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Entre o filme e a filosofia: Dogville e Nietzsche

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“Há homens que já nascem póstumos”. Nietzsche tinha plena consciência de que suas idéias somente influenciariam gerações posteriores àquela que pertenceu. Se durante a sua época o filosofo não foi valorizado, no século seguinte ocorreu exatamente o oposto: Ele se tornou um dos mais célebres pensadores a serem discutidos e assim segue até hoje.

Li sua crítica ardente à sociedade e o ser humano nos livros “Alem do Bem e do Mal”, que mostra as diferentes facetas que uma pessoa pode assumir, e, sobretudo, “O Anticristo”, onde ele mostra que o mal da sociedade está na fé cega. Eles ficaram por um bom tempo na minha cabeça. (e é comum isso acontecer com leitores de Nietzsche). A ideia agora é mostrar como o pensamento desse filósofo pode ser visto em um filme. Escolhi falar hoje sobre Dogville, porque não vejo melhor exemplo de narrativa que se foca tão somente nos personagens do que essa.

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[align=justify]Ótimo artigo. Esse foi um dos filmes que vi e que menos entendi, assim como Anticristo, também do Lars Von Trier. Alguém saberia me dizer o que significou aquele cachorro (simbolizado no filme por um desenho no chão) que foi o primeiro e o último a se manifestar quando da chegada de Grace e quando ela vai embora? Pode ser apenas um detalhe do contexto, mas em se tratando de Lars Von Trier não acredito muito nessa segunda hipótese.[/align]
 
O que mais gostei em Dogville é que von Trier revela nele uma face assustadora de todos nós. Não posso falar nada sobre isso a não ser em spoiler, então...

Mesmo sabendo que a personagem Grace é arrogante, e suporta todo aquele sofrimento por na verdade se considerar superior a todos os habitantes e a suas ações... por mais que o final seja chocante e inesperado(para mim foi) não há como negar que muita gente estando no lugar dela faria exatamente o mesmo. Nos sentimos meio que vingados pelas injustiças que a personagem sofre... estaríamos então apoiando o genocídio cometido por ela? Não seria um pensamento meio fascista? Tudo bem, ela sofreu muito, mas justifica? Justifica ter matado as crianças, o bebê... ?
Sinceramente, eu esperava que ela fosse morrer e fim - acharia até meio ridículo se ela no final perdoasse a tudo e a todos e o Tom e o resto se arrependessem ou algo assim...
Meu queixo caiu com esse filme, sério, principalmente com o final.

edit: achei que esse tópico estava lá no cinema oO
 
eu achei o dançando no escuro + impactante q o dogville. mas ambos são bastante reflexivos, oq já é um diferencial em se tratando de cinema hj.
 
JLM disse:
eu achei o dançando no escuro + impactante q o dogville. mas ambos são bastante reflexivos, oq já é um diferencial em se tratando de cinema hj.

Não assisti Dançando no Escuro, mas já ouvi falar que tem umas divagações ao estilo Rosa Púrpura do Cairo, é profundamente triste e a cantora Björk está ótima no papel - só sei isso - mas pretendo assistir. Também não assisti Manderlay - que é a segunda parte da trilogia. É bom como Dogville?
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Ótimo artigo. Alguém saberia me dizer o que significou aquele cachorro (simbolizado no filme por um desenho no chão) que foi o primeiro e o último a se manifestar quando da chegada de Grace e quando ela vai embora? Pode ser apenas um detalhe do contexto, mas em se tratando de Lars Von Trier não acredito muito nessa segunda hipótese.[/align]

Também queria saber isso Lucas. Será que ele foi o único sincero em relação aos sentimentos por ela? Ele não gostou dela desde o começo... E o fato da cidade se chamar Dog - ville? Será que se relaciona com o Moisés (era esse o nome do cachorrinho)? Ou será que se relacionava com os habitantes da cidade mesmo - ao retirar as paredes das casas os cães de dogville estão expostos... Não sei...
 
Paula Germano disse:
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Ótimo artigo. Alguém saberia me dizer o que significou aquele cachorro (simbolizado no filme por um desenho no chão) que foi o primeiro e o último a se manifestar quando da chegada de Grace e quando ela vai embora? Pode ser apenas um detalhe do contexto, mas em se tratando de Lars Von Trier não acredito muito nessa segunda hipótese.[/align]

Também queria saber isso Lucas. Será que ele foi o único sincero em relação aos sentimentos por ela? Ele não gostou dela desde o começo... E o fato da cidade se chamar Dog - ville? Será que se relaciona com o Moisés (era esse o nome do cachorrinho)? Ou será que se relacionava com os habitantes da cidade mesmo - ao retirar as paredes das casas os cães de dogville estão expostos... Não sei...

Eu pensei a mesma coisa. O cachorro foi o único "sincero" com ela...

apesar de agir somente por instinto, foi o único que não fez nada de mal à Grace, e o único poupado do massacre.

Sim, o nome dele era Moisés.
 
Então, segundo a "lenda", Dogville é a primeira parte de uma trilogia (inacabada até agora) de Trier sobre a América. Ele decidiu realizar estes filmes, depois de receber crítica de norte-americanos a respeito do filme "Dançando no Escuro"... O pessoal quis saber COMO um dinamarquês teve a pachorra de criticar os EUA...

Para mim, Dogville é sobre "hipocrisia".

A segunda história "Manderlay" teve muitos problemas para ser filmada. Parece que foi bem difícil arrumar atores para fazer o filme. Aborda a questão racial por um lado, mas vai além. Embora ache Dogville uma história "melhor", que se fecha de uma forma mais adequada em termos de narrativa... Manderlay abordou temas espinhosos de uma forma dificilmente vistos em filmes... Achei mais "enriquecedor" por este lado.

A terceira história seria "Washington", mas não sei se Trier vai realizá-la.
 

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