga! Porque tinha que ter falado na porcaria da comida, agora a garota tava desconfiada achando que tinha alguma coisa a ver com aqueles doidos elfos em Dateri.
- Pelo amor de Al littüe não ache que tive alguma coisa a ver com o que ocorreu em Dateri. – Falou Lucas temendo a suspeita de Aryna.
- Como vou saber? Você viajou para lá com provisões e tudo, parecia ter um propósito bem definido.
- E tinha. Ele era encontrar meu irmão que tinha fugido para Wilol.
- Ah ta bom! Que louco iria fugir para Wilol? – Afirmou Aryna se afastando para perto da escada.
- Você acha isso porque não conhece meu irmão. Mas alias que sentido faz esse questionamento? Você me viu matar um deles e além disso o que iria querer fazer que já não pudesse ter feito?
- Não sei, mas não confio em você. – Disse ela subindo as escadas correndo.
Lucas a viu subir com um olhar irônico. Era só o que faltava ela agora achava que ele era um daqueles loucos assassinos. Sinceramente não desconfiaria por muito tempo, pois essa hipótese não se sustenta por dez minutos. Todos os argumentos eram contra. Bastava esperar algum tempo e a elfa retornaria lá de cima.
E foi exatamente o que aconteceu. Após alguns minutos lá veio ela descendo as escadas com uma expressão de vergonha na face.
- Reconsiderou seu pensamento?
- Desculpe por ter desconfiado de você. É que devido a tudo o que ocorreu, a gente suspeita de qualquer coisa.
- Tudo bem, eu também teria a mesma atitude.Agora vamos tratar de comer que temos ainda caminho pela frente.
Os dois pegaram as cadeiras que tinham e levaram até a mesa. Ali se sentaram. Lucas tirou da mochila um pão de viagem, frutas secas, carne seca e um pouco de lingüiça defumada.
Ele e Aryna comeram bem até se satisfazer. Beberam um pouco de vinho e pé na estrada. Deviam chegar ainda hoje a Sartyud, lá pela noite. Esperava encontrar sua mãe e Joatez para finalmente irem em direção a Wasta que com certeza seria um local seguro para ficarem.
Pisaram na varanda, Lucas olhou a paisagem agora. Estava verdejante e bonita como era antes da tempestade. A chuva tinha passado, o tempo agora estava aberto com o céu azul e os passarinhos a voar.
Desceram os degraus da varanda. O seu caminho era agora voltar para a estrada e seguir até o povoado de Sartyud. Pisaram na relva e começaram a andar. Sol agora era forte seu calor esquentava cabeça e os fazia suar.
Nem parecia que acontecera aquilo tudo ontem. Com tempo aberto como estava parecia que estava tudo bem. Até animou a triste Aryna. Ela no momento caminhava com mais vontade. Dava a impressão que a vontade de viver havia retornado a elfa.
Recuperava seu fôlego para a vida. Aryna a tão jovem elfa que fardo pesado para se carregar. Duas mortes nas costas era difícil, ainda mais sendo tão nova. Não era nada surpreendente se perdesse sua vontade de viver. Entretanto isso estava passando, a companhia de Lucas tinha algum efeito sobre ela. Apesar da desconfiança no moinho algo os tinha ligado lá em Dateri quando aqueles terríveis acontecimentos ocorreram. Era como se sobre eles estivesse se estabelecido uma união de tragédia. Não importava em qual situação ruim estivessem, um estaria acompanhando o outro.
Isso era engraçado de se observar. Geralmente quando esse sentimento surge entre duas pessoas ou nasce uma grande amizade ou grande amor. Ficava me perguntando qual seria o resultado na relação dos dois. Uma amizade? Para mim parecia mais provável que terminasse em amor. O principal fato para essa conclusão era que Aryna tinha perdido seu amor e quando se fica um espaço assim livre no coração a tendência é que ele se ocupe logo por mais que pessoa negue e tente impedir.
Bom, mas continuaremos com a narrativa em vez de ficarmos falando de fatos nas quais suas elucidações ainda estão por vir.
Passaram pela arvore de novo. Uma sombra de tristeza surgiu no rosto de Aryna. Era a lembrança das tragédias recentemente ocorridas. Felizmente a elfa se recuperou e continuou seu caminho. Lucas ficou feliz com atitude dela. Estava se recuperando como ele quando há muitos anos havia perdido sua mãe.
Seguiram pela relva durante um tempo até retornar a estrada. Avançaram por ela, agora era um dia de caminhada pela frente até chegar a Sartyud. Lucas ficava com o coração na mão, pois temia o que ia encontrar lá. Será que sua mãe estaria viva ou morta ou até pior teria se tornado como um daqueles loucos que estavam matando todo mundo. Acreditava que ela ainda estivesse viva. Conhecia Joatez e sabia que a protegeria com sua vida se fosse necessário.
Agora a estrada começava a subir lentamente em um pequeno ângulo de elevação. Caminhavam com uma pradaria como paisagem. Ela era de um verde escuro com uns arbustos pequenos de cor também verde escuro.
A estrada agora fazia uma curva e ia em direção as distantes colinas no horizonte. O coração de Lucas pulsava mais rápido agora. Estava chegando perto de casa. Daqui a alguns momentos veria o que teria sido feito de sua casa e sua família. Aryna que andava ao seu lado percebeu sua excitação.
- O que foi Lucas? – perguntou Ela.
- Sei lá estou preocupado com o que vou ver ali em Sartyud. Sinto-me culpado por ter deixado minha mãe sozinha ali.
- Vai tudo terminar bem. Quando chegarmos lá ela estará bem e iremos para Wasta onde ficaremos seguros. – Tentou Aryna acalmar os sentimentos de Lucas.
- Que Al littüe te ouça.
Os dois seguiram agora subindo rumo às colinas verdes no horizonte. A estrada agora fazia duas curvas em torno de duas arvores. Quando faziam a primeira Lucas avistou um elfo que vinha em sua direção. Ele parecia desolado e cansado. Inicialmente não parecia ser um daqueles loucos assassinos de Dateri.
Quando se aproximaram dele. Lucas o perguntou:
- Por favor, o senhor está vindo de Sartyud?
- Sim, estou vindo de lá mesmo.
- O senhor poderia me dizer se a Ariel ainda está lá ou se partiu?
- Sinto muito não há viva alma em Sartyud, aquilo lá é um grande cemitério. Se estiverem indo para lá eu recomendo que não vão pois não encontrarão ninguém que procuram. Quanto a Ariel não faço idéia de onde está ou para onde foi.
Lucas ficou arrasado com aquela noticia. Pensava em sua mãe, o que será tinha acontecido a ela?
- Mas o senhor lá em Sartyud não viu em nenhum momento ela? – Perguntou Lucas visivelmente preocupado.
- Me desculpe jovem, mas em nenhum momento a vi.
- Mas se sabe para onde foram os sobreviventes de lá? Indagou Aryna se intrometendo na conversa.
- Os poucos sobreviventes, todos foram para Wasta à exceção de mim que fiquei para procurar por meu irmão.
- Tem certeza que não tem mais ninguém vivo lá?
- Desculpe, mas não há ninguém que respire em Sartyud.
Lucas estava perturbado com aquelas noticias.
- Muito obrigado pelas noticias, tenha uma boa viajem e que encontre seu irmão. – Aryna teve que se despedir pelos dois, pois Lucas estava tão preocupado que não conseguia falar.
- Desejo a vocês o mesmo e que encontrem aquela que procuram.
Com isso o elfo continuou em seu caminho e Aryna e Lucas também prosseguiram no seu. Assim que o estranho sumiu na estrada. Lucas não pode segurar mais seu desespero. Começou a correr na direção de Sartyud.
Aryna não entendeu nada e correu atrás de Lucas.
- O que há com você? – perguntou ela sem entender nada.
Lucas nada respondeu. A única coisa que ela notou de diferente na face dele foi as lagrimas escorrendo. Ele não pararia até chegar a Sartyud, no estado em que estava não podia deixa-lo ir para lá. Mas não tinha como para-lo. A única coisa que fazia era correr e correr. Então não havia outro jeito teria que impedi-lo.
Aryna colocou toda força que tinha nas pernas e aumentou a sua velocidade. Mesmo assim só alcançou ele. Agora só havia uma coisa a fazer. Jogou-se para cima dele. Seu corpo bateu no corpo dele e o derrubou. Os dois rolaram pelo chão. Caíram num barranco do lado esquerdo da estrada.
Lucas se debatia e tentava sair do enlace de Aryna enquanto ela tentava cada vez prende-lo.
- Me solte sua louca! – Gritou Lucas
- Não deixarei que continue a ir para Sartyud desse jeito.
- Que jeito? Sartyud é a minha casa, eu tenho direito de ir para lá quando eu quiser ainda que seja um cemitério.
- Não posso deixa-lo ir para lá. Não encontrará nada ali apenas a morte.
- Você não entende, preciso saber se ela está morta. Eu tenho que ver seu corpo.
- De jeito nenhum o deixarei ir lá. Porque não vamos para Wasta? Assim saberemos se está viva ou não.
- Me deixe, não irei para Wasta!- Gritou Lucas forçando os braços de Aryna.
O elfo afundou as unhas no anti-braço de Aryna, a elfa soltou um gemido de dor. Ela afrouxou um pouco no enlace. Lucas conseguiu se desvencilhar e empurrou de lado a garota. Levantou e voltou a correr pela estrada.
Aryna foi atrás dele, mas não conseguia alcança-lo. Corria muito rápido para ela ainda mais que estava toda arranhada por causa da queda no barranco e com os braços machucados. Mesmo assim ainda conseguiu agarra-lo e derruba-lo outra vez.
Dessa vez a resistência do elfo caiu. Ele não tentou mais se livrar dela. Começou a chorar tristemente.
- É tudo minha culpa, não devia ter saído de casa! – exclamou Lucas.
- Não se culpe pelo o que aconteceu. Como poderia saber o que iria ocorrer. Você fez o que achava certo, que era ir atrás de seu irmão.
- Certo nada. O que eu fiz foi uma tremenda besteira! Agora Ariel está morta!
- Não há certeza que ela está morta. Ela pode ter ido para Wasta com os outros.
- Ela nunca iria para Wasta com seus dois filhos desaparecidos. Ficaria e procuraria por nós.
- Talvez ela só tenha decidido ir para lá.
- Não, é impossível!
Os dois ainda continuaram naquela discussão durante um tempo. Ali caídos no chão agarrados um ao outro. É engraçado como as situações nos fazem tomar atitudes estranhas. Em outra ocasião Aryna nunca faria o que fez para impedir Lucas de ir a Sartyud. Talvez outra coisa que nunca fosse acontecer era o fato dela conhecer Lucas. Mas dessa vez o destino se interpôs na vida deles. Talvez fosse Al Littüe com seus grandes planos para homens e elfos.
Ao findar daquele dia os dois decidiram ir a Wasta. Iriam a averiguar a tragédia pela parte boa. Ao contrario de dos planos de Lucas que pretendia ver se a mãe estava morta primeiro para depois descobrir se ela estava viva.
Aquele seria o caminho deles dali para frente. Se Al Littüe tinha mesmo um plano para eles. Qual seria?
 
Que bonitinho! :grinlove: Sabia que o Lucas e a Aryna iam acabar tendo um "clima". Mas fiquei angustiada pela Ariel. Tomara que ela não tenha morrido. Ia ser triste...
Pra adicionar um link no blog: você tem conta pelo blogspot, então, na mesma área em que você faz as postagen deve ter uma opção para alterar Layout. No ambiente Layout, você pode adicionar listas de links (como essa ferramenta é padrão, já deve ter uma em seu blog, então basta colocar os sites/blogs que você quiser recomendar) e outros recursos. :D
 
Hehe queria falar, mas se falar vou acabar fazendo spoiler :P Então é melhor eu postando o capitulo 8.

A queda das sete estrelas - Capitulo 8
Tergol e Valyi corriam colina abaixo rapidamente. Iam pela trilha que Geldan pegaria minutos depois. Seguiam em direção ao povoado que ficava do lado oposto da colina.
Você leitor deve estar se perguntando “como pode ser que o povoado fica do outro lado da colina, se eu não falei que ficava há quatro dias dali perto do leito do Arnem?”. Queridos leitores não é do mesmo lugar que estou falando. Esse povoado que me refiro é um posto avançado no bosque. Uma pequena vila com umas cinco ou seis casas cuja sua principal função é vigiar a floresta.
Não demoraria muito para chegar a pequena vila. Ela ficava num vale formado pelo leito de um pequeno veio. A pequena vila ficava bem escondida no bosque. Para uma pessoa que não conhecesse o lugar seria muito difícil de encontra-la.
Agora a trilha seguia ladeando um barranco profundo que terminava numa vala cheia de mato e lama. Um fato que Tergol havia esquecido completamente era que tinha de buscar uns pergaminhos com um elfo de Orliã. Lembrava-se agora disso, mas não se importava, pois era mais importante salvar seu povo do que pegar uns papiros.
Com a consciência limpa continuava seu caminho. Com certeza foi uma falha de Ayulen em sua grande sabedoria. Não contar a ele do que se tratava os pergaminhos, pois ele achando que eram apenas supérfluos os abandonou sem o menor remorso quando na verdade significavam uma questão seriíssima com grande importância na vida de todos os elfos de Anfalâr. Talvez se houvesse o contado muito do que aconteceria dali pra frente podia ser evitado, mas seria o caso de dar um voto de confiança ao rancoroso povo Garbaiöu. Coisa que era rara de acontecer no império. No entanto há outro porem também se Tergol não voltasse para a cidade do exílio o que ocorreria se soubesse da verdade dos pergaminhos. Milhares de pessoas não seriam salvas por ele.
Entretanto ele não sabia dessas possibilidades, afinal quem iria saber seu próprio destino. Somente Al Littüe tinha conhecimento de todas as coisas. Mas a vida Tergol continuava. Seguia agora para o fim da ladeira.
Teriam que agora seguir por dentro da floresta. Trilha terminava no fim da ladeira. Havia sido uma escolha dos elfos dali. Eles mesmos tinham feito aquela trilha há tempos atrás, mas tinham decido não faze-la até o vilarejo como uma medida de segurança para esconder o posto avançado.
Agora andavam por entre as arvores. Tinham expressões nervosas no olhar. Esperavam essa tragédia há muito tempo. Sabiam que Fal Rah não engoliria a humilhação imposta pelos Hazuris sem uma vingança. Enquanto o povo do imperador orgulhoso de si achava que a fúria de Fal Rah havia sido apagada com a derrota na segunda batalha. Quando nem a sua própria morte pode para–lo, uma vez que a aliança com Zares o permitiu voltar do mundo dos mortos e assolar os elfos e o mundo com sua sombra.
Entretanto os Garbaiöu se viam no meio de fogo cruzado que a principio nada tinha a ver com eles, mas que logo se tornou sua guerra também, pois Fal Rah em sua eterna ganância por poder havia enviado seu servo Wïsebac e tomado o reino de Moriatrol. Talvez esse fosse o preço a pagar por não ter ajudado Hazuris desde o inicio da guerra. Talvez se os tivesse auxiliado tudo podia ter acabado antes e seu reino existiria até hoje. No entanto isso são apenas paginas passadas da história que não podem ser mudadas.
Por isso Tergol corria para salvar aquilo que ainda restava antes de tudo ser destruído. Era bem capaz que a cidade do exílio fosse destruída, mas o que importava eram as pessoas. Cidades podiam ser reconstruídas agora o povo Garbaiöu não nasceria de novo. Quem sabe fugindo para o leste não existisse uma esperança longe daquilo tudo.
Essa era a pequena esperança que nutria a coração de Tergol. O leste distante do outro lado do mar. Somente os navegantes de Zar Enro conheciam o que havia depois do oceano. Diziam que era uma imensidão de costas verde de florestas não habitadas nem por homens nem por elfos, um lugar totalmente selvagem. Isso lembra de como contavam que era Anfalar quando os primeiros Garbaiöu chegaram fugidos de Sayern.
Parecia que tudo se repetia novamente. Sinceramente Tergol esperava que os Hazuris derrotassem de novo Fal Rah e tudo não passasse de um pesadelo.
Estavam quase lá, bem perto da vila. Quando escutaram o rugir de trovões. Valyi se assustou.
- Tergol está tudo começando o que faremos agora? – Indagou apertando o braço do elfo de medo.
- Não tema Valyi. Seguiremos com o planejado.
Continuaram correndo agora deixando a área plana onde estavam para começar uma pequena ladeira. Lá embaixo no fundo do vale avistaram uma cerca viva. Haviam chegado ao povoado da floresta. Tergol e Valyi se dirigiram para o portão. O guarda logo reconhecendo eles o abriu.
Os dois entraram correndo e foram logo para a praça da vila. Nela havia sobre um pedestal de mármore uma grande corneta. Ela era para casos de emergência, servia para chamar todos os moradores dali para praça.
Tegol sem cerimônia tocou a corneta. Ela soou pelo vale e fez estremecer os fundamentos do povoado. Os elfos dali assustados saíram correndo de suas casas e foram diretamente para a praça.
Esperando por eles estava Tergol. Já havia ele subido no pedestal. Quando viu todos reunidos ali começou a falar:
- Queridos irmãos Garbaiöu. Creio que já devem no mínimo desconfiar sobre o que eu irei falar.
- Exatamente sobre isso mesmo. Acredito que todos devem ter percebido a mudança de vento hoje e devem presumir que não representam boa coisa. Pois estão certos, hoje Fal Rah acordou e colocou sua vingança em pratica. Infelizmente irmãos existe uma possibilidade negra, terrível para todos nós. Este povoado e Vila Garbaiöu podem estar no caminho dele para Toriah e sem querer assusta-los não há força, nem espada e nem braço que possa impedir seu avanço aqui neste povoado ou até mesmo na cidade do exílio. Por isso como maior autoridade desse lugar ordeno a todos que fujam para os portos da foz.
Houve uma agitação ali nos elfos. Eles se perguntava “Será que estava se entregando ao medo”. Tegol percebia a desconfiança deles ao ouvir essas palavras. Achavam que estava se entregando ao medo e deixando de lutar. No entanto não era isso, nunca fora covarde, mas naquela ocasião não havia nada que pudesse fazer. Seria uma tolice colocar todos para lutar e morrer, e o pior sem evitar a queda da cidade do exílio e nem ajudar os hazuris.
Mais uma vez Tergol pediu a palavra. Começou a falar novamente.
- Eu peço a todos aqui que arrumem seus pertences pra levar. Partiremos daqui à uma hora. Queridos irmãos não desconfiem de mim achando que estou me entregando ao medo. Até vir aqui e subir nesse pedestal e falar a vocês eu pensei inúmeras vezes para me certificar se minha atitude não seria tola e covarde. Infelizmente eu estava certo. Hoje é o dia em que povo Garbaiöu não lutará e nem resistirá, mas sim fugirá. Por mais que isso me envergonhe hoje é o dia de deixamos essa terra para trás e seu futuro nas mãos do povo do imperador.
Houve um silencio entre os elfos e ninguém disse mais uma palavra. Todos foram a suas casas e arrumaram seus pertences. Agruparam-se na praça prontos para partir. Tinham em suas faces expressões desoladas como a de um prisioneiro que dá sua ultima caminhada rumo a morte.
Deve ser difícil tomar essa atitude. Abandonar sua terra sem resistir ao inimigo que a ameaça. O pior de tudo era que não havia nada a fazer alem disso. Enfrentar Fal Rah e suas hordas seria um suicido, entregaria todo os Garbaiöu a morte. Tergol nunca faria isso, por causa de uma bandeira chacinar milhares pessoas sem a perspectiva de vitória. Não era esse tipo de tolo.
De repente quando já ia partir da cidade o guarda que estava de vigia na cerca viva gritou:
- Inimigos! Inimigos próximos.
Tergol olhou para a borda do vale e viu uma fileira de elfos parados. Aqueles não pareciam os servos de Fal Rah. O que será que era aquilo? Deviam ser uns trinta a quarenta. Será? Fal Rah não tinha poderes pra fazer isso. Por Al Littüe se fosse isso mesmo até os Hazuris perderiam. Eles precisariam de sua ajuda. Não podia partir e deixar tudo nas suas mãos.
Fal Rah estava usando magia negra para seduzir os próprios Hazuris. Aquele vento era nada mais que sua voz espalhada pelo ar. Ele tornava escravos aqueles que tinham algum ódio guardado ou ambições reprimidas. Usava essas emoções para atrair e coloca-los sobre sua vontade. Isso era horrível para eles porquê jogava seu favor aqueles fracos de cabeça e poucos decididos. Tergol acreditava que em Toriah e em Orliã essa magia teria muito pouco ou nenhum efeito, mas em outras regiões distantes do centro do império isso seria devastador.
A questão agora era delicada. Salvar o que restava do seu povo e deixar o Hazuris morrerem ou ajudar os Hazuris e levar a morte ao seu povo. Isso era uma decisão muito difícil. Mas não importava o que decidisse morreria gente no final, alias, já estavam morrendo.
Os elfos inimigos que estavam na borda do vale começaram descer em direção a vila. Agora não tinha o que fazer. A eles só restavam lutar. Afinal eram quinhentos contra menos do que cem.
Vendo a situação Tergol gritou:
- Todos em posição! Preparem-se para a batalha!
A expressão que antes era de desolação agora era de desespero. Tergol percebia o terror no olhar dos seus compatriotas. Ficava perturbado com isso. Como derrotariam o inimigo se o desespero se abatia sobre eles. Desse jeito seriam pressa fácil para aqueles novos escravos de Fal Rah.
A situação era grave. Não havia mais o que fazer agora. A luta significava a ultima e desesperada chance. Tergol ainda tinha esperanças, armava barricadas atrás dos portões, organizava seus soldados em fileiras de arqueiros e infantaria, ainda tentava resistir ao que parecia inevitável. Enquanto isso sua companheira de vigia ali no bosque das raposas chorava baixo orando a Al Littüe pedindo que os livrasse daquele terrível destino.
Estava tudo armado. O terrível espetáculo iria começar. Tergol estava de pé parado em frente às barricadas. Agora vestia sua malha metálica e o elmo de Moriatrol porque se ele fosse morrer ali naquele dia pelo menos morreria com orgulho estampando os brasões do seu povo. Era o general da cidade do exílio no exílio de sua cidade lutando para não deixar a esperança morrer, por isso estava na frente para ser um exemplo de força e coragem para os assustados atrás. Essa sua atitude valia mais que um discurso cheio de palavras bonitas.
O orgulhoso garbaiöu esperava pela vinda do inimigo. Parado com sua cimitarra e arco nas costas. O banho de sangue estava por vir tanto para um como para outro. Seria a ultima e desesperada luta do povo intrépido navegante para se manter vivo na história e não desaparecer.
O inimigo agora estava próximo. Com seus archotes de fogo se aproximavam da cerca viva da vila. Ela não os conteria por muito tempo já que queimaria facilmente. O portão também visto que não era uns dos mais resistentes, servia apenas para segurar pequenas investidas.
Esse seria o momento ideal para Tergol mostrar o quanto conhecia de táticas de batalha. Mas será que com o numero tão em desvantagem dará para derrotar o inimigo? Esse era o desafio dele, tentar conseguir a vitória com o que tinha. Sabia que não podia contar com a ajuda de Vila Garbaiöu até mesmo porquê não daria tempo. Simplesmente ou os vencia ou a vila da floresta seria arrasada em poucas horas.
Os novos escravos de Fal Rah forçavam o portão. Ele tremia em retornava a sua posição original. Tergol sabendo que estavam do outro lado da sebe ordenou aos arqueiros posicionados atrás atirar. Ergueu-se no ar uma saraivada de flechas. De pouco adiantou foram raros aqueles que tombaram a ela, ou seja, continuaram a tentar o portão.
O inimigo começou a arremessar os archotes na cerca viva. Ela logo pegou fogo. Altas labaredas subiram e espalhavam fumaça ao seu redor. Era assustador, à vontade de acreditar que estava tudo acabado e se entregar ao desespero era grande, no entanto procurava se manter sóbrio para mostrar aos outros que alguém ainda lutava.
Eles forçaram o portão que cedeu. Pronto agora o confronto se daria de forma direta. Tergol saiu da frente de seu exercito e ordenou gritando:
- Atirem!
Os elfos armaram seus arcos e disparam. Dessa vez um grande numero de inimigos tombou morto. Entretanto continuaram avançando. Era o momento de lutar com a espada e cabia a Tergol liderar seu pequeno exercito. Ele não esperou um momento sequer, avançou com sua cimitarra em punho. Os elfos sob seu comando mostraram sinal de vida e também avançaram bradando.
O terrível espetáculo começara. Era sangue espirrando para lá e para cá. Tudo envolto pela fumaça do arder da cerca viva. A luta era feroz. Tergol brandia sua cimitarra, golpeando aqui e acolá o inimigos. Era forte como um herói dos tempos antigos. Assim lembrava a Aldabian em sua luta épica para salvar Vanya das garras do povo dragão. Infelizmente a sua peleja não teve vitória à cidade Argai caiu sob domínio dos servos de Zares e ele quase morreu. Só foi salvo do eterno sono por Setera que se apaixonou perdidamente por sua beleza. E em contrapartida a morte do povo de Vanya da união de Setera e Aldabian surgiu uma nova nação, os elfos.
Ela agora era ameaçada por um de seus filhos. Fal Rah filho de Kheran rei de Harsaian. Heran era seu nome nessa época. No triste tempo da guerra entre os elfos. Resultado da loucura e ganância de Hajaluin. Tamanho o erro que cometeu, talvez o destino seria outro para todos se não fosse o que fez. O crime hediondo de matar sua própria filha e o pai de Heran. Os outros reis de Anfalar também erraram porque não impediram a loucura de Hajaluin inclusive Alran aquele que futuramente iria construir o império. É triste pensar assim, mas todos tiveram sua parcela de culpa na aberração que se tornou Heran inclusive ele mesmo Fal Rah. Heran que se deixou dominar pela loucura e ódio e tristemente foi dando ouvidos as palavras maliciosas de Zares.
Mas felizmente Tergol não tinha nada ver com essas paginas negras do passado. Era mais um dos incontáveis inocentes jogados nessa deprimente guerra entre reis que no momento levava a todos a danação da morte. Inocentes que ele lutava contra. Coitados nada tinham a ver com tudo isso, só haviam dado ouvidos a uma voz carregada pelo ar e agora eram escravos de uma entidade maligna que há milênios atrás havia feito mesmo. Infelizmente essa era a realidade da vida. Comete-se um pequeno erro e ele acaba com tudo. Esse era o jogo sob esse céu e sobre essa terra.
Entretanto não era por isso que a guerra parava. Tergol golpeava com sua cimitarra matando, sangrando, degolando e cortando. Era como uma rocha no chão. Não saia de sua posição mais que os inimigos o atacassem. Vinham dois, três e quatro e continuava firme derrotando-os. Não podia ser diferente disso estavam em menor numero. Tinha que correr atrás dessa diferença nem que fizesse uma muralha de corpos ao seu redor. Caso fosse necessário os venceria sozinho.
Entretanto apesar Tergol lutar bravamente a sua companheira Valyi fugia aqui e acolá assustada. Ela corria com seu arco na mão, atirando no que se movesse na sua frente. Estava desesperada achava que Anfalâr já caíra em poder de Fal Rah. Enquanto em seu encalço vinha uma fila de inimigos.
Tinha que se livrar deles. Era uma questão urgente. Seria sua morte se vacilasse um centímetro sequer. Seguia rumo a direção da praça no centro da vila. Outros lutavam nela, mas não estavam que nem Valyi. Comportavam-se como Tergol, ou seja, matavam aquilo que podiam. Todos estavam entretidos em seus combates ninguém viria ajuda-la. Teria que se virar sozinha e talvez matar todos os que corriam em seu encalço.
A fila de inimigos que corria atrás dela não iria parar até ela matar todos os que haviam nela. Para isso Valyi teria que ser muito esperta. Agora se aproximava do pedestal onde ficava a corneta. Correndo armou o arco e atirou. Acertou um, o derrubando. Ainda assim tinha a fila atrás dela.
Continuou em seu ritmo frenético. Enquanto isso Tergol continuava em seu ritmo de matança. Ia cortando, sangrando, degolando e perfurando. A continuar tudo assim ele derrotaria todo o exercito de Fah Rah sozinho. No entanto os fatos não caminharam assim. Quando estava no auge de sua luta de repente tudo parou ouviu um grito. Esse grito assustou o fundo de sua alma. Era o gemido de dor Valyi, havia sido alvejada por um tiro de arco. A coragem e a esperança que começava a renascer no coração de Tergol em um segundo se transformou em desespero.
Aquela maldita guerra começava a fazer vitimas próximas. Enquanto elas eram distantes pouco importava, mas agora tudo ficava serio. Valyi corria serio perigo. O épico ficaria para outra hora, neste momento era hora de salvar a vida dela. Tergol parou sua epopéia, empurrou o inimigo que estava a sua frente e correu em direção a praça da corneta. Ali a elfa caia de joelhos sob o ferimento de duas flechas.
Com toda a velocidade que suas pernas tinham Tergol foi naquela direção. Infelizmente o inimigo estava mais próximo e antes que pudesse fazer alguma coisa afundou a espada no peito de Valyi.
- Não !!!!!
Tergol arremessou a sua cimitarra na direção do inimigo. Ela encravou nas costas e o matou. Instantes depois o general da cidade do exílio chegou a agonizante Valyi. A elfa cuspia sangue pela boca e dava seus últimos suspiros. Quando Tergol a tomou nos braços só conseguiu dizer estás palavras:
- Tergol impeça Fah Rah.
O brilho dos seus olhos apagou. Estava morta. Mais uma vitima da guerra morria e cabia a Tergol acabar com essa matança. Mas como faria isso? Era apenas um elfo contra milhares. No momento não sabia, talvez o destino o fosse dizer. No entanto nesse momento não se importava com isso. Só queria matar todos aqueles desgraçados.
Nesse instante seria o deus da vingança. Iria derramar o sangue daqueles malditos ali mesmo. Sem medo de nada avançou para cima dos inimigos e realizou sua particular chacina. Horas depois sobre o mar de corpos chorou.
 
Parece que a situação está ficando feia. Consegui visualizar tão bem essa última parte e foi uma cena muito triste. :osigh: Tomara que o Tergol se recupere.
 

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